domingo, 19 de junho de 2016

Crise – Uma oportunidade para ver o poder de Deus agir

Crise – Uma oportunidade para ver o poder de Deus agir
I Samuel 16:13; 17:4-11

INTRODUÇÃO

Fale-se muito de busca de poder em nossos tempos. Acredito que nunca se fizeram tantas campanhas sobre busca poder, entretanto, nunca se viu tanto descrédito aos evangélicos como nos dias de hoje. O fato é que os homens estão cheios de si e Deus está pouco em evidência.
Mas o que é poder? No dicionário Houaiss existem milhares de idéias e exemplos para definir a palavra PODER, aliás, esta é uma palavra que soa gostoso no íntimo do ser humano. Os experimentados afirmam que 3 coisas derrubam um homem: DINHEIRO, SEXO E PODER.
Porém, o poder que o homem mundano procura é completamente diferente do poder de Deus. John Owen, renomado teólogo puritano do século XVII afirmou que:
Não teremos nenhum poder de Deus, a não ser que sejamos convencidos de que não temos nenhum poder em nós mesmos.
A passagem que lemos mostra um jovem que recebeu poder de Deus, isto é, o Espírito de Deus que passou a nele habitar, Davi. Entretanto esse poder se manifesta em um momento de crise de uma nação. Li um livro onde o autor escreveu o seguinte título: Você pede poder e Deus lhe concede pressão, isto é, crise. Há muitas reflexões sobre esta passagem especificamente, especialmente acerca de superação de lutas, temos aqui evidências preciosas de uma pessoa que tem uma vida de poder como Davi dentro dos conceitos aqui definimos.

Uma pessoa diante da crise vê o poder de Deus agir quando:

1.Vê a crise como divinas oportunidades (v. 24; 26)
I.Os homens viam um gigante X Davi via um incircunciso filisteu, isto é, um homem fora da aliança de Deus que, portanto, não tinha a benção de Deus em contraste com seu povo escolhido. A VISÃO do homem cheio do poder de Deus está vendo a crise com as perspectivas de Deus. Assim foi com Josué e Calebe em contraste com os demais espias enviados à terra que deveriam possuir.
II.Os homens fugiam (FUGA) X Davi se enchia de coragem em Deus para enfrentá-lo. Ambrosie Bierce certa feita disse: “O covarde é ágüem que em emergências perigosas pensa com as pernas.A FUGA é uma característica muito comum de pessoas que não estão cheias do poder de Deus. Fogem das responsabilidades, fogem dos problemas, saem de casa, abandonam casamentos, famílias, mudam de igreja, param de vir a igreja...a FUGA não é o método de Deus. Provérbios 24:10 diz: “Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena”. Entretanto Davi era um homem cheio de coragem. Podemos afirmar como outro teólogo, C.T. Studd: “Não posso suportar a covardia. Recuso-me a fazer do meu Deus e Salvador uma mera ficção”.
Davi foi um homem cuja sua coragem provinha de seu profundo relacionamento com Deus. O próprio Davi que escreveu o Salmo 144 relatou: “Bendito seja o SENHOR (adora) rocha minha (lugar seguro), que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra (que treina para a guerra); minha misericórdia e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador (valente libertador), meu escudo, aquele em quem confio e quem me submete o meu povo (protetor da sua vida). É ele quem dá aos reis vitória; quem livra da espada maligna a Davi, seu servo.”
III.Os homens temiam o gigante X Davi temia a Deus - John Witherspoon, proeminente ministro presbiteriano disse: “Somente o temor a Deus pode livrar-nos do temor dos homens.” Apenas homens e mulheres cheios do poder de Deus compreendem essa verdade. A quem você tem temido? NÃO HÁ LIMITES PARA AQUELES QUE VIVEM UMA VIDA DE PODER, POIS, O PODER DE DEUS QUE NELES HABITA NÃO TEM LIMITAÇÕES. Portanto, uma pessoa cheia do poder de Deus enfrenta as adversidades como divinas oportunidades.

Uma pessoa diante da crise vê o poder de Deus agir quando:

2.A crise da auto-estima é superada na dependência de Deus (v. 28-29; 33; 42-44)
I.Davi enfrentou 3 julgamentos: a) Eliabe (v. 28-29) – Inveja; ciúmes; ira; crítica: Sua reação (v.30) – Separou-se dele. Não dar ouvidos é uma grande sabedoria. Eclesiastes 7:21 diz: “Não apliques o teu coração a todas as palavras que se dizem...” Jesus foi expulso de sua cidade, Nazaré pelos seus próprios pares. Jesus foi crucificado por seu próprio povo. Natanael disse: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” b) Saul (v. 33) – Foram feitas COMPARAÇÕES com Golias. I.) Comparações físicas; II.) Comparações de habilidades de guerra; III.) Comparações com o tempo de preparo. “Guerreiro desde a mocidade”; IV.) Sua reação (v. 34-37): Ele revelou ter coragem; Força física; Dependência de Deus. Davi sabia quem era em Deus! O Senhor não faz comparações físicas, o Senhor não avalia habilidades de guerra e não considera a capacidade humana. Desde a escolha de Davi, ele teve de lidar com comparações, porém, Deus disse a Samuel quando achou que Eliabe, pelo seu porte era o escolhido: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.” (I Sm 16:7)
Princípios que aprendemos: a) O Espírito de Deus nos dá a habilidade e a capacitação que precisamos; b) No Reino de Deus os parâmetros não são mundanos, entretanto, cheio de paradoxos; c) A convicção do que somos e quem Deus é e do que Ele pode fazer nos leva a superar comparações. II.Golias (v. 42-44) – Desprezo; Zombaria; Maldição; Ameaça. O filisteu desprezou Davi a) Por ver seu tamanho. Ele se sentiu ofendido. “Não tem alguém maior do que esse moleque?” b) Pelas armas que ele (Davi) escolheu para usar. Golias era experimentado na guerra. Estamos sujeitos ao desprezo pela nossa idade, pela nossa incapacidade humana, pelo nosso tamanho físico, pela nossa eloqüência, pela nossa história, pelo nosso passado, etc. Pedro e João foram vistos com desprezo pelo Sinédrio: “Ao verem a interpridez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se” (At 4:13a). Qual foi a reação de Davi? Sua reação (v. 45-47): a) Tu vens com armas X Vou contra Ti em nome do Senhor dos exércitos; b) Tu me ameaças X O Senhor te entregará nas minhas mãos; c) Amaldiçoas-me por seus deuses X Saberão que há Deus em Israel; d) O SENHOR SALVA sem armas humanas.

Uma pessoa diante da crise vê o poder de Deus agir quando:

3.A crise das comparações dá lugar a uma convicção de que o que somos e temos vem de Deus (v. 38-40)
I.Saul põe em Davi o que é seu (v. 38). Em primeiro lugar vemos que as pessoas tentam por em nós o que elas acham que precisamos ter, ou nos comparam com outros dizendo a nós o que devemos fazer. Isso é uma crise. Veja o que Saul faz com Davi: a) Sua armadura; b) Seu capacete; c) Sua couraça; d) Sua espada. As pessoas olham para nós esperando que supramos suas expectativas, Intelectualmente; Fisicamente; Profissionalmente. Muitas pessoas olhavam para Jesus e cada um de alguma forma: Na trecho do evangelho conhecido como a confissão de Pedro vemos isso Mateus 16:13-20: Comparam Jesus a João Batista; Elias; Jeremias; Algum dos profetas. As pessoas tinham expectativas errôneas quanto ao Messias. “E vós, quem dizeis que sois?”.
Quando queremos superar as expectativas das pessoas e aceitamos as imposições delas; a) Não saímos do lugar; b) Nos frustramos; c) Decepcionamos e somos decepcionados. Por que existem tantas pessoas frustradas na vida profissional, na vida ministerial e na vida familiar? Porque desperdiçamos oportunidades; Porque temos expectativas muito altas; Porque nos preocupamos como o que os outros pensam acerca de nós e nos comparamos. NOSSA FRUSTRAÇÃO MUITAS VEZES É FRUTO DE NOSSA FALTA DE INTIMIDADE COM DEUS. Deus é Deus de paz e não de confusão. Na falta de paz, confundimos a voz de Deus e causamos é muita confusão para nós e para os outros. A batalha estava acontecendo, mas Davi estava seguro em Deus. Saul era precipitado, mas Davi tinha paz. E então, o que fazemos?
I.Colocamos máscaras: Máscara do legalismo; Máscara da autoconfiança; Máscara da Piedade; Máscara do povo zeloso e de boas obras. Davi poderia ter dito: Eu não lutarei, porque vocês não sabem lutar. Por que? Porque poderia se comparar. COM ISSO NÃO CONSEGUIMOS ANDAR. Porém, como Davi estava cheio do Espírito de Deus: Ele tirou aquilo de sobre si (v. 39). Ele foi como pastor para a guerra e não como guerreiro: a) Ele estava com o seu cajado; b) Ele pegou a sua funda; c) Selecionou algumas pedras.
Deus usa aquilo que somos, quando não queremos superar expectativas de ninguém e muito menos sermos aquilo que não somos. O que habilita Davi para a guerra não é a sua capacidade, mas a sua FÉ.
Precisamos nos despir daquilo que pesa sobre nós e que não nos permite andar: I. Tirar as máscaras a) Há alguém que falha? b) Há alguém que erra? c) Será que estamos num desempenho de cristãos? Todos parecem tão forte que não é possível haver fracos e então precisamos fingir que somos fortes para sermos aceitos, porém, colocamos uma redoma de vidro em volta de nossas fraquezas. II. Definir o que somos a partir de Deus e não do outro - Lucas 18:9-14 – Parábola do fariseu e do publicano; III. Encararmos a realidade da vida cristã, portanto sermos pessoas e não personagens. Muitos querem viver uma vida cristã de cinema e viram personagens. Personagens não tem defeitos e nem problemas, mas pessoas tem defeitos e problemas; Personagens buscam identidade em pessoas, mas pessoas buscam identidade em Deus; Personagens buscam aprovação dos outros, mas pessoas são aprovadas por Deus; Personagens focam estruturas, mas pessoas focam pessoas; personagens relacionam-se por interesse, mas pessoas se relacionam por amor e amizade; personagens usa as pessoas, mas pessoas ama pessoas; personagens tem visão de grandeza, mas pessoas tem visão de servo; personagens tem sua vida baseada no fazer coisas, mas pessoas tem sua vida baseada no gerar e no SER DE DEUS.

Vivemos diante de crise sim, mas crise de integridade nas igrejas e crises internas porque não sabemos o que somos e o que Deus quer de nós. Aquilo que somos e fazemos deve ser baseado na nossa relação com Deus e ao numa representação. DAVI FOI BEM SUCEDIDO PORQUE FOI SEMPRE O QUE FOI. Temente a Deus! Deus é quem define o que fazemos; Deus é quem define o que seremos; Deus é quem define o nosso valor.
Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor





domingo, 12 de junho de 2016

A crise das comparações - Salmo 73

A crise das comparações
Justo X Ímpio
Salmo 73

Por que o ímpio prospera e o por que o justo é castigado? Por que as pessoas que fazem o mal não recebem imediatamente o castigo de Deus e aqueles que fazem o bem, a recompensa merecida? Por que pessoas boas recebem o mal e pessoas más recebem o bem? Por que homens como cheios do Espírito como João Batista são presos e degolados e reis como Herodes estão no trono? Por que pessoas que não se privam do fazer o bem e estão tão bem? Por que pessoas que se provam de fazer o mal estão tão mal? Vamos ver Jó 21:-1 na versão A MENSAGEM.
Asafe relata de como ele quase caiu. Um homem justo, sincero e temente a Deus quase perde a fé e quase quebra seu relacionamento com Deus como que numa catástrofe espiritual.
Asafe faz comparações terríveis. O problema das comparações é que você não tem a visão do todo de uma situação. Outro problema é que comparamos defeitos e coisas ruins suas com qualidades e coisas boas dos outros. Certamente haverá crise.

1.A prisão de Afase: comparações com os olhos da inveja
O invejoso não quer um carro igual ao seu. Ele quer o seu carro. O invejoso não quer um cargo igual ao seu. Ele quer o seu cargo. A inveja quase o derruba. Asafe quase cai porque:

a.Porque vê a prosperidade do ímpio sem considerar o caráter espiritual de quem as conquistou (v.2-9)
A crise de Afase se dá porque ele não está considerando o caráter destas pessoas, mas o que elas possui. Seus olhos se deleitaram nos bens materiais do ímpio. Entretanto, a pergunta para reflexão é: Quem são estas pessoas aos olhos de Deus? Ele mesmo as descreve como arrogantes e perversos. Isaías 11:3 dirá: “Deleitar-se-á no temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos.”. A bem da verdade é que toda vez que você fizer comparações com as pessoas sem considerar como Deus as vê, se porá em lugares escorregadios. Deus não está considerando o valor de alguém por suas posses, mas por seu caráter. Elas podem ser vistas como prósperas, mas como Deus as vê? Deus os vê como soberbos e violentos (v.6), maliciosos (v.8) e desbocados (v.9) e ainda assim são paparicados (v.10). Você se compara e se questiona por todo esforço e por viver certinho. Se você comparar por esse padrão, você se sentirá injustiçado por Deus.

b.Porque contrasta a prosperidade do ímpio com suas próprias dificuldades (v.12; 14)
Asafe compara e diz: “Os ímpios estão com tudo: alcançam o sucesso e a riqueza.” Em contrapartida – “Eu, um vendaval de má sorte, foi isso – um tapa na cara toda vez que eu saía pela porta.” Pago minhas contas direitinho, mas só me prejudico. Asafe invejava a saúde dos ímpios (v.4-5). Asafe invejava a popularidade que a maldade dava a eles (v.10). A bem da verdade é que toda vez que você fizer comparações de suas dificuldades com a prosperidade do ímpio, se colocará em lugares escorregadios.

c.Porque em contraste com a prosperidade do ímpio considera a fidelidade inútil (v.13)
Que crise terrível e perigosíssima de fé. Ele pensa egoisticamente dizendo que perdeu tempo jogando conforme as regras e se pergunta: “O que ganhei com isto?” De que me valeu orar, jejuar, me consagrar, ser fiel dizimista e ir aos cultos? Esse é o ponto chave me minha opinião. Quando fazemos juízo de valor daquilo que é eterno com coisas passageiras. Nos colocamos em lugares escorregadios quando os princípios eternos são comparados com coisas passageiras da vida e duvidamos da fidelidade de Deus conosco. Aqui se revela todo o caráter de Asafe. Ele servia a Deus para se dar bem e não por amor e desejo de um relacionamento íntimo e sincero com Ele.

A transição
A transição na vida de Asafe vai se dar no versículo 17 definido pela palavra até. E o motivo pelo qual Asafe não vai cair está no verso 23 que diz: “Tu me seguras pela minha mão direita.”

2.A libertação de Asafe: comparações com os olhos de Deus
Asafe passa a enxergar a verdade. Ele recebe uma iluminação em sua mente neste processo de crise. Como Asafe vai vencer essa crise? Asafe começa a ver com os olhos da revelação e:

a.Ele rompe com esse egoísmo (v.16)
A iluminação não era mental, mas moral porque ele se vira contra o egoísmo e a auto-compaixão. Ele deixa de se ver como coitadinho. O grande problema de Afase como eu já mencionei era seu EU. Porém, ele olha para a família da fé (v.15) e tem um choque de realidade. “Perae! Tem algo mais sublime que eu não estou considerando aqui. Um valor maior do que esses valores mundanos.”

b.Ele se volta para o próprio Deus (v.17)
Asafe deixa de tratar Deus como objeto e para de especular as ações de Deus para com Ele e então o adora. Se voltar para Deus significa ter clareza de propósito e destino. Ver Deus como Ele realmente é enche o nosso coração de temor e nos revela a brevidade da vida. Há dois textos que enchem o meu coração: “Olhai para mim e sede salvos.” Isaías 45:22 e “Olharam para Ele e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confunidos.” Salmo 34:5.

c.Ele vê todo o pivô de sua crise com os olhos de Deus (v.17)
Quem é o pivô de sua crise? A prosperidade dos ímpios. Como é ver com os olhos de Deus? Ele vê o fim deles. Estes homens que vivem de momento terão seu futuro desmontado em razão do modo de viver deles. Ou seja, “vocês querem viver na maldade, então o fim é a rejeição pessoal da parte de Deus(v.18; 20). Ainda vendo com os olhos de Deus, Asafe vê a perspectiva da eternidade (v.24). É pura graça de Deus! Não devemos avaliar o amor de Deus e as benesses de Deus somente em termos materiais. Devemos ser gratos porque Deus tem segurado em nossas mãos todo o tempo.

d.Ele apresenta genuínas evidências de arrependimento (v.21-22)
Ele estava sufocado e triste consumido pela inveja. Veja irmãos que aqui está a sutileza de satanás, o enganador. Ele fez com que Eva enxergasse o Paraíso como algo inferior tentando-a a algo maior do que o próprio Paraíso. Ele cegou Eva e Adão. Você se lembra que inveja tem a ver em desejar o que o outro tem? Eles desejam ser igual a Deus. Como que Adão e Eva ficassem ressentidos com o que Deus lhes oferecera até o momento e foram roubados da gratidão de viverem a eternidade com Ele. É a mesma coisa que acontece conosco quando caímos na armadilha das comparações. Portanto, Asafe se arrepende de sua ingratidão e de suas grotescas comparações em vista do que Deus era para Ele.

e.Ele se volta para a maior de todas as glórias
Deus é minha segurança – v.23
Deus é meu guia – v.24
Deus é minha glória – v.24
Tendo a Ti, nada mais desejo na terra – v.25 – Equivale a “Viver para mim é Cristo”


Conclusão – A verdadeira comparação é – v.27-28

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor

domingo, 5 de junho de 2016

Crise - No vale de ossos secos - Ezequiel 37:1-14

Crise - No vale de ossos secos
Ezequiel 37:1-14

Graça e paz irmãos e irmãs em Cristo. A partir de hoje estamos iniciando uma série de mensagens sobre princípios espirituais para tempos de crise. Entretanto, não entendo apenas de falarmos sobre crise financeira, mas ampliarmos o assunto. Deus está nos preparando para uma grande colheita. Precisamos de uma igreja fortalecida e preparada para receber as vidas que Deus enviará.
O texto que lemos faz parte dos oráculos finais de Deus (capítulos 33 a 48) correspondentes aos primeiros 16 dos 70 anos em que o povo de Judá se encontraria em cativeiro babilônico.
O cativeiro babilônico era um tempo de crise com um propósito, o propósito de levar Judá a reconhecer a Deus e Dele depender. Deus tem nos chamado nos últimos domingos à dependência e à fé. Acredito firmemente que a crise é uma grande ação de Deus para promover um grande avivamento em nossas vidas. Todos os avivamentos na história foram precedidos por períodos de crise em diversos aspectos, tanto na sociedade quanto na igreja. Deus quer mover-se sobre a igreja, num povo santo e dependente, cheio do Espírito Santo, mas antes, muitos são levados ao vale de ossos secos. Tenho certeza que há pessoas aqui se veem como esses ossos, secos na fé, secos na sua vida devocional, secos no seu ministério, secos e sem esperança diante do cemitério em que se encontra o lar, o trabalho e os sonhos. Deus quer nos fazer sair da sepultura e tirar de lá tudo o que as inquietações e falta de foco em Cristo tem enterrado.

1.Deus nos chama à solitude com Ele (v.1)
Deus veio sobre o profeta e o levou em Espírito ao meio do vale. Este foi o mover do Espírito para revelar ao profeta a situação e solução daquela nação. O primeiro passo para discernir a crise é ser movido pelo Espírito de Deus e para isso se faz necessário tempo com Deus. Não existe mover espiritual sem tempo com Deus. Habacuque, diante da eminente crise, se pôs na torre de vigia (Habacuque 2:1). Muitos se queixam em suas casas diante da crise, mas não se põe na torre de vigia. Quando Jesus morre, seus discípulos se dispersam e sete deles resolvem pescar voltando a jogar a rede do errado (João 21:6). Há alguns aqui que estão indo em direção ao cemitério para suas sepulturas e há outros que Deus quer tirar da sepultura. Na crise é tempo de falar (orar) e ouvir (meditar/silêncio). Meu testemunho 21/08/2014.

2.Deus nos chama a encarar a crise como ela realmente é (v.2)
“Ossos sequíssimos”. Amados irmãos e irmãs não podemos fechar os olhos. Devemos ver a situação como ela realmente é e como Deus a vê. A derrocada de Judá foi não encarar a realidade como realmente ela é. Jeremias, contemporâneo mais velho que Ezequiel teve de enfrentar um falso profeta chamado Hananias. O povo já em cativeiro, Hananias profetizava: “Quebrei o jugo do rei da Babilônia. Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do Senhor, que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia.” (Jeremias 28:2-3), entretanto, Jeremias, encarando a realidade com os olhos de Deus disse a Hananias: “O Senhor não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, porque pregaste rebeldia contra o Senhor(Jeremias 28:15-16). Onde é a tua crise? Vendo o problema sabemos como resolvê-lo, pois, a realidade vai pedir soluções. Lá em Juízes 6, quando os midianitas oprimiam os israelitas sob a permissão de Deus por terem feito o que era mau perante o Senhor, Gideão se lamentava questionando a Deus o porquê daquele mal (Juízes 6:13). Quando Gideão passa a encarar a crise como ela realmente era e percebe que o povo tinha trocado Deus por Baal, ele destrói o altar de Baal (Juízes 6:25; 27) e o Espírito de Deus revestiu Gideão (Juízes 6:34) e com 300 homens (Juízes 7), ele vence aquela situação. Precisamos nos aproximar de Deus e ver a nossa crise com os olhos de Deus. Tem pessoas na sepultura por falta de perdão, por falta de fé, por causa do pecado, por causa da falta de posicionamento, por não ter priorizado o Senhor. Encare sua situação, reconheça o que tem lhe secado os ossos porque hoje Deus quer lhe dar vida!

3.Deus espera que sejamos dependentes Dele (v.3-7)
I.Só se deve agir pela dependência de Deus. (v.3) A crise leva muitas pessoas à impulsividade. Deus pergunta ao profeta, e aqui Ele é chamado filho do homem, isto é, o Criador pergunta ao ser humano. A resposta é sábia: “Senhor Deus, tu o sabes.” Vemos um diálogo entre Deus e o profeta. O diálogo entre Deus e o homem se chama oração. Só posso falar o que Deus falar.
II.Só se deve falar o que Deus disser. (v.4-6) Em tempos de aflição a Palavra de Deus deve ser a âncora meus irmãos. Só se tem esperança estando fundamentado na Palavra e se posicionando na Palavra. A crise, quando não fruto de pecado e rebeldia, é oportunidade para fortalecimento da nossa fé e convicção na Palavra de Deus. Jesus provado no deserto venceu-a pela Palavra. Preste atenção: Só posso fazer o que Deus mandar eu fazer. Pergunto: Você tem uma Palavra de Deus para o que está fazendo hoje no meio da crise? Pergunto: Será que a crise não é fruto talvez por não ter dado ouvidos aos mandamentos da Palavra de Deus? Não comece nada que Deus não mandou você começar. Seja Jeremias, seja Ezequiel, mas não seja Hananias.
III.Nunca diga nada diferente do que Deus disse (v.7) Deus é perfeito e não erra nunca. Não duvide da direção de Deus. Não seja rebelde! É melhor estar no barco em meio à tempestade do que em alto mar em direção à Társis como Jonas.

4.Deus nos mostra que sua Palavra é poderosa e faz barulho (v.7-8)
Ah amada igreja! Não entendemos o agir de Deus e o barulho que se faz, mas devemos perseverar na Palavra do Senhor. Barulho = situações que não entendemos. “Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas...” (Salmo 29:3-11). Paulo e Silas estavam na prisão e Deus bradou naquele lugar! Houve um terremoto e gerou salvação. Vá até o final sobre a poderosa Palavra do Senhor. Deus quer juntar os ossos. Ele levanta o caído! Ele dá vida! Ele refaz seu ministério, seu coração ferido, seu lar, sua esperança! Ele é o Senhor!

5.Deus tem um propósito de revitalizar você (v.8b)
“Mas não havia neles o espírito”. Aqui se trata e vitalidade. É um grande problema quando se perde o vigor, a vitalidade, a esperança. Uma criança é cheia de espírito, isto é, é cheia de vida. Uma pessoa espirituosa é uma pessoa cheia de vida. Judá havia perdido sua vitalidade com o cativeiro. O cativeiro, a crise rouba o vigor. Mas, quero que saiba que até na crise há um propósito. Perceba que Deus só vê um grande exército quando há espírito nele. Deus viu aquele cemitério de ossos secos como um exército numeroso.
Amada igreja, Deus quer revitalizar a nossa alma, a nossa fé, a nossa esperança, a nossa alegria em meio à crise. Deus quer que sejamos cheios da Sua Vida! Este dia é dia de restauração!

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor