domingo, 19 de fevereiro de 2023

19/02/2023 - A visita dos magos e a adoração a Jesus - Mateus 2:1-12


A visita dos magos e a adoração a Jesus

Mateus 2:1-12 

No episódio de hoje veremos o que a adoração a Jesus pode promover na vida das pessoas que estão no caminho da adoração a Jesus. Temos aqui a história dos magos do Oriente que vão ao encontro do Rei dos judeus para adorá-lo. Identificamos nessa passagem o que a adoração a Jesus promove na vida de Herodes, dos religiosos e dos magos. O que a adoração a Jesus tem promovido em sua vida? É o que refletiremos nesse episódio do evangelho.

1. A adoração a Jesus abala o poder (v.1-7)

Herodes era um homem abusador. Ele era conduzido pelo poder. Seu deus era o poder. Quem tem o poder por deus, se torna um abusador. Como um abusador, ele foi capaz de matar duas esposas e três filhos para fazer a manutenção do seu trono. De certa feita Augusto disse que era melhor ser um porco de Herodes que um filho seu. Vejamos mais sobre ele:

Herodes reina sobre a Palestina (v.1). Porém, não é um rei legítimo. O Império Romano dominava sobre aquela região e permitia a existência de governantes nativos vassalos de Roma. Sendo um político hábil, sobrevivendo às lutas pelo poder e mostrando lealdade a Marco Antônio e à Cleópatra, o senado romano aprovou o ofício real de Herodes, mas ele obteve o controle de maneira forçada usando o poder das armas. Seu reinado foi uma imposição. Governou o país de 37 a 4 a.C.; Herodes fica alarmado (v.3). Por que Herodes e os moradores de Jerusalém ficam alarmados? a) Ele era idumeu. Herodes não é descendente de Davi, como deveriam ser os reis dos judeus. Ele era descendente de Esaú e não de Jacó, por isso, mesmo não era visto com bons olhos pelos judeus; b) Moradores se ressentiam da tirania de Herodes e de sua submissão ao Império Romano. A administração de Herodes se caracterizava por polícia secreta, toques de recolher e altos impostos. Jerusalém era um importante centro comercial; e os magos provavelmente vieram acompanhados por um cortejo de grande tamanho, pois toda a cidade notou a presença deles; c) Magos eram temidos por reis (v.2). Os magos eram astrólogos e liam as estrelas como maneira de prever o futuro. Para os antigos, os cometas e as estrelas cadentes prediziam a queda de reis, e Herodes conhecendo bem as correntes de pensamento no Império Romano, não tem outra opção a não ser ficar alarmado porque os magos do Oriente querem adorar ao recém-nascido Rei dos judeus; Herodes busca a Palavra para fins políticos (v.5-7). Herodes convoca os principais sacerdotes e escribas. Seu interesse não é espiritual, mas político. A aproximação de Herodes junto aos líderes religiosos não era espiritual, mas interesse pela manutenção do poder.

O que podemos aprender ao observar os sentimentos e os movimento de Herodes?

a) A adoração cristã e o poder humano não combinam. Infelizmente, até no meio religioso podemos espiritualizar o poder e roubar a essência da adoração a Jesus. Líderes devem tomar cuidado com o poder. Patrões cristãos devem tomar cuidado com o poder. Pais devem tomar cuidado com o poder. Todos nós precisamos tomar cuidado com o poder. O poder traz empoderamento e pode te tornar um deus. É mais fácil ser deus do que amar a Deus. Em nome de Deus já vi muitas coisas ruins acontecerem. Frases do tipo “Deus está vendo...”; “Deus mandou dizer...Eu sou o ungido do Senhor! Não me toque.” e tudo com o propósito de manipular e intimidar pessoas. É mais fácil controlar as pessoas do que amá-las, e no ambiente religioso isso é como praga em um solo fértil. Muitos cristãos que construíram impérios para si foram incapazes de dar e receber amor. O interesse é a manutenção do poder e não o amor sincero. Líderes ferindo pessoas em nome do poder! Mas, vejamos o que Jesus, “o ungidão” diz a respeito disso em Marcos 10:42-45. b) O verdadeiro Rei está no trono do universo. Embora Herodes, como um rei abusador, tente agir politicamente para fazer a manutenção do seu poder, sendo capaz de matar crianças inocentes (v.16), acima de Herodes e de todos os governantes do mundo está um Deus poderoso e “É Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes.” (Daniel 2:21). A igreja não deve temer governos e reis, pois a Palavra final é do Senhor. Por que temer? “Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono.” (Salmo 47:8). Devemos tomar cuidado com aqueles que se aproximam da igreja apenas para fazer a manutenção do poder político. O fim de Herodes foi hidropisia e um câncer de intestino, mas Jesus Reina para sempre!

2. A adoração a Jesus é indiferente para os religiosos (v.4-6)

Os religiosos são manipuladores. Eles eram conduzidos pela manipulação por meio de posição privilegiada. Seu deus era a posição exaltada. Quem tem a posição exaltada por deus, se torna manipulador. Os principais sacerdotes eram os saduceus que detinham maior influência política, por isso controlavam o sacerdócio. Os escribas eram profissionais que interpretavam as leis e a maior parte deles pertenciam à seita dos fariseus; esses homens conheciam as Escrituras, mas não agiram com base na verdade. (v.5). Eles respondem a Herodes onde deveria nascer o Cristo que é em Belém da Judeia. Jerusalém fica a cerca de 10 km de Belém! Eles não precisavam mais do que 1 hora de caminhada para ter um encontro com o Messias. Embora conhecessem as Escrituras, não tinham expectativas reais quanto ao Messias. Eles estavam tão pertos, mas ao mesmo tempo tão longe!

O que podemos aprender ao observar os religiosos?

a) É possível se envolver com as coisas de Deus e ser reprovado por Jesus. Eles eram os responsáveis pelos ritos e pela religião em Israel. Eles tinham acesso às leis e as interpretavam, mas não tinham mais um coração quebrantado diante de Deus. Jesus os alertará futuramente: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías a respeito de vocês, dizendo: Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram ensinando doutrinas que são preceitos humanos.” (Mateus 15:7-9); b) Pode-se estar tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe de Jesus. (v.5) Jesus estava a cerca de 10 km dos principais sacerdotes e escribas, mas ao mesmo tempo toda a estrutura religiosa e os ritos os impedia de enxergar o óbvio diante de seus olhos. Do mesmo modo, podemos estar tão pertos e ao mesmo tempo tão longe de Jesus. A relação com Deus pode se transformar em meras experiências religiosas ou conhecimento religioso. Muitas vezes estar tão envolvido com as atividades da igreja pode se tornar um empecilho ao encontro real com Jesus. Na verdade, o que acontece no domingo deve ser uma síntese do que acontece na sua semana. O segredo da adoração é amar a Jesus. Você pode fazer isso de forma muito simples: “Jesus, eu vou te amar com o meu trabalho!” “Jesus, eu vou te amar com os meus recursos”. “Jesus, eu vou te amar com os meus amigos”. “Jesus, eu vou te amar com o meu cônjuge”. “Jesus, eu vou te amar com o meu serviço aos irmãos”. “Jesus, eu vou te amar ao próximo amando”. Se não há amor, não existe adoração. Podemos estar tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe de Jesus.

3. A adoração a Jesus move os magos (v.1)

Os magos são gentios. Gentios que vêm à Judeia para honrar o verdadeiro Rei. Eles procuravam o Salvador para adorá-lo. Eles fazem de Jesus o seu Deus. Quem tem Jesus como seu Deus se tornam como Ele é.

Os magos eram, na verdade, astrólogos com habilidades de adivinhação e muito respeitados naqueles tempos entre os gregos e romanos, mas proibidos entre os judeus (Deuteronômio 18:10-12; Isaías 2:6). A astrologia havia se tornado popular por meio da “ciência” do Oriente e todos concordavam que lá vivam os melhores astrólogos. O que observamos no relato de Mateus?

Os magos vieram de longe para adorar o Rei (v.1-2). Observe que eles vieram do Oriente. Uma boa distância para prestarem culto ao recém-nascido. Não mediram esforços para simplesmente se prostrarem diante de uma criança. Os magos foram guiados pela luz do Senhor (v.2). Eles viram a estrela e a mesma as guiou até Jesus (v.10). Os magos seguiram a orientação da Palavra (v.5; 7). Herodes, após consultar a Palavra, os envia a Belém. Os magos ofertaram presentes caros a Jesus (v.11). Eles se prostraram e lhe entregaram ouro, incenso e mirra. Os magos voltaram por outro caminho (v.12). Alertados por Deus em sonho, voltam por outro caminho!

O que podemos aprender ao observar os magos?

a) O adorador não mede esforços para estar na Presença e Jesus. Para aqueles que Jesus é o alvo da jornada, a distância é apenas um passeio para nutrir as expectativas pelo encontro. Existe um esforço na busca, mas, ao invés de peso, o processo da caminhada nutre a expectativa. Algo que os religiosos eram incapazes de perceber, estando tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Em contrapartida, os magos estavam tão longe, mas ao mesmo tempo tão perto. b) O adorador é guiado pela luz de Jesus. Existem tantas distrações que tiram o foco da luz. São pequenas luzes. Às vezes, é a luz própria, isto é, a busca por reconhecimento. Às vezes, é a luz de outros, que nos leva à comparação com nossa própria luz, ao invés de olharmos para a luz de Jesus. Só uma luz importa e é a luz de Jesus. É nessa luz que está a sua alegria (v.10) c) O adorador é guiado pela Palavra que aponta para Jesus. A Palavra confirma os passos daquele que tem como alvo a adoração a Jesus. Não existe verdadeira adoração a Jesus, se a obediência e a direção da Palavra não estiverem confirmando os seus passos. d) O adorador entrega o seu melhor a Jesus. Eles entregaram ouro, incenso e mirra. Eram presentes caros. Eles não se apresentaram de mãos vazias na Presença do Rei. e) O adorador não volta pelo mesmo caminho. É impossível ter um encontro com Jesus e voltar ao mesmo andar. Ele nos guia a uma nova jornada. Quem tem um encontro com Jesus se torna nova criatura. As coisas antigas passaram e tudo se faz novo (II Coríntios 5:17).

Quem é você nessa história? Aquele que precisa renunciar ao poder? Aquele que precisa romper com a indiferença? Aquele que é movido à adoração a Jesus? Temos um pouco de cada um, mas Jesus quer ser o centro do Teu coração. Vamos nessa?

No amor de Cristo,

Rodrigo Rodrigues Lima, Pastor