domingo, 4 de janeiro de 2015

2015 – O ANO DA TRANSIÇÃO

2015 – O ANO DA TRANSIÇÃO

Transição é um período de mortes, de expectativas e de ajustes. Sabemos que em cada transição presidencial, sua equipe eleita senta com a equipe que esteve no governo para receber as pastas com a situação. Uma transição bem feita é sucesso total. Uma transição mal feita será sofrimento. Como encarar a transição?

I.                    Transição é tempo de morte para gerar vida
O velho morre para nascer o novo! A morte é um período de transição para todos, não apenas para o morto. Para transicionar do Velho Testamento para o Novo Testamento Jesus precisou morrer. Ele foi a chave da transição.
Com isso, penso também no que precisa morrer na minha vida. Quando se planta a semente de uma árvore, ela precisa morrer para que germine e cresça se tornando a mais verde, bela e frutífera. Quem quer morrer? A semente morre para frutificar. É poderoso!
Moisés também morreu antes da transição. Quando ele sai fugido do Egito, toda sua força e desejo patriótico de salvar o seu povo com suas próprias mãos deram lugar a um homem que já não sabia mais falar. O jovem Moisés morreu para que Deus o levantasse na velhice cheio de limitações para transicionar o povo da escravidão para a liberdade. Moisés precisou morrer literalmente para que Josué liderasse o povo à Terra Prometida.
Está claro para mim que essa transição é um tempo de morte, é morrer na cruz. O que precisa morrer? Vejo pelo menos duas:
a)                            Tradicionalismo – diferente de tradição (benéfica), o tradicionalismo (maléfico) é o vício sem sentido e sem vida da tradição. É quando os meios se tornaram os fins. Já não se pergunta a razão do que fazemos, mas fazemos porque sempre foi feito. Isso é ruim, o tradicionalismo. Por que cantamos no começo do culto? Por que fazemos cultos às quartas? Por que temos intercessores? Por que temos CJC? Por que temos ministério de louvor? Por que temos projetos sociais? Por que nos reunimos em um prédio? Por que células? Enfim, depois do por que devemos também nos perguntar para quê. O sentido e o propósito de tudo o que somos e fazemos estão conformes à vontade de Deus e servem ao seu propósito? Sabemos claramente a vontade de Deus e os propósitos de Deus e internalizando-os, os respiramos de maneira que todos os envolvidos em cada uma dessas áreas refletem em sua vida, conduta e caráter esse propósito divino? Essas atividades e ações são meios eficazes para o fim determinado por Deus? Transição.
b)                            Auto-suficiência – o grande problema da religiosidade é quando o homem acredita que tudo o que faz o leva a aprovação divina. Até na prática da sua fé há auto-suficiência. Não há cruz, não há submissão aos líderes, não há humildade e não há espírito ensinável. Há sim preferênias, presunção, rebeldia, dificuldade de submeter-se, não há cruz. Os fariseus, os saduceus e todos os religiosos da época de Jesus eram assim. Os meios se tornam os fins. A vida na fé enganosamente é antropocêntrica, pois, não há cruz.

II.                  Transição é tempo de expectativas divinas
                Com certeza mais coisas precisam morrer, mas a transição é também um tempo de expectativas. Há expectativas por parte do presidente que assumirá a nação e expectativas por parte do povo que será liderado por ele. Devemos tomar muito cuidado nesse período.
Judas esperava que Jesus livrasse os judeus das garras políticas do Império Romano, porém, Jesus disse a Pilatos: “Meu Reino não é deste mundo.” Judas teve suas expectativas frustradas e se matou amargurado por entregar Jesus. Pedro tinha expectativas muito altas acerca de si mesmo. Porém, se amargurou e se frustrou porque negou a Jesus. Entretanto, Jesus não se frustrou em momento algum com seus discípulos e com o seu ministério. Suas expectativas estavam no Pai e ele mesmo orou: “Pai eu te glorifiquei. Fiz a Tua vontade [...] rogo por aqueles que crerão em mim.”
Qual é o lugar das nossas expectativas? Em quem devemos depositá-las? Quando ela é ruim e quando ela é boa? O lugar das nossas expectativas é o próprio Deus. Nele devemos depositá-la. Em Deus, nossas expectativas são sempre boas, pois, nos submetemos à Sua vontade. Nele esperamos. Quem espera em Deus suas forças são renovadas. Ele põe em nosso coração tanto o Seu querer quanto o Seu realizar.
As expectativas em Deus são sempre altas porque Seus planos e caminhos são mais altos, mas elas não gerarão uma ansiedade carnal ou diabólica, pois, estão em Deus.
Vale ressaltar que antes da expectativa da vitória, da ressurreição, Jesus enfrentou a expectativa do Getsêmani, mas era a vontade do Pai. Perceba como morte e expectativas andam lado a lado ou para vitória ou para morte, ou para Judas ou para Jesus. Por isso, devemos tomar muito cuidado. As nossas expectativas devem estar sempre em Deus. Seus planos não se frustram.

III.                Transição é tempo de ajustes divinos
                Transição é também tempo de ajustes e adaptação. Justamente por ser algo novo, precisa de tempo para se ajustar.
Quando vamos usar algo que é novo para nós, como dirigir um novo carro, há a necessidade de se acostumar até que se torne comum para nós. Um carro novo é gostoso de dirigir, mas precisa de tempo para se acostumar com o tempo do freio e da embreagem. Nesse período o carro pode engasgar e morrer e terá que ser religado. Pois, assim mesmo é a transição. Você está aprendendo o novo e, às vezes leva mais tempo do que se espera. Porém, até que você se acostume com o carro novo, você desiste e devolve o carro na concessionária? Claro que não! Você faz de tudo para se adaptar, pois, você gosta.
Isso me reporta ao tempo em que a Igreja Primitiva, especialmente os judeus e até mesmo Pedro estavam se adaptando ao EVANGELHO SOMENTE. A salvação não é só para os judeus? Não! Também é para os gentios. Aprendemos aqui que os ajustes também devem acontecer em Deus. Veja que Deus revela a Pedro numa visão que os gentios também podem ser salvos. Saulo, a caminho de Damasco para matar cristãos tem um encontro com o próprio Cristo.
Aos que são sensíveis à voz de Deus e ao seu Espírito, na transição, receberão sua revelação para se ajustar e se adaptar.
 Enfim, observamos que a transição é o meio para um fim. O fim é a vontade de Deus para as nossas vidas e seu propósito manifesto na e através da igreja. A transição é o processo. Processo fala do caminho para se chegar ao fim. A transição não pode ser evitada, mas encarada.
Vale refletir. Como encaramos as transições da vida sem perder o foco? Como encaramos o que morre, onde estão nossas expectativas e em quem nos ajustamos? Precisamos da fé com cruz, da graça e com o coração em Deus apenas vendo-o trabalhar.
Que venha o novo de Deus sobre nós!
No amor de Cristo,
Rodrigo, Pr.