sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sabedoria na vida

A sabedoria consiste em lidar com as crises e aceitá-las.

Ao passo que evitamos as crises e rejeitamos as adversidades, demonstramos nossa total falta de confiança em Deus, deixamos de amadurecer.

Deus fez tanto o dia da prosperidade quanto o dia da adversidade, portanto, não é sábio perguntar por que o dia de ontem foi melhor do que hoje.

Tudo tem um propósito debaixo do céu, inclusive nosso sucesso e fracasso.

O melhor que podemos fazer é confiar em Deus e temê-lo, afinal de contas, tudo é dádiva de Deus.

Por isso, o melhor caminho que os homens podem trilhar é o da mansidão, isto é, submissão aos desígnios de Deus.

Sabedoria consiste em não confiar no seu próprio esforço. Esforçar-se é também uma capacidade que vem de Deus. Entretanto, há de se analisar a motivação do próprio esforço, se este é movido por competição entre as pessoas do nosso entorno, se por nossas esquizofrenias internas, se por nossos sentimos de inferioridade ou simplesmente pelo ensejo do momento como fruto da bondade de Deus.

O que eu mereço? Nada....rs

Por que insisto que a minha vida gira em torno de mim mesmo?

Buscamos a felicidade e a realização, mas tudo isso é inútil, passa, se vai. Fica para outros...rs

Felicidade, ou melhor, inteireza de vida, plenitude de coração e paz de espírito só encontramos naquele que nos criou. A maior de todas as realizações é nos submetermos ao nosso Criador.

Ele não quer nos abençoar em nossas decisões. Ele quer que encontremos o compasso de suas decisões, pois, o tempo oportuno de Deus não está afinado com o nosso famigerado cronos. Todas as decisões nessa vida que não apontam para Deus são inúteis.

Jesus foi o maior exemplo disto. Aceitou a sua missão, submeteu-se única exclusivamente ao Pai em todo o tempo e a maior de todas as suas expressões foi: SEJA FEITA A TUA VONTADE.

A sabedoria consiste em aceitar a vontade de Deus.

No amor de Cristo,

Rodrigo, Pr.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A mensagem e o mensageiro!

Deus sempre usou profetas para confrontar o pecado do seu povo e chamá-los ao arrependimento. A principal função do profeta é falar em nome do Senhor segundo as palavras do próprio Deus. O profeta é um mensageiro, portanto, o portador ou o porta-voz daquele que o comissiona. O profeta não é maior que a mensagem que carrega.
Houve nos tempos da antiga aliança um profeta em Judá chamado Jeremias. Antes da sua chamada como profeta, por nascimento ele já contava com o status de sacerdote.
Uma grande e bela carreira lhe era garantida como sacerdote. Sua função seria apenas oferecer sacrifícios e cuidar das tarefas diárias do templo. Não teria Jeremias nenhuma outra função senão a de ter uma boa relação com o povo e cumprir as ordenanças de Moisés.
Porém, Deus o separa para profeta. Não seria uma tarefa fácil, afinal de contas, confrontar Judá que se encontrava numa situação de prostituição religiosa, governada por reis corruptos e corruptores não era nada nobre ou que lhe trouxesse status tal qual a função de um sacerdote.
O que me chama mais a atenção na vida de Jeremias é a fidelidade dele a Deus. Ele não buscava aprovação de homens, não pregava o que era bom aos ouvidos dos homens, e principalmente, nada fazia segundo suas convicções pessoais. Foi ele um homem fiel a Deus de forma irrestrita. Não negociou a mensagem em busca da aprovação de homens. Isso me faz recordar o apóstolo Pedro, Paulo e demais homens comissionados por Cristo que foram fiéis à sã doutrina como mensageiros de Cristo. Eles não eram maiores que a mensagem, antes a mensagem era mais importante que a própria vida deles.
Lembro-me de filmes épicos onde os mensageiros, enviados por reis, após a entrega da mensagem voltavam decapitados pelo mesmo caminho que vieram, guiados por seus cavalos sem negociar a mensagem de seus reinos em detrimento da própria vida.
Os pastores, líderes e pregadores da palavra de Deus são profetas! Ao abrirem suas bocas profetizam segundo a Palavra de Deus revelada. Anunciam em nome do Senhor ao mundo e aos rebanhos que lhe são confiados a vontade de Deus para suas vidas.
Entretanto, quando proclamamos, fazemos segundo a vontade de Deus e em nome do próprio Deus? Também surge outra questão: Quem o povo tem ouvido ou quer ouvir? No capítulo 26 do livro do profeta Jeremias nos mostra o contraste entre dois profetas que falavam em nome do Senhor.
A semelhança entre Jeremias e Urias consistia em que ambos falavam em nome do Senhor e eram profetas que denunciavam a rebeldia da nação que violava a aliança com o seu Deus.
Porém, a grande diferença consiste em que Jeremias falava ao povo diretamente as palavras do Senhor, enquanto que Urias profetizava segundo as palavras de Jeremias.
O que reforça esse entendimento é a postura que cada um deles terá diante da ameaça que recebem. Jeremias, ameaçado pelo povo e pelos sacerdotes, ousadamente não se intimida e diz a eles: “estou entregue em vossas mãos para que façam o que quiser....fiquem cientes que derramam sangue inocente”. Entretanto, Urias ao receber uma ameaça de morte por parte do rei, temendo por sua vida, foge para o Egito.
O resultado foi a morte de Urias e a preservação da vida de Jeremias.
Aprendo algumas lições preciosas aqui quanto a anunciar a mensagem do Senhor. Os mensageiros fiéis a Deus que o envia e os comissiona:
  1. Não temem em anunciar a sua mensagem;
  2. Não negociam a sua mensagem;
  3. Não temem pelos resultados da mensagem;
  4. Não buscam aprovação pessoal através da mensagem.
O verdadeiro comissionado sabe para quem faz e o que faz.
Continua...
No amor de Cristo,
Rodrigo, Pr.

Santidade e o Nosso Bairro

Veículos violados por jovens e adolescentes e outros furtados.

A incidência de usuários de drogas cada vez maior, a violência aumentando, a falsa perspectiva de uma vida melhor através das facilidades de lucro prometido pelo tráfico, o abuso sexual, a pedofilia dentre outros crimes tem assolado o nosso bairro. A pergunta que me faço é: O que a igreja pode fazer? Orar? Sem dúvida! Mas, e a ação?

A passividade e o silêncio das igrejas ao redor do bairro são preocupantes.

De fato, o mundo jaz no maligno, entretanto, isto não significa que devemos assistir de camarote e com uma indignação passiva.

A igreja de Jesus Cristo é chamada para derramar amor sobre a sociedade.

Nos tempos de Jesus, o próprio Deus encarnado habitou entre nós, cheio de graça e verdade. Vimos a sua glória como o Unigênito do Pai. O próprio Deus se aproximou de nós e por meio dessa aproximação seu amor foi derramado no mundo.

Ele amou os discípulos até o fim. Ele foi a manifestação de amor do Pai, que doou seu próprio filho ao mundo.

Assim se manifestou a santidade no mundo corrompido pelo pecado.

Quando esteve na casa de Zaqueu, sua presença de amor foi tão impactante a ponto de gerar arrependimento e frutos de justiça.

Quando esteve diante da mulher adúltera, constrangeu seus acusadores e sua atitude de amor a constrangeu a abandonar o pecado e se tornar uma discípula dele.

Com suas ações e palavras, Jesus nos ensinou e nos comissionou a fazer o mesmo. O nosso bairro precisa de santidade.

Somos os discípulos de Cristo e temos o seu amor em nós. Quanto mais cheios do amor de Deus, mais ousados nesse amor seremos para transformar o nosso bairro e os nossos vizinhos.

Enfim, somos ministros da reconciliação no amor de Deus! Reconciliar o homem pecador com o Deus santo. Nosso cartão de visita é o amor.

Sejamos santos! Sejamos cheios do amor de Deus! Exerçamos o ministério da reconciliação no mundo.

No amor de Cristo,

Rodrigo, Pr.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Igreja. Um mal necessário?

Igreja no Século XXI

Um mal necessário?

Certamente alguém escreveu: “nunca se viu tantas igrejas como em nossos tempos”.

Existe igreja para todos os estilos e gostos, com variadas estruturas e formas de governo. Entretanto, nunca se viu tantos decepcionados com a igreja. Nunca se cobrou tanto da igreja.

Os neo-pentecostais criaram tanta força e inimigos que surgem como uma solução aquelas que fazem questão de levantar a bandeira do que chamam de evangelho autêntico. Surgem os velhos novos caminhos da graça, a igreja, ou melhor, a comunidade do evangelho bíblico dentre outras denominações, no sentido etimológico da palavra, como uma maneira de chamar a atenção para verdadeira igreja de Cristo. As conversas edificantes que visam promover o reino avolumam-se de denúncias como pretexto para justificar sua existência e a volta à essência bíblica. A apologética tomou o lugar dos púlpitos mais do que a mensagem central da cruz e ao amor de Deus que salva o pecador. Será que desaprendemos a pregar o amor de Deus?

Pergunto-me se a igreja verdadeira deve identificar-se pelo outro extremo em oposição à teologia da prosperidade.

Não me lembro de Cristo investir tanto tempo em combater heresias, porém, os evangelhos destacam que Ele investia tempo com pessoas. Ele as amava o tempo todo em todo tempo.

Jesus, de fato, quebrou paradigmas do seu tempo visando atrair os pecadores, os doentes, as prostitutas, as crianças, os mancos, os coxos, os publicanos, em suma, os marginalizados.

Obviamente que houve a necessidade de doutrinar a igreja primitiva contra as heresias, mas esta não era a razão da existência da igreja, como se tem visto hoje em que algumas surgem com tal finalidade na prática, ainda que não sejam na teoria.

Perde-se muito tempo discutindo se dízimo é bíblico ou não, perde-se muito tempo discutindo a cor da parede, das estatísticas e dos orçamentos das instituições que dizem ter como missão o IDE de Cristo.

Pior do que todos esses extremos, são aqueles que resolveram congregar consigo mesmo. Uma igreja em que o povo de Deus é só ela mesma e mais nada.

A igreja bíblica é aquela que AMA. O amor é a essência da verdadeira igreja, pois, ela refletirá o caráter de Deus e terá sempre como alvo a glória de Deus (I João).

Tudo o que há nela, desde as finanças à música e à pregação terá como alvo a glória de Deus.

Promover a glória de Deus é fazer Deus notável e presente. Deus notável e presente é essencialmente a manifestação do seu amor (I Coríntios 10:31).

Esse amor nos une para que o mundo saiba quem é Jesus. O amor é o equilíbrio, é o que permanece, é o vínculo. Quem ama tolera, perdoa, não se ira facilmente, não se inveja, não busca seus próprios interesses, é sincero e transparente (Efésios 4; I Coríntios 13). Gosto do conceito bíblico de igreja da denominação a qual faço parte: “uma parceria divino-humana, compartilhando não apenas o santo amor do seu Fundador (Jesus), mas também as imperfeições da sua humanidade e, por isso mesmo, está sempre necessitada de renovação”, isto, é uma comunidade de pessoas imperfeitas, santificadas e unidas em amor para promover o Amor.

O amor torna a mensagem frutífera e não estéril (João 15). O amor é o principal ingrediente da tão desejada santidade. A igreja que ama é unida, tem tudo em comum, persevera no ensino (bíblica sim), na oração e na comunhão. Deus acrescenta os salvos!

Precisamos crescer no conhecimento sim, mas também precisamos crescer na graça.

Somos salvos pela graça sim, mas recriados à imagem de Cristo para as boas obras.

Métodos sim, mas o amor a Deus e ao próximo em primeiro lugar.

Uma igreja laboriosa, perseverante, que suporta provas por causa do nome de Cristo, que por ser doutrinariamente correta sabe distinguir os falsos pastores, mas abandona o primeiro amor, é completamente irrelevante para aquele que está vestido de vestes talares e cingido, a altura do peito, com uma cinta de ouro, cuja sua cabeça e seus cabelos são brancos como alva lã, como neve, cujos olhos, como chamas de fogo, os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha e sua voz , como voz de muitas águas.

Ele a remove do seu lugar.

Se sua igreja busca ser cristocêntrica, prioriza uma boa hermenêutica, se esforça pela promoção da unidade, se seus pastores visitam e aconselham, mas você prefere* falar sobre estrutura de igreja, de problemas de igrejas e focar-se mais nos defeitos do que no potencial da igreja tem sido seu assunto preferido, tome cuidado! Prefira unir-se à sua igreja onde você está, ao invés de pensar que ela não tem o que lhe oferecer, gaste tempo em torná-la mais dinâmica para que tenha algo a oferecer. Não espere receber apenas, doe também! É melhor dar do que receber! Deus se doou por nós! Sigamos seu exemplo!

A igreja verdadeira vive o amor segundo Cristo, jamais um mal necessário, mas a evidência de um povo santo (separado) para derramar amor e santidade sobre um mundo de trevas. A igreja é O bem de Cristo, SUA NOIVA. Ele a estabeleceu. Priorizemos a prioridade de Cristo. Sejamos igreja num mundo de pecado! Amemos os marginalizados...amemos como Ele nos amou!

No amor de Cristo,

Rodrigo, Pr.

* O destaque em vermelho atende a sugestão de um amado irmão.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

As tristes lições da ausência e omissão de um pai (II Sm 13; 14)

As tristes lições da ausência e omissão de um pai (II Sm 13; 14)

Davi teve filhos. A Bíblia registra alguns deles: 1. Amnon (primogênito) lhe deu grande desgosto; 2. Quileabe; 3. Absalão – chegou a usurpar o trono; 4.Adonias – também tentou usurpar o trono; 5. Sefatias; 6. Itreão; 7. Tamar (irmã de Absalão); 8. Salomão.

Vemos que na história deste grande homem de Deus, aquele que foi considerado o homem segundo o coração de Deus, um homem de grandes conquistas e vitórias, aponta em sua história uma terrível fragilidade. Davi, enquanto pai, foi ausente e omisso. Ao lermos os capítulos 13 e 14 de II Samuel, veremos histórias que mais parecem novela mexicana com problemas "cabeludos" que escandalizam qualquer que os leia. Amnon, seu primogênito abusa de sua meia irmã Tamar. Por sua vez, Absalão, irmão de Tamar, indigna-se com a passividade de seu pai e alimenta durante dois anos um ódio mortal por seu meio irmão beberrão tramando-lhe uma morte. O que aprendemos com Davi nesses fatos?

Aprendemos que:

v Davi foi um pai que não disciplinou seus filhos (v. 21)

Diz a palavra que ao saber do ocorrido de Amnon com Tamar, Davi muito se irou e nada mais. A Septuaginta acrescenta ao versículo: “mas, não quis afligir o espírito de Amnon, seu filho, por que o amava por ser seu primogênito

Faltou a devida disciplina a Amnon. Salomão, filho de Davi que nasceu tempos depois desses fatos e cresceu num ambiente como seus demais irmãos, e certamente conhecedor de tais histórias, escreveria anos mais tarde: Corrige a teu filho, e ele te dará descanso; sim, deleitará o teu coração. Pv 29:17. E mais Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol. Pv 23:13-14

Aprendemos que:

Davi foi um pai que deixou de partilhar momentos alegres com seus filhos (v. 23-24)

Ao ser convidado por seu filho Absalão para o momento da tosquia, um período de grande festa, onde Absalão daria uma festa a todos os seus familiares, Davi prefere justificar seu desinteresse pela festa dizendo ao filho que "não queria lhe ser pesado" ainda que com muita insistência do rapaz.

Certamente muitos laços entre pais e filhos, maridos e esposas deixam de ser estreitados por serem ignorados os momentos que se podem estar juntos. A televisão, o computador, a personalidade, a preguiça e outros elementos internos e externos furtam das famílias momentos impares que serviriam para o estreitamento dos laços familiares. Vemos que Davi perdeu uma grande oportunidade, e mais, abriu brecha para a concretização de um plano que há dois anos era alimentado no coração de Absalão contra seu meio irmão Amnon. Me lembro de momentos muito agradáveis com minha família após chegar da faculdade por volta das 23h00 quando conversávamos e relembrávamos momentos marcantes de nossa história. Ainda assim fazemos quando nos reunimos para almoçar em família.

Aprendemos que:

Davi foi um pai que fez discriminação entre seus filhos (v. 25; 39; 14:24)

Além de não dar a devida atenção a Absalão, Davi procurou assassiná-lo impulsionado por uma ira que não gerou nenhuma a seu filho Amnon. Agindo com discriminação com seus filhos, Davi contribuiu para colher o que mesmo plantou anos mais tarde com a rebeldia de Absalão.


Aprendemos que:


Davi foi um pai que não apaziguou o seu próprio lar e não dialogou com seus filhos (v. 22; 26-27)

Será que Davi, um rei cheio de estratégias de guerra não sabia o que se passava no coração dos seus filhos? Por que não evitou que Amnon fosse até Absalão? Davi não promoveu a paz entre seus filhos e muito menos dialogou com eles. Diz o ditado que o pior cego é aquele que não quer ver.

Muitas vezes, pais preferem evitar o conflito ou fazer vistas grossas para não assumirem a responsabilidade de suas omissões e ausências. Entregam seus filhos à própria sorte para ver no que dá.


Conclusão

Davi foi um grande rei, um homem segundo o coração de Deus. Tinha tudo para ser um grande pai, entretanto omitiu-se nos momentos felizes e nos momentos críticos da vida de seus filhos. O resultado foi ter uma família infeliz e uma triste história para nos deixar como lição. E nós? Ainda estamos em tempo de viver como famílias em Cristo e felizes. Não repitamos os erros de Davi: Disciplinemos; Partilhemos dos momentos ímpares da vida de nossos familiares; Não façamos discriminação; Sejamos promotores da paz e do diálogo em nossa casa.

Que Deus nos ajude.


No amor de Cristo,

Rodrigo, Pr.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Massacre no Rio e a aparente ausência de Deus!

Ó SENHOR Deus, até quando clamarei pedindo ajuda, e tu não me atenderás? Até quando gritarei: “Violência!”, e tu não nos salvarás? Por que me fazes ver tanta maldade? Por que toleras a injustiça? Estou cercado de destruição e violência; há brigas e lutas por toda parte.

Por isso, ninguém obedece à lei, e a justiça nunca vence. Os maus levam vantagem sobre os bons, e a justiça é torcida.

Habacuque 1:2-4

Na semana passada ficamos pasmos e estarrecidos com o que vimos pela televisão. Crianças fugindo desesperadas de uma escola, pois, ali naquela instituição havia um atirador que friamente calculou cada ato daquela que seria uma ação sem precedentes no nosso país que comoveu e indignou a todos nós.

Desde então, acalorou-se discussões acerca da legalização do porte de armas, da falta de segurança nas escolas e mais uma vez debate-se acerca de atos de violência em nome da fé.

Se não bastassem todos esses questionamentos, ressurge outro debate com o qual quero me ater que é a aparente ausência de Deus na sociedade.

Pude, na semana passada, assistir a um “show” de oratória e retórica de um comentarista de uma rede de televisão muito conhecida onde refletiu acerca da atitude do que ele chamou de “um anjo da morte de um deus louco”. Sua conclusão foi: “...o ato desse assassino nos faz sentir que estamos sozinhos e que Deus está ausente”.

A conclusão desse comentarista me remeteu à passagem que menciono acima que está relatado no livro de Habacuque. Este, que foi um profeta do Reino do Sul, profundamente indignado com tanta injustiça e violência, onde os bons sofriam com a malícia e a maldade dos maus, num ato de desespero questionou e desabafou ao mesmo tempo com Deus em seu aparente silêncio e sua permissividade com a maldade no meio do Seu povo. Ausentou-se Deus?

Porém, Deus responde a Habacuque dizendo que levantaria um povo pior do que eles para castigá-los, isto é, mais desgraça a caminho. Aquilo que o profeta ouve o coloca numa profunda crise teológica a ponto de contrastar a santidade de Deus com a divina decisão de uma disciplina terrível, através de um povo terrível a um povo desobediente. Porém, o que seria do bom? Aquele, que como o profeta, buscava uma ação divina ante a maldade, como viveria diante de terrível destruição? Como dizem: “O bom vai pagar o pato pelos atos dos maus?”

Sendo assim, o profeta se põe no lugar mais alto para ouvir a resposta de Deus que lhe disse: “Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo...Eis o soberbo! Sua alma não e reta nele; mas o justo viverá pela fé”. Quem é fiel a Deus, o justo, o bom, permanecerá fiel a Ele até mesmo diante da calamidade. Bem disse Jesus: “no mundo tereis aflições...”

Mas e a aparente ausência de Deus? E a maldade do homem?

O homem de nossa sociedade atual, que tem questionado a ausência de Deus é a mesmo que O tem afastado com seus atos imorais e aceitado a permissividade do promíscuo, rejeitado os seus valores e a ética cristã mencionados na Sua Palavra.

Paulo reflete acerca desta questão em Romanos capítulo 1 nos versos 24, 26 e

28 com a seguinte expressão: “Deus os entregou”.

É verdade! Deus afastou-se! Deus permitiu que os fatos seguissem seu curso.

F.F. Bruce, em seu comentário da carta “Aos Romanos”, conclui que “na vida há uma lei moral segundo a qual os homens são deixados entregues às conseqüências do curso de ação que eles mesmos escolheram livremente”, C. S. Lewis disse uma vez que “os perdidos gozam para sempre da horrível liberdade que sempre pediram, e, portanto, estão escravizados por si mesmo”.

O distanciamento do homem de Deus, escolhendo livremente aquilo que é moralmente mau aos olhos do Santo, legalizando e normatizando aos poucos aquilo que o contamina (Marcos 7), reflete exatamente a história do Filho Pródigo que escolheu viver longe da casa do pai e dominado por seus desejos, os mesmos que o levou à destruição, a ponto de comer das bolotas dos porcos até cair em si.

Deus, numa atitude de graça, ainda permite hoje que o homem viva a sua liberdade que sempre desejou, para que até por meio disso, perceba-se o vazio não foi suprido, e então cair em si e voltar-se para Ele, o Pai de amor.

Portanto, Deus não está ausente. O homem afastou-se Dele e colhe o fruto de suas decisões que não refletem a glória de um Deus santo, justo e verdadeiro, aliás, os homens carecem da glória de Deus.

O que esse rapaz fez é um ato injustificado, o fruto daquilo que há dentro de todos os corações, uma profunda necessidade de Deus. Não há nenhum justo sequer. Há maldade não declarada em todo homem de conformidade com o parâmetro de ética e de justiça de Deus (Mateus 5, 6 e 7). Isso, sem detalhar quanto ao que se falou acerca do fim dos tempos (Mateus 24, 25 e 26).

Que Deus nos ajude a sermos uma igreja relevante, não com respostas certas, mas com atitudes que reflitam o amor e a santidade de Jesus para um mundo que jaz no maligno.

No amor do Pai,

Rodrigo, Pr.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Reflexo de uma vida já mudada

“Reflexo de uma vida já mudada”

[Apresentai] os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” - Romanos 12:1

O apóstolo Paulo exorta aos romanos a oferecerem um culto racional a Deus. Esse culto consiste em oferecer um sacrifício. O que realmente interessa a Deus em nosso culto? Interessa a Deus o que somos diante Dele. Se Deus mudou a nossa vida, agora vamos oferecer a Ele o que foi mudado em nós! Esse é o sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

A adoração que Deus espera de nós não consiste no produto de nossas cordas vocais, mas no som da alma curada de mágoas, ressentimentos e culpas.

A adoração que Deus espera de nós não consiste em instrumentos muito bem tocados, mas na vida que levamos, isto é, uma sinfonia de ações e atitudes que são frutos de uma vida regenerada. Sua vida pode ser uma canção afinada ou não.

A adoração é o reflexo de uma vida mudada, é o corpo e a alma cheia de Deus sendo oferecida em sacrifício vivo, santo e agradável. É o fruto do penoso trabalho da alma de Jesus. A adoração, como reflexo de uma vida regenerada leva a Deus colher o que semeou na morte do Seu Filho.

Portanto meu amado irmão, ao chegar todos os domingos pela manhã ou noite para cultuar a Deus na igreja, apresente-se como sacrifício vivo, santo e agradável, pois esse é o vosso culto racional.

No amor do Pai,

Rodrigo, Pr.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Crente Indiferente. Coração Endurecido!

O crente indiferente. Coração endurecido!

Leia Marcos 3:1-6. Passeie comigo...

Pior que um ímpio descrente é um crente indiferente.

Tudo começa como uma vida piedosa e cheia de virtudes.

Aos domingos entro na igreja, ouço a Palavra e a recebo com grande alegria. Entretanto, um belo dia sou por ela confrontado, quando seu poder curador ameaça mexer em minhas feridas, frustrações e pecados para me sanar. Percebo que estou diante de um processo de cura muito dolorido e como uma criança muito sapeca tento esconder do pai as minhas doenças e dores. Engano meu, pois, estou tentando escondê-las de mim mesmo.

Visto então uma capa poderosa onde pensa minha cabeça estar enganando o pai, mas engano, sem perceber, a mim mesmo. A capa da religião. O pai e os meus irmãos não precisam saber que estou enfermo (engano meu) e mais, como uma atitude defensiva tentando tirar o foco de sobre mim, passo a apontar as feridas, frustrações e pecados dos meus irmãos.

Tenho uma idéia brilhante! Crio uma espécie de farmácia clandestina da alma com meus métodos paliativos tentando recriar as fórmulas do pai que não atingem ao foco das doenças, mas mantém a mim e meus irmãos vivos aproveitando-me do mercado lucrativo da fé, isto é, um fundamentalismo baseado nas minhas interpretações sem, contudo, permitir que me interpelem. Afinal de contas, não posso permitir que surjam dúvidas, meios e atalhos que levem outros às minhas feridas, frustrações e pecados. Meu ego jamais pode ser contrariado, ou melhor, descoberto e tratado com a pena da crucificação.

Pois é. Pior que ímpio descrente é um crente indiferente.

Nosso coração, ou melhor, as nossas feridas, frustrações e pecados, os tumores da nossa alma afetam diretamente os olhos e ouvidos do nosso coração se não forem tratados. Já não passamos a ouvir e enxergar a nossa real necessidade e a real necessidade do outro, aliás, se ouvirmos, será para satisfazer o nosso ego através da manipulação de nossa aparente experiência de cura. Na verdade, isto é prova de que deixamos de amar, pois, não permitimos que o AMOR – Deus por meio de sua Palavra nos penetre com seu poder curador e nos sare.

Como diz o ditado, o pior cego é aquele que não quer ver. Não queremos ver quem realmente somos! Também não queremos que vejam quem somos e tudo aquilo que ameaça nossa imagem, será subjugado pela nossa "espiritualidade".

Então, como dar ao outro aquilo que muitas vezes não nos permitimos receber por conta do medo de expor nossas mazelas, se é que seremos expostos? Como age o AMOR?

Há esperança para o coração endurecido, que não vê que está diante de si e não ouve o que se escuta altissonante?

Para Deus tudo é possível. A Sua GRAÇA e MISERICÓRDIA é a cura que os crentes indiferentes precisam. Eles precisam fazer como o publicano que orou com sua alma a sua mazela e não como o fariseu que orou com seu ego enaltecendo o fruto da sua própria cegueira.

Oremos todos os dias para que Deus nos guarde da indiferença, produto de uma vida religiosa e fundamentalista.

Enquanto reflito na continuidade dessa reflexão, permita-se refletir sobre base da sua FÉ E O QUANTO VOCÊ TEM PERMITIDO QUE O AMOR DE DEUS LHE PENETRE.

No amor de Cristo,

Pr. Rodrigo

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

SOLA EXPERIENCIA X SOLA SCRIPTURA

SOLA EXPERIENCIA X SOLA SCRIPTURA

Uma das maiores pragas que assola a igreja de Cristo é a ênfase na experiência.

A igreja evangélica está descaracterizada por sua ênfase em curas, milagres e prodígios e não na Palavra de Deus. A Palavra de Deus relata tudo isso, mas sua ênfase não está nisso.

Se há cura, revelação e prosperidade, então, Deus está ali. Analisando friamente, podemos concluir que Deus está também em outros lugares que acontecem a mesma coisa e não são igrejas. Aí alguém dirá: O diabo quem deu. Porém, até onde sei tudo o que acontece é sob a permissão de Deus.

Então, o que nos distingue? O que distingue o crente verdadeiro? São as experiências que ele tem? Bom, se assim for, como explicar o êxodo de crentes que saem de suas igrejas e voltam para práticas antigas, mesmo depois de muitas experiências? Eles não se converteram?

O grande problema consiste numa verdade só: NEGLIGÊNCIA À PALAVRA DE DEUS, pois, a ênfase da Palavra de Deus é a Sua Vontade para a Sua GLÓRIA. Santidade! Aproximação de um Deus perfeito junto a um homem imperfeito, transformando-o e restaurando-o à Sua imagem para a Sua Glória.

Vejamos o caos que a ausência da ênfase da Palavra de Deus (sã doutrina) tem gerado na vida da igreja de Cristo na terra e não reflete a Glória de Deus e a Sua Santidade:

1. Insubmissão aos seus pastores; (Hebreus 13:17)

2. Infidelidade doutrinária; (Efésios 4:14)

3. Fornicação com “mea-culpa” e não arrependimento; (I Coríntios 6:18-20)

4. Divórcios; (Malaquias 2:10-16)

5. Infidelidade a Deus nas finanças; (I Cronicas 29:10-22)

6. Repúdio à pregação da verdade quanto à forma e essência (II Timóteo 4:1-5)

A lista é muito maior do que isso, mas por quê? Porque para os crentes que vivem em busca da experiência e violam os princípios básicos das Sagradas Escrituras, um evangelho de compromisso confunde-se com um amor altruísta. O importante é sentir-se bem, mas compromisso jamais.

Irmãos acautelemo-nos de incorrermos nos pecados que esfriam e matam a igreja.

Os crentes bíblicos evidenciam sua vida de santidade e amor a Deus, sobretudo, sendo fiel às Escrituras.

Voltemo-nos para a Sã Doutrina! Vamos dar ênfase à Bíblia e viver baseado tão somente nela. As experiências são importantes, mas o que autêntica nossa fé é a Palavra de Deus.

No amor de Cristo,

Pr. Rodrigo

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O que realmente importa para Jesus!

Ao lermos carta de Jesus ao líder da igreja em Éfeso, conforme relatado no livro de Apocalipse no capítulo 2, observamos uma igreja que se encontra numa avaliação por parte do Senhor concedendo-lhes uma oportunidade para mudança, pois, esse é Seu interesse - Ele não quer que ninguém se perca.
Esta era uma igreja fielmente doutrinária, que não cedeu a pressões das tribulações, fortemente ativa e que rejeitava qualquer ensinamento contrário ao do autêntico evangelho, porém, ela não agradou a Jesus, antes, recebeu uma admoestação e exortação a que se voltasse ao seu primeiro amor e à prática das primeiras obras. Daí eu me pergunto: O que realmente importa para Jesus? Afinal de contas, quem não gostaria de participar de uma igreja como a de Éfeso com características tão fortemente destacadas? O problema é que essa igreja não agradou a Jesus, aliás, estava correndo o risco de ser apagada, sendo removido do seu candeeiro.
Se pensarmos bem, Jesus não desprezou as ações desta igreja, antes as elogiou, ou seja, isto lhe importava, mas havia algo que lhes faltava, o AMOR primevo.
Numa comparação bem esdrúxula, mas que resume bem a situação da igreja de Éfeso: Você comeria cachorro quente sem salsicha? Fica sem graça e perde o sentido do "hot dog". Uma igreja ativa sem amor equivale a uma comida sem o tempero certo, equivale a um ouro fosco, a um céu sem estrelas.
Importa para Jesus não aquilo que fazemos, mas aquilo que somos. Importa para Jesus a essência das nossas ações, a motivação que nos impele a fazermos, o SEU AMOR.
Quem você é quando está pregando? Quem você é quando está dizimando? Quem você é quando está orando? Quem você é quando está lendo a Bíblia? Quem você é quando está comprando algo, gastando seu dinheiro?
Numa época de tantos "afazeres", quando as coisas são mais importantes do que os seres, onde o ativismo se disfarça de "obra de Deus" e nossos alvos se confundem com "vontade de Deus", precisamos observar realmente o começo e o fim das nossas ações para saber se o que somos e fazemos reflete o interesse primordial de Jesus, o amor.
O amor a Jesus não é sentimento ou demonstração de um conjunto de ações como forma de pagar pelo que Ele tem feito a nós.
O amor a Jesus traduz-se nas seguintes ações: amor a Deus sobre todas as coisas; amor ao próximo; amor aos perdidos. Isso é o que realmente importa para Jesus.
Jesus nos dá a oportunidade de reconciliação e diz: "Lembra-te de onde caístes". Éfeso era uma igreja muito amorosa conforme lemos na carta de Paulo, uma igreja de profundas experiências conforme lemos em Atos, mas que num período de aproximadamente 40 anos foi abandonando seu amor primevo, talvez ocupada demais com os calendários e programações, voltando-se muito para suas ocupações e esquecendo-se do pecador idólatra da deusa Diana etc. Veja que sutilmente no decorrer dos anos ela foi perdendo a essência, "morrendo lentamente" como um touro na arena atacando sem buscar defesa aos ataques do seu adversário.
Não deixe aquilo que realmente importa para Jesus ser sufocado, esquecido ou suprimido de sua vida cristã. Avalie sempre a razão de suas ações. Flua no amor de Deus!
No amor de Cristo,
Pr. Rodrigo