domingo, 22 de agosto de 2021

SOB UMA SEGURA DIREÇÃO - SÉRIE RUMO AO NOVO - 22.08.21

22.08.2021 - SOB UMA SEGURA DIREÇÃO

Sob uma segura direção

Salmo 23:1-2

Temos nos deparado com crise política, econômica e muitas incertezas quanto ao futuro do país. Em alguns dias já pensaremos no futuro e fazendo planos. A verdade é que se olhamos em demasia para o passado, podemos ficar deprimidos e se olhamos em demasia para o futuro podemos ficar ansiosos. Tenho algumas perguntas que nos conduzirão na reflexão deste Salmo tão conhecido, mas tão pobremente compreendido. Como ter uma percepção clara de segurança em meio a tantas crises e ter paz independente do que aconteça? Como estar seguro de que você está no centro da vontade de Deus e pleno e totalmente realizado? O que me garante tranquilidade para 2021/2022, no meu ambiente de trabalho, no meu lar, diante das crises financeiras e de enfermidade? Como ter a tão desejada paz desejada por este mundo tão caótico?

De maneira poética Davi vai descrever a sua relação com Deus. Ele era filho de pastor de ovelhas, consequentemente se tornou pastor de ovelha foi reconhecidamente o rei pastor de Israel. Por isso, vamos hoje descrever a ovelha e sua relação com o pastor para responder a essas perguntas que vez por outra tira o nosso sono. No seu livro Nada me Faltará, Phillip Keller falou muito ao meu coração e parte disso quero repartir com vocês hoje.

1.Declare: O Senhor é o meu pastor (v.1)

Existe uma implicação tão profunda quanto prático nessa expressão. Davi se põe na condição de ovelha e Deus como seu pastor. A ovelha precisa desenvolver uma relação de dependência com o pastor. Vendo vídeos na internet fiquei impressionado com um em especial. Uma pessoa filmava enquanto outras faziam um som conhecido pelas ovelhas para chamá-las, entretanto, nenhuma delas obteve sucesso. Porém, uma quarta pessoa, um homem, ao emitir os mesmos sons como um chamado, as ovelhas que pastavam, imediatamente pararam e levantando suas cabeças olhavam para a direção daquele pastor. Ele continuou e todas saíram de seus postos e foram em sua direção. Jesus disse: “As ovelhas ouvem a sua voz [...] e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz.” (João 10:3-4). Como a ovelha chega a esse nível de relação com o pastor? Será todos podem chamar o Senhor de “MEU PASTOR”?

Jesus se apresenta como o Bom Pastor (João 10:11). Posso chamá-lo de meu pastor reconhecendo que:

a.Ele me deu vida me criando. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança.” (Gênesis 2:26) No evangelho de João está relatado: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1:3). O Salmista poeticamente descreve essa criação: “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste.” (Salmo 139:13-14). Você não é um acidente, você não é obra do acaso, você não é um erro dos seus pais, mas você é obra de Deus. A essa criação Deus amou de tal maneira que deu Seu Filho para resgatá-la. (João 3:16)

b.Ele me comprou. “Porque vocês foram comprados por preço. Agora, pois, glorifiquem a Deus no corpo de vocês.” (I Coríntios 6:20). Cristo, no Calvário, recebeu a penalidade devida à perversidade dos homens. Jesus disse: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” (João 10:11).

c.Ele me marcou. A ovelha uma vez comprada e inserida no rebanho, para ser reconhecida como ovelha do aprisco diante de tantas ovelhas, necessariamente precisa ser marcada pelo pastor. “Nele também vocês, depois que ouviram a palavra da verdade, o evangelho da salvação, tendo nele também crido, receberam o selo do Espírito Santo da promessa.” (Efésios 1:13). O que é esse selo? É aquilo pelo qual algo é confirmado, provado, autenticado, como por um selo (um sinal ou prova).

2.Confie: Nada me faltará (v.1)

Esse faltará numa era de consumismo e realização material é muito mal aplicado. Há quem pense que ter Jesus como pastor é sinônimo de ausência de problemas e dificuldades. Há uma versão próxima do original que diz: “O Senhor é meu pastor, não preciso de nada”. A ideia, portanto, é a de estar plenamente contente (contentado) com os cuidados do Bom Pastor e consequentemente não desejando, nem ansiando por nada, porque Ele é tudo. Jesus mesmo disse: “No mundo tereis aflições.” (João 16:33). Para quem pensa que riqueza é sinal da aprovação de Deus, Jesus também disse para uma igreja muito rica: “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem saber que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.” (Apocalipse 3:17). Assim temos visto. Em 1994, líder do Nirvana, Kurt Cobain se suicidou com um tiro na cabeça.  Em 1962, Marilyn Monroe se suicidou com 36 anos de idade. A cantora Amy Winehouse fazia enorme sucesso quando morreu vítima do excesso de drogas aos 27 anos.

O que essas pessoas tinham em comum? Fama e riqueza, porém, nada disso lhes satisfazia a alma. O vazio mais profundo do homem está na sua alma. Porém, ainda assim existem ovelhas inquietas! Mesmo assim, existem ovelhas insatisfeitas, e apesar do pasto verde, elas ficam nas cercas. Procuram no mundo, nas igrejas e nos pastores humanos o que só podem encontrar em Jesus. E com seu comportamento acabam influenciando outras. O fim delas por amor ao rebanho e a ela é o sacrifício devido o seu mau exemplo. É um alerta para todos que influenciam negativamente o rebanho de Deus.

Saiba que a sua alma clama por Deus! Em contrapartida, também tenho visto crentes fiéis que passam dificuldades, são privados de luxo e a realização da casa própria. Mas eles dizem: “O Senhor é o meu pastor, não preciso de nada”. Ainda que passemos por dificuldades, podemos nos orgulhar e dizer: “Nada me faltará”. Não ficarei sem os sábios cuidados e orientação do meu Mestre. A satisfação devia ser a marca do homem ou mulher que deixou seus problemas nas mãos de Deus. Minha satisfação está em que Ele controla a minha vida porque nada foge ao Seu controle.

3.Creia: Ele me faz repousar em pastos verdejantes (v.2)

Para uma ovelha descansar de verdade, ela conta com quatro condições necessárias:

a. Não ter temores. Elas precisam estar totalmente tranquilas. Ela é um animal que se assusta fácil e com qualquer coisa. As ovelhas ficam estressadas quando de maneira recorrente ocorrem ataques, roubos e não podem descansar tranquilamente. Porém, nada mais tranquiliza uma ovelha quando vê o pastor no pasto. Nada mais tranquiliza a nossa alma do que a certeza da Presença de Jesus Cristo em nossa vida. Quantos relatos na Bíblia? Em Gadara Jesus chegou e foi-se o temor (Marcos 5:1-14); Na casa de Jairo Jesus chegou e o temor foi-se embora (Marcos 5:35-43); Quando Estevão estava sendo apedrejado Ele viu Jesus e seu temor se foi (Atos 7:55-60). Jesus não nos garante ausência de problema e até mesmo de morte, mas nos garante a sua Presença. “Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores”. (Salmo 34:4) A Presença do pastor intimida o inimigo e acalma as ovelhas.

b. Não ter tensões. Essa é uma informação interessante. As ovelhas entram em atrito algumas vezes.  Quando elas entram em atrito, ninguém descansa. Por causa da rivalidade que existe pela melhor posição e autoafirmação é que existe conflito no rebanho. Por que muitos não desfrutam do repouso? Na empresa, na igreja, na família ou em qualquer relação humana existe essa luta pela autoafirmação e autorreconhecimento. A realidade é que quando o pastor se põe presente diante das ovelhas, toda a rivalidade no pasto cai por terra. Quando Jesus se põe presente em nossas vidas, na nossa família e em nossa igreja, toda rivalidade cai por terra. Quando meus olhos estão fixos no Senhor, não contemplam mais os que estão ao meu redor e logo fico em paz. Onde Jesus está presente há paz e, logo, repouso.

c.Não ter irritações. No próximo sermão detalharemos mais sobre esse assunto, mas logo podemos afirmar que as ovelhas são assoladas por parasitas e moscas e isso pode até enlouquecê-las. Para isso, temos o óleo. O Espírito Santo é o óleo derramado sobre nós, para vencermos as perturbações, as frustrações e as experiências ruins da vida.

d.Não ter fome. Uma ovelha com fome sempre está em pé e inquieta. Ela não repousa. Por isso, o pasto é muito importante. Temos a Sua Palavra! A Sua Palavra nos alimenta. Jesus é o pão da vida! Nele encontramos pastagem.

O convite de Jesus é: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” (Mateus 11:28-29) Podemos dormir tranquilamente porque o nosso pastor vela pela Sua Palavra. Sua Palavra é o nosso alimento para a alma e nos fortalece. Jesus quer ser seu pastor e quer lhe fazer repousar em pastos verdejantes.

Rodrigo Rodrigues Lima 

Pastor

domingo, 15 de agosto de 2021

AJUSTE O GPS PARA O MODO FÉ - SÉRIE RUMO AO NOVO - 15.08.21

15.08.2021 - AJUSTE O SEU GPS PARA O MODO FÉ

 

Ajuste o GPS para o “modo fé”

Gênesis 12:1-9

Enquanto muitos querem crer para receber, essa fé que venho apresentar a você é a que tem a ver com o crer para obedecer. Quero convidar você para viver uma fé na qual em sua vida Deus é o protagonista principal, onde não se trata do que Ele pode fazer por você, mas do que Ele decide fazer através de você. A fé na qual você ganha uma nova perspectiva de vida. Uma fé que é como um óculos e faz você enxergar o momento de hoje e sua vida como parte de um projeto eterno e que faz você parar de questionar, abraçar o que está vivendo obedientemente e viver as mudanças que Deus quer promover na sua vida. Uma fé que faz você olhar Ele e reconhecer que deve parar de resistir ao que Ele deseja fazer e abraçar o seu processo que visa fazer você perceber que Ele tem uma história e você está inserido nela. Estamos fazendo reflexões para o pós-pandemia. Queremos ir rumo ao novo. Em um tempo de crise, de seca na terra, é que Deus chama Abraão. Ele vai em direção ao novo. Ele precisou ajustar seu GPS para o modo fé. Quais são as implicações dessa fé a que Deus nos convida a seguirmos com Ele rumo ao novo? 

Abraão, o pai da fé é o esse exemplo dessa fé obediente, na qual a sua caminhada com Deus, faz de Deus o protagonista principal quando este homem decide abraçar o seu processo e submeter a Deus. Ajuste o seu GPS para o “modo fé”.

1.A fé te faz renunciar tudo o que é terreno para abraçar o eterno. Fé é renunciar tudo o que é material para abraçar o espiritual

v.1“Saia da sua terra, da sua parentela e da casa de seu pai” – Para os agricultores e pastores, a terra era a subsistência. Sair de sua terra é o mesmo que abrir mão tanto de sua fonte de renda e alimento, como renunciar a sua identidade. Sair do seio de sua família (parentela) é o mesmo que sair do lugar de segurança. Sair da casa de seu pai é o mesmo que renunciar à herança, isto é, o seu futuro garantido. Abrão está renunciando à segurança de sua subsistência, de sua proteção e de sua herança. Deus não informou à Abraão para onde deveria ir. O risco é muito grande. “Vá para a terra que lhe mostrarei”

– Abrão é chamado a renunciar para confiar obedientemente no que não pode controlar, viver num relacionamento obediente com aquele que não se poder ver e arriscar-se obedientemente numa terra sobre a qual nada se sabe.

Está ocorrendo aqui uma grande mudança porque ele está tomando uma grande decisão. A única coisa que Abrão pode fazer no momento é observar Deus no presente e se engajar com o que Deus está fazendo. Abrão foi impelido a crer na Palavra divina sem nenhuma garantia de que daria certo.

2.A fé está apoiada nas promessas de Deus

v.2-3“Farei de você uma grande nação [...] Em ti serão benditas todas as famílias da terra” – Aqui uma promessa é dada e temos mais uma prova de fé. Sarai era estéril. Ele promete tornar Abrão grande. Ao renunciar todas as coisas, Abrão perde a reputação em sua terra natal, Deus promete que Ele será engrandecido na terra, muito mais do que poderia conseguir permanecendo em sua terra. Deus diz que Dele fará uma grande nação, sendo sua esposa estéril. Quando a Giovanna estava para nascer, o convênio ainda estava na carência para parto. O valor do cheque era de R$ 10.000,00. Se ela fosse para a UTI neonatal, o cheque compensaria no dia seguinte. Confiávamos que ela nasceria sem problemas. A pediatria nos dizia: “Ela será saudável. Dará tudo certo”. Confiados na palavra da médica, eu assinei aquele cheque. Abraão assina um cheque caução de sua própria vida. Ser um discípulo de Jesus é abraçar o convite Dele para uma jornada de fé com a sua vida. Deus está dizendo: “Assina o cheque caução porque eu garanto o sucesso do meu projeto na sua vida”.

3.A fé tem muito mais a ver com a jornada do que com a chegada

v.4-5 – Abrão partiu! A fé é uma vida de obediência e confiança na estrada, o caminho. O que vai ser de nós no pós-pandemia? Uma vez definido que Abrão aceita obedecer a alguém que ele não pode controlar e nem ver e ir para um lugar sem saber onde é, ele diz “sim” às promessas e às ordens do Deus vivo, o Deus presente. Sabe o que é interessante? Aqui fica evidente que não se trata da história de Abrão, mas da história de Deus. Abraão dava início à participação do que Deus faria por ele e o ponto decisivo era a decisão de Abrão se aceitaria ou não ir. Ele começa sua jornada de fé para viver a história de Deus. Essa mudança era radical. Ele tinha setenta e cinco anos de idade, levou tudo o que possuía e foi obediente à visão celestial. Todos quantos quiserem conhecer a Deus de coração, enfrentarão processos e saiba que esses mesmos processos são, na verdade, a sua jornada de fé. Não tem atalhos! Abraão precisou caminhar, caminhar e caminhar errante morando de favor em terra que não lhe pertencia, indo ao Egito para não passar fome e tudo mais em sua jornada com uma única garantia: a promessa! A obediência de Abrão revela confiança e submissão. As pessoas que foram com Abrão, segundo os rabinos, foram aquelas persuadidas por ele a adorar o verdadeiro Deus. Enquanto você espera que Deus chegue logo ao resultado, ele está dizendo para você: “Observe a jornada”. A única coisa que Abrão pode fazer no momento é observar Deus no presente e se engajar com o que Deus está fazendo.

4.A fé é a certeza das coisas que se esperam e convicção de fatos que não se veem

v.6-7 – Abrão chega à terra de Canaã. Tanto para o povo hebreu no futuro nos tempos de Moisés, quanto para nós cristãos no futuro eterno, Canaã representa a terra prometida. Mas, naquele momento Canaã será uma promessa futura para os descendentes de Abrão. Ele está na terra dos cananeus, em terra inimiga, mas o local não impediu que ele tivesse um encontro com Deus. A situação na qual se encontrava não o impedia de crer em Deus. Na verdade, fica claro que Abrão não está usando Deus, mas está permitindo Deus usá-lo para a história divina. Já começa a fé de Abrão a ter provas, mas Deus vai sinalizando mais de sua promessa. O que faz Abrão prosseguir é a Presença de Deus. A Presença de Deus é a realidade dominante e decisiva em toda a jornada de Abrão. Abrão creu além do que estava diante de seus olhos.

5.A fé obediente te faz você adorar pelo que Ele é mais do que pelo que Ele faz

v.8-9 – Mais uma vez Abrão edifica um altar. Por onde quer que ele passasse, um altar era estabelecido. O altar é um testemunho de sua confiança e dependência em relação à Palavra de Deus. Essa fé gera um espírito adorador na jornada. Enquanto crescemos na submissão e na obediência em cada etapa da jornada, edificamos um altar de adoração a Deus em nossas vidas. A gratidão pelo que não se vê é maior!

Ajuste seu GPS rumo ao novo para o “modo fé”. No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo

domingo, 8 de agosto de 2021

PRATIQUE A VIDA SIMPLES - SÉRIE RUMO AO NOVO - 08.08.21

08.08.2021 - PRATIQUE A VIDA SIMPLES

 PRATIQUE A VIDA SIMPLES

“Estilo de vida do Reino de Deus para o pós-pandemia"

Mateus 6:24-34 

“Depois da pandemia poderemos ter um período de libertinagem sexual e gastança desenfreada.” Essa é a manchete da BBC Brasil em 16 de janeiro de 2021. Eles entrevistam o sociólogo Nicholas Christakis que foi considerado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.

Ele faz uma análise interessante do passo a passo pandemia e gostaria de compartilhar com você. Ele diz:

Período da pandemia - Em períodos de pandemia, as pessoas tipicamente se voltam mais para a religião, poupam dinheiro, são tomadas pela aversão ao risco, têm menos interações sociais e ficam mais em casa.

Período intermediário - “Temos que nos recuperar dos impactos sociais, psicológicos e econômicos. Milhões de pessoas estão sem emprego ou tiveram de fechar seus negócios. Muitas crianças interromperam os estudos. E muitas pessoas estarão de luto. Superar todos esses problemas não será algo rápido.” Isso dura em torno de 2 anos (2021-2023)

Período pós-pandemia (2024) - As pessoas inexoravelmente vão buscar mais interação social. Vão a casas noturnas, restaurantes, manifestações políticas, eventos esportivos. A religiosidade vai diminuir, haverá uma tolerância maior ao risco e as pessoas gastarão o que não puderam gastar. Depois da pandemia, pode vir uma época de libertinagem sexual e gastança desenfreada.

Será que a Bíblia registra fatos semelhantes? Ao olhar para a história do povo de Deus nas Escrituras, identifiquei pelo menos dois momentos.

Quando o povo sai do Egito e aguarda Moisés no Monte Sinai - O povo de Deus viveu 400 anos como escravos no Egito. Deus levanta Moisés para conduzir o povo à liberdade. No pé do Monte Sinai o povo presenciou a manifestação de Deus (Êxodo 20:18-21) e enquanto Moisés permaneceu na presença de Deus, o povo cansou de esperar por Moisés e edificaram um altar diante de um bezerro de ouro e fizeram festa. Certamente foi um culto cheio de promiscuidade e libertinagem (Êxodo 32:4-6). Após séculos clamando por um libertador e receberem o socorro de Deus, eles se desviam do Senhor. Promiscuidade e prostituição idólatra.

Período pós-cativeiro babilônico em Jerusalém - Outro momento pós-desastre é o que está registrado nos livros de Esdras e Neemias. Podemos dizer que Esdras e Neemias fizeram parte do processo de transição em que o povo retorna para Jerusalém e restauram os muros. Há um avivamento espiritual, as pessoas se voltam para Deus naquele momento de reconstrução. Entretanto, não demorou muito para que Deus os repreendesse conforme registra o livro de Ageu. O povo focou em reconstruir suas casas e gastaram muito dinheiro nisso. Está escrito: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: “Ainda não chegou o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser reconstruída”. Por isso, a palavra do Senhor veio por meio do profeta Ageu, dizendo: “Acaso é tempo de vocês morarem em casas luxuosas, enquanto este templo permanece em ruínas?”. (Ageu 1:2-3). Gastança desenfreada e inversão de prioridades. Eu sou morada de Deus! O princípio deve ser aplicado à minha vida com Deus e na relação com a missão em meu lar e na sociedade em geral. 

Como queremos sair depois dessa pandemia? Antes da pandemia, já falávamos do mal do século, a ansiedade decorrente dos seguintes fatores: A vida financeira desgovernada e o hábito é viver endividado, sem liberdade financeira. A pressão da presunção a respeito das expectativas, de clientes, do patrão, do marido/esposa e filhos. Uma pressão interna pelo medo de errar, de fracassar, de perder o cliente, de perder o emprego, de perder o amigo. Então, constatamos o fato de que o outro e a preocupação excessiva com o futuro tem muita influência sobre o modo como as pessoas vivem, lideram e se relacionam de uma maneira que rouba a paz e a alegria. Será que voltaremos a falar: “NÃO TENHO TEMPO NEM PARA RESPIRAR?”

Diante de todo esse quadro surge algumas perguntas: a) Como não cair no mesmo erro do povo hebreu que edificou para si um bezerro de ouro? b) Como não cair no mesmo erro do povo pós-cativeiro que priorizou outras coisas e gastaram muito deixando Deus em segundo plano em suas vidas? c) É possível viver uma vida abundante e plena? d) Você acredita que é possível viver uma vida sem ansiedade e preocupações?

Segundo David Kornfield, vida simples é: “uma vida não complicada nem corrida que dispõe de tempo e flexibilidade para desfrutar e estender o Reino de Deus.” Uma das maneiras mais poderosas para o mundo do século XXI, de darmos testemunho no trabalho, em casa, na universidade e na sociedade em geral é o nosso estilo de vida, isto é, o estilo de vida do Reino de Deus. A pergunta é: COMO VIVER UMA VIDA SIMPLES?

Uma pessoa que vive uma vida simples possui uma fala confiável e honesta, pois sua palavra é sim sim e não não. Ela já não tem mais receio daquilo que possam pensar ao dizer não. A avidez por status e posição desaparece, porque ela não precisará mais do reconhecimento e aprovação de ninguém. Ela descobriu o seu valor e sua identidade no lugar certo. Seu desapego pelos bens é evidente e está a disposição de outros, porque ela já não está mais ansiosa e insegura quanto ao futuro.

O texto que lemos é tido por muitos como o coração da vida simples. Quero trazer alguns princípios de uma vida simples. Deus tem uma vida abundante para nós. Ele definitivamente não quer que a gente viva uma vida desordenada nesse pós-pandemia. Podemos fazer do jeito certo! Podemos seguir rumo ao no do jeito de Deus. Ele quer para nós paz e alegria no Espírito Santo. Ele quer que do nosso interior fluam rios de águas vivas. Vida simples é: “uma vida não complicada nem corrida que dispõe de tempo e flexibilidade para desfrutar e estender o Reino de Deus.”

1.No Reino de Deus o estilo de vida está fundamentado no descanso (v.25, 31 e 34)

Jesus nos ensina algo muito poderoso. Ele diz três vezes: “não se preocupem.” Preocupar-se ou andar inquieto não combina com o descanso na graça. Andar ansioso, no grego, significa “ser atraído para direções diferentes”. É estar em constante movimento sem sair do lugar e chegar em lugar nenhum. É andar com a cabeça e a visão em outros lugares, mas não inteiro no presente. Alguns dizem: “Estou tão cansado, mas não fiz nada – só pensando!”. É completamente diferente de descansar. Segunda uma psicóloga, a preocupação é um processo mental que nos tira o sono e nos consome dia a dia com dilemas a que damos importância excessiva. Como viver esse descanso rumo ao novo?

a.Considere dádiva de Deus tudo o que você possui. O sol que temos não resulta de esforço nosso, mas do cuidado gracioso de Deus. Jesus nos ensinou: “Nos dê hoje o pão nosso de cada dia” (Mateus 6:11). Davi orou: “Porque quem sou eu, e que é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de Ti, e nós só damos o que vem das tuas mãos.” (I Crônicas 29:13). Deus exorta o seu povo em Deuteronômio 8:17-18a “Portanto, não pensem: “A minha força e o poder do meu braço me conseguiram essas riquezas. Pelo contrário, lembrem-se do Senhor.” Devemos colocar a justiça própria a a autossuficiência sob o domínio de Jesus! Tudo o que temos vem Dele.

b.Reconheça que é assunto de Deus, e não nosso, cuidar do que temos e do futuro. Deus é capaz de proteger o que pôs em nossas mãos. Veja o que está escrito no Salmo 127:1-3. Com isso não quero dizer que você não vai fazer a sua parte, mas você passa a ter liberdade para confiar em Deus com relação a todas as áreas da sua vida. Isso inclui sua reputação, seu emprego etc. Lembra-se de Jó? Não adianta nada nos preocuparmos com as coisas que estão fora do nosso controle, como se vai chover amanhã ou se vamos passar em um teste ou não.

c.Viva no tempo em que Deus atua, isto é, no presente. Vejamos os verbos nessa passagem que lemos. Deus vive no kairós. Kairós significa tempo oportuno, isto é, o tempo de Deus é sempre apropriado, conveniente, adequado, exato. Veja que nesta passagem os verbos usados por Jesus quanto às preocupações estão no futuro e toda a narrativa de Jesus quanto a Deus e suas ações estão no presente. Portanto, buscar o Reino de Deus é viver o aqui e agora. As nossas expectativas sobre aquilo que esperamos que Deus vai fazer, muitas vezes tem nos cegado sobre aquilo que Ele realmente está fazendo. No Salmo 46:10 Deus diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”.

2.No Reino de Deus o estilo de vida está fundamentado na busca do Reino e da justiça (v.33)

Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. Tudo gira em torno de manter as “primeiras coisas” em primeiro lugar. Se Deus não estiver no topo de nossa agenda não existe Reino de Deus em nossa vida. Soren Kiekergaard, um filósofo existencialista e teólogo dinamarquês, filho de pastor escreveu o seguinte: “Deveria alguém arrumar um emprego adequado a fim de exercer uma influência virtuosa? Sua resposta: não. DEVEMOS BUSCAR PRIMEIRO O REINO DE DEUS. Então deveríamos distribuir todo o dinheiro que temos para dar de comer aos pobres? Novamente a resposta é: não. DEVEMOS BUSCAR PRIMEIRO O REINO DE DEUS. E quanto a sair pregando essa verdade pelo mundo, isto é, que as pessoas devem buscar primeiro o Reino de Deus? Mais uma vez, a resposta sonora é: não; DEVEMOS BUSCAR PRIMEIRO O REINO DE DEUS. Não importa o quão dignas sejam as outras preocupações, no momento, em que elas se tornam o foco dos esforços passam a ser idolatria e ocupar a nossa mente. Agora, quando o Reino de Deus está genuinamente em primeiro lugar, as questões sociais, as preocupações ecológicas, o planejamento familiar, a preocupação com o pós-pandemia e financeiro receberão a devida atenção. Então vem a pergunta: “Mas, eu não sou responsável pelas minhas escolhas e decisões?” Quando priorizamos a vida com Deus e assumimos nossa identidade em Cristo, ficamos dominados e influenciados pela natureza, prioridades e coração de Cristo de tal maneira que nossas escolhas evidenciam a influência dele. Assim sendo, você possui a mentalidade de que tudo o que você escolhe e faz, flui de um coração que buscou em primeiro lugar o Reino de Deus. A escolha é sempre sua, mas a influência Dele é evidente. Você escolhe vida. Escolher vida significa que nós tomamos decisões que permitem a graça e a cura de Deus trabalhar livremente em nossas vidas.

Rodrigo Rodrigues Lima

Pastor

domingo, 1 de agosto de 2021

REAFIRME SUA IDENTIDADE - SÉRIE RUMO AO NOVO - 01.08.21

01.08.2021 - REAFIRME SUA IDENTIDADE

REAFIRME A SUA IDENTIDADE

Mateus 16:18

A nossa identidade está em processo de transformação contínua.

Segundo Habermas concebe, um indivíduo é responsável pela condução de sua biografia e pode construir novas identidades ao longo de sua existência motivado por fragmentações e rupturas que conduzem a uma superação, permitindo um novo reconhecimento nas interações sociais em que faz parte. Guarde isso: “construir novas identidades ao longo de sua existência motivado por fragmentações e rupturas que conduzem a uma superação, permitindo um novo reconhecimento nas interações sociais em que faz parte.”

Quando Cristo entrou em sua vida sua identidade passou por um processo de ruptura com um modus vivendi mundano para viver a realidade do Reino de Deus. Uma constante renovação da mente está em curso e o objetivo é que você seja você, mas um “novo eu”. Pedro se achava muito crente quando deixou as redes para seguir a Cristo. Vamos perceber que as crises servem para nos conhecermos a nós mesmos e nos rendermos ao senhorio de Jesus.

Nesses 1 ano e meio de pandemia, e agora na expectativa para o pós-pandemia, Deus nos dá uma grande oportunidade de crescermos em fé e reafirmamos nossa identidade Nele a partir das crises. Aqui vão algumas perguntas para você fazer uma análise pessoal: 1.Palavras te machucaram em algum momento a ponto de você parar? 2.Você está frustrado com os resultados profissionais ou ministeriais? 3.Há sonhos que não se realizaram? 4.Hoje você não está tão motivado quanto antes? 6.Qual é o estado do seu coração hoje? 7.O que esses tempos revelaram a seu respeito? Quem é você? Vamos observar na vida de Pedro que todos estamos em alguma fase nesse processo de formação de uma identidade.

Pedro, o discípulo de Jesus enfrentou uma crise que no final desemboca em uma identidade firmada em Jesus, pois, precisou aprender que Jesus o amava não por causa do seu desempenho, mas porque Jesus simplesmente o amava. Creio que Deus também está trabalhando em nós para amadurecermos nesse processo. Que lições aprender com a vida de Pedro? 

1.      A crise da fé e o convite à dependência (Lucas 5:1-11)

Temos nesta passagem de Lucas 5:1-11 o relato da pesca maravilhosa.  Jesus tira Pedro da vida mediana, ou o que podemos chamar de previsível. Pedro sabe a que horas pescar, sabe quantos peixes em média poderá alcançar, sabe tudo o que é necessário para uma boa pesca. Ele é pescador por profissão. Porém, Jesus rompe com todos os conceitos e a previsibilidade de Pedro e o convida a depender. O primeiro choque aqui é: “Onde está a minha dependência”? Jesus vem para quebrar essa estabilidade e essa previsibilidade e libertar a Pedro. Pedro está no controle! Entretanto, se estamos falando de assumir a identidade de filho, estarmos no controle não será uma opção. Não será uma opção a Pedro. Aliás, não será uma opção a nenhum de nós.

Assim Jesus fez com você quando lhe convidou para liderar, para gerar, para frutificar. Jesus entra na nossa experiência e aumenta a temperatura. Ele diz para Pedro: “Doravante serás pescador de homens” (v.11). Jesus está dizendo: “Aprenda a confiar em mim no previsível, e se necessário vou levar você ao imprevisível e tirar você de sua zona de conforto para me conhecer”.

Viver a caminhada com Cristo é um convite à fé e à dependência. Deus é Deus que age no comum e nos milagres! Nós fazemos cálculos e ele permite enquanto forja em nós o Seu caráter. Não tem outra maneira de experimentarmos uma transformação em nossa identidade sem essa crise da renúncia de controle. A pandemia e muito mais agora o pós-pandemia, nessa expectativa do novo, vivemos um kairós de dependência e fé. 

2.      O milagre de andar sobre as águas e a crise de afundar (Mateus 14:24-32)

A relação está se aprofundando. Ondas e ventos contrários estão sobre a embarcação. Eles seguiram uma orientação de Jesus (v.22). O que está ocorrendo aqui? Pedro está tão confiante em Jesus que anda sobre as águas. Entretanto, por um instante, vem o medo. O medo de morrer. O medo da vergonha. O medo de confiar e se decepcionar. Até então, Pedro está andando sobre as águas porque ouviu Jesus dizer: “Vem”. Perceba que em momento algum o texto disse que o vento havia cessado e que as águas agitadas haviam parado. No verso 30 vemos a palavra medo! Medo significa: “Não consigo confiar e descansar”. Medo é alma atribulada e cansada. Pedro foi mais ousado e corajoso que os demais discípulos, mas o medo foi mais forte. Pedro renunciou às redes, mas agora deve seguir renunciando ao controle.

Nós atendemos ao convite de Deus para confiar, para liderar, para avançar, para trabalhar e confiar, mas logo a nossa alma fica atribulada ao olhar que o vento não cessa, que o mar se agita! Essa pandemia agregou alguns elementos à nossa rotina: a) boa distância da terra (insegurança); b) Ventos e ondas das circunstâncias; c) Uma noite longa; d) Fantasmas. Será que não me enganei ao responder ao seu convite? Então essas coisas ferem o coração e volta o mérito e a justiça própria lhe acusando e dizendo de que não é capaz, não merece, não está apto porque os ventos e as ondas das circunstâncias nas quais você se encontra e te limitam, fazem você questionar e ferem o seu coração. O medo bate. Ohh irmãos! Quanta pressão temos enfrentado ao longo desses meses. Você é amado de Deus. Aqui faço uma pergunta: Por que temos vergonha de reconhecer que nossas expectativas nos traem? Então, você se volta para a explicação lógica das coisas e aquilo que era uma pura obediência, um ato de fé, agora está sendo racionalizado e você se esquece que simplesmente ouviu um convite: “Vem”! Mas, é um processo! Ainda que afundemos, tivemos coragem de andar sobre as águas. Estamos amadurecendo.

Mas, aqui está um pouco mais da crise que está modelando a sua identidade. Não é momento para desistir, mas para se entregar ao Senhor. 

3.      A crise para desistir do desempenho e da autossuficiência (João 13:37-38; Mateus 26:69-75)

Pedro era sincero, mas muito autoconfiante. Ele servia a Jesus com toda a sua vontade, mas era muito cheio de si, muito autoconfiante. Havia muita arrogância. Arrogância não no sentido de ter um nariz empinado, mas de alguma maneira nunca querer estar por baixo. Assim é quem não tem uma identidade firmada em Cristo. O que os outros pensam ou a imagem que se deseja passar revela muito a dependência da aprovação das pessoas. É necessário estar por cima, não é mesmo? Não creio que isso seja algo reconhecido, mas é próprio da natureza humana. Todos precisam estar afirmados de alguma maneira.

Pedro confiava tanto em seus esforços que diz a Jesus: “por ti darei a própria vida.” (João 13:37). Em resumo amada igreja, nós precisamos aprender a não confiar em nós mesmos (João 13:38). Entretanto, Pedro é um exemplo daquilo que todos nós fazemos em algum momento nesse processo de formação de nossa identidade em Cristo. A verdade é que não dá para ser amigo de Jesus baseado naquilo eu posso fazer por Ele, mas na força Dele. Todos nós sofremos em algum momento tentando ter um desempenho que agrade a Deus e crentes de que seremos aceitos por Ele. Quantos pastores e líderes frustrados porque seguiram as regras, ordenaram e seguiram direitinho o planejamento e no final as coisas não aconteceram como eles queriam. Oramos para Deus curar e Ele não curou. Jejuamos para a pandemia ir embora no mês seguinte e ela não foi. Fomos amadurecendo na marra, inclusive da falsa sensação de que podemos provocar a ação de Deus com uma varinha mágica chamada fé. Não! Até a fé está contaminada com arrogância e autossuficiência. Tivemos que aprender a conhecer a Deus livre de misticismos e achismos e a viver a fé como ela realmente é, isto é, Deus continua sendo Deus ainda que minha oração não seja respondida como gostaria. Pedro era imaturo! Queria que Jesus evitasse a cruz. Jesus repreende Satanás na vida de Pedro. Na hora “H” Pedro o negou. Na verdade, Pedro estava se aproximando de uma ruptura com crenças infantis para conhecer o Cristo, o Messias de verdade. As crises mostram a realidade nua e crua e nos desafia a negar a nossa própria força e autoconfiança.

Não! Não é assim Pedro! Qual foi o resultado disso tudo? (Mateus 26:69-75)

Baseado na própria força o amigo nega a Jesus. Pedro conheceu a si mesmo. Ele viu sua performance, seu mérito. Pedro chora amargamente sua própria decepção. Ele descobriu que os métodos e o desempenho fracassaram. A humanidade dele era pobre e desqualificada. Aqui é o clímax: “O sonho acabou”. Perdeu-se todos os referenciais. O desempenho e a autossuficiência desembocam em fracasso. Veja que isso não consciente, mas é uma relação de transformação do confiar em si próprio para confiar somente em Deus. É a transformação de nossa identidade. O medo do fracasso, o desejo de ver o fruto, a ânsia de provar algo será provado! Todos os nossos atos de fé serão provados pelo tempo, pelas circunstâncias para chegar à seguinte pergunta: “Tu me amas?” 

4.      Uma nova identidade e o amor desinteressado por Ele (Marcos 16:1-7)

Jesus não desiste de Pedro, apenas lhe ensina que não é do seu modo. Jesus não desiste de você, mas apenas quer lhe dizer que não é do seu modo. Ele diz: “Dizei aos discípulos e ao meu “melhor amigo”, o mais decepcionado, o mais fracassado, o mais frustrado”. Numa dimensão individual Jesus vem ao encontro da minha incapacidade. Numa dimensão individual Jesus vem ao encontro da sua incapacidade. Você disse que vai parar? Disse que vai desistir? Ele está dizendo: “Eu vou ao Seu encontro”.

Pedro pula no rio em direção a Jesus. Jesus não cobrou Pedro. Jesus não jogou na cara de Pedro tudo o que Ele havia feito de errado. Pedro não tinha mais como fazer nenhuma promessa a Jesus, a não ser reconhecer seu fracasso para experimentar o olhar compassivo de Jesus. A identidade está pronta a ser consolidada. Esse é o segredo daquelas conversões poderosas que vez por outra ouvimos. Geralmente a pessoa diz que ficava muito mal, ou seja, ela não tinha nada a oferecer a Deus, além do seu fracasso. Quando a pessoa ficou muito mal em que estava totalmente exposta de vergonha, desprezo e rejeição por todos à sua volta, ela se rendeu ao único que não estava preocupado com o seu desempenho. Assim foi com a mulher adúltera. Ele não nos ama por causa do nosso desempenho. Lembra-se disso? Mas, seu amor é o que precisamos para receber cura e libertação.

Jesus inicia um diálogo com Pedro. Na nossa versão bíblica não compreendemos a profundidade desse diálogo. Ele se dá mais ou menos assim – Jesus: “Pedro, você me ama com amor desinteressado, amor esse que me põe acima de tudo e de todos e que não espera nada em troca e que está acima, até mesmo, da sua vida?” Pedro responde: “Senhor, você sabe que tenho muita consideração por você.” Jesus pergunta mais uma vez a Pedro obtendo a mesma resposta. Então, na terceira vez Jesus pergunta: “Pedro, você tem muita consideração por mim, então? Pedro, magoado, ressentido responde: “Sim Senhor! “Eu tenho muita consideração por você”. Em outras palavras, Pedro está afirmando que em seu desempenho havia fracassado e que não adiantava fazer mais promessas, era o Pedro insuficiente e incapaz. Ele sabia que não conseguia corresponder ao amor de Jesus no mesmo nível. Mas, o mais impactante dessa história toda é que Jesus diz para ele três vezes: “Apascenta as minhas ovelhas”. Jesus se aproxima de Pedro, do coração do Pedro incapaz e o restaura. Jesus lapidou a pedra e ele se tornou Pedro! Jesus está nos lapidando e nos dando uma nova identidade.

Veja como Deus trabalha para formar a nossa identidade em Cristo! Os conduzindo à renúncia do controle e a uma entrega total de confiança em sua graça.