domingo, 3 de outubro de 2021

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO! - SÉRIE REDESCU...

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO - Efésios 2:11-22

 

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO

Efésios 2:11-22

Talvez, um dos mais emblemáticos eventos do século XX, ainda rememorado por muitos foi a queda dos Muros de Berlim no final da década de 80. O muro era o símbolo da Guerra Fria que dividia a Alemanha e o mundo entre as duas maiores potências do mundo: Os Estados Unidos e a União Soviética. Com o enfraquecimento desse conflito político e ideológico, é que o Muro de Berlim veio a ruir.

Entretanto, hoje vivemos em um mundo que tem dado voz aos seus ressentimentos do passado histórico de preconceitos e exploração econômica. Vivemos o momento das polarizações ideológicas e políticas com muita inimizade. Ao passo que muitos movimentos buscam seus direitos, pontes têm sido destruídas e muros tem sido erguido. Diante de tanta inimizade no mundo, é possível viver em plena paz e harmonia, pelo menos entre aqueles que professam a fé em Jesus Cristo?

Não pretendo resolver os problemas da desunião no mundo com este sermão, mas pretendo trazer quais as expectativas que essa mensagem de Paulo traz a respeito de um povo que foi alcançado pela graça de Deus. Esse trecho da carta de Paulo aos Efésios deveria, pelo menos, centrar os cristãos. Jesus orou: “Não peço somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por meio da palavra que eles falarem, a fim que de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20-21. Nossa vocação é para sermos o povo da reconciliação e da paz.

Em Efésios 2:1-10 vimos o que Deus fez em nós por meio de Cristo. Estávamos mortos e separados de Cristo, mas por sua rica misericórdia e grande amor, ressuscitamos juntamente com Cristo e fomos salvos pela fé.

Aqui em Efésios 2:11-22 veremos que não apenas fomos reconciliados com Deus por meio de Cristo, mas fomos reconciliados uns com os outros por meio da paz que Cristo trouxe e nos tornamos um só povo, não havendo mais distinção entre gentios e judeus ou qualquer outra distinção diante de Deus. Somos uma mesma família! A maior inimizade foi vencida pela maior paz que trouxe a maior união do mundo. Vamos observar juntos e ouvirmos a Deus para nossas relações sociais na igreja e no mundo. Vamos derrubar os muros de separação e sermos construtores de pontes.

1.    A maior inimizade do mundo (v.11-12)

a)    Eram incircuncisos. Isto é, sem a marca da circuncisão. O povo judeu, o povo eleito, se esqueceram do propósito de sua eleição em Abraão. Deus disse a Abraão: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3). De fato, por ter a revelação de Deus, não era o povo da aliança. Eles não tinham a marca da aliança que é a circuncisão e o povo judeu tratava os gentios, até mesmo os conversos, com desprezo e separação. Um filho judeu que se casasse com uma gentia, tinha um sepultamento simbólico. Um judeu não deveria prestar ajuda a uma gentia grávida para que não incorresse em ajudar na vinda de mais um gentio ao mundo.

b)    Estavam separados de Cristo. Estar sem Cristo significa não ter acesso às bençãos espirituais que Paulo menciona em Efésios 1:3-14. Assim eram os gentios e são todos os que não estão em Cristo.

c)    Separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa. Literalmente alienados, isto é, separados do povo de Deus. Deus havia feito alianças com Noé, com Abraão, Isaque e Jacó, com Moisés e seu povo, mas como gentios e não judeus não participavam dessas alianças. Eram como estrangeiros, forasteiros e alienígenas.

d)    Sem esperança e sem Deus no mundo. As pessoas tinham e tem deuses em excesso, mesmo assim, estavam e continuam sem uma relação pessoal com o que Deus que veio a se revelar em Cristo Jesus.

 

Essa era a maior inimizade do mundo. Dois povos distintos, separados por não serem eleitos e não estarem debaixo da mesma aliança com Deus. Nós estávamos alienados de Deus e alienados do povo de Deus. Havia um muro de separação. Como isso se aplica hoje?

 

Em Efésios 2:1-3 as pessoas estão mortas espiritualmente porque estão separadas de Deus, portanto, essa amostra de Paulo quanto a separação de gentios e judeus, a inimizade cultivada, revela que a morte espiritual tem trazido morte nos relacionamentos. Vamos lembrar que o pecado trouxe 4 rompimentos na vida do ser humano no EDEN. Separação de Deus, do seu próximo, de si mesmo e da criação. Assim é o mundo sem Cristo. Os homens ainda edificam muros de separação e divisão, como o muro de Berlim, barreiras de raça, de cor, de castas, de tribos ou de classes, bem como atualmente os muros políticos e ideológicos. A discriminação é uma característica de um mundo de pessoas mortas sem Cristo.

2.    A maior paz do mundo (v.13-18)

Mas Cristo! Assim como o homem estava morto espiritualmente e condenado, mas Deus que é rico em misericórdia e com o grande amor que nos amou nos deu vida juntamente com Cristo, mas em Cristo Jesus, os gentios que eram inimigos do povo de Deus, foram aproximados pelo sangue de Cristo. Ele é a nossa paz! Ele derrubou muros e construiu pontes entre nós e Des e nós e o nosso próximo! Fomos aproximados pelo seu sangue em dois sentidos claros aqui: a) Fomos reconciliados com Deus. Pelo seu sangue, nossos pecados foram perdoados b) Fomos reconciliados uns com os outros. Ele se fez a nossa paz. Como ele promoveu essa paz?

a)    Aboliu a lei dos mandamentos (v.15). Podemos nos perguntar: Como Jesus aboliu a Lei se em Mateus 5:17-18 ele disse que não veio para revogar/abolir, mas cumprir? As leis do Antigo Testamento eram classificadas em 4 tipos? A) Lei moral; B) Lei Cerimonial (sistema religioso); C) Lei Civil; D) Lei sobre higiene e saúde. No contexto do sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7) fica claro que Jesus estava falando da Lei Moral e essa não foi abolida. Mas, os judeus queriam que os gentios cumprissem as leis civis e cerimoniais, como o que comer e o que não comer, seguir regulamentos sobre o sábado etc. Jesus foi o único capaz de cumprir toda a lei. Mas, quando Cristo morre, com Ele morre a velha aliança e é instituída uma nova aliança. Entretanto, até mesmo a Lei moral que ainda permanece como princípios para obedecermos, também está abolida em termos de ser o caminho para a salvação. A salvação é Cristo! Cristo é a nossa LEI!

Mas, o que aprendemos com isso? Aprendemos que o legalismo sempre separou as pessoas. Se você se lembra bem, os fariseus religiosos dos tempos de Jesus tratavam as pessoas com diferença. Eles se sentiam superiores. A religiosidade e o legalismo levantam muros! Paulo, como um fariseu, perseguia cristãos e consentia na morte deles. Sempre que a lei é vista como condição para a salvação, ela separa as pessoas, levanta muros não apenas entre as pessoas, mas também entre nós e Deus.

b)    Criou uma nova humanidade (v.15). Uma nova humanidade, um novo povo, uma nova raça humana! Aleluia! O que isso realmente significa? Ficará mais claro na medida em que avançarmos por Efésios, mas posso adiantar que ele cumpre o propósito de Deus em restaurar a Sua imagem no homem que se une a Ele. Paulo dirá em Colossenses 3:11 “Aqui não pode haver mais grego e judeu, circuncisão e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo e está em todos”. Em Gálatas 3:28-29 ele escreve: “Assim sendo, não pode haver judeu nem grego, nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.”

Portanto, em Cristo não deve haver mais desigualdade! No seu trato com o ser humano em geral. E a igreja deve ser a referência para o mundo de igualdade e justiça. Nossos lares devem ser regidos por esse princípio. Nossas relações de liderança devem ser regidas por esse princípio. A maneira como olhamos para as pessoas no pecado devem ser com a expectativa de que elas sejam resgatadas à essa nova humanidade, à essa nova raça. Uma raça que não tem diferenças!

 

Jesus, que é a nossa paz com Deus e com o próximo, reconciliou gentios e judeus e destruiu a inimizade. (v.16). A sua morte e ressurreição proclamam essa paz (v.17). Ele evangeliza a paz! Ele declarou paz aos discípulos depois de sua ressurreição! Ele orou pela unidade da igreja para que por meio dela levemos a paz!


3.    A maior unidade do mundo (v.19-22)

 

O que é ser um cristão? Qual é o objetivo de fazermos missões? Veja! Nós que éramos separados da comunidade de Israel, alheios à vida de Deus, estranhos Às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo, agora não somos mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos céus e membros da família de Deus.


a)    Família de Deus (v.19b). Fomos adotados (Efésios 1:5). Somos filhos desse Pai de amor. Mas, a maior ênfase que Paulo quer dar é que temos muitos irmãos. Somos os filhos d pai ultrapassando as barreiras raciais, sociais e econômicas para sermos da mesma família. Uma comunidade de pecadores lavados e redimidos pelo sangue do cordeiro.

Não somos unânimes. Não somos uniformes. Mas somos unidos!


b)    Templo de Deus (v.20-22). Eis uma aqui uma razão para não existir crentes desigrejados. Não somos unânimes. Não somos uniformes. Mas fomos chamados à unidade. Nesse edifício estamos sob o fundamento dos apóstolos e profetas, a sã doutrina! A igreja está edificada sobre as Escrituras e o Novo Testamento. Jesus, como a pedra angular, mantém o edifício firme e alinhado! E para que vivemos nesse mistério da unidade? Para sermos morada de Deus. Quero concluir como comecei nas palavras de Jesus: “Não peço somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por meio da palavra que eles falarem, a fim que de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20-21. É na sua unidade que a igreja revela Cristo e sua missão.

Vamos ser promotores da paz! Vamos ser o povo da unidade.

 

No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima