quinta-feira, 3 de março de 2016

Vida é conhecer o Pai! João 14:6-7

Vida é conhecer o Pai!
João 14:6-7

Vi na internet uma frase interessante: “Grande campanha pela vida: cada um cuidando da sua! Participe você também”. Graças a Deus quero Deus cuidando da minha. Jesus veio para nos dar vida e vida com abundância (João 10:10). O que é essa vida abundante? No que consistiu essa missão de Jesus?
Jesus ele veio para vivificar os mortos e dar vida eterna. São duas coisas diferentes. Vivificar é fazer viver, tornar vivo, restaurar a vida. Nós estávamos mortos espiritualmente e Ele nos vivificou (Efésios 2:1). Já a vida é a idéia de alguém que está cheio de vitalidade, em absoluta plenitude da vida. Alguém que tem uma vida ativa e vigorosa devota a Deus, abençoada, em parte já aqui na terra, mas plena totalmente na eternidade. Os vivificados passam a gozar da vida.
Hoje quero falar com vocês sobre o caráter e o alvo da vida eterna. Caráter tem a ver com a essência, a natureza das coisas. A vida, enquanto vida eterna também tem uma essência, uma origem, um cerne, enfim, um princípio e ao mesmo tempo um alvo. Vamos falar de um:

Vida é conhecer a Pai
Jesus diz aos seus discípulos que quem o conhece, conhece o Pai. Mas, no que consiste esse conhecer a Deus, já que vida é conhecer a Deus? Jesus, em sua oração sacerdotal disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17:3
Um dia, fui para o interior de São Paulo para me encontrar com o Pastor Marinho. Chegando lá estava o pastor Ricardo Agreste que foi meu professor na pós-graduação. Então, o Pastor Marinho me levou até o Pastor Ricardo e disse: “aqui está o seu aluno”. Porém, o pastor não me reconheceu. Eu o conheço, mas ele não me conhece. No sentido bíblico, conhecer é muito mais do que saber o nome de uma pessoa ou ouvir falar sobre essa pessoa. Conhecer é ter relacionamento, comunhão e preocupação. Para chegarmos ao sentido profundo disto, precisamos nos voltar um pouco para o antigo testamento. I.Definamos o que não é conhecer a Deus. Não conhecer a Deus significa estar longe de Deus. (Salmo 138:6; Juizes 2:10; Oséias 5:4). II.Conhecer a Deus é relacionamento com Deus. “E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” Jeremias 31:34. Está escrito em Oséias 6:3 Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor.” Conhecer o Senhor é viver diante dele, é ter vida eterna. III. O que impede as pessoas de conhecerem a Deus? Na parábola do jovem rico encontramos pelos menos dois empecilhos: a) Justiça própria. (Lucas 18:21) Justiça própria é quando acredito que por esforço próprio, por fazer o bem e seguir os mandamentos ou a maioria deles, terei vida. O jovem rico pergunta para Jesus: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Lucas 18:18). Muitas pessoas acham que por não fazer coisas erradas conhecem a Deus. O jovem rico representa o típico religioso que acredita que por meio do seu sacrifício satisfará a justiça de Deus, porém, mesmo no antigo testamento Deus rejeita este tipo de culto. Em Oséias 6:6 Deus dirá: "Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos."  Isso é um equívoco muito grande e não combina com a graça de Deus. Quem é seu parâmetro de justiça? Nosso parâmetro de justiça é Cristo e só podemos conhecer a Deus pelos atos de justiça de Cristo. b) Satisfação em tudo e em todos que não for Deus (Lucas 18:22-23). O jovem rico tinha muitas posses e não foi capaz de abrir mão dessas posses para ganhar a vida eterna. Vida é conhecer a Deus como o único Deus verdadeiro. Ter Deus como único nos leva à satisfação somente Nele. Significa não ter outros deuses. Em termos práticos, um casamento pleno é quando o casal está diante de Deus e se satisfazendo em Deus. Quando um dos cônjuges coloca o seu parceiro no lugar de Deus, seu casamento não é mais pleno, porque sua satisfação não é mais Deus, mas seu cônjuge. Não há mais vida de Deus, pois, Deus não é mais seu único Deus verdadeiro, pois, o outro passa a ocupar lugar central dos seus pensamentos e vida. Quando seu trabalho e o dinheiro (ou a falta do dinheiro) lhe rouba a plenitude, possivelmente significa que você tem buscado satisfação nisso, e não em Deus. Isso poderá ser um empecilho para você viver a vida plena, pois, quem deve conferir propósito à sua vida profissional não é seu trabalho em si, mas Deus. Sei que atualmente isso tem se tornado um desafio para muitas pessoas. Mas, acredite, Deus quer conferir sentido e propósito ao seu trabalho. Busque satisfação somente em Deus e deixe Ele lhe ensinar a viver a verdadeira vida. Quando seu ministério ou posição é a sua fonte de satisfação, uma luz de perigo deve acender. Vida é conhecer a Deus como único Deus verdadeiro. Há um falso entendimento de que trabalhar ou ter posições na obra é sinal de que conhecemos Deus. Cuidado! Sua satisfação é Deus. Vida é ter uma relação de amor e obediência a Deus. O jovem rico queria ter controle da situação. Vida é submissão a Deus em amor e obediência.
Jesus nos deu o maior exemplo de vida plena! Nada foi mais importante para Jesus do que seu amor e obediência ao Pai, até mesmo encarando a morte.

Mas, há pessoas que se sentem sem vida. Hoje é um dia oportuno para pensarmos sobre esse assunto. A salvação consiste não apenas em ganhar um ticket vip para entrar na fila do céu. Salvação é ter vida aqui e agora. Salvação é viver, é ser gerado em Cristo. Salvação é vivificar.
E nesta direção eu entendo que há pessoas que precisam ser vivificadas. Quero me fazer valer do sermão número 46 de John Wesley. Deus quer uma igreja vivificada, mas as pessoas perdem o vigor e a vitalidade porque entram em um deserto espiritual. Os que estão no deserto espiritual chegam ali porque: I.Perda da fé. No deserto perde-se a divina evidência, a satisfatória convicção das coisas não vistas. Você teve muitas experiências com Deus, como o povo que viu o Mar Vermelho se abrir, mas hoje seu espírito não consegue clamar “Abba Pai”. Daí procede a segunda perda II.Perda do amor. Seu coração já não arde mais pelas almas como antes. Não sente mais com tanta intensidade o “coração de misericórdia” pelos perdidos. Não há mais a mesma mansidão de antes. E essa perda da fé e da alegria lhe conduz para a terceira: III.Perda da alegria no Espírito Santo. Porque se a consciência do amável perdão de Deus deixa de existir, logo a alegria resultante dela não prevalece. Você fica como uma terra seca cuja fonte de águas próxima a você está estancada. Com isso, a perda da fé, do amor, e a perda da alegria no Espírito lhe conduz a mais uma perda: IV.A perda da paz. Alguns começam a duvidar de que jamais encontraram testemunho do Espírito, isto é, que tiveram realmente uma experiência com Deus. Vem a dúvida batendo forte no coração se não nos enganamos, trocando a voz de Deus que antes falara conosco pela voz interior da incredulidade e da dúvida. Mas, o deserto vai se tornando cada vez mais escaldante e a perda da fé, do amor, da alegria do Espírito e da paz lhe leva a outro nível de perda: V.A perda do poder. Você perde o poder sobre o pecado. Quem perde o poder da paz perde também o poder sobre o pecado. Antes o pecado não o dominava, mas agora ele se torna habitual, natural, uma crise como alguns preferem chamar.
Deus jamais nos abandona, mas nós o abandonamos. Isso traz morte! Por que chegamos a esse ponto de descer a níveis profundos no deserto espiritual?
a)Pecado. Aceitamos o pecado em nossa vida. Pecado conhecido, que voluntariamente cometemos, é forte e ostensivo.
b)Pecado da negligência: I.Negligência da oração. Sem vida de oração, nos distraímos com as coisas dessa vida e o conhecimento de Deus é suprimido. A oração deve satisfazer nossa alma na dependência de Deus, mas quando paramos de orar, os problemas do trabalho, da família, enfim, as coisas da vida criam um rombo na alma e ficamos insatisfeitos. Perdemos a vitalidade. II.Negligência com o próximo. Odiar o irmão ou não repreendê-lo em amor pode conduzir você ou ele ao deserto espiritual. Nessa época de muitos desigrejados, percebemos que tem faltado verdadeiro interesse e amor pelas pessoas e elas tem entrado em deserto espiritual. III.Pecado interior. O coração altivo é abominável ao Senhor. A soberba, a arrogância, vaidade pessoal, não ter espírito ensinável. Todas essas coisas te levam para o deserto espiritual.

Mas há um caminho de vida! Deus quer vivificar você. Ele o fez ler esta mensagem para lhe dizer que há um caminho nesse deserto que o atrai a Ele (Oséias 2:14). Deus é amoroso e gracioso. Ele vem como torrente sobre a terra seca. Abra sua bíblia em Oséias 6:1-6. Deixe Deus lhe vivificar.

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor