domingo, 28 de fevereiro de 2021
Quarta Dose – Generosidade - Filipenses 4:10-19
SÉRIE “VACINE-SE JÁ” - Quarta Dose – Generosidade - Filipenses 4:10-19
Você
consegue se lembrar de pessoas que foram generosas contigo? Claro que meus pais
estão na conta. Mas, quando eu era criança tive o privilégio de ter uma
madrinha de batismo católico que foi muito generosa comigo. Ela me dava muitos
brinquedos e atenção. Aquilo marcou a minha infância. Já no seminário, no
momento financeiro mais crítico que vivia, Deus levantou um pastor para ser
generoso e me abençoar nas despesas de transporte daquele período. Uma das
experiências mais marcantes que tive na minha vida quanto a generosidade foi o
meu casamento. Essa igreja foi fantástica! Ganhamos a decoração, a festa, a
entrada do apartamento, a mobília completa da casa através de muitos irmãos e
uma pudemos desfrutar de uma maravilhosa lua de mel em Campos do Jordão porque
os convidados foram muito generosos na gravata. Parando para analisar bem, a
minha vida foi construída sob o investimento de pessoas generosas. A
generosidade tem o poder de transformar a vida das pessoas.
O que é
generosidade? Generosidade é a virtude em que a pessoa tem quando acrescenta
algo ao próximo. Você nunca sairá de mãos vazias próximo a uma pessoa generosa.
Logo, a generosidade se aplica também a pessoa que dá algo a alguém que tem o
suficiente para dividir ou não. Não se limita apenas a bens materiais.
Deus estabeleceu o exemplo da dádiva motivada pelo amor conforme descreve João 3:16. Deus foi muito generoso ao dar seu Filho Jesus Cristo. Logo, generosidade está intimamente ligada com o ato de doar ou doar-se. Doar-se fala de amor!
Temos muita dificuldade de falar do amor de Deus para as pessoas, mas acredito que uma das formas mais eficientes de você manifestar Jesus na vida das pessoas sem necessidade de usar palavras é através da generosidade.
Na carta de Paulo aos Filipenses, a carta da alegria mesmo em prisão, Paulo expressa a sua gratidão pela generosidade desses irmãos. Eu identifico percepções transformadoras da generosidade que pode transformar tanto a vida de quem pratica a generosidade como aquele que recebe atos de generosidade. Você tem o poder de transformar a vida de alguém praticando generosidade. Muito mais além, você pode contribuir para que portas sejam abertas para que a pessoa tenha um encontro transformador com Jesus através de seus atos de generosidade.
1. A generosidade nasce da empatia com os outros (v.10; 14-15)
Como
vimos ao longo dessa série, Paulo passou por situações muito adversas em suas
viagens missionárias. Como um verdadeiro missionário e plantador de igrejas,
ele renunciou a sua própria vida para entregar-se à vida de outros. Paulo
manifestou generosidade total para presentear as pessoas com a mensagem do
Evangelho. Ele o fez sob muita pressão. Entretanto, uma igreja foi o
diferencial. No versículo 15 ele diz: “E como vocês, filipenses, sabem muito
bem, no início da pregação, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se
associou comigo nessa questão de dar e receber, exceto vocês, somente.” A
igreja de Filipos foi empática mais que todas as demais.
Dentre
outras definições de empatia, a que me chama mais a atenção é que empatia é a
aptidão de se identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o
que ele deseja, aprendendo da maneira com que ele aprende, se importando com o
que ele se importa.
A igreja
de Filipos se associou com Paulo. A palavra associar (v.14-15) significa
tornar-se coparticipante. Portanto, eles se tornaram coparticipantes das
aflições de Paulo. Eles foram empáticos. A empatia gerou a generosidade. Eles
transformaram o sofrimento de Paulo em algo mais suportável. Podemos observar
também que são poucos que conseguem ser generosos (v.15).
Seja
um agente de transformação na vida de alguém sendo empático manifestando
generosidade!
2. A generosidade produz abundância na escassez (v.16; 18)
Veja o
que Paulo diz no final do verso 16 – “mandaram o bastante para as minhas necessidades”.
Necessidades no grego fala de escassez. Já no verso 18 ele diz – “Recebi
tudo e tenho em sobra. Estou suprido...”. Ele está suprido em abundância.
Veja o poder transformador da generosidade. Sabe, há pessoas clamando a Deus
por provisão. Deus procura pessoas que estão dispostas a serem respostas de
oração de provisão.
Com essa
pandemia, as necessidades são muitas. Existem não apenas necessidades
financeiras, mas necessidades emocionais. Existem necessidades não apenas fora,
mas dentro de nossos lares. Estamos vivendo um período de escassez em muitos
aspectos. Especialmente nos casamentos! Tem muitos casamentos vivendo uma
verdadeira estiagem, uma escassez de afeto e amor. Você sabia que a
generosidade pode tornar seu casamento mais sólido?
A generosidade é um dos fatores chave para um
casamento feliz, segundo um relatório de 2011 do Projeto Nacional de Casamento
em Portugal. A editora desta pesquisa explicou que as pessoas são mais felizes
na relação quando se esforçam para agradar ao companheiro de formas simples,
como oferecer uma massagem depois de um dia de trabalho. Não tem segredo! Você decide ser generoso. A generosidade tem o poder
de transformar a escassez emocional de muitos lares em abundância de afetos e
mudar comportamentos.
Outro ambiente em que as pessoas se queixam muito
é do trabalho.
Ajudar os colegas de trabalho pode aumentar a sua
própria felicidade profissional, de acordo com uma pesquisa da Universidade de
Wisconsin-Madison. O estudo, publicado no American Review of Public
Administration, comprova que ser altruísta melhora o bem-estar e faz com que as
pessoas se comprometam mais com o trabalho. “As nossas pesquisas descobriram um
ponto simples mas profundo sobre o altruísmo: ajudar os outros deixa-nos mais
felizes”, afirmou o pesquisador Donald Moynihan.
Não é sem razão que Paulo dirá: “Fiquei muito
alegre no Senhor...renasceu o cuidado que vocês têm por mim” (v.10).
Seja
um agente de transformação na vida de alguém e transforme escassez em
abundância por meio de sua generosidade!
3. A generosidade manifesta uma forma de culto a Deus (v.18)
Veja como
Paulo classifica o ato generoso de ofertar dos irmãos de Filipos: “Uma
oferta de aroma agradável, um sacrifício que Deus aceita e que lhe agrada”.
A generosidade revela amor e fé. São duas palavras que revelam quem ocupa o
centro dos nossos corações.
Deus é
amor e seu amor é generoso. Sem fé é impossível agradar a Deus. Você quer
combinar essas duas palavras numa única ação? Generosidade. Agora, como a
generosidade se torna um culto a Deus?
“Se a
contribuição for apenas para a igreja, para um pastor ou para uma pessoa com
necessidade, tornar-se caridade. Mas se for para o Senhor, tornar-se um ato de
adoração”. Esse é o segredo. Todo ato de generosidade, sendo ofertado como ao
próprio Senhor! Quando você investe na obra missionária ou abençoa uma pessoa
necessitada, a motivação do seu ato revelará a quem você está cultuando. A
generosidade deve ser para a glória de Deus.
Certa vez
assisti o filme que contava a história da Madre Tereza de Calcutá. Ela ajudava
hindus como uma vocação tirando pessoas das ruas que eram ali largadas para
morrer e levando-as para um abrigo para terem dignidade. Então um hindu lhe
perguntou: “Por que a senhora ajuda a nós indianos hindus?” Ao que ela respondeu:
“Eu vejo Jesus em você”.
Seja
um agente de transformação na vida de alguém e torne seu ato generoso em um
culto a Deus.
4. A generosidade produz abundância divina a seu favor (v.17; 19)
Paulo
deixa claro que as dádivas dos filipenses foram observadas por Deus porque eles
ajudaram Paulo a fazer aquilo que Deus o havia confiado para fazer. Os
filipenses ajudaram o trabalho de Paulo a prosperar. Veja o que diz Provérbios
19:17 – “Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e este lhe retribuirá o
benefício”. Generosidade é um empréstimo a Deus e, você pode ter certeza, Deus
não fica devendo para ninguém.
Agora,
observe o que o texto diz: “Segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em
Cristo Jesus, tudo aquilo que vocês precisam”. Perceba que a dádiva é segundo a
riqueza de Deus, mas não meramente DA RIQUEZA, mas DE ACORDO COM A SUA RIQUEZA.
Quer dizer, Deus o abençoa de acordo com as posses Dele. É por isso que Paulo
diz no verso 17 que espera um retorno rentável para os filipenses de acordo com
a oferta deles. Ele diz: “O que me interessa é o fruto que aumente o crédito
na conta de vocês”. A linguagem aqui é financeira. É comercial. O que esse
texto nos ensina é que a oferta é um investimento que traz ricos lucros no
serviço de Deus e um crédito cumulativo para o ofertante. Isso é bíblico? Veja
comigo Provérbios 11:24-25:
“Uns
dão com generosidade e têm cada vez mais; outros retêm mais do que é justo e
acabam na pobreza. A pessoa generosa prosperará, e quem dá de beber terá a sua
sede saciada”.
A Palavra
de Deus é fiel e verdadeira. A generosidade produz abundância divina a seu
favor. E o texto é claro. Essa abundância divina é aqui e cumulativo para a
eternidade. Veja o que Jesus diz em Mateus 25:34-45. O céu é das pessoas
generosas. Quero concluir trazendo um fato curioso sobre dois mares da
Palestina.
Na Palestina existem dois mares: O
Mar da Galiléia e o Mar Morto.
A água do Mar da Galilélia é doce
e, em seu interior e ao seu redor, a vida é abundante.
O mesmo rio Jordão que alimenta o Mar da
Galiléia desemboca em outro mar, mas, ali, no Mar Morto, não há vida,
nem em suas águas nem ao seu redor.
Qual é a diferença?
A água? Não!
O solo? Não!
A diferença é que o Mar da Galiléia devolve a água que recebe
do Rio Jordão, enquanto o Mar Morto, por ficar abaixo do nível do mar,
retém tudo que recebe. Com o passar dos séculos, ele foi acumulando
tanto sal em seu leito que a vida ali se tornou impossível.
O mar “generoso” têm vida e proporciona a vida.
O mar “egoísta” não tem nada, só sal e solidão.
Seja
um agente de transformação na vida de alguém e seu ato generoso trará
abundância divina a seu favor.
No amor
de Cristo,
Rodrigo
Rodrigues Lima
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
Terceira dose - FELICIDADE – Elementos de uma jornada feliz Filipenses 3:12-16
SÉRIE "VACINE-SE JÁ"
FELICIDADE
– Elementos de uma jornada feliz
Filipenses
3:12-16
Imagine que você está numa corrida e quase na linha de chegada. Por um momento você fica extasiado porque a sua torcida está maluca, gritando e aplaudindo. Você olha de relance para trás e vê seu oponente imediato a uma certa distância. Então você se enche de confiança e começa a celebrar antecipadamente sua vitória e acenar para a torcida. E quando você está a pouquíssimos metros da sua vitória, com o pé praticamente na linha de chegada, seu oponente o ultrapassa e você perde a corrida. Horrível não?
Foi isso
que aconteceu com um atleta nos Estados Unidos em uma competição entre
universitários. Pouquíssimos metros antes da linha de chegada, com a vitória
praticamente certa, ele se distraiu e perdeu a corrida para seu oponente. Nas
palavras do rapaz: "Eu imaginei que ele estivesse muito longe, então eu
escutei a torcida ficar maluca, gritando e ele acenou para eles. Eu pensei:
acho que ele não sabe que eu estou chegando e eu venci".
Quero que você pense comigo sobre o que é necessário para concluir bem uma corrida. Pense naquela raia. Um atleta disciplinado que está em uma corrida tem em sua mente três momentos: 1. O primeiro momento é o que passou. Ele se dedicou ferozmente durante um longo período até o momento da largada. Uma corrida não é ganha sem dedicação. Então, o que mantem o espírito de um atleta altamente motivado é ele olhar para trás e estar satisfeito. Contente com toda a sua preparação. Ele tem orgulho do preparo e está sereno e confiante para enfrentar a corrida. E todos os metros que ele percorrer naquela corrida deverão ficar para trás, bem como os seus opoentes. Por quê? Porque ele tem que estar atento no segundo momento. 2. O segundo momento é o presente. A corrida em si. O momento! Naquele momento em que ele está correndo ele está altamente concentrado. Ele sente plenitude porque está vivendo o máximo de sua dedicação. Ele tem prazer naquilo. Há uma animação, um entusiasmo. Ele não pode olhar para trás e nem para o que está à sua volta. Ele tem que viver inteiramente aquele momento concentrado. Por quê? 3. O terceiro momento é o futuro, o alvo. Ele corre porque tem um objetivo. Ele deseja conquistar o podium. Ele tem otimismo, esperança, fé e confiança de que ganhará a corrida.
A maneira como o atleta se portará nesses três momentos de sua jornada determinarão o seu resultado, seja qual for. O que isso tem a ver com FELICIDADE e CONTENTAMENTO?
Em seu livro Felicidade Autêntica, o autor Martin E. P. Seligman defende a tese de que é possível aumentar a felicidade e apresenta um conjunto de variáveis que, se você decidir mudá-las, o seu nível de felicidade tem toda a chance de aumentar e de se manter alto. São elas o passado, o presente e o futuro.
Mas, o que é felicidade? Segundo o dicionário, felicidade é o estado de uma consciência plenamente satisfeita. Satisfação. Contentamento. Veja, não quero abordar aqui a respeito dos momentos de felicidade. Eles são mesmo passageiros. Eles vêm e vão, vem e vão. Mas, estou pensando na vida, numa vida feliz. Pensando na vida como uma corrida, é possível viver feliz? O que a Palavra de Deus tem a nos dizer a respeito dessa corrida onde o passado, o presente e o futuro são cruciais para você terminar bem?
Retomando a carta de Paulo aos Filipenses, vejo que Paulo inspirado pelo Espírito Santo nos mostra que ele foi uma pessoa alegre na corrida da vida e feliz. Veja o que ele mesmo diz a respeito de sua corrida ou batalha: “Esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13-14). E no fim da sua jornada ele dirá: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.” (II Timóteo 4:7). Como ele conseguiu correr bem e terminar bem sua carreira, sua corrida? Como aumentar a felicidade? Como ter uma vida de plenitude, satisfação e contentamento?
1. Tenha satisfação em relação ao seu passado
“Esquecendo-me das coisas que para trás
ficam...”
A grande questão é como você se sente quanto ao seu passado.
Nesse trecho da carta de Paulo aos Filipenses, a analogia que Paulo utiliza é justamente de um atleta que está numa corrida. Vimos que Paulo era resiliente e tinha a postura de profunda gratidão em todas as situações. Mas, também Paulo havia sido transformado. Veja comigo o passado de Paulo (Filipenses 3:5-6). Circuncidado ao oitavo dia, da tribo de Benjamin, quanto à lei, era fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja. Em Atos 8:3 está relatado que ele queria destruir a igreja, indo de casa em casa, arrastando homens e mulheres, lançando-os na prisão. Ele consentiu na morte de Estevão (Atos 8:1). Que passado sombrio o de Paulo. Como ele poderia ter satisfação, contentamento em relação ao seu passado? Antes de respondermos a essa pergunta, eu te pergunto: Você tem satisfação em relação ao seu passado? Você acredita que o seu passado determina o futuro? Porque é justamente aqui que se encontram muitas pessoas. Numa inércia, numa frustração.
Quanta
amargura irremediável! Decepção com um líder religioso, com uma igreja, com a
esposa, com o marido, com o patrão, com Deus, com a vida! Amargura pelas
feridas e decepções ou vergonha pelos seus erros e oportunidades desperdiçadas.
Quando perguntam a respeito do passado, os pensamentos negativos, intensos e
frequentes se tornam lenha para uma interminável chama de insatisfação,
tornando impossível a paz. É um verdadeiro deserto emocional. Por isso, viver
uma vida feliz, uma vida plena é quase que impossível.
A
respeito de seu passado, o apóstolo Paulo toma a decisão de permitir que Jesus
Cristo ressignifique a sua história. Ele sabe que está numa corrida! Ele não
pode se distrair com o que passou porque tem um alvo a alcançar e sabe que
nessa corrida de uma vida plena, ele precisa ter satisfação com relação ao seu
passado. Ele não pode ficar preso ao passado e se deixar bloquear pela
amargura, pelos erros e pelos conhecimentos e crenças que antes tinha. Como ele
faz isso?
Quanto
ao seu conhecimento como fariseu e religioso e status de homem importante, ele diz: “Mas o
que para mim era lucro, isto considerei como perda por causa de Cristo [...]
Por causa Dele perdi todas as coisas e as considero como lixo, para ganhar a
Cristo”. (Filipenses 3:7-8)
Quanto
ao seu passado sombrio. Ele diz: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (II
Coríntios 5:17).
Mas,
muitos tem dificuldade e se apegam ao passado e vivem a corrida com os para
trás. E buscam razões para isso. Há pelo menos três razões por que muita gente
não consegue ter satisfação com o seu passado. I) Primeira razão: É injusto
perdoar. Como assim perdoar? A nossa justiça fala mais alto. Entretanto, veja
que Paulo vai dizer: “e ser achado nele, não tendo justiça própria...” (Filipenses
3:9). Justiça própria é quando você se considera justo pelos seus próprios
méritos diante de Deus. A justiça própria também é um elemento que impede a
gente de perdoar. O infrator que nos prejudicou, dentro do nosso padrão de
justiça, não merece o perdão. Entretanto, creio que pior do que não perdoar aos
outros, é não perdoar a si próprio. Onde existe justiça própria, não existe
a justiça de Cristo e não há espaço para o perdão. II) Segunda razão:
O perdão talvez sugira empatia pelo culpado, mas demonstra falta de empatia
pela vítima. A pessoa vive uma vida inteira como vítima. De fato, ela foi
vítima, mas o problema é viver em estado de vitimização. Ela nunca consegue ser
plena na vida. Quem está em Cristo é nova criatura. III) Terceira razão:
O perdão impede a vingança, que é justa e natural.
Martin E.
P. Seligman, o autor do livro Felicidade Autêntica é um ateu, mas ele diz algo
muito forte: “Os seus valores definem se vale a pena ou não perdoar”. Se
você é um cristão e discípulo de Cristo, o perdão é um valor inegociável. Valor
não é algo que você acredita. Valor é algo que você tem. Se você não perdoou,
você ainda não tem o valor. Se você tem o valor, é porque entendeu que foi
perdoado e sabe o valor do perdão. Há uma pessoa que viveu plenamente em
satisfação com o seu passado. O nome dele era José. De um homem escravo, ele se
tornou governador do Egito e foi capaz de perdoar os seus irmãos. Veja o que
ele dirá aos seus irmãos: “Eu sou José, o irmão de vocês que vocês venderam
para o Egito. Agora, pois, não fiquem tristes nem irritados contra vocês mesmos
por terem me vendido para cá, porque foi para a preservação da vida que Deus me
enviou adiante de vocês.” (Gênesis 45:5). Quantos pastores, líderes,
crentes e não crentes que vivem uma vida infeliz no presente porque carregam as
marcas ruins do passado sem resiliência, sem gratidão e sem perdão. Quer ser
feliz? Tenha satisfação em relação ao seu passado. Corra a sua corrida sem um
retrovisor em seu ombro que faz você perder a concentração. Não perca na linha
de chegada porque ficou olhando para trás.
“Avançando para as que estão diante de mim...” A grande questão é
como você vive o hoje.
Vimos como Paulo se sentia em relação ao seu passado, mas como ele vive o presente? O presente é de prisão. E na prisão ele diz: “...têm até contribuído para o progresso do evangelho”. (Filipenses 1:12). “Com isto me alegro, sim, sempre me alegrarei”. (Filipenses 1:18).
Paulo
vivia num profundo estado de contentamento. “Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é lucro”. (Filipenses 1:21).
A
rapidez da vida moderna e nossa extrema preocupação com o futuro entram no
nosso presente e empobrece a nossa capacidade de viver o hoje. As pessoas do mundo
atual têm dificuldade em viver cada momento inteiramente nele. A revista EXAME
publicou em 05 de junho de 2019 em seu site que, segundo dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país que tem o maior número de pessoas
ansiosas do mundo, isto é, 9,3% da nossa população. No ano passado houve um
aumento de 80% nesse contexto de pandemia.
Quais são
os dois elementos que contribuem para esse aumento? I) Viver uma vida com
pressa e com estresse. No tempo presente Paulo vive pleno e em
contentamento, porque ele é grato. Aprendi a viver contente em toda e qualquer
situação”. O que Jesus tem a nos dizer a respeito de não viver com pressa e ter
contentamento no presente? “Observem as aves do céu [...] observem como
crescem os lírios do campo” (Mateus 6:26; 28). Só pode observar quem
para tudo para focar. A pressa nos tira da condição de observadores dos
feitos de Deus. Jesus nos convida a apenas observar o que o Pai está
fazendo à nossa volta. É assim que começa a surgir a gratidão e o
contentamento com o presente. II) Viver preocupado com o futuro. Paulo
diz: “Não fiquem preocupados com coisa alguma...orações e súplicas com ações
de graças”. (Filipenses 4:6). E o que Jesus também tem a nos dizer? “Não
se preocupem” (Mateus 6:25; 28; 31) três vezes. “O Pai de vocês,
que está nos céus, as sustenta....veste...O Pai de vocês, que está no céu, sabe
que vocês precisam de todas elas” (Mateus 6:26; 30; 32). Jesus está
nos dizendo: Você tem um Pai. Ele também está nos dizendo, ele está agindo no
presente e sabe do que você precisa no futuro. Não se preocupe. Quer ser
feliz? Tenha contentamento em seu presente. Corra a sua corrida vivendo o
momento, o agora sem que nada possa distrair do seu alvo.
“Prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. A grande questão aqui é como você pensa
a respeito do seu futuro.
Como Paulo encarava o seu futuro? Seu futuro era estar com Cristo. Veja como ele encara: “O que eu quero é conhecer a Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.” (Filipenses 3:10). Em Romanos 8:18 ele escreveu: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada a nós.”
Martin E.
P. Seligman, o autor do livro Felicidade Autêntica fez várias pesquisas e
aplicou testes em milhares de pessoas e como psicólogo ele chegou à seguinte
conclusão: A maneira como você pensa com relação ao futuro pode contribuir ou
não para a sua felicidade. Pessoas pessimistas tem um olhar permanente para as
situações adversas da vida. Tudo dá sempre errado e ela nunca chegará a lugar
nenhum em determinada área de sua vida. Elas até dizem: “Não nasci para ser
feliz.” Mas, pessoas otimistas e esperançosas sempre tem um olhar temporário
acerca das situações adversas da vida. Elas dizem: “É um momento. Vai passar”.
Paulo tinha visão espiritual das coisas da vida. Veja comigo II Coríntios
4:16-18. Ele conclui dizendo: “Porque as coisas que se veem são
temporais, mas as que não se veem são eternas”. Não sei como você se vê
hoje quanto ao seu futuro. Você que ser feliz? Tenha esperança quanto ao seu
futuro.
No amor de Cristo,
Rodrigo
Rodrigues Lima
domingo, 14 de fevereiro de 2021
Segunda dose: “Gratidão – O combustível da alegria” - Filipenses 4:6-7
Segunda dose: “Gratidão – O combustível da alegria”
Filipenses
4:6-7
Pois esse
remédio e virtude tem um nome: gratidão.
Em
setembro de 1942 um renomado psicoterapeuta austríaco descendente de judeus
chamado Viktor Frankl, pai da logoterapia, viveu sob os horrores da guerra, bem
como sua esposa e pais. Ele passou por quatro campos de concentração em um
período de 2 anos e 6 meses. Após o fim da guerra, ele está viúvo e sem seus
pais. Todos mortos nos campos de concentração. Diante daqueles dias horríveis e
das dolosas perdas, ele teve onze atitudes ou estratégias de superação do
sofrimento que o ajudaram. Destaco duas delas: I) Não reclamar,
isto é, ele aceitou as dificuldades da vida; II) Gratidão nas
pequenas coisas. Ele relata em seu livro que após um duro dia de trabalho, após
sobreviver mais um dia, todas as noites, ele era grato por poder catar os piolhos
do corpo antes de se deitar. Quando as pessoas ficavam doentes, se amontoavam
durante o dia em lugares que chamavam de cama e era grato por isso, pois, não
precisaria entrar em ordem unida e trabalhar no frio. Enquanto os outros
olhavam a miséria e as coisas ruins, ele era grato nas pequenas coisas.
A revista
Forbes trouxe um dado interessante que aponta para a gratidão produz 7
benefícios comprovados cientificamente: I) Abre porta para relacionamentos; II)
Melhora a saúde física; III) Melhora a saúde mental; IV) Aumenta a empatia e
reduz a agressividade; V) Melhora a qualidade do sono; VI) Melhora a
autoestima; VII) Melhora o equilíbrio emocional.
Nessa
segunda mensagem da série VACINE-SE JÁ, convido você a mergulhar na Palavra de
Deus para tomar a sua segunda dose, a dose da gratidão para proteger e
fortalecer a sua vida.
O
apóstolo Paulo foi um homem que viveu intensamente a gratidão. Que lições
podemos aprender com ele sobre a gratidão? Vejamos:
1. A gratidão supera traumas e aumenta a resiliência em
amor. (Filipenses 1:3-5)
A situação de Paulo não é confortável. Ele está em uma
prisão sob os olhares da Guarda Pretoriana. Seu histórico de missão é de muitas
dificuldades amargas. É muito comum que o ser humano se desgoste da vida após
muitas dificuldades, frustrações e decepções. Nunca se falou tanto em cura
interior e terapias como em nossos dias. Graças a Deus por essas ferramentas,
mas ouso dizer que nossa geração é muito frágil e sensível emocionalmente se
comparada com gerações passadas. Paulo é uma dessas pessoas do passado que
teria tudo para ser um desgostoso com a vida e com Deus. Veja o relato que ele
faz a respeito de sua própria vida em missão: II Coríntios 11:23-33 – a)
v.23 Em prisões e açoites (Atos 16:23); b) recebeu cinco vezes quarenta
açoites menos um dos judeus (Deuteronômio 25:3); c) Três vezes açoitado
com varas (Atos 16:22); d) Apedrejado e dado como morto (Atos 14:19);
e) Naufragou três vezes e ficou boiando um dia e uma noite em alto mar
(Atos 27:27-44); f) Perigo de rios, assaltantes e perigo com seus conterrâneos
(Atos 9:23-25); g) Perigo entre os gentios (Atos 14:5); h) Trabalhos,
fadigas, em madrugadas, em fome e sede; em frio e nudez (I Coríntios 4:11).
Ao longo de sua vida, Paulo teve muitas experiências
traumáticas. Mas, o que faz Paulo ser resiliente? Paulo era masoquista? Ele
gostava de sofrer? Claro que não! Para entender a cabeça de Paulo e como ele encarava
o sofrimento, é preciso compreender que ele tinha profunda gratidão a Deus por
ter sido salvo por Jesus Cristo. Se tem algo que os crentes do século XXI
precisam resgatar é o espírito de gratidão porque são SALVOS. A salvação não é
um favor que Deus fez a nós, mas um presente que não merecíamos e que foi muito
caro. A salvação encarada como algo muito valioso e recebido de graça produz
em Paulo profunda gratidão. Essa gratidão é tanta que ele se vê como devedor!
Em Romanos 1:14 Ele diz: “Sou devedor”. Sabe, se você acredita que tem um
direto a ser exigido, não haverá espaço para a gratidão. Muita gente tem
exigido de Deus e é por isso que a gratidão está tão esquecida no meio
evangélico.
Paulo supera seus traumas e aumenta a sua resiliência
porque seja onde ele estiver, em seu coração há gratidão. Ele está na prisão?
Então ele louva (Atos 16:25). Ele escreve cartas registrando nelas a sua
memória cheia de gratidão pelos irmãos de Filipos. Paulo está preso
fisicamente, mas a sua alma está livre para adorar e expressar gratidão. A
gratidão protege a nossa memória de guardarmos o que é ruim. Faz a gente ver
coisas boas em meio as coisas ruins. Não deixe a sua alma aprisionada pelas
situações. Isso gerará ingratidão em seu coração. A gratidão supera traumas e
aumenta a resiliência.
2. A gratidão combate a ansiedade e contribui para a paz
(Filipenses 4:6-7; 11-13)
Não fiquem preocupados com coisa alguma! Parecia um
conselho fora da realidade, mas para Paulo não era. As ameaças do mundo ao
redor afetam a mente. Como não ficar ansioso? Ansioso é um termo que indica
falta de confiança na proteção e cuidado de Deus. Qual é a fórmula para não ser
ansioso?
Aqui há uma distinção entre oração e súplica. A primeira
trata da oração em geral. A segunda, enfatiza o sentido de necessidade, de um
pedido específico. Mas, o elemento chave da fórmula é a FORMA COMO VOCÊ ORA! Em
tudo, com ações de graças! Gratidão a Deus por tudo e por todos. Gratidão a
Deus em todas as circunstâncias. É o que Paulo afirma em I Tessalonicenses
5:18: “Em tudo dai graças”. Tudo o quê? TUDO!
É por isso que os especialistas, tanto médicos quanto psicólogos,
afirmam que a prática diária da gratidão produz equilíbrio emocional. Você vai
vencendo a ansiedade orando com gratidão por tudo.
O mal do século é a ansiedade e a depressão. Um médico
ousou afirmar que: “a depressão e a gratidão são incompatíveis. Ou uma está
presente no cérebro ou outra”. Não sei se concordo 100% com ele, mas há um
fundo de verdade nisso. A depressão é um misto de ingratidão para consigo mesmo
e desencanto com a vida em situações diversas. Uma pessoa deprimida tem muita
dificuldade de ser generosa consigo mesma. Agora, uma pessoa tomada de
gratidão, que aprendeu a fazer orações e súplicas sempre vendo o lado positivo
de todas as situações, desenvolve a habilidade do contentamento. A gratidão é a
mãe do contentamento. É por isso que Paulo afirma: “Aprendi a viver contente
em toda e qualquer situação”. (Filipenses 4:11) A pessoa grata possui
uma forte sensação de suficiência, enquanto o ingrato possui quase que
constantemente uma sensação de escassez. Pessoas gratas são pessoas
alegres, mas pessoas não tão gratas: a) Desperdiçam oportunidades. Nunca são
para elas ou são poucas demais; b) Se amadas pelo cônjuge, acham que não é o
suficiente; c) Se tem um salário, este nunca está a contento.
Mas, se você cultiva o hábito de agradecer, fazendo
conhecidas diante de Deus suas necessidades em forma de súplica combinado com
gratidão, o resultado é o que vem no versículo 7 do capítulo 4 de Filipenses: “E
a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o coração e a mente de
vocês em Cristo Jesus.” Veja que prevenção emocional sem igual aqui:
GUARDARÁ O CORAÇÃO E A MENTE. A palavra GUARDAR vem da ideia de guardas
militares que protegem contra a invasão inimiga. Portanto, Se você for uma
pessoa que ora com gratidão em todo o tempo, Deus colocará sobre o seu coração
e sua mente uma fortaleza impenetrável para o inimigo.
3. A gratidão aumenta a alegria e fortalece a fé
(Filipenses 3:1)
“Quanto ao mais, meus irmãos, alegrem-se no Senhor”.
Escrever (pregar) de novo as mesmas coisas não é um problema para mim e é
segurança para vocês”.
A palavra alegria e variações verbais na versão NAA
aparecem 14 vezes nessa carta de 4 capítulos. É por isso que a carta aos
Filipenses é chamada de “a carta da alegria”. Como vimos na introdução dessa
mensagem, não é a felicidade que produz gratidão, mas é a gratidão que traz
felicidade. Pessoas gratas são pessoas alegres.
Para concluir gostaria de contar uma história. Um homem
contou:
Deus
deu-me duas caixas e disse:
–
Coloque todas as suas tristezas na caixa cinza e todas as suas alegrias na
caixa azul.
Tempos
depois eu percebi que a caixa azul estava muito mais pesada que a caixa cinza e
fiquei um pouco confuso, pois, se tive muitas alegrias na vida, também não me
faltaram tristezas. Como, então, a caixa de alegrias podia pesar tão mais que a
caixa de tristezas?
Curioso,
abri a caixa cinza e ela estava vazia, pois tinha um buraco no fundo. Então, eu
perguntei:
–
Senhor, deste-me uma caixa furada e minhas tristezas desapareceram. Onde elas
foram parar?
–
Elas vieram se apresentar diante do meu altar e as devolvi para você.
–
Para mim? Mas elas não estão comigo.
– É
que eu as devolvi transformadas.
–
Transformadas? Como assim, meu Senhor?
–
Transformadas em alegria. Olhe a sua caixa azul e você vai entender.
Abri a caixa azul e lá estavam todas as minhas alegrias (como foi bom contá-las todas de uma vez). Mas, lá estavam também as minhas tristezas, com uma carinha diferente, transformadas em alegrias.
Em todos os livros que li e pesquisas que fiz, especialistas dão sempre o mesmo conselho. Compartilho com você. A partir de hoje, antes de dormir, todos os dias reserve 15 minutos e escreva uma lista de pessoas, coisas e situações pelas quais você será grato. Vamos orar com súplicas e gratidão. Deus guardará a nossa mente e o nosso coração com Sua paz.
No amor de Cristo,
Rodrigo Rodrigues Lima
domingo, 7 de fevereiro de 2021
Primeira dose: “Resiliência – Como ser feliz numa jornada dura e confusa”
Primeira dose: “Resiliência – Como ser feliz numa jornada dura e confusa”
Filipenses 4:11-13
Resiliência é a capacidade de voltar ao seu antigo estado após um forte golpe. É ser como um amortecedor de caminhão, que após receber pressão, o resultado é um resistente impulso para voltar ao estado original. Paulo foi capaz de ser resiliente em sua jornada. Como receber fortes golpes e não desabar? Que lições aprender? Como ressignificar os golpes para seguir cumprindo o seu propósito?
Leandro
Karnal, um historiador brasileiro escreveu um artigo para o Jornal O Estado de
São Paulo no dia 13 e janeiro de 2021 descrevendo três camadas de uma pessoa
resiliente ideal.
Na
primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem
descontrole, experiencia a dor e continua de pé. A primeira etapa da
resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a decepção. O tipo ideal
que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato)
mais forte do que as ondas das adversidades.
O segundo
estágio é a recuperação/aprendizagem.
Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda
recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo. Toda dor
contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente consegue aprender com o
golpe sentido.
O
terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da
consciência a partir do aprendizado. O
tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria
ou sofrimento para o mundo. A dor existe foi sentida, houve reação com
aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
Resiliência certamente é a marca de muitos de nós. Se você enfrentou golpes duros, se recuperou e tem avançado, você é uma pessoa resiliente. Mas, o que proponho nesta mensagem é que você seja feliz numa jornada dura e confusa. Nesses dias de pandemia, o que a Bíblia pode nos ensinar sobre a resiliência e ser feliz em uma jornada dura e confusa? Esta é a primeira dose da vacina para que você proteja e fortaleça a sua vida nesses dias. Na carta de Paulo aos Filipenses é onde ele mais revela a sua resiliência. Como o apóstolo Paulo conseguiu escrever uma carta sobre alegria, gratidão e com muito contentamento a partir de uma prisão? Como ele conseguiu ser feliz numa jornada dura e confusa? Quero que você venha comigo nessa jornada e veja que características podemos encontrar em Paulo para que aprendamos a ser resilientes.
1. Ter uma grande capacidade de adaptação e aprendizagem com a vida.
(Filipenses 4:11-13)
Pessoas
resilientes são flexíveis tanto mental quanto emocionalmente. Elas conseguem
receber o golpe da vida e conseguem se adaptar.
No
verso 11 Paulo diz que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação. A
palavra contente no grego traz dois significados muito interessantes: I)
Independente de circunstâncias externas; II) Contente com a sua sorte ou
fortuna, com os recursos que possui, ainda que limitadíssimos. Por quê? Porque
o contentamento nada mais é do que essa capacidade de adaptação. Entretanto,
qual é a origem do contentamento de Paulo? Está no verso 13: “Tudo posso
naquele que me fortalece”. A fé correta em Cristo Jesus te capacita a se
adaptar a qualquer situação.
2. Esperar que as coisas sempre terminem bem. (Filipenses 1:19-20)
Pessoas
resilientes são dotadas de profundo otimismo alicerçadas em fortes valores
internos. Têm grande tolerância às incertezas e ambiguidades. Conseguem trazer
estabilidade em situações críticas ou caóticas. Costumam perguntar: “O que
posso fazer para que as coisas terminem bem para todos nós?” Paulo tinha esse
espírito. Nos versos 19 e 20 do capítulo 1 encontramos um apóstolo preso, mas
convicto de que, seja liberto da prisão ou morto por causa do Evangelho, ele
terminará bem. Paulo não vê nada trágico em sua situação. E quais são as fontes
dessa convicção de Paulo?
I)Oração
intercessória. A primeira dica é esta. Quem é o seu intercessor? A fonte de
ânimo de Paulo que o faz crer que tudo terminará bem é a oração da igreja; II)
Ajuda (socorro) do Espírito Santo. Paulo experimentava um revestimento, um
fortalecimento que provinha do Espírito Santo que lhe dava coragem que não
falha. Uma coragem que vinha do própria Espírito, e que por isso, ele confiava
que terminaria bem; III) Deus quer glorificar a Cristo através das
circunstâncias que passamos. Paulo cria que até mesmo a sua morte traria glória
a Cristo. Confie e creia – tudo terminará bem!
3. Ter atitudes e emoções positivas em épocas de crise. (Filipenses 1:12-14; Filipenses 2:17-18;
Filipenses 3:1; Filipenses 4:4)
Paulo
tem a grande capacidade por meio do espírito de Cristo de transformar
infortúnios e desgraças em coisas boas e se fortalece com a adversidade. É
típico de pessoas que costumam perguntar: “Como posso modificar isso? Por que
foi bom que essa situação negativa acontecesse?” Paulo manifesta esse espírito
positivo pelo menos de 3 maneiras:
I)
Olhar positivo para a prisão. Nos
versos 12 a 14 do capítulo 1 ele fala de contribuição e progresso. Dois
elementos que a prisão dele tem proporcionado.
II)
Olhar positivo para o que virá após a prisão. Nos versos 17 e 18 do capítulo 2, Paulo diz se alegrar mesmo que morra
pelo evangelho e quer que os irmãos se alegrem com ele por isso. Isso não é
motivo de tristeza, mas de alegria porque o viver é Cristo e o morrer é lucro
(Filipenses 1:21).
III)
Olhar positivo para o Senhor. O
Senhor é a fonte da alegria de Paulo (Filipenses 4:4).
4. Não se vitimizar, mas saber reagir a críticas e ataques. (Filipenses 1:15,
17)
Paulo
estava sendo atacado. Pessoas invejosas estavam tentando causar algum tipo de
sofrimento em Paulo, mas ele não se vitimiza. Ele reage positivamente. Paulo, quando
confrontado com ataques e manobras mal-intencionadas não se deixa bloquear, mas
responde buscando também apoio, aliados e recursos adequados para lidar com
essas situações. Ele sabe quem o justifica! Ele sabe quem é o seu juiz e
advogado. Em I Coríntios 4:3 ele escreveu: “Mas a mim pouco importa ser julgado
por vocês ou por um tribunal humano; nem eu julgo a mim mesmo”. Qual é o
segredo de Paulo? No verso 4 encontramos o segredo: “Pois quem me julga é o
Senhor”. Essa consciência de que é a Deus que ele presta contas, lhe
garante ousadia e saúde emocional para enfrentar as críticas.
5. Ter uma autoestima saudável (Filipenses 1:1)
A
autoestima é como você enxerga a si mesmo e determina o quanto você aprende
quando algo deu errado. A autoestima faz com que você respeite a si mesmo e aos
outros, e saiba aceitar críticas sem ressentimentos, bem como elogios e
cumprimentos, sem se ensoberbecer ou tornar-se arrogante. Se você tem uma
autoestima muito elevada, poderá ser soberbo, arrogante e não saber lidar com
as críticas reagindo contra as pessoas. Se você tem uma autoestima muito baixa,
os outros poderão se sobrepor a você, as críticas por menores que sejam podem
te derrubar facilmente e você tem uma tendência a se menosprezar e se
inferiorizar.
Como
Paulo se vê? Um servo de Jesus Cristo. A palavra servo no verso 1 do capítulo na
linguagem judaica, significava ser alguém escolhido por Deus. Esse é um sinal da
autoridade apostólica de Paulo (II Coríntios 10:8). Essa expressão marca seu
senso de responsabilidade como alguém sob a direção de Deus. Essa é sua
autoridade. Ele sabe quem é em Cristo. Era em Cristo que estava muito bem
fundamentada a identidade de Paulo e sua autoestima partia de sua profunda
relação com Jesus.
6. Ter amigos e relacionamentos saudáveis (Filipenses 1:8; Filipenses
2:22; 25)
Existem
inúmeras pesquisas mostrando que o apoio social é essencial para a resiliência.
Falar com amigos, familiares ou mentores diminui o impacto das adversidades e
aumenta o sentimento de autoestima e autoconfiança. Vemos em Paulo 3
relacionamentos: I) Amigos na comunidade. A relação de afetuosa com a igreja de
Filipos (Fp 1:8). Ele tinha saudade e profundo afeto de Cristo, isto é, seu
pulso bate com o pulso de Cristo por eles. II) Discípulos. Timóteo. (Fp 2:22).
Ele tinha uma relação de paternidade com esse jovem pastor. III) Amigos de
jornada. Epafrodito (Fp 2:25). Esse é o mais marcante. Ele dá 3 atribuições a
Epafrodito nessa relação: I) Meu irmão; II) Cooperador; III) Companheiro de
lutas.
Para
ser feliz numa jornada dura e confusa, decida hoje abraçar com a graça de Jesus
Cristo essas características e você será resiliente à imagem de Jesus.
No
amor de Cristo,
Rodrigo
Rodrigues Lima