terça-feira, 13 de setembro de 2011

Igreja. Um mal necessário?

Igreja no Século XXI

Um mal necessário?

Certamente alguém escreveu: “nunca se viu tantas igrejas como em nossos tempos”.

Existe igreja para todos os estilos e gostos, com variadas estruturas e formas de governo. Entretanto, nunca se viu tantos decepcionados com a igreja. Nunca se cobrou tanto da igreja.

Os neo-pentecostais criaram tanta força e inimigos que surgem como uma solução aquelas que fazem questão de levantar a bandeira do que chamam de evangelho autêntico. Surgem os velhos novos caminhos da graça, a igreja, ou melhor, a comunidade do evangelho bíblico dentre outras denominações, no sentido etimológico da palavra, como uma maneira de chamar a atenção para verdadeira igreja de Cristo. As conversas edificantes que visam promover o reino avolumam-se de denúncias como pretexto para justificar sua existência e a volta à essência bíblica. A apologética tomou o lugar dos púlpitos mais do que a mensagem central da cruz e ao amor de Deus que salva o pecador. Será que desaprendemos a pregar o amor de Deus?

Pergunto-me se a igreja verdadeira deve identificar-se pelo outro extremo em oposição à teologia da prosperidade.

Não me lembro de Cristo investir tanto tempo em combater heresias, porém, os evangelhos destacam que Ele investia tempo com pessoas. Ele as amava o tempo todo em todo tempo.

Jesus, de fato, quebrou paradigmas do seu tempo visando atrair os pecadores, os doentes, as prostitutas, as crianças, os mancos, os coxos, os publicanos, em suma, os marginalizados.

Obviamente que houve a necessidade de doutrinar a igreja primitiva contra as heresias, mas esta não era a razão da existência da igreja, como se tem visto hoje em que algumas surgem com tal finalidade na prática, ainda que não sejam na teoria.

Perde-se muito tempo discutindo se dízimo é bíblico ou não, perde-se muito tempo discutindo a cor da parede, das estatísticas e dos orçamentos das instituições que dizem ter como missão o IDE de Cristo.

Pior do que todos esses extremos, são aqueles que resolveram congregar consigo mesmo. Uma igreja em que o povo de Deus é só ela mesma e mais nada.

A igreja bíblica é aquela que AMA. O amor é a essência da verdadeira igreja, pois, ela refletirá o caráter de Deus e terá sempre como alvo a glória de Deus (I João).

Tudo o que há nela, desde as finanças à música e à pregação terá como alvo a glória de Deus.

Promover a glória de Deus é fazer Deus notável e presente. Deus notável e presente é essencialmente a manifestação do seu amor (I Coríntios 10:31).

Esse amor nos une para que o mundo saiba quem é Jesus. O amor é o equilíbrio, é o que permanece, é o vínculo. Quem ama tolera, perdoa, não se ira facilmente, não se inveja, não busca seus próprios interesses, é sincero e transparente (Efésios 4; I Coríntios 13). Gosto do conceito bíblico de igreja da denominação a qual faço parte: “uma parceria divino-humana, compartilhando não apenas o santo amor do seu Fundador (Jesus), mas também as imperfeições da sua humanidade e, por isso mesmo, está sempre necessitada de renovação”, isto, é uma comunidade de pessoas imperfeitas, santificadas e unidas em amor para promover o Amor.

O amor torna a mensagem frutífera e não estéril (João 15). O amor é o principal ingrediente da tão desejada santidade. A igreja que ama é unida, tem tudo em comum, persevera no ensino (bíblica sim), na oração e na comunhão. Deus acrescenta os salvos!

Precisamos crescer no conhecimento sim, mas também precisamos crescer na graça.

Somos salvos pela graça sim, mas recriados à imagem de Cristo para as boas obras.

Métodos sim, mas o amor a Deus e ao próximo em primeiro lugar.

Uma igreja laboriosa, perseverante, que suporta provas por causa do nome de Cristo, que por ser doutrinariamente correta sabe distinguir os falsos pastores, mas abandona o primeiro amor, é completamente irrelevante para aquele que está vestido de vestes talares e cingido, a altura do peito, com uma cinta de ouro, cuja sua cabeça e seus cabelos são brancos como alva lã, como neve, cujos olhos, como chamas de fogo, os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha e sua voz , como voz de muitas águas.

Ele a remove do seu lugar.

Se sua igreja busca ser cristocêntrica, prioriza uma boa hermenêutica, se esforça pela promoção da unidade, se seus pastores visitam e aconselham, mas você prefere* falar sobre estrutura de igreja, de problemas de igrejas e focar-se mais nos defeitos do que no potencial da igreja tem sido seu assunto preferido, tome cuidado! Prefira unir-se à sua igreja onde você está, ao invés de pensar que ela não tem o que lhe oferecer, gaste tempo em torná-la mais dinâmica para que tenha algo a oferecer. Não espere receber apenas, doe também! É melhor dar do que receber! Deus se doou por nós! Sigamos seu exemplo!

A igreja verdadeira vive o amor segundo Cristo, jamais um mal necessário, mas a evidência de um povo santo (separado) para derramar amor e santidade sobre um mundo de trevas. A igreja é O bem de Cristo, SUA NOIVA. Ele a estabeleceu. Priorizemos a prioridade de Cristo. Sejamos igreja num mundo de pecado! Amemos os marginalizados...amemos como Ele nos amou!

No amor de Cristo,

Rodrigo, Pr.

* O destaque em vermelho atende a sugestão de um amado irmão.