domingo, 10 de outubro de 2021

SOMENTE O EVANGELHO! - SÉRIE REDESCUBRA O SEU PROPÓSITO

SOMENTE O EVANGELHO - GÁLATAS 1:11-24

 

Somente o Evangelho

Gálatas 1:11-24

 

Há menos de quatro anos, Bashir Mohammad, de 25 anos, defendia a milícia islâmica Frente Al-Nusra na guerra civil da Síria. Hoje, ele se define como um "jihadista que se voltou para Jesus".

Mohammad cresceu em uma família muçulmana na região curda de Afrin, no norte da Síria. Na adolescência, ele foi encorajado por seu primo a se aprofundar um pouco mais nas mensagens proferidas por pregadores jihadistas e passou a seguir as interpretações radicais do Islã.

Mais tarde, ele se juntou às forças curdas que atuavam na guerra civil da Síria e ficou impressionado com as mortes que testemunhou. "Quando vi todos aqueles cadáveres, passei a acreditar em todas as coisas que eles me ensinaram nas palestras. Isso me fez buscar a grandeza da religião”, ele contou ao site The New York Times.

Mohammad foi convidado por um amigo para se juntar a Frente Al-Nusra, grupo extremista ligado à al-Qaeda. No extremismo islâmico, ele testemunhou torturas e viu prisioneiros sendo esmagados por seus colegas com uma escavadeira.

“Eles costumavam nos dizer que essas pessoas eram inimigas de Deus e, então, passei a olhar positivamente sobre essas execuções”, disse Mohammad.

Por um tempo, Mohammad foi doutrinado na filosofia do grupo e presenciou o genocídio em ambos os lados da guerra. “Fui a Nusra em busca do meu deus. Mas depois que vi muçulmanos matarem muçulmanos, percebi que havia algo errado”, confessa.

O primo que incentivou Mohammad a se aprofundar nos ensinamentos jihadistas se tornou um cristão convertido e voltou a influenciar o jovem sírio. Quando a esposa de Mohammad, Hevin Rashid, ficou gravemente doente em 2015, o casal recebeu ajuda de seu primo através de um grupo de oração Intrigado, Mohammad procurou um missionário evangélico chamado Eimad Brim, que o evangelizou e acompanhou seu processo de conversão. Ele e sua esposa se sentiram amados dentro da igreja e tiveram experiências profundas com Deus.

Sua saída do grupo jihadista tornou Mohammad um novo inimigo dos ex-colegas fundamentalistas. Ele teme não estar seguro, mas deposita sua confiança em Deus. "Há uma grande diferença entre o deus que eu costumava adorar e Aquele a quem eu adoro agora", disse Mohammad. "Antes eu adorava com medo. Agora tudo mudou”.

O fato que relato na introdução desta mensagem parece bem o que define um deja vu de outro fato bíblico. A história de Paulo, o apóstolo dos gentios. Pelo fato de se tornar um apóstolo a gentios, ele será acusado por judeus cristãos de que seu evangelho não é verdadeiro. Podemos deduzir pela resposta de Paulo que ele trata de possíveis questionamentos tais como: a) Qual é a origem do evangelho de Paulo para que ele possa julgar o que pregamos? b) Será que Paulo está pregando um evangelho que não tem aprovação dos apóstolos de Jerusalém? c) Será que sua mensagem é genuína? Com isso, eles diziam que Paulo não era um apóstolo e que sua mensagem não era genuína. Eles afirmavam que a mensagem pregada por Paulo era pirateada, aprendido de homens e não do próprio Deus.

Por isso, Paulo após denunciar o falso evangelho desses falsos mestres, em seguida afirmará: “Mas informo a vocês, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é mensagem humana porque eu não o recebi de ser humano algum, nem me foi ensinado, mas eu o recebi mediante revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:11-12). Paulo poderia dizer: “Eu o preguei”, mas “não o inventei”. Ele afirma com toda veemência que o evangelho questionado pelos judaizantes (falsos mestres) não era fruto de sua cabeça e que homem nenhum o ensinou, mas foi fruto da revelação do Senhor Jesus. Por que Paulo poderia afirmar que seu evangelho era verdade e falar com tanta convicção que o Evangelho por ele pregado não poderia ter aprendido de homens e não poderia ser fruto de sua imaginação?

1.Somente o evangelho é capaz de transformar fanáticos legalistas, descrentes e improváveis (v.13-14)

Muito mais do que descrever sua conversão, Paulo está fazendo uma defesa do evangelho que prega. Os judaizantes o acusavam de pregar um evangelho fácil, uma vez que não os obrigava a cumprir ritos judaicos para a salvação, por isso, diziam que a lei era necessária para tornar o evangelho mais sério e comprometido com uma conduta correta. Porém, ele mesmo era um fiel cumpridor de regras e ritos que não lhe foram suficientes. Portanto, para revelar o quanto o evangelho foi mais poderoso do que a lei e ritos judaicos, Paulo descreve como era antes de sua conversão. Veja comigo Atos 26:4-5; 9-11. Ele era um fanático dominado pelo que acreditava como esses radicais islâmicos que vemos hoje, completamente dedicado ao judaísmo de forma radical, perseguindo a Cristo e a igreja. Um homem nestas condições mental e emocional de maneira nenhuma mudaria de opinião, e muito menos se deixaria influenciar por qualquer pessoa que seja. Nenhuma técnica psicológica seria capaz de mudar a Paulo. Eis aqui uma evidência do poder da mensagem do Evangelho. Que lições e princípios podemos extrair? I) O Evangelho é tão poderoso que alcança os inalcançáveis aos olhos humanos. Não há ninguém que a mensagem do Evangelho não possa alcançar. Então você pode dizer: “Mas, foi o próprio Deus que alcançou Paulo”. Isso mesmo! É por essa razão que ele diz aos judaizantes que, sendo ele um zeloso cumpridor de regras, a mensagem do Evangelho foi muito mais poderosa, sendo o próprio Deus que o alcançou e que homem nenhum poderia ter feito isto. Por isso, a graça não pode ser tida como fácil! O Espírito Santo está trabalhando na vida das pessoas sem Cristo. Nossa missão é anunciar essa mensagem e deixar o restante por conta de Deus.  II) O Evangelho é tão poderoso que é capaz de fazer o que a lei não faz. A lei está sempre perguntando: “O que devo fazer?”, mas a graça está sempre perguntando: “O que Jesus fez por mim”? Há alguém que você conheça que seja improvável aos seus olhos, um legalista ou descrente aparentemente impossível de ser alcançado? Talvez você se sinta muito condenado pelo seu passado. Veja, a graça revela o que Jesus fez por mim e por você e isso é o suficiente. Paulo dirá: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...”, logo não é para aquele que merece, mas crê, por isso, ainda dirá: “Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá pela fé” (Romanos 1:16-17)! Jesus vai ao encontro do mais terrível pecador e do mais resistente.

2.Somente o evangelho pode mudar o curso de nossa vida para propósitos maiores (v.15-16)

Ainda na sua linha de argumentação em provar aos judaizantes e demais irmãos que sua mensagem não provinha de homem algum ou mesmo de sua cabeça, Paulo afirma a total e exclusiva ação de Deus através do Evangelho que o alcançou e mudou o curso de sua história por pura ação divina. Ele afirma que foi separado por Deus antes do seu nascimento, e que pela graça recebeu o chamamento quando teve revelação de Cristo, e tudo isso sem participação de homem nenhum, pois, conforme vimos anteriormente era praticamente impossível algum homem convencer a Paulo. Com isso, ele mostra que nenhuma explicação humana justificaria o grau de sua transformação. Quem era esse homem? Um trem desgovernado! John Stott, imagina Paulo dizendo o seguinte: “No meu fanatismo eu me inclinava a perseguir e destruir, mas Deus (que eu havia deixado fora das minhas cogitações) me prendeu e alterou meu impetuoso curso”. O que podemos extrair de princípios para as nossas vidas a respeito do poder do evangelho? I) Deus tem um propósito em Cristo antes da existência de qualquer ser humano que vier crer Nele. Não cremos que Deus escolhe as pessoas para a salvação, mas cremos que todas as pessoas que vierem a crer em Cristo, há um propósito bem definido por Deus para o curso de suas vidas a partir de sua conversão. Seu propósito consiste em que, todos aqueles que vierem a crer em Cristo, se tornem seus filhos! Os filhos desfrutam da herança! Os filhos recebem perdão! Os filhos têm seu passado perdoado! Isso não tem a ver com nossa capacidade e os nossos méritos! Antes de você nascer Deus já tinha um propósito. Por isso, todos aqueles que passam a crer em Cristo, podem desfrutar desse poder que muda o curso de nossa vida para propósitos maiores. II) Sempre será por graça que Ele chamará. Ele nos chamou por seu favor imerecido. Ele chamou Paulo, aquele que matou muita gente. Você quer viver um novo curso em sua vida para propósitos maiores? Se entregue à graça de Deus! III) Cristo será revelado através da sua vida. O que significa “revelar seu Filho em mim”? Significa experimentar a mente e o coração de Jesus dentro de você, ganhando a sua perspectiva e seus sentimentos refletindo isso ao seu redor. Ele está escrevendo uma linda história de amor em sua vida e outros estão lendo o que o favor de Deus pode fazer na vida de uma pessoa!

3.Somente o evangelho pode explicar a nossa transformação e nos fazer enfrentar o passado (v.17-24)

Paulo mais uma vez argumenta a favor de sua mensagem para provar aos gálatas que o que ele pregava tinha sido dado diretamente por Deus. Vejo um princípio poderoso aqui. Certamente a maioria de nós não teve essa experiência tão forte de Paulo, mas há lições preciosas quanto a tornar um cristão maduro na fé enquanto caminhamos com Cristo e crescemos na graça e no conhecimento Dele. Quando você começa a sua vida com Cristo, é necessário que você busque entender o que Ele está fazendo em sua vida e em sua história. Não é simplesmente mudar de religião, mas é deixar Jesus assumir o leme da sua vida e conduzir o navio ao porto seguro da salvação. Precisamos sim ter mentores e discipuladores, mas nada substituirá a tua íntima relação com Cristo. Paulo provará que ele não recebeu o evangelho de homem algum, agora descrevendo seus passos de crescimento no evangelho e amadurecimento na fé sob três circunstâncias: a) Três anos isolado na Arábia (v.17-18a). É muito provável que ele foi para a Arábia em busca de quietude e solidão. Cremos que foi justamente nesse período de isolamento que ele recebeu a revelação do Evangelho. Ele estudou aos pés de Gamaliel, matou em nome da fé judaica, era extremamente intelectual, haja vista sua capacidade de debater no Areópago com filósofos gregos em Atenas. Da noite para o dia, tudo o que ele acreditava não era verdade. Ele precisava desse isolamento. Ele fica três anos no deserto. Os discípulos de Jesus ficaram com Ele três anos. Esse deserto foi uma oportunidade para: rever conceitos; firmar sua nova identidade; ouvir a Deus antes de ouvir a homens; estar com Deus! b) Foi para Jerusalém (v.18-19). Aqui ele argumenta que só foi de passagem para conhecer Pedro pessoalmente, mas que a mensagem do Evangelho não havia aprendido com Pedro. Não seria tempo suficiente para ele aprender o evangelho que pregava com esses homens, por isso, seu evangelho não veio dos apóstolos em Jerusalém. Mas, há uma lição aqui. Ele precisa enfrentar o seu passado. Quando você entrega a sua vida a Jesus, você volta para o trabalho, se encontra com pessoas da vida velha e precisa lidar com isso. Nesse sentido, o deserto ou o tempo de reflexão é importante para que você confirme a sua experiência! c) Foi para Síria e Cilícia (v.21-23). Ele não volta para essa região porque quer, mas porque é perigoso ficar em Jerusalém. Nessa região fica a cidade natal de Paulo, Tarso. Ele precisa agora enfrentar a sua cidade natal! Ele vai enfrentar amigos de infância e juventude, mas todos verão e dirão a respeito de sua mudança, e sobretudo, glorificarão a Deus a seu respeito. Esse é o poder do Evangelho.

Em Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

 

domingo, 3 de outubro de 2021

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO! - SÉRIE REDESCU...

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO - Efésios 2:11-22

 

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO

Efésios 2:11-22

Talvez, um dos mais emblemáticos eventos do século XX, ainda rememorado por muitos foi a queda dos Muros de Berlim no final da década de 80. O muro era o símbolo da Guerra Fria que dividia a Alemanha e o mundo entre as duas maiores potências do mundo: Os Estados Unidos e a União Soviética. Com o enfraquecimento desse conflito político e ideológico, é que o Muro de Berlim veio a ruir.

Entretanto, hoje vivemos em um mundo que tem dado voz aos seus ressentimentos do passado histórico de preconceitos e exploração econômica. Vivemos o momento das polarizações ideológicas e políticas com muita inimizade. Ao passo que muitos movimentos buscam seus direitos, pontes têm sido destruídas e muros tem sido erguido. Diante de tanta inimizade no mundo, é possível viver em plena paz e harmonia, pelo menos entre aqueles que professam a fé em Jesus Cristo?

Não pretendo resolver os problemas da desunião no mundo com este sermão, mas pretendo trazer quais as expectativas que essa mensagem de Paulo traz a respeito de um povo que foi alcançado pela graça de Deus. Esse trecho da carta de Paulo aos Efésios deveria, pelo menos, centrar os cristãos. Jesus orou: “Não peço somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por meio da palavra que eles falarem, a fim que de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20-21. Nossa vocação é para sermos o povo da reconciliação e da paz.

Em Efésios 2:1-10 vimos o que Deus fez em nós por meio de Cristo. Estávamos mortos e separados de Cristo, mas por sua rica misericórdia e grande amor, ressuscitamos juntamente com Cristo e fomos salvos pela fé.

Aqui em Efésios 2:11-22 veremos que não apenas fomos reconciliados com Deus por meio de Cristo, mas fomos reconciliados uns com os outros por meio da paz que Cristo trouxe e nos tornamos um só povo, não havendo mais distinção entre gentios e judeus ou qualquer outra distinção diante de Deus. Somos uma mesma família! A maior inimizade foi vencida pela maior paz que trouxe a maior união do mundo. Vamos observar juntos e ouvirmos a Deus para nossas relações sociais na igreja e no mundo. Vamos derrubar os muros de separação e sermos construtores de pontes.

1.    A maior inimizade do mundo (v.11-12)

a)    Eram incircuncisos. Isto é, sem a marca da circuncisão. O povo judeu, o povo eleito, se esqueceram do propósito de sua eleição em Abraão. Deus disse a Abraão: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3). De fato, por ter a revelação de Deus, não era o povo da aliança. Eles não tinham a marca da aliança que é a circuncisão e o povo judeu tratava os gentios, até mesmo os conversos, com desprezo e separação. Um filho judeu que se casasse com uma gentia, tinha um sepultamento simbólico. Um judeu não deveria prestar ajuda a uma gentia grávida para que não incorresse em ajudar na vinda de mais um gentio ao mundo.

b)    Estavam separados de Cristo. Estar sem Cristo significa não ter acesso às bençãos espirituais que Paulo menciona em Efésios 1:3-14. Assim eram os gentios e são todos os que não estão em Cristo.

c)    Separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa. Literalmente alienados, isto é, separados do povo de Deus. Deus havia feito alianças com Noé, com Abraão, Isaque e Jacó, com Moisés e seu povo, mas como gentios e não judeus não participavam dessas alianças. Eram como estrangeiros, forasteiros e alienígenas.

d)    Sem esperança e sem Deus no mundo. As pessoas tinham e tem deuses em excesso, mesmo assim, estavam e continuam sem uma relação pessoal com o que Deus que veio a se revelar em Cristo Jesus.

 

Essa era a maior inimizade do mundo. Dois povos distintos, separados por não serem eleitos e não estarem debaixo da mesma aliança com Deus. Nós estávamos alienados de Deus e alienados do povo de Deus. Havia um muro de separação. Como isso se aplica hoje?

 

Em Efésios 2:1-3 as pessoas estão mortas espiritualmente porque estão separadas de Deus, portanto, essa amostra de Paulo quanto a separação de gentios e judeus, a inimizade cultivada, revela que a morte espiritual tem trazido morte nos relacionamentos. Vamos lembrar que o pecado trouxe 4 rompimentos na vida do ser humano no EDEN. Separação de Deus, do seu próximo, de si mesmo e da criação. Assim é o mundo sem Cristo. Os homens ainda edificam muros de separação e divisão, como o muro de Berlim, barreiras de raça, de cor, de castas, de tribos ou de classes, bem como atualmente os muros políticos e ideológicos. A discriminação é uma característica de um mundo de pessoas mortas sem Cristo.

2.    A maior paz do mundo (v.13-18)

Mas Cristo! Assim como o homem estava morto espiritualmente e condenado, mas Deus que é rico em misericórdia e com o grande amor que nos amou nos deu vida juntamente com Cristo, mas em Cristo Jesus, os gentios que eram inimigos do povo de Deus, foram aproximados pelo sangue de Cristo. Ele é a nossa paz! Ele derrubou muros e construiu pontes entre nós e Des e nós e o nosso próximo! Fomos aproximados pelo seu sangue em dois sentidos claros aqui: a) Fomos reconciliados com Deus. Pelo seu sangue, nossos pecados foram perdoados b) Fomos reconciliados uns com os outros. Ele se fez a nossa paz. Como ele promoveu essa paz?

a)    Aboliu a lei dos mandamentos (v.15). Podemos nos perguntar: Como Jesus aboliu a Lei se em Mateus 5:17-18 ele disse que não veio para revogar/abolir, mas cumprir? As leis do Antigo Testamento eram classificadas em 4 tipos? A) Lei moral; B) Lei Cerimonial (sistema religioso); C) Lei Civil; D) Lei sobre higiene e saúde. No contexto do sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7) fica claro que Jesus estava falando da Lei Moral e essa não foi abolida. Mas, os judeus queriam que os gentios cumprissem as leis civis e cerimoniais, como o que comer e o que não comer, seguir regulamentos sobre o sábado etc. Jesus foi o único capaz de cumprir toda a lei. Mas, quando Cristo morre, com Ele morre a velha aliança e é instituída uma nova aliança. Entretanto, até mesmo a Lei moral que ainda permanece como princípios para obedecermos, também está abolida em termos de ser o caminho para a salvação. A salvação é Cristo! Cristo é a nossa LEI!

Mas, o que aprendemos com isso? Aprendemos que o legalismo sempre separou as pessoas. Se você se lembra bem, os fariseus religiosos dos tempos de Jesus tratavam as pessoas com diferença. Eles se sentiam superiores. A religiosidade e o legalismo levantam muros! Paulo, como um fariseu, perseguia cristãos e consentia na morte deles. Sempre que a lei é vista como condição para a salvação, ela separa as pessoas, levanta muros não apenas entre as pessoas, mas também entre nós e Deus.

b)    Criou uma nova humanidade (v.15). Uma nova humanidade, um novo povo, uma nova raça humana! Aleluia! O que isso realmente significa? Ficará mais claro na medida em que avançarmos por Efésios, mas posso adiantar que ele cumpre o propósito de Deus em restaurar a Sua imagem no homem que se une a Ele. Paulo dirá em Colossenses 3:11 “Aqui não pode haver mais grego e judeu, circuncisão e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo e está em todos”. Em Gálatas 3:28-29 ele escreve: “Assim sendo, não pode haver judeu nem grego, nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.”

Portanto, em Cristo não deve haver mais desigualdade! No seu trato com o ser humano em geral. E a igreja deve ser a referência para o mundo de igualdade e justiça. Nossos lares devem ser regidos por esse princípio. Nossas relações de liderança devem ser regidas por esse princípio. A maneira como olhamos para as pessoas no pecado devem ser com a expectativa de que elas sejam resgatadas à essa nova humanidade, à essa nova raça. Uma raça que não tem diferenças!

 

Jesus, que é a nossa paz com Deus e com o próximo, reconciliou gentios e judeus e destruiu a inimizade. (v.16). A sua morte e ressurreição proclamam essa paz (v.17). Ele evangeliza a paz! Ele declarou paz aos discípulos depois de sua ressurreição! Ele orou pela unidade da igreja para que por meio dela levemos a paz!


3.    A maior unidade do mundo (v.19-22)

 

O que é ser um cristão? Qual é o objetivo de fazermos missões? Veja! Nós que éramos separados da comunidade de Israel, alheios à vida de Deus, estranhos Às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo, agora não somos mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos céus e membros da família de Deus.


a)    Família de Deus (v.19b). Fomos adotados (Efésios 1:5). Somos filhos desse Pai de amor. Mas, a maior ênfase que Paulo quer dar é que temos muitos irmãos. Somos os filhos d pai ultrapassando as barreiras raciais, sociais e econômicas para sermos da mesma família. Uma comunidade de pecadores lavados e redimidos pelo sangue do cordeiro.

Não somos unânimes. Não somos uniformes. Mas somos unidos!


b)    Templo de Deus (v.20-22). Eis uma aqui uma razão para não existir crentes desigrejados. Não somos unânimes. Não somos uniformes. Mas fomos chamados à unidade. Nesse edifício estamos sob o fundamento dos apóstolos e profetas, a sã doutrina! A igreja está edificada sobre as Escrituras e o Novo Testamento. Jesus, como a pedra angular, mantém o edifício firme e alinhado! E para que vivemos nesse mistério da unidade? Para sermos morada de Deus. Quero concluir como comecei nas palavras de Jesus: “Não peço somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por meio da palavra que eles falarem, a fim que de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20-21. É na sua unidade que a igreja revela Cristo e sua missão.

Vamos ser promotores da paz! Vamos ser o povo da unidade.

 

No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima