segunda-feira, 15 de junho de 2020

Transparência versus Vulnerabilidade - Por que alguns crescem e outros não em uma relação de discipulado/mentoria?

Por que alguns crescem e outros não em uma relação de discipulado/mentoria?

Transparência versus Vulnerabilidade

Você já se perguntou por que alguns crescem e outros não? Você já se questionou sobre o porquê o seu grupo de discipulado/mentoria não evolui o quanto esperava?

Numa relação de discipulado, o que em nossa igreja vínhamos chamando de mentoria, exige uma relação de profunda mutualidade. A mutualidade, por sua vez, requer vulnerabilidade.

Qual é a diferença entre transparência e vulnerabilidade?

Segundo o dicionário online dicio, transparência é a característica ou estado do que é transparente. Em sentido figurado transparência é a particularidade do que não possui duplo sentido; que se apresenta com clareza; limpidez.

Segundo o mesmo dicionário, vulnerabilidade é uma característica, particularidade ou estado que é vulnerável; qualidade que pode se encontrar vulnerável.

Como ambas se aplicam numa relação de discipulado/mentoria e o quanto elas são importantes? É importante que fique claro que vulnerabilidade não significa transparência.

Na transparência eu me revelo aos outros, no momento e do modo que eu escolher. Eu defino qual parte de mim permitirei que as pessoas conheçam. A transparência tem um aspecto seletivo de minha parte. Segundo o Dr Kevin Mannoia, na transparência “podemos mostrar às pessoas algumas coisas a nosso respeito como um meio de conquistar a confiança delas e manipular a resposta que elas podem dar.”

Na vulnerabilidade eu me coloco deliberadamente sob a influência de outras pessoas, submetendo-me à força delas. Eu concedo aos outros o direito de conhecer a dor de minha fraqueza e de cuidar de mim. Eu opto por permitir que os outros me conheçam, tenham acesso à minha vida, me ensinem e me influenciem.

No início do meu ministério eu tinha uma grande dificuldade com a pornografia. Não havia ainda uma cultura de graça entre nós para que eu me abrisse com alguém e confessasse o eu pecado e a minha luta. Foi aí que conheci o Pastor Marinho que se mostrou extremamente transparente para um grupo de pastores dando uma palestra sobre a importância de se participar de um grupo de pastoreio mútuo. Tão logo tive oportunidade, sentei-me com ele. Muito constrangido na ocasião, abri meu coração a ele. Ali pude ser vulnerável, pois, além de confessar meu pecado e não me justificar de nada, recebi instrução e fiz um compromisso diante de Deus de prestação de contas depois daquela reunião. Na transparência, quase sempre não existe expectativa de feedback por parte do discipulando, mas na vulnerabilidade o discipulando não apenas abre o coração, mas percebe a sua cura e libertação ansioso por feedback. Foi libertador para mim e houve uma profunda transformação na minha relação com Jesus desde então.

A grande “sacada” de um discipulado transformador está em que o discipulador/mentor também se faça vulnerável. Jesus se fez vulnerável com seus discípulos mais achegados. Não há máscaras de qualquer espécie e sempre se está aberto à correção para crescer. Discipuladores/mentores que não se fazem vulneráveis podem desenvolver um espírito de “salvadores” e se esgotarem com expectativas elevadas sobre si e os outros. Cuidado! Reconheça que você também é um discípulo.

Vale destacar que se recomenda um grupo de quatro pessoas ou três casais para um ambiente saudável de discipulado/mentoria. Quanto maior for o grupo, maior será a dificuldade de criar vínculos profundos e verdadeiros.

Se você é discipulador/mentor ou faz parte de um grupo numa relação de discipulado/mentoria, faça uma análise pessoal e avalie se você é transparente ou, também se faz vulnerável. Esse é o caminho para um discipulado saudável e transformador. Seja sincero com o seu grupo e avalie se é momento de estar ou não nessa relação, mas se estiver, entre de cabeça com o coração aberto! Seja vulnerável e não perca tempo! Sua vitória está a caminho.

No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima


Por uma cultura de capacitação que leva à excelência


Por uma cultura de capacitação que leva à excelência

Qual é a sua mentalidade?
Pude ler um livro chamado “Mindset” no qual a autora diferencia as pessoas com mentalidade fixa das pessoas com mentalidade de crescimento.
Pessoas com mentalidade fixa possuem dificuldade de crescer porque valorizam demais o resultado e associam ao crescimento as habilidades inatas. Errar não é bem aceito por essas pessoas. Para elas, os grandes talentos são privilegiados porque nasceram assim.
Pessoas de mentalidade de crescimento, por sua vez, aprenderam a valorizar o processo, e mesmo que não possuam habilidades inatas, elas se aplicarão em um esforço disciplinado para aprenderem determinada habilidade. Errar faz parte do processo. Esse processo consiste em aprender com os erros, refletir e aperfeiçoar porque existe um objetivo.
Em suma, a excelência é fruto do seu esforço e da sua dedicação.
Percebemos, portanto, que o crescimento tem a ver com a sua mentalidade.

Crescer tem um custo
Todo crescimento em qualquer competência possui um custo. Um grande médico é fruto de anos de dedicação e empenho. Ele precisou fazer muitas renúncias para ganhar todas as habilidades. Foram anos de leituras, participação de palestras, alguns anos de residência e conclusão. O principal elemento em todo esse custo foi o esforço.
O quanto você está disposto a pagar para crescer?

Vejamos cinco elementos necessários para você brilhar no que faz:

1. Espírito Ensinável
Esse é o primeiro e, talvez, o mais importante elemento daqueles que valorizam a capacitação constante.
O espírito ensinável exige humildade. Muitas vezes, a falta de resultados em nossas vidas é reflexo da ausência de humildade em admitir que estagnamos. Não iremos desfrutar da graça de Deus, que é a capacidade de produzir frutos, se não aprendermos a lição “Deus resiste ao orgulhoso e concede graça ao humilde”. O orgulhoso é aquele que nunca admite estar falhando em alguma área da sua vida. Ele considera a si mesmo o ícone da perfeição. O humilde é aquele que diariamente está buscando a perfeição, reconhecendo que precisa melhorar.
O que tem espírito ensinável é aberto à correção e transparente. David Kornfield dirá: “A pessoa aberta à correção é mais parecida com um pesquisador, um bandeirante forçando a entrada em novos campos, do que com uma enciclopédia de boas respostas. [...] Nosso crescimento é impedido quando mantemos uma máscara para parecermos com algo que não somos. Perdemos a simplicidade do coração aberto à correção. Gastamos energia em manter as aparências, em parecer alguém que de fato não somos. Não temos a liberdade e a alegria de saber que o Espírito tem mais para mostrar do que vimos até agora.”
Eu tenho um espírito ensinável?
Eu sou transparente e aberto à correção?

2. Garra
O segundo elemento é a garra. Angela Duckworth, psicóloga e professora da Universidade da Pensilvânia escreveu um livro chamado “Garra: o poder da paixão e da perseverança”. Ela desenvolveu uma pesquisa para concluir que a garra está na vida daqueles quem combinam perseverança com a paixão a longo prazo. Amar o que se faz é tudo! Garra é paixão e perseverança constante. Veja:

TALENTO + ESFORÇO = HABILIDADE. Muitos músicos podem desenvolver habilidades com esses dois elementos.

HABILIDADE + ESFORÇO = CONQUISTA. É aqui que você vai brilhar na equipe e no ministério.

Como desenvolver garra?

a) Preciso desenvolver interesse antes de trabalhar os obstáculos do crescimento.
O interesse é a semente da paixão.

b) Prática disciplinada
·  Ter objetivo claro, Qual é o meu objetivo?
·   Foco. Ter 100% o foco voltado naquilo que você deseja se tornar.
·  Feedback. Ter indicadores, mentor e pessoas que te ajudam a avaliar seu desenvolvimento. Veremos adiante
·  Refletir e aperfeiçoar. Ser ensinável e crescer

c) Cultivar o propósito
· O que faço beneficia a outras pessoas?
· O que faço glorifica a Deus e contribui para a missão?
· Há um significado duradouro no que faço?
· Propósito e garra caminham juntos.

d)  Mentalidade de crescimento
· Os desafios e as críticas são superados quando tenho a capacidade de crescer e aprender com os erros reconhecendo as minhas limitações e exercendo garra.
· NUNCA DESISTA EM UM DIA RUIM.

3. Indicadores e feedbacks
Outro elemento essencial do crescimento são os indicadores e os feedbacks.
Indicadores são ferramentas de avaliação que ajudam você a identificar suas áreas de força e áreas nas quais você precisa avançar. Você já parou para analisar o que leva um bom músico a mensurar sua própria evolução? Certa vez ouvi alguém dizer algo parecido com isso: “Se eu ficar um dia sem treinar, eu percebo a diferença. Se eu ficar dois dias sem treinar, a minha esposa perceberá a diferença. Se eu ficar três dias sem treinar, outros perceberão a diferença”.
Feedbacks são retornos avaliativos quanto ao meu desempenho. Eu preciso me colocar em um lugar de vulnerabilidade se desejo crescer. Muitos deixam de crescer porque possuem muitas carências emocionais e não sabem lidar com críticas. Esses não crescem e se vitimam transferindo responsabilidade sem perceber que o maior prejudicado pelo seu não crescimento é ele mesmo. Essas pessoas não se comprometem com um processo de crescimento.
É muito natural termos referências. Para que serve as referências? Elas são nada mais que modelos de paixão e a persistência, que a longo prazo, chegaram onde estão. Certamente são pessoas que sistematicamente usam indicadores e recebem constante feedback.
Quais são os indicadores que você utiliza para avaliar seu crescimento?
Quem são as pessoas que tem liberdade para lhe dar feedback?

4. Propósito
Por que eu treino? Olhando para uma equipe de futebol, podemos identificar que o propósito dos que treinam é ser campeão. Um cirurgião treina com o propósito último de salvar vidas. Um palestrante treina para ser mais assertivo em suas palestras. Por que você faz o que faz? Qual é o propósito? A cultura de capacitação se torna valor quando compreendo o meu propósito naquilo que faço.

5. Mentor. Aquele que nos conduz ao extraordinário
Uma definição de mentor: “Alguém que acredita em outra pessoa, enxerga possibilidades além do que ela percebe, apoia e nutre, desafia e levanta-a para seu pleno potencial dentro dos propósitos de Deus.”
Quando estive em Curitiba para o lançamento da Bíblia de Estudo do Discipulado, pude ouvir algo que levarei para a vida toda. David Kornfield compartilhou conosco que numa mentoria para avaliação, o seu mentor Edmund Chan lhe disse: “David, você tem 66 anos. Se você deseja alcançar a nova geração, precisa se reinventar.” Veja, David é escritor de vários livros, autor de uma bíblia de estudos, mas se expôs a um ambiente de vulnerabilidade onde o seu mentor pode dizer: “Você precisa se reinventar”. Aqueles que mais tem crescido são pessoas que recebem orientação de outros que podem contribuir com o crescimento dela.
Quem pode ajudar você a sair do ordinário (comum) e ir para o extraordinário em seu ministério/talento?

Valorize a cultura de capacitação. Quando você cresce, outros crescem com você. Priorize suas reuniões de mentoria. Priorize as reuniões de liderança. Busque cursos que agregarão ao seu ministério. O seu crescimento reflete no crescimento do Reino de Deus.

No amor de Cristo,
Pastor Rodrigo Rodrigues Lima