sábado, 9 de maio de 2020

Um dia das mães aos pés da cruz - Lucas 19:25-27


Um dia das mães aos pés da cruz
Lucas 19:25-27

Certamente não será um Dia das Mães normal, mas atípico. Muitas mães estarão solitárias em casa para atender ao distanciamento social. Eu mesmo não estarei com minha mãe, pois, minha irmã e meu pai se enquadram no grupo de risco e entendemos que não devemos estar juntos.
Algumas mães e alguns filhos estarão em luto, pois, perderam um filho ou uma mãe para o COVID19. Vale relembrar o luto de muitos filhos que já não tem suas mães, mas a saudade aperta.
Entretanto, também será um dia das mães de alívio para outros, pois alguns outros venceram a enfermidade. Em suma, todos sofreram ou tem sofrido nessa realidade.  
Na crucificação de Jesus encontramos a mãe impotente, o filho agonizante e o sofrimento se impondo no mesmo espaço. Temos aqui uma palavra para esse dia das mães em tempos de COVID19. 

1.A mãe está presente no sofrimento. E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, a irmã dela, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.” (v.25)
Minha mãe e agora minha esposa dizem: “Mãe parece uma palavra doce. Não sai da boca das crianças.” Não é verdade? Claro que é. “Mãe. Manhê. Mainha. Mamãe.” Seja como for, sempre que você se machuca, está triste ou aflito, a mãe está aí em seu sofrimento para ouvir, afirmar e encorajar você. Maria está presente no sofrimento de seu filho. Enquanto a maioria esmagadora de seus discípulos estão dispersos, sua mãe está presente. Graças a Deus por nossas mães. Elas sempre estarão conosco em nosso sofrimento.
Os últimos instantes de Jesus apontam para a realidade de muitas mães nessa pandemia, pois, o antinatural está presente nos últimos momentos de Jesus. A mãe está sepultando o filho. 

2.Jesus ampara a mãe e o discípulo que está aos pés da cruz. “Vendo Jesus a sua mãe e junto dela o discípulo amado, disse: — Mulher, eis aí o seu filho.” (v.26-27)
O texto não diz claramente, mas possivelmente Maria fosse viúva. José não estava presente na crucificação e Jesus incumbe seu discípulo amado de cuidar de sua mãe. Segundo a cultura judaica, cabia ao filho mais velho cuidar de sua mãe viúva. Jesus era o primogênito de Maria, mas agora está morrendo. Certamente ele tinha outros irmãos de sangue, mas como irmão mais velho poderia ditar um “testamento oral” e nele declarar quem dela cuidaria.
Para Maria é uma dor terrível ao ver seu filho morrer injustamente.
Tem muitas mães de filhos mortos vivos, escravos de vícios ou maridos abusivos. Filhos e filhas que fizeram escolhas trazendo mais sofrimento e consequentemente fazendo o coração de suas mães sofrerem. Quantas mães sofrendo.
Veja que é aos pés da cruz que Maria encontra sofrimento e consolo. A cruz é símbolo de dor, mas também é a prova do amor de Deus e o antegozo da glória. A cruz precede a vitória da ressurreição. Na cruz, Maria recebeu amparo de Jesus. Ele disse: “mulher, eis aí o seu filho”, portanto, você não estará só.
Nesses tempos de sofrimento o convite é para irmos aos pés da cruz. Jesus amparará toda mãe e todo filho que estiver aos pés da cruz. Veja que o discipulado amado também encontra amparo. “Depois, disse ao discípulo: — Eis aí a sua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.”

Aos pés da cruz encontramos consolo, mas também recebemos responsabilidades. Jesus nos convida a acolher as pessoas que estão precisando de nossos cuidados espirituais, emocionais e materiais. Estar aos pés da cruz é ter um encontro com a necessidade humana.

Tenhamos um dia das mães aos pés da cruz porque Nele encontraremos o Jesus que sente a nossa dor, consola o coração aflito e provê amparo aos desvalidos. 

Feliz dia das mães.
Rodrigo Rodrigues Lima, Pastor
Igreja Metodista Livre de Vila Moraes