domingo, 23 de maio de 2021

SÉRIE REFORMA EM FAMÍLIA | 23.05.2021 - O PODER DO PERDÃO

O PODER DO PERDÃO

O PODER DO PERDÃO
Lucas 17.3-6, Colossenses 3.12-14

Queridos irmãos, todas as famílias enfrentam em algum momento conflitos. A igreja como uma grande família também é um ambiente marcado por conflitos. É preciso perdoar. Entretanto, é mais fácil falar sobre perdão do que perdoar. É fácil falar sobre perdão até ter alguém para perdoar. Amar a todos é fácil, o desafio é amar quem nos persegue.

A verdade é que decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Sofremos mais por causa das pessoas do que pelas circunstâncias adversas. Você deve ter sofrimento algum tipo de abuso, seja ele físico ou emocional. Dentro do lar ou fora dele.

Vivemos num mundo ferido, doente e cheio de mágoas: entre as nações, entre tribos, entre famílias. Hoje, o divórcio já atinge 50% dos casamentos. O divórcio é fruto da dureza de coração, ou seja, incapacidade de perdoar.

O pecado mais presente na igreja é o pecado da mágoa. A falta de perdão tem consequências sérias. Nosso coração endurece, o inimigo ganha uma brecha e, se não for resolvida, se torna uma fortaleza quase que impenetrável. É fato que não conseguimos alterar o passado dolorido.

Entretanto a falta de perdão adoece. No 40º congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo foi apresentado um estudo afirmando que a falta de perdão pode prejudicar a saúde vascular. Uma psicóloga que comenta o estudo diz que a mágoa e o ressentimento geram estresse, fator que prejudica o coração. A pessoa fica recomendo aquele sentimento e acaba prejudicado. O infarto agudo do miocárdio está relacionado a falta de perdão. Quero que você perceba o poder de perdoar e que o inverso também é verdadeiro. A falta de perdão é tão poderosamente destrutiva quanto o perdão é tão poderosamente restaurador.

 

I.                   POR QUE DEVEMOS PERDOAR?

1. Porque revela que faço parte do povo de Deus – Cl 3:12

Ser cristão é ter uma nova natureza, uma nova mente, um novo coração, uma nova vida. Quem não perdoa é porque ainda não pertence à família de Deus. Se eu sou da família de Deus, tenho a sua natureza, logo, perdoo.

2. Porque inevitavelmente temos conflitos – Cl 3:13

Ainda não chegamos ao céu. Aqui temos falhamos uns com os outros e precisamos exercitar perdão. Como dizia a mãe do Pastor Ziel Machado: “Viver com os irmãos no céu, oh que glória! Viver com os irmãos na terra é outra história. O texto é claro: “Caso alguém tenha motivo de queixa”. Quem não tem motivo de queixa, vez por outra?

3. Porque o Senhor nos perdoou – Cl 3:13

A igreja é a comunidade dos perdoados. Como Deus nos perdoou: Completamente (de tudo), eternamente (para sempre). Deus apagou, afastou, desfez, esqueceu, sepultou do fundo do mar os nossos pecados.

Você se lembra da parábola do credor incompassivo? Um tinha uma dívida praticamente impagável e outro não devia quase nada.

4. Porque não perdoar traz sérios danos

4.1. Quem não perdoa não pode orar – Mc 11:25; 1 Pe 3:7

4.2. Quem não perdoa não pode adorar – Mt 5:23-24

4.3. Quem não perdoa não pode ser perdoado – Mt 6:12

 

II.                OS FUNDAMENTOS DO PERDÃO

1. Prudência – Lucas 17:3

Precisamos ter prudência para não sermos injustos e terminarmos de acabar com a pessoa já machucada pela culpa e pelo erro.

A mulher adúltera foi apanhada pelos fariseus como um objeto, mas foi tratada por Jesus como uma pessoa que merecia seu amor. Jesus restaurou Pedro não condenando-o ou expondo-o ao ridículo, mas perguntando-o: tu me amas?

2. Confronto em amor – Lucas 17:3

O tempo não é um santo remédio para curar as feridas – Os irmãos de José depois de 22 anos ainda estavam atormentados pelo pecado cometido.

O silêncio não é a voz do perdão – Davi adulterou, tramou, matou, mentiu e silenciou o seu pecado, mas o silêncio o adoeceu. Enquanto não confessou não foi liberto. Sepultar um problema vivo não ajuda. Não adianta tentar afastar a culpa. É preciso arrancar o problema pela raiz. Paulo alertou para o perigo de deixar o sol se pôr sobre a ira.

O confronto precisa ser feito com atitude de amor – A palavra “repreende” é chamar ao lado para consolar. Gálatas 6:1 mostra como devemos confrontar uns aos outros.

3. Arrependimento – Lucas 17:3

A pessoa que confrontou e cutucou a ferida deve ser a mesma a manifestar o bálsamo de cura. Paulo gerou nos coríntios uma tristeza segundo Deus em sua primeira carta porque eles toleravam o pecado de forma coletiva, mas em sua segunda carta ele pede que restaurem o pecador arrependido na comunidade. O arrependimento é mudança de mente, de emoção e de atitude.

4. Perdão – Lucas 17:3

Perdoar é lembrar sem doer. É não mais cobrar a dívida do outro. É não lançar mais no rosto do outro o que se perdoou. Perdoar é ficar livre e deixar o outro livre.

 

III.             AS QUALIDADES DO PERDÃO SEGUNDO DEUS

1. O perdão não tem limites – Lucas 17:4

O perdão de Deus é nosso limite. Deus nos perdoou em Cristo Jesus. Pedro certa feita ficou intrigado não sobre a necessidade do perdão, mas sobre o limite do perdão. E Jesus mostrou que o perdão deve ser ilimitado, como o perdão que recebemos de Deus (Mt 18:21).

O perdão de Deus é o nosso referencial – “Perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos os nossos devedores” (Mt 6:12). O profeta Oséias demonstrou o amor e o perdão de Deus ao povo de Israel perdoando sua esposa Gômer.

2. O perdão é restaurador – Lucas 17:4

O perdão às vezes é unilateral – A pessoa quer o nosso perdão. Então, nós tiramos a farpa da mágoa do nosso coração e não nos deixamos azedar.

O perdão restaura os laços quebrados – O perdão não apenas zera as contas do passado, mas restaura plenamente o relacionamento no presente – Exemplo: O filho pródigo foi restaurado pelo pai.

3. O perdão é divino, por isso precisa de fé – Lucas 17:5

Só o Senhor pode nos capacitar a perdoar – Só Jesus pode curar o nosso coração da mágoa.

Precisamos pedir a Jesus que aumente a nossa fé – Uma pessoa que tem uma fé trôpega não consegue perdoar. A fé vem pelo ouvir a Palavra.

Todos nós estamos aquém do padrão de Deus – “Senhor, aumenta-nos a fé”.

4. Formas erradas de pedir perdão

a) “Desculpa aí por qualquer coisa” – Na prática esta expressão significa: “Não estou vendo nenhum problema, mas como você é uma pessoa cismada e rancorosa, resolvi perdão do que não fiz”.

b) “Foi sem querer” – Se foi sem querer não carece de perdão, a menos que a outra pessoa tenha ficado magoada.

c) “Eu estava errado, mas você também estava” – A ideia básica de pedir perdão é um ato de contrição e arrependimento. Essa atitude reacende as paixões.

d) “Se eu estava errado, desculpe-me” – Essa atitude não tem convicção de pecado. Ela representa: “Eu sei que não estou errado. A dúvida é sua, não minha.”

e) “Não foi nada, mas não será mais igual” – Essa atitude revela a ferida aberta.

Aquele que não perdoa recusa deixar de lado uma ofensa. Mantém raiva, ressentimento, amargura, ódio, hostilidade, medo e estresse em relação a uma pessoa que errou de alguma forma.

O perdão nunca é justo – sempre oferece graça ao infrator quando ele ou ela não merece. O perdão broa de um coração cheio de amor e gratidão a Deus pelo seu perdão infinito, concedido por meio do sacrifício de Cristo na cruz. Jesus disse: aqueles que foram muito perdoados, muito amaram.