quarta-feira, 9 de março de 2016

Missão - A motivação e o reconhecimento do ministério de Jesus!

Missão - A motivação e o reconhecimento do ministério de Jesus!
João 5:34; 37; 41; 44

Tanto a motivação quanto o reconhecimento no ministério de Jesus emergiram da mesma fonte, o Pai.
A missão de Jesus foi bem sucedida por ser guiado por mais esse princípio catalisador. Onde estava fundamentada a motivação e o reconhecimento de Jesus? Nos homens? Na aprovação dos seus familiares? Na sua capacidade? No resultado de sinais miraculosos e na aprovação da multidão?
A pior coisa para um funcionário é não ser valorizado. Pense naquele empregado que chega antes de todos, dá o sangue para a empresa, o último a sair e que vive por aquela causa fazendo além do necessário, mas no final ele se decepciona porque seu companheiro de trabalho que faz o necessário ganha a promoção. Não é frustrante? A pessoa se sente injustiçada e logo perde a sua motivação, pois, seu trabalho duro não foi reconhecido. Você pastor(a), líder, irmão(ã), diácono, diaconisa, membro de algum ministério, líder de célula, profissional, como se sente hoje com relação a tudo isso? Talvez você não venha se sentido valorizado ou reconhecido.
Irmãos, Jesus em três anos veio cumprir a missão do Pai. Ele ministrou sobre as pessoas. Jesus dedicou-se a elas, chorou por elas, teve compaixão de todas elas e no final sua promoção foi uma cruz. No que consistiu a motivação e o reconhecimento de Jesus que o levou a cumprir a missão?
Nós queremos ser uma igreja de discípulos altamente motivados e engajados. Porém, qual é o segredo de Jesus? Como podemos ter um ministério tão abençoado quanto ao de Jesus? Onde e como deve residir nossas motivações e o reconhecimento na nossa vida seja ela dentro ou fora da igreja como discípulos e funcionários?

Antes de entrarmos nos princípios, vale a pena contar uma história recente. Um dia desses, meu sogro compartilhou comigo que seus colegas de trabalho estavam muito admirados da sua dinâmica de vida. Ele vai de um lado para o outro aplicando injeções, muitas vezes de graça, chegando cedo à empresa e arrumando tempo para fazer outros atendimentos realizando sempre o além do necessário. A empresa não lhes dá o devido reconhecimento, então eles estavam realmente admirados. Em compensação, o meu sogro estava dizendo o quanto aquele pessoal é devagar e desmotivado. Já chegam à empresa cansados e fazem somente o necessário. A pergunta é: Qual é a diferença entre meu sogro e seus colegas de trabalho? Será que a resposta mais satisfatória é: “Ele faz o que gosta?” Conhecemos pessoas que gostam do que são, mas estão na mesma condição dos colegas do meu sogro. Conhecemos líderes de igreja que gostam do que fazem, mas estão na mesma condição dos colegas do meu sogro.
Vamos aos princípios da motivação e reconhecimento que levaram Jesus a um ministério bem sucedido:

1.Jesus é servo e não empregado (João 5:19; Marcos 10:45)
A pista deste entendimento está aqui: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai.” Em Marcos 10:45 diz que o Filho do homem veio para servir e dar a sua vida. A palavra servir ali é diácono. O diácono não é um escravo ou empregado, mas um ministro. O ministro é alguém rende ofícios ministeriais e o faz voluntariamente. É muito mais do que um empregado. O empregado tem horário marcado, faz pelo salário e espera reconhecimento. Jesus não é servo das pessoas, mas de Deus para ministrar às pessoas. Como pastor eu sou servo de Deus e Ele me diz a quem e como devo ministrar. Eu não sou empregado das pessoas, mas servo de Deus. Porém, há muitos pastores e líderes que se frustram porque apesar de se considerarem servos de Deus, tem mentalidade de empregado. Há um texto que sempre menciono porque exemplifica muita coisa. Em Marcos 1:35-38 Jesus se deixa guiar pela voz do Pai e não pela voz da multidão. ​Jesus não é guiado pela necessidade de pessoas, mas pelo propósito do Pai. Seu valor não está naquilo que Ele faz, mas na voz daquele que o vocacionou.
A missão de Jesus não era satisfazer os desejos dos que o seguia, mas cumprir a vontade do Pai. É grande o número de líderes que fracassam quando abandonam a missão para agradar seguidores ou a si mesmos.
O servo é guiado por uma missão e não por uma obrigação. O servo, o verdadeiro ministro de Deus não cumpre escalas. Quando você entende que é um ministro de Deus às pessoas para atender aos propósitos do Pai, e não um empregado da igreja que tem que atender às pessoas, a um ministério, a uma célula ou qualquer coisa função, você é guiado por Deus e atende ao segundo princípio abaixo.

2.Jesus atende a uma vocação e não a uma necessidade (João 5:34)
Jesus é muito categórico: “O Pai, que me enviou.” Jesus se vê como um enviado. Ele não vem para ajudar a fazer alguma coisa. Deus não precisa de ajuda, Deus envia pessoas vocacionadas por Ele. Somos soldados na batalha prontos para obedecer ao general que nos dirá como, quando e onde. Na guerra não somos voluntários, mas convocados. Às vezes somos tentados a ajudar diante de alguma necessidade. De fato, a motivação inicial de todos os vocacionados é a necessidade que arde em seu coração, mas logo ela descobre que na verdade é chamada para aquilo. Pessoas guiadas por necessidades têm algumas caraterísticas: I.Querem reconhecimento, mas não aceitam cobranças. (João 17:21 – Jesus confronta a motivação de Pedro) II.Fazem na força própria e tem dificuldade de depender de Deus. (João 6:11 – A multiplicação de pães e peixes – Jesus não despreza a multidão e os poucos recursos que tem) III.Possui muita disposição humana, mas não possui disposição divina. (Jeremias 26:20-24 – Urias é ameaçado, foge e morre. Jeremias, obedece e não teme a morte, mas é poupado – Jeremias 26:12-15). Os servos que cumprem a vontade do Pai celestial não temem os estratagemas humanos. A sua confiança está nos propósitos divinos, não nos seus esforços para controlar as circunstâncias. Jesus lavou os pés do seu traidor. Isso é ter clareza de missão. Os vocacionados não fazem para ser reconhecidos, mas podem ser reconhecidos porque são vocacionados. IV.Tem medo da rejeição e tem medo de servir aqueles a quem pode prejudicá-lo. (João 6:66-71 – Jesus é rejeitado pela multidão quando os chama a um compromisso e serve Judas lavando os seus pés). V.Querem servir o cabeça sem a confirmação do corpo. Essa é uma profunda verdade. (Atos 13:1-3). Os vocacionados são chamados pelo cabeça e recebem a confirmação do corpo. Tem muita gente voluntária ou rebelde mesmo que querem atender a um chamado sem a confirmação do corpo, a igreja. São independentes e não interdependentes. Missionários, pastores e líderes em geral são craques nesse tipo de rebelião. São impulsionados pela necessidade e não pela vocação.

3.Jesus traz glória ao Pai tornando-o visível a todos (João 5:41; 44)
Quem busca a glória de Deus vê se manifestar entre ele a glória de Deus. Quem procura a glória do homem, vê se manifestar a glória do homem. Aqui está a essência da motivação e do reconhecimento de Jesus. Fazer o Pai conhecido. Aprendi algo muito especial nessa minha caminhada pastoral. Quando busco fazer Deus conhecido, isto é, Sua Presença notável seja por ações ou por ensino, verdadeiramente Deus se faz presente. Quase todas as mulheres sabem fazer um frango ensopado na panela, mas eu sei quando foi minha mãe quem o fez. Há uma marca registrada dela. É a presença da minha mãe naquela comida. Todo chefe de cozinha tem uma marca, uma presença através daquilo que ele faz.
De semelhante modo, todo aquele que descobriu ser um servo (ministro de Deus), que faz por vocação e não por necessidade e faz Deus conhecido, o faz impelido por Deus para que aquilo que ele faz faça Deus notável. A palavra glória significa esplendor, honra, brilho. (Isaías 6:3; Salmo 19:1) Portanto, estar cheio da glória de Deus é estar pleno da Sua beleza, do Seu esplendor, do Seu brilho. Aqueles que são motivados por Deus e por Sua glória o fazem conhecido. Havia nos tempos de Spurgeon ótimos pregadores, dos quais ele era considerado o príncipe dos pregadores. Todas as vezes que um bom pregador trazia sua mensagem, as pessoas diziam: “Que bela mensagem! Esse pregador fala muito bem. Gostei da sua pregação. Quero ouvi-lo mais vezes.” Entretanto, quando Spurgeon pregava, as pessoas saiam de seus cultos dizendo: “Como Jesus é maravilhoso. Preciso me arrepender dos meus pecados. Sou constantemente confrontando pela palavra de Deus. Deus se fez presente. Quero ouvir Deus mais vezes. Outros diziam: Não quero mais ouvir esse pregador.” Veja algumas pistas no ministério de Jesus – Mateus 7:28-29 (Ele ensina como quem tem autoridade); Mateus 16:13-16 (Quando Jesus indaga a seus discípulos a respeito de sua pessoa).

A igreja é chamada à missão. Sua missão é fazer o Pai conhecido, promovendo a Sua glória na terra. Somente quando agimos como servos de Deus e vocacionados é que cumprimos a missão. Quem vive pela missão não busca aprovação humana e nem reconhecimento humano. Antes, é impelido e guiado pela glória de Deus (João 5:44).

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor