sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Tapando as brechas. Colocando-se na brecha - Ezequiel 22:23-30


Tapando as brechas. Colocando-se na brecha
                                                             Ezequiel 22:23-30                                                           

Ezequiel foi um profeta do Reino do Sul (Judá). Ele havia se tornado um importante sacerdote em Jerusalém (Ezequiel 1:3) um pouco antes de ser levado para o cativeiro da Babilônia. Ele foi levado cativo para a Babilônia e estima-se que ele foi chamado pelo Senhor para ser profeta durante o seu quinto ano no cativeiro (Ezequiel 1:2) e lá exerceu essa vocação por pelo menos 22 anos (Ezequiel 29:17). Sua missão não era fácil, pois, deveria denunciar as razões pelas quais o povo de Deus foi levado ao cativeiro. Ele veio a denunciar as brechas que foram abertas e chamar o povo ao arrependimento. Veja como Deus é tão gracioso! Deus não quer seu povo na escravidão, antes, levanta profetas em meio ao cativeiro, na situação de opróbrio e vergonha, destruição, apatia e indiferença para restaurar o seu povo.
Neste tempo da graça, todos que caem em si encontram o favor de Deus e são livres do cativeiro espiritual. Deus ainda tem profetas falando em nosso meio.
A nação de Judá abriu brechas que os levou para o cativeiro. Cativeiro é lugar de escravidão. Trabalhar muito e não construir nada. É lugar de vergonha e desprezo. Príncipes e homens poderosos perdem sua posição sendo humilhados, lançados em fornalhas e covas. É lugar de perca de identidade. Eles perdem a sua terra, precisam aprender uma nova língua e novas comidas. É uma tentativa de mudar a mentalidade.
As brechas que abriram portas para o cativeiro babilônico revelam os mesmos princípios e resultados de uma vida no pecado. Quais brechas foram abertas que se revelaram tão devastadoras para o povo de Deus? Por que Deus não desistiu do seu povo? Como se colocar na brecha? Que lições aprendemos com essa passagem? O que Deus deseja de nós? É o que veremos hoje.

1.A brecha da familiarização (v.26)
O grupo em destaque nessa passagem são os sacerdotes. Os sacerdotes eram a elite espiritual do povo de Deus. A função dos sacerdotes era ser uma ponte entre Deus e o povo. Eles tinham a função de ensinar a Palavra de Deus para o povo - “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Malaquias 2:7-9. Eles eram os mensageiros do Senhor para o povo de Deus. Eles ministravam ao povo e a Deus. Entretanto, o que temos aqui é um cenário um pouco diferente relatado por Ezequiel.
a.Transgridem a lei do Senhor. O primeiro passo para a familiarização é a transgressão da Palavra de Deus. Observamos um padrão da ação do diabo em como afastar as pessoas da vontade de Deus. Como ele faz isso? Colocando a dúvida e a incredulidade no coração das pessoas. Quando uma pessoa entra numa crise de qualquer natureza, a primeira coisa que o diabo abalou no coração dela foi a confiança na Palavra de Deus. A Palavra de Deus diz: “Vocês não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer” (Gênesis 2:16), mas a dúvida vem e diz: “Foi isso mesmo que Deus disse..”?[...] “É certo que vocês não morrerão” (Gênesis 3:4). Observe um outro padrão da ação de Satanás. Ele age quando Deus parece estar aparentemente ausente. Mas, Deus nunca está ausente. Deus está confiando que a fidelidade à Sua Palavra seja mantida quando Ele parece não estar presente. Esse é um poderoso aspecto da fé dos verdadeiros fiéis. Você não precisa estar no monte 24 horas por dia para ser fiel a Deus. Você precisa simplesmente crer na Palavra! Você não precisa estar 24 horas na presença da sua esposa ou marido para não cair em adultério. Você simplesmente precisa ser fiel à aliança, à sua palavra dada a ela ou a ele no altar no dia que disse sim. Porém, a incredulidade e a desconfiança, fruto da familiarização leva à queda. Os sacerdotes a transgredirem a lei do Senhor.
b.Profanam as coisas santas. Não fazem distinção (diferença) entre o santo e o profano e não ensinam essa diferença. Esse é o coração da familiarização. Quando o santo e o profano são a mesma coisa. Os sacerdotes perdem a expectativa. Não havia mais nada de novo para eles. Era uma rotina de rituais e agendas. Logo, a irreverência tomou conta do coração deles e já não viviam de coração conforme à aliança. Deus já não era a paixão deles, por isso, não ensinavam! Esse ensino consiste na vida! Havia azeite para as lâmpadas do templo, mas não havia vida neles. Às vezes estamos tão cheios do “azeite”, mas a vida não está acompanhando essa realidade. Sabe por quê? O azeite não vai parar de fluir enquanto houver pessoas precisando ser ministradas. Mas, isso não significa que há aprovação de Deus. Deus quer restaurar o altar do nosso coração e fazer uma fusão entre unção e vida! Não haverá profanação, mas avivamento! Tape hoje a brecha da familiarização e se coloque na brecha! Deus tem PRESENÇA DELE para você.

2.A brecha dos relacionamentos quebrados (v.6-7; 9-12)
A desestruturação da nação de Judá se deu no núcleo familiar. A estratégia do diabo não mudou. Ele tenta destruir a igreja desestruturando as relações familiares e a própria igreja como a grande família de Deus.
O Espírito Santo usa o profeta Ezequiel e revela uma cadeia de relacionamentos quebrados usando a expressão “derramar sangue” pelo menos três vezes nesse trecho (v.6; 9; 12). A criminalidade e o índice de mortos eram muito elevados e Deus estava observando isso na nação de Judá a partir das relações na família. E hoje? Nos tempos da nova aliança Jesus disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento no tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” Mateus 5:22-23. O Espírito Santo inspirou João escrevendo: “Toda pessoa que odeia seu irmão é homicida, e sabeis que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo.” I João 3:15.
Nessa era em que vivemos, os relacionamentos são descartáveis. É muito comum haver quebra de relacionamentos. O que desejo destacar é que uma brecha se abre quando não resolvemos um pecado, um conflito ou uma ferida emocional. David Kornfield explica na Bíblia de Estudo do Discipulado alto interessante: “O que acontece quando não resolvemos logo um problema destes? Consciente ou inconscientemente nos justificamos. Nós argumentamos que não foi exatamente um pecado; nos explicamos e nos justificamos. Se outra pessoa estiver envolvida, argumentamos que ela errou (claro que é bem pior do que nós) e que essa dor justifica a nossa reação. Começamos a construir um autoengano. Não percebemos o mal que criamos e nos escondemos em nossas explicações e justificativas.” A nação de Judá se destruiu pela falta de perdão! A falta de perdão adoece, torna a pessoa cativa de mágoas e não trata as feridas. Essa brecha é devastadora! Tape a brecha dos relacionamentos quebrados hoje! Deus cura todas as suas enfermidades e sara todas as suas feridas emocionais. Deus quer restaurar seu coração hoje! Entre na brecha do perdão!  

3.A brecha da falta de oração (v.30)
Deus procurou entre os profetas, os sacerdotes, os príncipes e o povo alguém que reconstruísse a muralha e se colocasse na brecha diante dele, mas não encontrou nenhum! Isso é muito forte!
Esse muro era o muro da justiça e da santidade. A pecaminosidade havia se tornado tão grave que Deus buscou uma pessoa de ora­ção que intercedesse pela cidade pecadora, mas não achou ninguém. Mas, aqui encontramos a poderosa resposta para reverter esse quadro. Oração! Quando Deus revelou a Abraão que destruiria Sodoma e Gomorra, este se colocou na brecha da oração em favor de Ló. Deus age em resposta à nossa oração! Nós somos ministros de Deus e temos autoridade no nome de Jesus para expulsar demônios, curar enfermos e fazer sinais e maravilhas. Por isso, o diabo tenta nos paralisar e temos tanta luta para orar! “Se somos fracos na oração, somos fracos em toda parte”. Oração produz avivamento! Oração produz intimidade! Deus quer você na brecha da oração e assim, você romperá com a familiarização e terá relacionamentos saudáveis. Para concluir, quero mais uma vez falar sobre os sintomas de que você possa estar enfrentando uma batalha espiritual e o que a legalidade ao pecado produz. 1. Falta de paixão espiritual. Perde a empolgação e perde a disposição. A alegria de orar e ler a Bíblia. Você perde a leveza para liderar. 2. Frustração extrema. Sente um negócio ruim por dentro. Quando a angústia tem motivo de perdas significativas é normal. Agora quando persiste é ataque espiritual para destruir você.  3. Confusão sobre o propósito. Aumenta pressão. Acha que não é a pessoa certa no lugar certo. Quer sair, fazer outras coisas. 4. Falta de paz. A tentação tira a paz. Pensamentos veem na sua mente e não saem. Acusações. Imoralidade. Pornografia. Erotismo. Inquietação toma conta de sua mente. Isto leva a exaustão. As vezes está ligado às necessidades, como dinheiro. Facilmente irritado. Podendo pregar de maneira irritada, é mais um desabafo. 5. Lentidão e cansaço. As coisas não rendem. Não avançam. Perde a criatividade. Não quer fazer nada. Principalmente quando se repete por dias e semanas, até meses. 6. Forte desejo de desistir. Vontade de desistir. 7. Ser tentado a voltar para antigas amarras. Pessoas e coisas antigas voltam a lhe tentar. Práticas pecaminosas nos rondam querendo nos dominar. A mente fica embotada. 8. Dúvida a respeito do chamado sobre o qual tinha plena convicção. Fica pensando novamente se não foi coisa da minha cabeça. Se acha uma fraude.
Deus quer dar um basta nisso hoje! Vamos tapar as brechas e nos colocarmos na brecha! Tem favor de Deus para a sua vida hoje.

No amor de Cristo,
Pastor Rodrigo

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

16/10/2019 - TEMA: "Haja luz"

TEMA: Haja Luz
TEXTO: Então Deus disse: — Haja luz! E houve luz. Gênesis 1:3

OBSERVAÇÃO:
A primeira obra da palavra criativa de Deus é a luz. Para o início de tudo é necessário luz para que haja harmonia em toda a criação. Sem luz, não dá para por a casa em ordem.

PRÁTICA:
Deus me chama para a luz. Devo pôr luz em todas as áreas da minha vida e assim darei início ao processo de harmonização. Desejo a luz de Deus para viver em ordem.

ORAÇÃO:Querido Pai, peço a Tua luz sobre a minha vida toda. Que nada fique oculto aos Teus olhos e nem aos meus. Desejo a Tua luz.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

15/10/2019 - TEMA: "Então Deus disse"

TEMA: "Então Deus disse"
TEXTO: "No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre as águas. Então Deus disse: - Haja luz!" Gênesis 1:1-3

OBSERVAÇÃO:O Espírito Santo destaca o poder criativo do Pai. A terra era sem forma e vazia, que no original significa estado de caos e desarmonia. Basta Deus falar e tudo começa a encontrar ordem.

PRÁTICA:Não há caos que não encontre ordem. Basta uma palavra! "Então Deus disse", e tudo passou a existir. Confiar na palavra criativa de Deus é o convite que o Espírito Santo me faz neste dia. Crer em Sua Palavra é tudo o que preciso em minha vida. A voz do Senhor é poderosa.

ORAÇÃO:Quero Pai, Tua Palavra é poderosa. Faça-me sensível à Tua doce e suave voz. Tua Palavra traz à existência o que não existe. Tudo está em Ti. Declaro meu descanso na Tua Palavra.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Uma vida pela fé - Gálatas 3:1-5

Uma vida pela fé
Gálatas 3:1-5

Na maior parte dos capítulos 1 e 2 Paulo defendeu a origem divina de sua missão e mensagem apostólica aos gentios. Elas vieram de Deus e independente de homens.
Agora Paulo se volta aos gálatas e para a infidelidade deles com o evangelho. Era uma loucura o que eles estavam fazendo. Eles aceitaram a doutrina dos judaizantes que combinava obras da lei com os méritos de Cristo. Paulo deixa claro que o evangelho não é um convite para se fazer alguma coisa para ser aceito diante de Deus, mas uma declaração do que Deus já fez; não uma exigência, mas uma oferta. Portanto, Paulo apelará para a experiência de fé dos gálatas e quero levar você refletir e a decidir a viver segundo um novo estilo de vida que você recebeu. Uma vida pela fé. Para entender bem esta passagem, vale a pena A história de fé dos gálatas está registrada em Atos 13:13-32 – Atos 14. Paulo apela para a experiência deles e há princípios poderosos para nós. A compreensão desse assunto é revolucionária para o nosso relacionamento com Deus e para o modo como vivemos a nossa vida cristã.

1.O filho nasce pela fé (v.2)
“Recebeste o Espírito pelas obras da Lei ou pela pregação da fé?”
O Pastor Eugene Peterson, autor da versão da Bíblia “A Mensagem” traduz da seguinte maneira: “Como começou a nova vida de vocês? Foi resultado do esforço para agradar a Deus? Ou foi por terem aceitado a Mensagem de Deus?”.  A fé é a única condição para sermos perdoado. Sem fé ninguém se justifica. Somente a fé é suficiente para a justificação. Foi o que ocorreu com o ladrão da cruz (Lucas 23:43). Quero me fazer valer de John Wesley para explicarmos essa fé:
Paulo apela para a experiência de conversão dos crentes da Galácia. Portanto, uma vez que a salvação é pela fé em Cristo, Paulo apela para a memória dos crentes da Galácia e os confronta: “Como começou a nova vida de vocês? Foi resultado do esforço para agradar a Deus? Ou foi por terem aceitado a Mensagem de Deus?” Foi por obras da lei ou pela pregação da fé? Quando lemos Atos 13:38-39 vemos que Paulo explica que é crendo em Cristo que se é justificado. Em Atos 13:48 afirma que eles creram em Cristo para a vida eterna. Por isso ele pergunta: “Vocês nasceram, ou seja, passaram a crer pela fé ou por obras da Lei?” Para nascer do Espírito (João 3:3) tem que crer em Cristo. Somente a fé em Cristo.

2.O filho se desenvolve e cresce pela fé (v.3)
“Tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?
O Pastor Eugene Peterson, autor da versão da Bíblia “A Mensagem” traduz da seguinte maneira: “É preciso perder o juízo para pensar que é possível completar por esforço próprio aquilo que foi iniciado por Deus. Se vocês não foram capazes o bastante para começar a obra de Deus, acham que podem aperfeiçoá-la?”Por que a vida cristã não pode ser desenvolvida pelos nossos méritos, mas pelos méritos de Cristo? Por causa do nosso orgulho! Agir pela fé nos méritos de Cristo quebra o nosso orgulho. Quando o homem quer se aperfeiçoar para ser como Deus, ele faz o mesmo que Adão e Eva. Ele age movido pelo orgulho e não por humildade. Por isso é necessário fé. A vida cristã deve ser vivida da mesma maneira como a recebemos, pela graça!
Viver uma vida pela fé é viver uma vida na graça. A graça não se trata de um conjunto de doutrinas e regras, mas de uma pessoa. Portanto, Paulo vai escrever “Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai Nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça”. (Colossenses 2:9). Veja comigo Colossenses 2:8-15“Também, nele, estais aperfeiçoados” (Colossenses 2:10 a). Eu sou um com Cristo. A vida cristã deve ser desenvolvida por fé e cheio do Espírito Santo. É um relacionamento de convivência que nos transforma. Com Deus é assim! O filho convive com o Pai e se torna como Ele. O servo vive para gradar o chefe e sabe que jamais conseguirá se tornar como o chefe. Como um filho ora, como você se apresenta diante do Pai? Como um escravo ora, como ele se apresenta diante do chefe? Os gálatas não estavam vivendo mais a graça, mas a lei. A graça é uma pessoa, as regras são prescrições. E u me torno como o meu mestre! Isso é santidade, isso é se desenvolver pela fé. Relacionamento com Deus que me transforma e não regras.

3.O filho suporta provações pela fé (v.4)
Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes?
O apóstolo Paulo lembra bem como foi seu ministério na região da Galácia. Em Atos 13:50 está registrado que os judeus instigaram as mulheres piedosas e de alta posição e os principais da cidade e levantaram perseguição contra Paulo em Antioquia da Pisídia. Paulo teve que sair fugido de Icônio para Licaônia (Listra e Derbe) porque queriam apedrejá-los. Em Listra foi apedrejado e dado como morto (Atos 14:19). E não desistiu! Antes, “Tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus”. (Atos 14:21-22)
A provação é um aspecto que faz parte do aperfeiçoamento da fé como filhos de Deus. O filho confia e descansa na vontade do Pai. Por que Abraão foi justificado pela fé? Vejamos Gênesis 22:1; 8; 14. O filho que confia no Pai sempre dirá: “Deus proverá para si”. Leia Hebreus 12:1-3; II Coríntios 12:7-10“A minha graça te basta”. Você é filho! 
    
 4.O filho vive milagres pela fé (v.5)
Aquele...que opera milagres entre vós...o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
Paulo continua apelando para a experiência dos Galátas. Em Icônio, registrado em Atos 14:3 lemos: “Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra de sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.” Em Listra enquanto Paulo pregava a mensagem da fé em Cristo um coxo foi curado e passou a andar (Atos 14:9-10). Ninguém pode receber coisa alguma de Deus com base em sua justiça própria, em seu merecimento pessoal. Por isso que muitos não recebem, pois estão tentando merecer. A benção de Deus é somente para aqueles que reconhecem que nada merecem e por isso dependem completamente da graça de Deus. Todas as pessoas que receberam milagres de Cristo enquanto Ele esteve na terra, nenhuma delas mereceu. Elas receberam por causa da Sua graça. Preste atenção: Se você olhar para a graça de Deus, Ele olhará a sua fé. Vamos ler o último texto deste sermão. Mateus 8:5-10 – Vemos que o centurião não estava debaixo da Lei, pois ele não era da aliança, era gentio. Mas, recebeu o milagre por quê? Porque ele está debaixo da graça. Ele não procura merecer, mas Jesus viu sua fé. Deus tem milagres para você, mas não porque você merece, mas porque você confia na Sua bondade e graça.


Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (PARTE 2) - Gálatas 2:15-21

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (PARTE 2)
Gálatas 2:15-21

O que é a justificação? Justificação é o ato de Deus aprovar as pessoas de acordo com o padrão de justiça dEle. Cristo é o autor da minha fé e a minha própria justiça. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. 2Co. 5.21. Em Cristo Jesus nós fomos feitos justiça de Deus. A justificação é uma experiência espiritual. Primeiro Deus te coloca em Cristo, você é enxertado Nele. Então a justiça de Cristo é estendida a você, você é justo! Para ser justo não é uma questão de ter apenas seu status mudado é precisa ter os atos de justiça. Os atos de Cristo são os seus atos. A lei é qualquer tentativa de agradar a Deus. Você deseja agradar a Deus? Então olhe para Cristo e confie na graça, Deus já está satisfeito com você.


1.Exposição da problemática – Obras da Lei X Justificação pela fé (v.15-16)

Este trecho explica o porque Paulo resiste Pedro face a face. Paulo está argumentando contra os crentes judaizantes. Por isso Paulo faz um contraste entre a lei e a fé. A doutrina dos judaizantes é: você tem que crer em Jesus e cumprir todos os mandamentos. Para eles a equação é a seguinte: JESUS + MANDAMENTOS = SALVAÇÃO. Ai alguém diz: Mas não tem que melhorar para poder vir pra igreja? Não tem que melhorar nada. Porque sua vida não tem conserto. É por isso que Deus te matou com Cristo (Romanos 6:4). Porque não tinha jeito! Vem do jeito que está Ele vai transformar sua vida! Mas não é um crer de boca pra fora, mas um crer ao ponto de se unir a Ele. E quando eu me torno um com Ele, tudo o que diz respeito a Ele diz respeito a mim. Nessa hora você é livre de tudo, mas é tudo mesmo, álcool, droga, pornografia, mentira, temperamento difícil, etc.. Essa é a verdade do evangelho.

O argumento de Paulo


A primeira opinião era daqueles que diziam que a justificação era por meio das obras da lei. Precisa de muito esforço dizem eles, mas isso é uma impossibilidade. A segunda opinião é a de Paulo que se opõe a isso. Ele diz que é por causa da obra de Cristo (v.16) que somos salvos. E tudo que temos que fazer é concluir que somos incapazes de sermos salvos. Temos que arrepender de nossa justiça própria. Quem crê declara impotente de alcançar o padrão de satisfação de Deus, ou seja, no meu esforço não tem jeito. Isso diz respeito a salvação e a santificação também, do jeito que você recebeu a Cristo ande Nele. Tudo é pela suficiente graça de Deus pra nos sustentar e justificar. Nada é pelo nosso esforço próprio. Não estou dizendo que não existe mais obra. Elas existem, mas depois que somos salvos a obra não é mais para agradar a Deus. A obra é porque nós mudamos de natureza. (Efésios 2:10). Nós somos agora filhos de Deus. E como filhos de Deus nós temos alegria em praticar as obras Dele aqui na terra.

2.Os argumentos dos judaizantes e o contra-argumento de Paulo (v.17)
O argumento dos legalistas (v.17) Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não! Como assim ministro do pecado? Será que Cristo tornou-se ministro do pecado? Esse é o argumento que os legalistas estão falando. Em outras palavras, eles estavam dizendo: Paulo de Tarso quando você ensina que ser justo é somente uma questão de crer em Cristo, você não está estimulando o pessoal a fazer o que quiser na igreja? Você não está estimulando que Cristo é ministro do pecado? Sim porque se tem muito pecado, vamos pecar mais! Porque assim Deus perdoa mais e tem mais glória. E assim, Ele tem mais chance de derramar a sua graça.

O argumento é: Se Deus justifica as pessoas más, pra quê eu vou ser bom então? O que adianta eu ser bom? Se Deus abençoa aquele irmão tranqueira, então por que eu tenho que ser um crente integro? O que isso adianta? Preste atenção. Deus honra sempre a sua graça, mas os dois filhos estão errados (integro e o tranqueira).

Só tem uma diferença, um é o filho pródigo e o outro é o irmão que ficou em casa. Aquele que confia nos seus méritos não desfruta da graça (irmão), mas o outro que vive libertinamente (pródigo) se não arrepender do pecado dele, será disciplinado. A primeira vez gastou tudo com o pecado e depois vem e recebe tudo outra vez. Você não fica meio indignado com isso? Fale a verdade, não parece injusto? Esse é o sentimento dos judaizantes. Mas vamos ser francos. Será que não tem irmãos ainda neste time em nosso meio? Esses são os que ficam muito chateado quando Deus abençoa o pecador. Deus só abençoa pecadores, Deus não abençoa justos.

Se você quer sair daqui hoje abençoado reconheça a sua incapacidade de ser justo, dependa da graça de Deus, confie apenas na obra de Cristo e abandone sua justiça própria. Se fizer isso você vai para casa abençoado. Qual é a benção que Deus dá para o pecador? Deus justifica ele. Nessa hora temos o paradoxo do universo: O pecador é justificado e o justo é condenado! Lembre-se mais uma vez do fariseu e do publicano. Os judaizantes estavam convictos que o evangelho que Paulo pregava era muito barato. Torna os crentes muito frouxos na sua conduta. Será que isso é verdade? Paulo então coloca o argumento dele.

3.A maravilhosa argumentação de Paulo (v.19)

Um cristão que foi justificado, nasceu de novo (v.19): Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; Quando Cristo morreu eu morri com Ele. Como isso aconteceu? A morte e a ressurreição de Jesus não são apenas um evento histórico, mas são acontecimentos dos quais, por meio da união da fé com ele, você e eu viemos a participar. (Vejamos Romanos 6:1-14; Romanos 7:1-6) Quando nos unimos com Cristo a nossa vida antiga acaba! É uma nova vida de fé em Cristo. Pois o amor Dele me constrange. Porque eu entendi que Ele me amou e se entregou por mim. Quando você entende a graça, você realmente não consegue viver mais no pecado. Quem está vivendo no pecado dizendo que está na graça, nunca nasceu de novo na verdade. Mas quanto mais você entende a graça, mais você anda em santidade. Se você não tem conseguido viver em santidade é porque você ainda não entendeu plenamente o amor de Deus por você. Aquele irmão e irmã que acorda pela manhã e olha pro céu e ergue a mão e diz: eu sou amado de Deus, Deus me achou, o favor Dele me alcançou, Ele me conhece pelo nome, Ele me sustenta...
Quanto mais você entende a graça, mais você anda em santidade

Se ele tem essa convicção que é amado, terá muito temor de magoar aquele que o ama! Ele não quer e nem precisa. Quem nasceu de novo não quer isso. Não quer o pecado. Mas nós teimamos em dizer que o filho se comporta bem quando recebe menos carinho e amor. Aquele que não se sente amado por Deus, porque pra Deus ama-lo ele precisa cumprir tudo. Quem sabe que é amado, e está no meio do pecado diz: Gente eu não posso fazer isso, eu sou amado, tem um Deus que me ama. Ele está me olhando agora com olhos de amor, eu não posso fazer isso. Ele não faz porque é proibido de fazer. Mas porque na hora que está fazendo ele ainda consegue ver os olhos de amor de Deus sobre ele. Tudo o que faço é por causa desta convicção: EU SOU AMADO DE DEUS! Você consegue perceber o amor de Deus por você? Nessa hora se cumpre o que Paulo falou (v.20): logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. SOU UM COM CRISTO. Essa vida é Cristo. Ele vive em mim agora. E mais, esse viver no corpo é pela fé no Filho de Deus que me amou. Toda vitória é em fé. Fé na graça. Fé que o seu velho homem já morreu. É a vida pelo Espírito. E esse novo homem que está vivendo ai dentro do seu coração, não quer o pecado. Esse ensino produz crentes transformados de dentro pra fora. Não só por fora. Não é maquiagem, nem mascaras. Ele não está só fazendo de conta que é santo. O coração dele é transformado em um coração santo. É por isso que é necessário mudar o coração! Você precisa ter consciência que é necessário uma obra mais profunda dentro de você, hoje mesmo. E assim, pedir. Porque pela graça aquele que pede recebe! Quantos estão pedindo por mudanças em suas vidas?

Ouça, Deus vai dar pra você. Porque o favor de Deus te alcançou. Os olhos Dele é sobre você. Eu vim aqui hoje pra te dizer...



Você é justificado pela fé e é uma nova criação!


No Amor de Cristo,
Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ -PARTE 1 - DEFININDO A JUSTIFICAÇÃO - Gálatas 2:15-21


A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ -PARTE 1
DEFININDO A JUSTIFICAÇÃO
Gálatas 2:15-21

Aqui, chegamos a um tópico que é o centro da mensagem do evangelho. Para o fundador do metodismo, John Wesley, a doutrina da justificação contém o alicerce de toda nossa esperança. Na verdade, o cristianismo não existiria se não fosse esta verdade. Eu estou falando da justificação. A justificação é a boa-nova de que somos aceitos diante de Deus não por causa de nossas boas obras e de nosso bom comportamento, mas através de um simples ato de fé em Cristo. Quando cremos em Cristo e na sua obra realizada na cruz, somos declarados justos diante de Deus. Esse é o ponto central (vital) da mensagem do evangelho. Precisamos conhecer essa verdade e aplicá-la em todas as áreas de nossa vida cristã. Você só pode ser salvo se você for justo, não há outra maneira de ser salvo.

1.Como o homem pode ser justo? Ao homem correto e perfeito, Deus deu a lei perfeita no Eden. “Não comerás do fruto”. Porém, o homem desobedeceu, foi deparado de Deus e a morte entrou no mundo, “Portanto, assim como um por um só ser humano entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12). Como o homem pode ser justo? A primeira possibilidade é, ele pode ser justo se esforçando para cumprir a lei. Mas Paulo diz que pela lei não tem jeito. A segunda maneira é pela fé em Cristo Jesus. (Isaías 53:4). “Porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça deriva de muitas ofensas, para a justificação.” (Romanos 5:16b) Pela fé em Cristo Jesus eu sou justo, eu sou justificado. Essa é a coluna vertebral da sua fé.  O que significa ser justificado? Justificação é o que Deus fez por nós através do Seu Filho. Justificação é absolvição, o perdão dos pecados. John Wesley escreverá a respeito disso: “Ele não o condenará aquele relato, que neste mundo ou no vindouro. Seus pecados, todos os seus pecados passados, em pensamentos, palavra e feto, estão ocultos, estão apagados, e não deverão ser lembrados o mencionados contra ele, não mais do que se eles não tivessem existido.” É o oposto exato de “condenação”. “Condenar” é declarar uma pessoa culpada; “justificar” é declará-la sem culpa - inocente ou justa. Justificação é o ato do favor imerecido de Deus através do qual Ele coloca diante de si o pecador, perdoando-o, declarando-o sem culpa e ainda aceitando o como justo. Em Romanos 3.24, Paulo diz que fomos “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Isso significa que você foi declarado justo por causa da obra da redenção de Jesus na cruz.

2.Quem precisa de justificação? Como um Deus tão perfeito pode declarar que os pecados são justos? A Palavra de Deus diz que todo homem é pecador, no entanto a humanidade não sabia disso. Assim, Deus mandou o seu “prumo” para a terra. O prumo de Deus é a lei. “Porque antes de a lei ser dada havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.” (Romanos 5:13). Veja comigo Romanos 7:7-14. A lei foi dada para ser quebrada, para que o homem possa enxergar sua incapacidade de cumpri-la e assim ver que não pode alcançar a justiça de Deus. Alguém pode dizer pastor não é difícil cumprir a lei, pois ela se resume nos 10 mandamentos, e eles não são difíceis de cumprir! Os primeiros talvez até sejam fáceis: Amar a Deus, guardar o sábado, não mentir, honrar pai e mãe, não matar, não roubar, não adulterar, etc., até aqui com esforço dá pra ir. Mas Paulo diz (Romanos 7:7) quando chega no décimo mandamento, eu descubro que sou um transgressor: Não cobiçará! O que significa não cobiçaras? Não terá desejo pelo que é proibido. Nessa hora todos caem, ninguém consegue guardar esse mandamento. Então, aparece muita gente dizendo que para servir a Deus, você precisa primeiro deixar as coisas erradas e então vir para a igreja! Como isso? Como vou me santificar antes de ser justificado, isto é, perdoado? Somente Jesus foi capaz de cumprir toda a lei.

3.Por que a lei foi nos dada? 1) Revelar Deus. Por isso que a lei é perfeita e boa. Não pense, porque falei que a lei é que nos leva a pecar, que ela é ruim, conforme vimos em Romanos 7:7-14. A lei é como um termômetro que mede o grau da minha febre ou o exame que dá o diagnóstico do tipo de enfermidade que eu tenho. A lei é eterna e é a imagem de Deus. Ele está mostrando a imagem Dele. O intuito era de conhecermos a Deus. Não há Deus como o nosso Deus. Você foi criado para ser semelhante a este Deus, porém o pecado destruiu esta imagem em você. Ele é perfeito, a Sua Lei é perfeita, mas você não. 2) Mostrar que o homem é pecador. Em Romanos 3:19 temos esta afirmação: pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Ela tem o fim de mostrar para o homem que ele é pecador. Ele é incapaz de fazer a vontade de Deus. 3) Para ser obedecida como uma promessa. Aqueles que vivem debaixo da lei, ouvem a lei como uma ordem, por exemplo: Não matarás, eu te ordeno! Essa é a lei. Mas quando se transforma a lei numa promessa ai muda a maneira de ler, ai fica: Não matarás eu te prometo! Entendeu? A lei diz: não pecarás eu te ordeno. Mas a promessa da graça diz: Não pecarás eu te prometo. Essa é a grande diferença entre a lei e a graça. A lei é uma ordem, mas ela não tem recurso para ajudá-lo a cumpri-la. É só uma ordem. Mas a graça transforma a lei numa promessa. O Espírito Santo da promessa habita nos justificados para se cumprir o que está escrito em Ezequiel 36: 26-27“Eu lhes darei um novo coração e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra lhes darei um coração de carne. Porei dentro de vocês o meu Espírito e farei com que andem nos meus estatutos, guardem e observem os meus juízos (lei).”  O Senhor prometeu: eu não vou matar, eu não vou roubar, eu não vou mentir. Porquê? Porque o pecado não tem mais domínio sobre mim. Vejamos Romanos 8:1-5. Não é mais uma ordem, mas uma promessa de Deus para a minha vida. Preste atenção: A graça transforma a lei numa promessa.

4.Como a lei mostra para o homem que ele é pecador? Gostei muito da ilustração de um pastor. Vejamos: Vamos imaginar que todos os irmãos andam arrastando, todos são paralíticos. Você nunca viu um homem andando ereto. Um belo dia Deus vem e diz que deseja revelar a vontade Dele. E a vontade Dele é: Não rastejará mais, todos vão andar ereto. Ai você tenta, pega muleta, arruma um andador, manda fazer um exoesqueleto para fazê-lo ficar ereto e andar. Você tenta de todas as maneiras obedecer a lei, mas você não consegue. Ao final aquilo é penoso, cansativo, trabalhoso e você mal consegue dar alguns passos e cai de novo. E quando menos espera, olha você rastejando de novo. O que você diria a respeito disso? Que você é incapaz de cumprir aquela lei. Talvez você diga: Mas não é muita crueldade de Deus mandar eu andar quando Ele sabe que eu não sou capaz de andar? Porque Deus deu uma lei que eu não sou capaz de cumprir? Já tentei de todo jeito! Deus espera que você clame a Ele. Que você diga: Deus já tentei de tudo, eu reconheço não consigo. O Senhor é justo, se quiser me condenar é justo, pois pra mim é uma impossibilidade, eu não consigo te agradar. Ai então Deus diz: Então eu vou te dar a minha graça, eu vou segurar você em pé a partir de agora. Você vai andar diante de mim porque Eu vou te sustentar todos os dias da sua vida. Por isso quando eu chegar na glória não tenho do que me gloriar, não tenho mérito algum. Não poderei dizer que eu consegui andar por conta própria. Porque foi Ele que me sustentou todos os dias. E porque Deus me sustenta, agora posso cumprir a lei Dele. Então não é eu mesmo que estou cumprindo, mas é a força e o poder Dele que me sustenta pra eu continuar caminhando de pé. A lei é a ocasião para você experimentar a graça. É uma oportunidade para você clamar por misericórdia. Mas qual é o problema dos irmãos? Demoram muito a clamar por misericórdia. Para o seu bem Deus irá deixa-lo cair o tempo inteiro. Preste atenção, o padrão não é alto demais. Ele é simplesmente impossível de cumprir por você mesmo. Deus espera que você clame! Assim como você não conseguiu ser salvo por você mesmo, você também não consegue ser um crente vencedor por si mesmo. Tudo é pela graça. Toda a glória é Dele e toda obra também é só Dele. A vida cristã é no descanso é não no esforço. Pela lei ficamos sabendo que estamos fora do padrão da justiça de Deus. Não era a intenção de Deus justificar o homem por meio da lei; pela lei apenas vem o pleno conhecimento do pecado.

Max Lucado conta que certa vez um homem roubou pão para alimentar sua família. Ele foi pego e a lei mandava que ele fosse preso e condenado. O juiz percebeu que aquele homem não tinha como tirar sua família da miséria sendo preso. Então, o juiz deu uma sentença. Aquele homem deveria pagar uma fiança elevada para, então ser absolvido. Ele não tinha dinheiro! Entretanto, o juiz sacou um cheque e na mesma hora pagou a fiança daquele homem que foi liberado e teve a sua dívida paga.
Meu querido amigo e amiga, Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu único Filho como cheque pelo pagamento da nossa dívida diante Dele. Ele quer te declarar justo nesse dia. Reconheça que não há nada que você possa fazer para merecer o céu. Não adianta ser bonzinho! É necessário ser transformado de dentro para fora crendo nos méritos de Jesus. Ele é quem te declara justo. Na semana que vem entraremos em Gálatas 2:15-21 e aprofundaremos a justificação pela fé.

No amor de Cristo,
Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Resolvendo conflitos e zelando pela doutrina - Gálatas 2:11-14


Resolvendo conflitos e zelando pela doutrina
Gálatas 2:11-14

Graça e paz amada igreja. Na semana passada mergulhamos na história de Paulo e em seus argumentos para provar que seu evangelho não foi aprendido com homem algum, mas por sua própria experiência, foi recebido do próprio Deus. Em Gálatas 2:1-10 Paulo reforça que seu evangelho é o mesmo pregado por Pedro. Ele dirá: “Pelo contrário, quando viram que me havia sido confiado o evangelho da incircuncisão, assim como a Pedro foi confiado o evangelho da circuncisão – pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para os gentios.” (Gálatas 2:7-8). Paulo vem até agora provando tanto o seu apostolado quanto a sua mensagem argumentando que não foram recebidos de homem algum, nem mesmo dos apóstolos de Jerusalém. Ele prova que não existem dois evangelhos. Temos um único evangelho, com duas abordagens diferentes, mas com o mesmo conteúdo. Uma abordagem para judeus e outra abordagem para gentios de uma mesma mensagem, o Evangelho da graça, de que Cristo morreu pelos nossos pecados e somos justificados pela fé nos méritos de Jesus.
Porém, Pedro sabendo disso tudo, pisará na bola feio e isso dará margem para que se tenha um dos registros mais tensos e dramáticos do novo testamento. É uma passagem constrangedora e das mais polêmicas. Como diria na linguagem atual “A treta foi grande. A coisa foi feia.”
Vale destacar que a questão aqui não é uma disputa de vaidades pessoais. Paulo não está tentando se promover e colocar Pedro em “xeque”. Há uma questão muito mais grave aqui. A igreja está no seu começo e Pedro, sabendo o que evangelho é a salvação somente pela fé, ele estava com sua prática segregadora negando o evangelho. Veja que 1) Pedro tinha o hábito de comer com os gentios (cristãos não judeus) Gálatas 2:12. Inicialmente ele acolhe os gentios e come com eles. Pedro sabia que o evangelho estava aberto aos gentios. Ele mesmo tem uma experiência com Deus nesse tema de alcançar gentios. Vejamos Atos 10:9-16, 28. 2) Covardemente se afasta dos gentios por causa de irmãos judeus (judaizantes) que chegam de Jerusalém em Antioquia. Gálatas 2:12. Aparentemente Pedro o faz por vergonha. O mesmo Pedro que negou a Cristo por medo de uma criada, agora nega a Cristo com medo dos crentes judaizantes. Pedro se preocupa demais com o que os outros pensam a seu respeito. Com essa atitude 3) Pedro dá um mal exemplo como líder. Gálatas 2:13. Os demais judeus se fizeram hipócritas juntamente com ele. Um líder nunca é neutro. Liderança é influência e o fará para o bem ou para o mal. Hernandes Dias Lopes escreve algo muito profundo a respeito disso. Ele escreve: “Precisamos estar atentos para o fato de que, se a vida do líder é a vida da sua liderança, os pecados do líder são os mestres do pecado. Os pecados do líder são mais graves, mais hipócritas e mais danosos do que o pecado das demais pessoas. São mais graves porque o líder peca com maior conhecimento; são mais hipócritas porque o líder condena o pecado dos outros, mas pratica os mesmos pecados que condena; são mais danosos porque, quando o líder tropeça, mais pessoas são influenciadas por seu fracasso.”  
O que está me jogo aqui? O próprio Evangelho! Pedro não está colocando perigo à sua reputação somente, mas a mensagem de Jesus está comprometida. Nasce um conflito doutrinário que compromete a saúde da igreja primitiva. A solução será crucial e queremos ver neste sermão no exemplo deles devemos solucionar conflitos e zelar pela doutrina.

1.A fonte do conflito (v.11-13)
Igreja, detestamos conflitos. O conflito existe porque rejeitamos ouvir a verdade. Nenhum de nós gosta de conflitos. Porém, chegou um momento em que a atitude de Pedro se tornou contraditória com o que ele pregava, como mencionei em Atos 10:28. Não é que Pedro parou de crer no evangelho e nem em suas convicções. Ele continuava crendo e pregando, mas sua conduta foi repreensível. Por quê? 1) Medo (v.12). Pedro não tinha problema algum em comer com os irmãos no começo. O muro que Jesus havia derrubado com o seu sangue não havendo mais distinção entre judeu e grego, estava perigosamente sendo reerguido porque um dos principais líderes da igreja estava se sentindo intimidado. Por medo, Pedro estava negociando a essência da graça. O temor começa com o quê? Com as seguintes perguntas: “O que vão pensar de mim? O que vão achar?” Então você começa a presumir e a se intimidar. Os conflitos acontecem hoje pelo mesmo motivo! Temor de homens! Temor de perder posição, temor porque o outro aparenta ser melhor do que você, temor. Nós sustentamos a verdade do Evangelho ainda que isso contrarie pessoas. O medo foi a chave da queda de Pedro. Cristãos intimidados são capazes de negociar o que acreditam porque querem se parecer legais ou são covardes mesmo. Esses vivem na lei e não na graça! 2) Hipocrisia (v.13) A palavra grega hipocrisia significa "atuar", “fazer fita”. Era fingimento. Um hipócrita é alguém que age como um ator. O dissimulado não deixa claro a sua posição em público, mas no particular tem outra postura. Isso causa muito conflito na igreja. Na vida da igreja não pode haver esse tipo de coisa, mas foi o que Pedro fez. Como dizia um amigo: “É melhor ficar vermelho na hora, do que amarelo o resto da vida.” Seja verdadeiro. É melhor que você seja transparente e diga o que sente e pensa do que sair da igreja por não ser transparente e falar mal por trás. Muitas vezes o maior hipócrita é aquele que sai da igreja sem abrir o coração, pois, não teve coragem de falar o que pensa e acha melhor a fuga e falar mal por detrás. Não seja assim! Por isso, Paulo não tolerou a hipocrisia de Pedro. A acusação de Paulo é séria e evidente. Pedro e os outros agiram com falta de sinceridade e negaram pelo menos 5 doutrinas cristãs: a) A unidade da igreja (v.14); b) A justificação pela fé (v.15, 16); c) A liberdade da lei (v.17, 18); d) O evangelho; e) A graça de Deus (v.21). Veja comigo Atos 10:27-28; 34: “Deus não trata as pessoas com parcialidade.” Pedro reconheceu que ao vir o Espírito Santo sobre Cornélio, um gentio, o evangelho não fazia acepção de pessoas, mas por medo da opinião dos judeus, ele age hipocritamente em Antioquia. Então, Paulo chega junto e diz: o que está relatado no verso 14. 3) Legalismo (v.14) A questão central aqui foi o legalismo. Não adianta uma lista de pode ou não pode! Opiniões sobre conduta e estilos tem sido grande motivo de conflito nas igrejas. Não quero dizer que podemos viver a vida velha com a graça, pois o evangelho muda a nossa vida. Entretanto, devemos crer que as pessoas mudarão porque o Espírito Santo as guiará. A nossa exigência de que os outros nos satisfaçam é muitas vezes a fonte de conflito. O legalismo com a esposa ou com o marido, com os filhos e tudo o mais é o grande problema. Não faça a lei para os outros baseados em suas preferências. Tire o legalismo fora! Caminhe com a graça.

2.A solução do conflito
1) Confronto (v.11) Paulo não hesitou em confrontar a Pedro. Ele reconhecia que Pedro era designado como apóstolo antes dele (Gálatas 1:17). Ele sabia que Pedro era uma das colunas da igreja (v.9), a quem Deus confiou o evangelho para os circuncisos (v.7). Paulo não negou e não se esqueceu desses fatos, mas Pedro se tornou repreensível, ou seja, estava totalmente errado. Paulo fez isso publicamente, porque o problema havia se tornado público e a igreja corria o risco de um racha! A atitude de Pedro estava em desacordo com a doutrina. Houve confronto. Nós pensamos que confrontar é errado ou carnal, mas não! Carnal é agir para intimidar! No evangelho não existe judeu ou grego! Cristo é tudo em todos (Colossenses 3:21). Paulo preservou a unidade da igreja com essa atitude. Esse legalismo precisou ser confrontado! Confronte o legalismo do seu irmão e rápido! O confronto é bom e cura a igreja. 2) Seja pela verdade (v.15-16). Para solucionar conflitos devemos nos basear na verdade da Palavra de Deus. Paulo agiu baseado na verdade do evangelho. O que está em jogo aqui não é uma disputa pessoal de quem pode mais, mas o evangelho e a unidade da igreja! Aqui é uma prova de que nenhum homem é infalível. Por isso, não idolatre ninguém! Por que as pessoas vivem idolatrando homens? Porque vivem na lei. Esse era Pedro naquele momento. Se aliançando com homens que acreditavam que para agradar a Deus precisavam viver na Lei. Cuidado para não idolatrar homens. Pare de valorizar demais o homem, o tal do “usado” ou o tal do “ungido”, porque o favor de Deus está com quem não merece! Quem idolatra homens tem uma postura de meritocracia sempre. Seja pela verdade! A graça é sobre todos. 3) Reconciliação (Atos 15:9). Após todo esse episódio ocorreu o concílio de Jerusalém em Atos 15. Paulo e Barnabé voltam o equilíbrio. Veja comigo Atos 15:1-2; 6-11. O alvo do confronto sempre será a reconciliação. Eles não foram carnais a ponto de justificar ou "espiritualizar" o erro. O carnal acha que ele é o centro das questões e interpreta as situações em função de si mesmo. Pedro não age assim. Aliás, depois Ele falará bem de Paulo em II Pedro 3:15-16. Pedro reconheceu que Paulo era inspirado por Espírito Santo. Pedro só fez isso porque era homem de Deus. Pessoas de Deus tem espírito ensinável e são transparentes. Estão sempre prontas a ouvir e a reconhecer seus excessos. Jamais negue a verdade que você crê, como Pedro fez. Não faça como Pedro que dissimula e faz de conta, quando é de fato. Porém, se errar, faça como Pedro e volte atrás. Seja ministro da reconciliação. Perdoe e peça perdão!

No amor de Cristo,
Pastor Rodrigo Rodrigues Lima