domingo, 27 de março de 2016

As sete últimas palavras de Jesus na cruz

As sete últimas palavras de Jesus na cruz!

Irmãs e irmãos, as últimas palavras de uma pessoa antes da morte são emblemáticas. Quais seriam suas últimas palavras antes do último suspiro da vida? Pesquisei e encontrei várias que ficaram marcadas na história. Quero destacar algumas delas. 1) Frederico Guilherme, rei da Prússia disse: “Não pode ser! Deus, vou mesmo morrer com esse terno?” 2) Karl Marx, filósofo e economista alemão disse: “Últimas palavras são para bobos que nunca disseram o suficiente.” 3) Voltaire, filósofo francês, quando um sacerdote o pede para que abandone o diabo, ele responde: “Meu bom homem, essa não é a hora adequada para fazer inimigos.” 4) Getúlio Vargas, presidente do Brasil, escreve em sua carta antes do suicídio: “Saio da vida para entrar na história.” 5) Por fim, Casanova, libertino italiano, ao se confessar na iminência da morte expressa: “Vivi como um filósofo, morro como um cristão.” Porém, na sua crucificação, há sete frases coletadas em 3 dos 4 evangelhos que são de profundo significado, que faz da morte de Jesus uma pregação com princípios eternos. Vamos a elas:

1.Lucas 23:34 – Palavra de perdão – “Pai perdoa-lhes”
Era comum que os bandidos crucificados promovessem xingamentos e escárnios enquanto o publico assistia sua lenta e dolorosa morte. Seus algozes eram alvos de palavras de zombaria e desprezo numa tentativa de superioridade por parte dos sentenciados. Entretanto, a postura do Filho de Deus é diferente. Na cruz, injustamente ali colocado e debaixo de muito escárnio tendo suas vestes sorteadas, Jesus roga a Deus por seus inimigos dizendo: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” Isso é a boa nova. O contraditório da cruz. Esse é o convite de Jesus para seus discípulos quando os chama para a cruz: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores.” Ou como dizem os católicos: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” Somos chamados para o perdão.

2.Lucas 23:43 – Palavra de salvação – “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”
Somos também chamados a receber o perdão de Deus através do sincero arrependimento. Somos chamados a experimentar a graça salvadora de Jesus. Na cruz, Jesus divide a humanidade entre aqueles que recebem o seu perdão, daqueles que zombam do seu amor na cruz. Um bandido diz: “Salva-te a ti mesmo” e outro diz: “Lembra-te de mim”. A cruz nos chama ao posicionamento de abandono do pecado e de retorno para Deus. Em qual cruz você está? Paulo mesmo afirma: “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.” I Coríntios 1:18. Há salvação e esperança na cruz. Para aquele bandido que não havia mais esperanças, Jesus lhe trouxe salvação.

3.João 19:26-27 – Palavra de cuidado – “Eis aí teu filho”
Na cruz Jesus reafirma o valor da família. Jesus é o filho mais velho. Sabemos que na cultura judaica cabe ao filho mais velho o cuidado de seus pais. Numa era de tantas distorções dos valores a família e do descaso de homens, viver a mensagem da cruz nos remete à nossa responsabilidade com a família. Você tem viúva em sua família? “Quem não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.” I Timóteo 5:8. Lembremos que na instituição da páscoa os judeus, Deus ordenou que fosse comemorada em família.

4.Mateus 27:46 – Palavra de sofrimento e solidão – “Porque me abandonastes”
Essa expressão de Jesus aponta para o drama do pecado que afasta o homem de Deus. A única explicação para que Jesus naquele momento perceba o abandono do Pai, está no fato Dele assumir o pecado de toda a humanidade. “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus.” II Coríntios 5:21. Ele foi posto naquela cruz, Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades (Isaías 53:5). Mas, também Ele enfrentou a dura realidade na qual vivemos quanto aos nossos sofrimentos. Não pesa sobre nós mais a angústia do pecado, mas enfrentamos os sofrimentos da vida. A cruz fala sim de sofrimento. Viver a cruz é estar disposto também a viver angústias. Servir a Deus não é um mar de rosas. “No mundo tereis aflições” (João 16:33). “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém, não destruídos; levando no corpo sempre o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.” II Coríntios 4:8-9ss. Portanto, o sofrimento de Jesus na cruz nos serve de encorajamento. O autor aos hebreus dirá: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” Hebreus 4:15. A cruz nos fala de sofrimento, mas também nos fala de consolo.

5.João 19:28 – Palavra de humanidade – “Tenho sede”
Jesus é o homem perfeito. Nisto Ele se identifica também com nossa humanidade. Jesus tem sede! O autor deste evangelho tem o cuidado de destacar a humanidade de Jesus. Afinal de contas, é necessário que se por um homem entrou o pecado no mundo corrompendo a todos, por um só homem, Jesus Cristo, a graça salvadora se manifeste a todos (Romanos 5:15-17). Jesus é o divino/humano. E como homem, conforme se descreve em Salmos 69:20-21, ao pedir por piedade, ele recebe ira; ao buscar consolo, ele encontra acusadores; ao pedir por alimento, ele recebe fel (veneno); ao pedir água, ele recebe vinagre. Parece paradoxal. Aquele que é a água viva tem sede. Porém, Ele bebe o amargo para que por meio da sua morte tivéssemos nossa sede saciada.

6.João 19:30 – Palavra de Vitória – “Está consumado”
Aleluia! Está consumado! Tetelestai! Está totalmente pago, a dívida está paga, está completo, está encerrado! Jesus consuma as Escrituras. As mais de 300 profecias que apontaram para Ele e para cada ato da sua vida estão realizadas. Ele consuma a derrota de Satanás. “Ele despojou principados e potestades, os expôs publicamente ao desprezo, triunfando deles na cruz.” (Colossenses 2:15). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para desfazer as obras do diabo.” (I João 3:8). O valente está amarrado! A igreja avança e as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do Senhor (Mateus 16:18). É a consumação da derrota da morte! Convido você para meu sepultamento. Ali quero que você se lembre que não é o fim. Passaremos da morte para a vida porque Jesus venceu e ressuscitou. Ele é o primogênito entre muitos e quando Ele voltar o último inimigo da igreja será vencido (I Coríntios 15:54-56). É a consumação de nosso acesso à Presença de Deus pelo sangue de Jesus. (Hebreus 10:19-22).

7.Lucas 23:46 – Palavra de entrega – “Entrego meu espírito”
Jesus repousa nos braços do Pai após a luta ganha. É um resumo do que foi a Sua vida! toda a sua vida foi de entrega às pessoas conforme a Sua vocação. É um convite a uma vida plena no Pai. Ir para a cruz significa entrega total. Jesus nos convida a seguir seu exemplo como seus discípulos. Jesus nos convida a uma vida de entrega total a Ele, atendendo à sua vocação a nós.

Temos a certeza de que não terminou ali. Não me cansarei até o fim da minha vida de narrar a mais bela história de amor. Leia Mateus 28:1-10.

Rodrigo Rodrigues Lima

Pastor

quarta-feira, 9 de março de 2016

Missão - A motivação e o reconhecimento do ministério de Jesus!

Missão - A motivação e o reconhecimento do ministério de Jesus!
João 5:34; 37; 41; 44

Tanto a motivação quanto o reconhecimento no ministério de Jesus emergiram da mesma fonte, o Pai.
A missão de Jesus foi bem sucedida por ser guiado por mais esse princípio catalisador. Onde estava fundamentada a motivação e o reconhecimento de Jesus? Nos homens? Na aprovação dos seus familiares? Na sua capacidade? No resultado de sinais miraculosos e na aprovação da multidão?
A pior coisa para um funcionário é não ser valorizado. Pense naquele empregado que chega antes de todos, dá o sangue para a empresa, o último a sair e que vive por aquela causa fazendo além do necessário, mas no final ele se decepciona porque seu companheiro de trabalho que faz o necessário ganha a promoção. Não é frustrante? A pessoa se sente injustiçada e logo perde a sua motivação, pois, seu trabalho duro não foi reconhecido. Você pastor(a), líder, irmão(ã), diácono, diaconisa, membro de algum ministério, líder de célula, profissional, como se sente hoje com relação a tudo isso? Talvez você não venha se sentido valorizado ou reconhecido.
Irmãos, Jesus em três anos veio cumprir a missão do Pai. Ele ministrou sobre as pessoas. Jesus dedicou-se a elas, chorou por elas, teve compaixão de todas elas e no final sua promoção foi uma cruz. No que consistiu a motivação e o reconhecimento de Jesus que o levou a cumprir a missão?
Nós queremos ser uma igreja de discípulos altamente motivados e engajados. Porém, qual é o segredo de Jesus? Como podemos ter um ministério tão abençoado quanto ao de Jesus? Onde e como deve residir nossas motivações e o reconhecimento na nossa vida seja ela dentro ou fora da igreja como discípulos e funcionários?

Antes de entrarmos nos princípios, vale a pena contar uma história recente. Um dia desses, meu sogro compartilhou comigo que seus colegas de trabalho estavam muito admirados da sua dinâmica de vida. Ele vai de um lado para o outro aplicando injeções, muitas vezes de graça, chegando cedo à empresa e arrumando tempo para fazer outros atendimentos realizando sempre o além do necessário. A empresa não lhes dá o devido reconhecimento, então eles estavam realmente admirados. Em compensação, o meu sogro estava dizendo o quanto aquele pessoal é devagar e desmotivado. Já chegam à empresa cansados e fazem somente o necessário. A pergunta é: Qual é a diferença entre meu sogro e seus colegas de trabalho? Será que a resposta mais satisfatória é: “Ele faz o que gosta?” Conhecemos pessoas que gostam do que são, mas estão na mesma condição dos colegas do meu sogro. Conhecemos líderes de igreja que gostam do que fazem, mas estão na mesma condição dos colegas do meu sogro.
Vamos aos princípios da motivação e reconhecimento que levaram Jesus a um ministério bem sucedido:

1.Jesus é servo e não empregado (João 5:19; Marcos 10:45)
A pista deste entendimento está aqui: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai.” Em Marcos 10:45 diz que o Filho do homem veio para servir e dar a sua vida. A palavra servir ali é diácono. O diácono não é um escravo ou empregado, mas um ministro. O ministro é alguém rende ofícios ministeriais e o faz voluntariamente. É muito mais do que um empregado. O empregado tem horário marcado, faz pelo salário e espera reconhecimento. Jesus não é servo das pessoas, mas de Deus para ministrar às pessoas. Como pastor eu sou servo de Deus e Ele me diz a quem e como devo ministrar. Eu não sou empregado das pessoas, mas servo de Deus. Porém, há muitos pastores e líderes que se frustram porque apesar de se considerarem servos de Deus, tem mentalidade de empregado. Há um texto que sempre menciono porque exemplifica muita coisa. Em Marcos 1:35-38 Jesus se deixa guiar pela voz do Pai e não pela voz da multidão. ​Jesus não é guiado pela necessidade de pessoas, mas pelo propósito do Pai. Seu valor não está naquilo que Ele faz, mas na voz daquele que o vocacionou.
A missão de Jesus não era satisfazer os desejos dos que o seguia, mas cumprir a vontade do Pai. É grande o número de líderes que fracassam quando abandonam a missão para agradar seguidores ou a si mesmos.
O servo é guiado por uma missão e não por uma obrigação. O servo, o verdadeiro ministro de Deus não cumpre escalas. Quando você entende que é um ministro de Deus às pessoas para atender aos propósitos do Pai, e não um empregado da igreja que tem que atender às pessoas, a um ministério, a uma célula ou qualquer coisa função, você é guiado por Deus e atende ao segundo princípio abaixo.

2.Jesus atende a uma vocação e não a uma necessidade (João 5:34)
Jesus é muito categórico: “O Pai, que me enviou.” Jesus se vê como um enviado. Ele não vem para ajudar a fazer alguma coisa. Deus não precisa de ajuda, Deus envia pessoas vocacionadas por Ele. Somos soldados na batalha prontos para obedecer ao general que nos dirá como, quando e onde. Na guerra não somos voluntários, mas convocados. Às vezes somos tentados a ajudar diante de alguma necessidade. De fato, a motivação inicial de todos os vocacionados é a necessidade que arde em seu coração, mas logo ela descobre que na verdade é chamada para aquilo. Pessoas guiadas por necessidades têm algumas caraterísticas: I.Querem reconhecimento, mas não aceitam cobranças. (João 17:21 – Jesus confronta a motivação de Pedro) II.Fazem na força própria e tem dificuldade de depender de Deus. (João 6:11 – A multiplicação de pães e peixes – Jesus não despreza a multidão e os poucos recursos que tem) III.Possui muita disposição humana, mas não possui disposição divina. (Jeremias 26:20-24 – Urias é ameaçado, foge e morre. Jeremias, obedece e não teme a morte, mas é poupado – Jeremias 26:12-15). Os servos que cumprem a vontade do Pai celestial não temem os estratagemas humanos. A sua confiança está nos propósitos divinos, não nos seus esforços para controlar as circunstâncias. Jesus lavou os pés do seu traidor. Isso é ter clareza de missão. Os vocacionados não fazem para ser reconhecidos, mas podem ser reconhecidos porque são vocacionados. IV.Tem medo da rejeição e tem medo de servir aqueles a quem pode prejudicá-lo. (João 6:66-71 – Jesus é rejeitado pela multidão quando os chama a um compromisso e serve Judas lavando os seus pés). V.Querem servir o cabeça sem a confirmação do corpo. Essa é uma profunda verdade. (Atos 13:1-3). Os vocacionados são chamados pelo cabeça e recebem a confirmação do corpo. Tem muita gente voluntária ou rebelde mesmo que querem atender a um chamado sem a confirmação do corpo, a igreja. São independentes e não interdependentes. Missionários, pastores e líderes em geral são craques nesse tipo de rebelião. São impulsionados pela necessidade e não pela vocação.

3.Jesus traz glória ao Pai tornando-o visível a todos (João 5:41; 44)
Quem busca a glória de Deus vê se manifestar entre ele a glória de Deus. Quem procura a glória do homem, vê se manifestar a glória do homem. Aqui está a essência da motivação e do reconhecimento de Jesus. Fazer o Pai conhecido. Aprendi algo muito especial nessa minha caminhada pastoral. Quando busco fazer Deus conhecido, isto é, Sua Presença notável seja por ações ou por ensino, verdadeiramente Deus se faz presente. Quase todas as mulheres sabem fazer um frango ensopado na panela, mas eu sei quando foi minha mãe quem o fez. Há uma marca registrada dela. É a presença da minha mãe naquela comida. Todo chefe de cozinha tem uma marca, uma presença através daquilo que ele faz.
De semelhante modo, todo aquele que descobriu ser um servo (ministro de Deus), que faz por vocação e não por necessidade e faz Deus conhecido, o faz impelido por Deus para que aquilo que ele faz faça Deus notável. A palavra glória significa esplendor, honra, brilho. (Isaías 6:3; Salmo 19:1) Portanto, estar cheio da glória de Deus é estar pleno da Sua beleza, do Seu esplendor, do Seu brilho. Aqueles que são motivados por Deus e por Sua glória o fazem conhecido. Havia nos tempos de Spurgeon ótimos pregadores, dos quais ele era considerado o príncipe dos pregadores. Todas as vezes que um bom pregador trazia sua mensagem, as pessoas diziam: “Que bela mensagem! Esse pregador fala muito bem. Gostei da sua pregação. Quero ouvi-lo mais vezes.” Entretanto, quando Spurgeon pregava, as pessoas saiam de seus cultos dizendo: “Como Jesus é maravilhoso. Preciso me arrepender dos meus pecados. Sou constantemente confrontando pela palavra de Deus. Deus se fez presente. Quero ouvir Deus mais vezes. Outros diziam: Não quero mais ouvir esse pregador.” Veja algumas pistas no ministério de Jesus – Mateus 7:28-29 (Ele ensina como quem tem autoridade); Mateus 16:13-16 (Quando Jesus indaga a seus discípulos a respeito de sua pessoa).

A igreja é chamada à missão. Sua missão é fazer o Pai conhecido, promovendo a Sua glória na terra. Somente quando agimos como servos de Deus e vocacionados é que cumprimos a missão. Quem vive pela missão não busca aprovação humana e nem reconhecimento humano. Antes, é impelido e guiado pela glória de Deus (João 5:44).

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor

quinta-feira, 3 de março de 2016

Vida é conhecer o Pai! João 14:6-7

Vida é conhecer o Pai!
João 14:6-7

Vi na internet uma frase interessante: “Grande campanha pela vida: cada um cuidando da sua! Participe você também”. Graças a Deus quero Deus cuidando da minha. Jesus veio para nos dar vida e vida com abundância (João 10:10). O que é essa vida abundante? No que consistiu essa missão de Jesus?
Jesus ele veio para vivificar os mortos e dar vida eterna. São duas coisas diferentes. Vivificar é fazer viver, tornar vivo, restaurar a vida. Nós estávamos mortos espiritualmente e Ele nos vivificou (Efésios 2:1). Já a vida é a idéia de alguém que está cheio de vitalidade, em absoluta plenitude da vida. Alguém que tem uma vida ativa e vigorosa devota a Deus, abençoada, em parte já aqui na terra, mas plena totalmente na eternidade. Os vivificados passam a gozar da vida.
Hoje quero falar com vocês sobre o caráter e o alvo da vida eterna. Caráter tem a ver com a essência, a natureza das coisas. A vida, enquanto vida eterna também tem uma essência, uma origem, um cerne, enfim, um princípio e ao mesmo tempo um alvo. Vamos falar de um:

Vida é conhecer a Pai
Jesus diz aos seus discípulos que quem o conhece, conhece o Pai. Mas, no que consiste esse conhecer a Deus, já que vida é conhecer a Deus? Jesus, em sua oração sacerdotal disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17:3
Um dia, fui para o interior de São Paulo para me encontrar com o Pastor Marinho. Chegando lá estava o pastor Ricardo Agreste que foi meu professor na pós-graduação. Então, o Pastor Marinho me levou até o Pastor Ricardo e disse: “aqui está o seu aluno”. Porém, o pastor não me reconheceu. Eu o conheço, mas ele não me conhece. No sentido bíblico, conhecer é muito mais do que saber o nome de uma pessoa ou ouvir falar sobre essa pessoa. Conhecer é ter relacionamento, comunhão e preocupação. Para chegarmos ao sentido profundo disto, precisamos nos voltar um pouco para o antigo testamento. I.Definamos o que não é conhecer a Deus. Não conhecer a Deus significa estar longe de Deus. (Salmo 138:6; Juizes 2:10; Oséias 5:4). II.Conhecer a Deus é relacionamento com Deus. “E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” Jeremias 31:34. Está escrito em Oséias 6:3 Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor.” Conhecer o Senhor é viver diante dele, é ter vida eterna. III. O que impede as pessoas de conhecerem a Deus? Na parábola do jovem rico encontramos pelos menos dois empecilhos: a) Justiça própria. (Lucas 18:21) Justiça própria é quando acredito que por esforço próprio, por fazer o bem e seguir os mandamentos ou a maioria deles, terei vida. O jovem rico pergunta para Jesus: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Lucas 18:18). Muitas pessoas acham que por não fazer coisas erradas conhecem a Deus. O jovem rico representa o típico religioso que acredita que por meio do seu sacrifício satisfará a justiça de Deus, porém, mesmo no antigo testamento Deus rejeita este tipo de culto. Em Oséias 6:6 Deus dirá: "Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos."  Isso é um equívoco muito grande e não combina com a graça de Deus. Quem é seu parâmetro de justiça? Nosso parâmetro de justiça é Cristo e só podemos conhecer a Deus pelos atos de justiça de Cristo. b) Satisfação em tudo e em todos que não for Deus (Lucas 18:22-23). O jovem rico tinha muitas posses e não foi capaz de abrir mão dessas posses para ganhar a vida eterna. Vida é conhecer a Deus como o único Deus verdadeiro. Ter Deus como único nos leva à satisfação somente Nele. Significa não ter outros deuses. Em termos práticos, um casamento pleno é quando o casal está diante de Deus e se satisfazendo em Deus. Quando um dos cônjuges coloca o seu parceiro no lugar de Deus, seu casamento não é mais pleno, porque sua satisfação não é mais Deus, mas seu cônjuge. Não há mais vida de Deus, pois, Deus não é mais seu único Deus verdadeiro, pois, o outro passa a ocupar lugar central dos seus pensamentos e vida. Quando seu trabalho e o dinheiro (ou a falta do dinheiro) lhe rouba a plenitude, possivelmente significa que você tem buscado satisfação nisso, e não em Deus. Isso poderá ser um empecilho para você viver a vida plena, pois, quem deve conferir propósito à sua vida profissional não é seu trabalho em si, mas Deus. Sei que atualmente isso tem se tornado um desafio para muitas pessoas. Mas, acredite, Deus quer conferir sentido e propósito ao seu trabalho. Busque satisfação somente em Deus e deixe Ele lhe ensinar a viver a verdadeira vida. Quando seu ministério ou posição é a sua fonte de satisfação, uma luz de perigo deve acender. Vida é conhecer a Deus como único Deus verdadeiro. Há um falso entendimento de que trabalhar ou ter posições na obra é sinal de que conhecemos Deus. Cuidado! Sua satisfação é Deus. Vida é ter uma relação de amor e obediência a Deus. O jovem rico queria ter controle da situação. Vida é submissão a Deus em amor e obediência.
Jesus nos deu o maior exemplo de vida plena! Nada foi mais importante para Jesus do que seu amor e obediência ao Pai, até mesmo encarando a morte.

Mas, há pessoas que se sentem sem vida. Hoje é um dia oportuno para pensarmos sobre esse assunto. A salvação consiste não apenas em ganhar um ticket vip para entrar na fila do céu. Salvação é ter vida aqui e agora. Salvação é viver, é ser gerado em Cristo. Salvação é vivificar.
E nesta direção eu entendo que há pessoas que precisam ser vivificadas. Quero me fazer valer do sermão número 46 de John Wesley. Deus quer uma igreja vivificada, mas as pessoas perdem o vigor e a vitalidade porque entram em um deserto espiritual. Os que estão no deserto espiritual chegam ali porque: I.Perda da fé. No deserto perde-se a divina evidência, a satisfatória convicção das coisas não vistas. Você teve muitas experiências com Deus, como o povo que viu o Mar Vermelho se abrir, mas hoje seu espírito não consegue clamar “Abba Pai”. Daí procede a segunda perda II.Perda do amor. Seu coração já não arde mais pelas almas como antes. Não sente mais com tanta intensidade o “coração de misericórdia” pelos perdidos. Não há mais a mesma mansidão de antes. E essa perda da fé e da alegria lhe conduz para a terceira: III.Perda da alegria no Espírito Santo. Porque se a consciência do amável perdão de Deus deixa de existir, logo a alegria resultante dela não prevalece. Você fica como uma terra seca cuja fonte de águas próxima a você está estancada. Com isso, a perda da fé, do amor, e a perda da alegria no Espírito lhe conduz a mais uma perda: IV.A perda da paz. Alguns começam a duvidar de que jamais encontraram testemunho do Espírito, isto é, que tiveram realmente uma experiência com Deus. Vem a dúvida batendo forte no coração se não nos enganamos, trocando a voz de Deus que antes falara conosco pela voz interior da incredulidade e da dúvida. Mas, o deserto vai se tornando cada vez mais escaldante e a perda da fé, do amor, da alegria do Espírito e da paz lhe leva a outro nível de perda: V.A perda do poder. Você perde o poder sobre o pecado. Quem perde o poder da paz perde também o poder sobre o pecado. Antes o pecado não o dominava, mas agora ele se torna habitual, natural, uma crise como alguns preferem chamar.
Deus jamais nos abandona, mas nós o abandonamos. Isso traz morte! Por que chegamos a esse ponto de descer a níveis profundos no deserto espiritual?
a)Pecado. Aceitamos o pecado em nossa vida. Pecado conhecido, que voluntariamente cometemos, é forte e ostensivo.
b)Pecado da negligência: I.Negligência da oração. Sem vida de oração, nos distraímos com as coisas dessa vida e o conhecimento de Deus é suprimido. A oração deve satisfazer nossa alma na dependência de Deus, mas quando paramos de orar, os problemas do trabalho, da família, enfim, as coisas da vida criam um rombo na alma e ficamos insatisfeitos. Perdemos a vitalidade. II.Negligência com o próximo. Odiar o irmão ou não repreendê-lo em amor pode conduzir você ou ele ao deserto espiritual. Nessa época de muitos desigrejados, percebemos que tem faltado verdadeiro interesse e amor pelas pessoas e elas tem entrado em deserto espiritual. III.Pecado interior. O coração altivo é abominável ao Senhor. A soberba, a arrogância, vaidade pessoal, não ter espírito ensinável. Todas essas coisas te levam para o deserto espiritual.

Mas há um caminho de vida! Deus quer vivificar você. Ele o fez ler esta mensagem para lhe dizer que há um caminho nesse deserto que o atrai a Ele (Oséias 2:14). Deus é amoroso e gracioso. Ele vem como torrente sobre a terra seca. Abra sua bíblia em Oséias 6:1-6. Deixe Deus lhe vivificar.

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor