sábado, 15 de fevereiro de 2020

Lições sobre a lealdade a Deus na Babilônia - Daniel 1


Lições sobre a lealdade a Deus na Babilônia
Daniel 1

Eu gostaria de compartilhar com a igreja sobre um aspecto de um povo avivado que é a lealdade a Deus, a fidelidade em tempos de tentação ou provação. O povo de Judá quebrou a sua aliança com Deus e, como castigo, veio sobre eles a Babilônia e os subjugou. A Babilônia nesse contexto é o lugar do exílio, da vergonha e do sofrimento do povo de Deus. Mas, a Babilônia também simboliza a degradação moral, a idolatria e o materialismo. É lugar de provação, mas também é lugar de oportunidade. Quero chamar a sua atenção para um posicionamento de lealdade a Deus nos tempos em que vivemos. Nós estamos inseridos nesse mundo em nosso trabalho, na universidade, na escola, no bairro e de um modo geral o que temos visto é uma verdadeira degradação moral, idolatria ao corpo, à autoimagem e ao materialismo. Não quero dizer com isso que não devemos cuidar do nosso corpo e da nossa saúde e não buscar o crescimento e tudo o mais. Pelo contrário, quero mostrar a você através da história de quatro jovens, como estar inserido na Babilônia sem que a Babilônia esteja dentro de você, sobretudo, sendo uma poderosa influência de Deus na sociedade. Jesus orou pelos seus discípulos da seguinte maneira: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal.” (João 17:15)

1.A lealdade a Deus pode ser ganha ou perdida em casa (v.1-2)
a)Ezequias abriu as portas para que a Babilônia entrasse em Jerusalém. (II Reis 20:12-18) Aprendo um poderoso princípio aqui. Antes mesmo dos filhos irem para a Babilônia cativos, foi permitido anos antes que a Babilônia entrasse no palácio, na habitação real. Ezequias expôs tudo o que possuía para aquele que viria a ser o inimigo do seu povo futuramente.
b)Uma geração pagou o preço por uma aliança perigosa. O Rei Jeoaquim se permitiu aculturar. A Babilônia não negocia, mas devora aqueles que se aproximam dela. A Babilônia levou o que Israel tinha de mais precioso. Os utensílios da casa do Senhor. Não diz quais utensílios foram levados, mas podemos mencionar alguns que possivelmente foram levados. A Pia de bronze que era utilizada pelos sacerdotes para lavarem suas mãos e pés antes de ministrarem na Casa do Senhor. O Altar de incenso que simboliza a adoração, a oração e louvor.
O que podemos aprender?
I.Não se exponha para os valores deste mundo. Seja cuidadoso para que os valores do Reino de Deus sejam vivenciados em seu lar. Essa batalha espiritual já está ganha para aqueles que vivem o Reino de Deus com seus cônjuges e filhos. Não brinque com o pecado e não aceite que os valores sejam invertidos (Isaías 5:20)
II.Não deixe o diabo roubar o que é do Senhor em sua vida. A Babilônia levou tudo o que pertencia ao Senhor e ficou com eles em seu altar. A Babilônia tem um altar! O inimigo quer roubar nossa maior riqueza, a vida de Deus. Ele quer levar da nossa casa a “Pia de Bronze”, isto é, a santificação pela Palavra. Quer levar “O Altar de Incenso”, isto é, a vida de oração do nosso lar. Não permita. Ele quer que mudemos de altar.
A lealdade a Deus pode ser perdida ou ganha em casa!

2.A lealdade a Deus será testada pela Babilônia (v.3-7)
a)A Babilônia testará a lealdade pela vaidade de levar da realeza de Judá para os colocar no palácio. (v.3) Nabucodonosor nesse período era um jovem rei. Ele era visionário e queria os melhores e mais bem preparados para servir em sua corte em questões políticas. Por isso é tão estratégico!
b)A Babilônia testará a lealdade aculturando a realeza e a nobreza de Judá. (v.4) O que define uma cultura? Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social. Nabucodonosor queria que aqueles jovens ganhassem todos os conjuntos de ideias, comportamentos e práticas do povo babilônico.
c)A Babilônia testará a lealdade imprimindo um rótulo de identidade na nobreza de Judá (v.7). O chefe dos eunucos lhes dá outros nomes: Daniel passa a ser Beltessazar que significa "o tesouro (ou os segredos) de Bel"; Hananias passou a se chamar Sadraque que significa "a inspiração do sol", Misael passou a se chamar Mesaque "aquele que pertence à deusa Sesaque" e Azarias passou a se chamar Abede-Nego "servo de Nebo", um deus da Babilônia. No objetivo de aculturá-los, eles recebem um novo nome tentando imprimir uma nova identidade.
O que podemos aprender?
I.Satanás utilizará das artimanhas deste mundo para atrair-nos pela vaidade desse mundo. Você e eu somos da realeza celestial. Somos filhos de Deus. Você poderá chegar a posições elevadas com a permissão de Deus, mas não se esqueça de quem você é. Você pode estar na Babilônia. Ela estará oferecendo a você a beleza de uma vida que a carne ou a vaidade deseja, mas você é da realeza! Satanás testou Jesus oferecendo a ele alimento, fama e poder, mas Jesus sabia que ele era. Você terá muitas oportunidades preciosas neste mundo, mas é nessas horas que sua lealdade poderá ser testada pela vaidade das oportunidades. Guarde o seu coração.
II.A sua lealdade será testada quando o mundo lhe tentar imprimir valores. É preciso aprender a língua, a comunicação para estar inserido na cultura? Aprenda! É preciso compreender os valores deste mundo para lidar com ele? Aprenda. Deus quer abençoar a muitos neste mundo. Ele quer nos fazer prosperar, avançar neste mundo e precisamos entender como tudo funciona. Mas, seja cheio da Palavra de Deus para que a sua lealdade a Deus, ao ser testada, seja aprovada por Deus e lhe dê discernimento para saber até aonde você deve ir.
III.A sua lealdade será testada quando o mundo o quiser rotular. Você é um empresário, um ajudante geral, um bancário, um caixa, um cabeleireiro, entretanto, você é da realeza celestial. O mundo pode querer imprimir um rótulo em você. Ele pode querer dar novos nomes a você: o ganancioso, o ingrato, o infiel, o duas caras, mas você sabe que você é. Você é da realeza celestial.

3.A lealdade a Deus será revelada na força do caráter dos fiéis na Babilônia (v.8-13)
a)A força do caráter de Daniel e de seus amigos os leva a uma decisão de lealdade a Deus. (v.8). Daniel não titubeia. Santidade e vida com Deus é uma escolha que você toma pela graça de Deus. Você conhece o fiel nas situações mais decisivas de sua vida. O sacerdote não está lá para ver se Daniel e seus companheiros estão sendo leais a Deus. Eles simplesmente decidem tomar uma decisão sem necessidade de aprovação de quem quer que seja. Comer daquela comida significava uma ruptura de fé com Deus, pois, para os judeus a comida não era simplesmente uma questão de alimentação, mas de rito religioso. É nessas horas que viveremos de acordo com aquilo que cremos.
b)A força do caráter de Daniel e de seus amigos mantém a real identidade deles. (v.7). Quem são eles? Daniel não é "o tesouro (ou os segredos) de Bel", Beltessazar. Não! Seu nome significa “Deus é meu juiz”. Hananias "a inspiração do sol", Sadraque. Não! Seu nome significa “favorecido de Deus”.  Misael não é "aquele que pertence à deusa Sesaque". Não! Seu nome significa “quem é o que Deus é?”. Azarias não é "servo de Nebo". Não! Seu nome significa “Javé ajudou”. Aleluia! Eles são da realiza do povo de Deus. Eles sabem quem são e por isso não temem em se posicionar para manterem sua lealdade a Deus.
O que podemos aprender?
I.O seu caráter será revelado nas situações mais decisivas de sua vida. Você agira de acordo com o que você crê. Aquele que é leal a Deus não teme em tomar decisões para manter sua fidelidade a Deus. A Babilônia (o mundo) é a oportunidade de manifestarmos o caráter de Deus através das nossas vidas.
 II.O seu caráter revelará a sua real identidade. Quero afirmar que você é da realeza celestial. Você é filho de Deus e agirá segundo o caráter de Deus em sua vida.

4.A lealdade a Deus produz prosperidade na Babilônia (v.17-21)
a)A lealdade a Deus é retribuída com generosidade da parte de Deus. (v.17; 20) A situação não era confortável para os servos de Deus, mas Deus honrou a lealdade deles. Deus os colocou em posição de destaque e honra. Eles foram proeminentes diante dos demais.
b)A lealdade a Deus foi retribuída influência. (v.19) Eles passam a servir o rei. Essa é uma poderosa posição de influência.
O que aprendemos?
I.Deus prospera os fiéis onde quer que estejam. A lista é enorme. Abraão, Moisés, José, etc. Deus o fará prosperar onde você estiver.
II.Deus amplia a nossa influência na Babilônia. Nesse mundo Deus quer levantar homens e mulheres fiéis a ele para tomar posições elevadas e manifestar o caráter de Jesus. Não é o lugar que marca o homem e a mulher de Deus, mas é o homem e a mulher de Deus que marcam o ambiente onde estão. Deus vai aumentar a sua influência.

No amor de Cristo,
Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

sábado, 8 de fevereiro de 2020

A Caminho de Emaús. A jornada em que a dor se transforma em fervor

A Caminho de Emaús
A jornada em que a dor se transforma em fervor
Lucas 24:13-32

O Espírito Santo tem falado ao meu coração sobre o porquê de muitas pessoas não conseguirem reavivar o coração. Deus falou muito forte ao meu coração a respeito das dores da vida e da desesperança. Pessoas que, como os discípulos a caminho de Emaús, perderam a esperança por um momento. Estão em uma cansativa jornada, sem conseguir perceber o que está minando seus corações. A dor pode se tornar algo insuportável. Existem vários tipos de dores. Dor aguda, dor crônica, dor nos ossos e ligamentos, dor nos órgãos, mas existe uma dor muito comum que remédios não conseguem curar que é a dor da alma. A alma desses discípulos estava sofrendo com a morte do seu Mestre. Essa dor manifestava decepção, frustração e angústia. Quero falar sobre a jornada em que a dor se transforma em fervor, a caminho de Emaús. Eu tenho convicção de que Jesus avivará o seu coração hoje.

1.       A dor os afasta de Jerusalém (v.13)
Dois discípulos a caminho de Emaús. Esses dois discípulos saíram de Jerusalém no primeiro dia da semana. Eles não deveriam sair de Jerusalém. Jerusalém é o início de tudo, mas é difícil permanecer em Jerusalém! Essa foi uma Páscoa atípica na história de todas. Eles estão se ausentando de Jerusalém. Antes de sua ida ao Getsêmani, próximo de sua prisão, Jesus disse: "Esta noite serei uma pedra de tropeço para todos vocês, porque está escrito: "Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas". (Mateus 26:31). Diante da profunda decepção, da frustrada expectativa, é comum que muitos se dispersem. Depositaram todas as esperanças em Jesus, mas o vexame foi muito grande. Justamente na festa mais importante para o povo judeu, o líder deles é crucificado. Assim, cada um vai procurar o seu caminho. É uma caminhada de questionamentos! É uma caminhada de decepção! É uma caminhada de frustração. A dor os afasta de Jerusalém. A dor pode nos afastar da nossa Jerusalém.

2.       A dor os impede de reconhecerem a Jesus (v.14-17)
a)O coração está tomado de dor (v.14). Eles estão conversando a respeito de tudo. Não havia outro assunto. A boca fala do que o coração está cheio. Na caminhada, não há nada mais o que falar. Com tamanha decepção, nada mais ocupa o coração e as conversas. As minhas conversas revelam o que tem marcado o meu coração. O que domina a maior parte dos meus pensamentos e diálogos revelam o estado do meu coração. b)Os olhos estão cegos (v.16). Eles têm olhos, mas não veem. Surpreendentemente Jesus está ao lado deles, caminha com eles, mas eles não o percebem. A dor é maior! A frustração, a decepção, o estado de perplexidade são muito maiores do que a presença de Jesus. É Jesus glorificado, mas a eles não percebem! Como?! c)As pernas sentem o peso da tristeza e paralisam (v.17). Por um momento Jesus pergunta: O que aconteceu? E eles param. A tristeza é tão grande que eles param de caminhar. Como a angústia, a tristeza, a perplexidade podem nos paralisar!
A dor pode nos impedir de reconhecer a Jesus quando o nosso coração está tomado de dor, os nossos olhos estão cegados pela dor e as pernas já não conseguem seguir na jornada por causa da dor. 

3.       A dor é por eles compartilhada (v.18-21)
a)A pergunta toca na ferida (v.18-19). A pergunta de Jesus toca na ferida. Isso me remonta a Elias na caverna quando Deus lhe pergunta: "Que fazes aqui Elias"? Será que Deus não sabe o que está acontecendo? No caminho da dor, é preciso falar!
Elias fala com Deus! Cleopas fala com Jesus, mas ambos estão em um momento em que a dor está mais forte do que a Presença de Deus que está diante deles. Eles são como eu! Humanos! Humanos não tem a visão do todo e precisam desabafar quando sua mente não compreende toda a dor. Então, segundo a ótica humana deles, explicam tudo!
É preciso externar a dor, o ponto de vista, o sofrimento para que haja cura. b)A explicação revela o pus da ferida: "Esperávamos que fosse ele...". Provérbios 13:12 diz: "Esperança adiada faz adoecer o coração". No ano retrasado eu fiquei muito triste com o fato de, no último momento, o dono do galpão ter recuado na venda. Esse é um excelente exemplo. As expectativas frustradas de um emprego, de uma faculdade, de um dinheiro que estávamos contando que chegaria, a cura, o milagre, enfim, a esperança adiada faz adoecer o coração. Aqui está a razão pela qual os discípulos estavam machucados. Por um momento, esperavam que fosse ele, mas a circunstância minou a fé deles! A circunstância minou o coração deles. Infelizmente, em minha experiência com aquele galpão eu também adoeci. "Esperávamos que fosse ele!" Mas, não aconteceu como queríamos. A dor precisa ser compartilhada!

4.       A dor suprime a alegria e a fé (v.22-27)
a)Eles não se entusiasmam com as boas notícias (v.22-24). Não tem jeito. Quando a dor é muito forte, a esperança está adiada e o coração adoecido, o questionamento está grande e não conseguimos enxergar a Deus e duvidamos, podemos até ficar irritados porque a alegria e o entusiasmo dos outros deixa em maior evidência o triste sentimento que está no nosso. Eles foram surpreendidos, as não se entusiasmaram. A eles foi compartilhada visões de seres angelicais, mas não se entusiasmaram. A eles foi dito que Jesus ressuscitou, mas eles não se entusiasmaram. Na verdade, a pergunta na dor é: "Como Deus está nesse negócio? Ele nos enganou? b)Eles não conseguem crer (v.25-27). Elias, na caverna, passou um tempo desacreditado. A tristeza, a perplexidade e a cegueira infelizmente nos roubam o discernimento. Ficamos insensatos, isto é, perdemos a capacidade de entender os fatos e a verdade de Deus. Jesus os traz para as Escrituras. A resposta para aqueles fatos estava nas Escrituras. Para pessoas sem fé, somente as Escrituras podem fazer o coração arder no peito novamente. A dor suprime a alegria e podemos estar sem entusiasmo. A dor suprime a fé e podemos estar sem esperança.

5.       A dor tem um encontro com Jesus e o coração recebe fervor (v.28-32)
Foi uma jornada. Que jornada! Com Jesus ao lado, com o coração entristecido, chegando no destino, Jesus faz menção de seguir viagem, mas eles O convidam para ficar com eles. Jesus não é invasivo. Mas, as suas palavras provocam neles um desejo por sua companhia. Jesus sabe como falar ao coração sem que soubessem que era Jesus. Será que você já não pensou em desistir? Talvez tenha sido o mês passado. Talvez tenha sido na semana passada. Talvez hoje. Para as mulheres que foram embalsamar seu corpo ele disse - "Maria", de forma que somente ela saberia ser ele. Para estes dois, ao partir o pão e dar a eles, seus olhos se abriram. Para Elias, foi em um cicio tranquilo e suave. E você? Como foi que Ele se revelou a você? Como Ele se revelaria particularmente a você? As Escrituras têm o poder de fazer o coração arder no peito novamente. Acredito que esse relato também esteja fazendo seu peito arder novamente. Jesus que vir ao encontro de sua dor e aquecer o seu coração!

No amor de Cristo,
Pastor Rodrigo Rodrigues Lima