sexta-feira, 21 de julho de 2017

A verdadeira oração

A verdadeira oração!
Mateus 26:36-45

Amadas irmãs e amados irmãos, graça e paz. Hoje quero com você aprender a orar com Jesus no Getsêmani. A oração é uma relação pessoal de amizade com Deus. Ela não cabe num molde, antes, ela é pessoal, espontânea e transformadora. Trata-se de uma experiência do coração, do cultivo de uma relação de amor. Todos os que caminharam com Deus consideravam a oração a principal atividade da vida. No Getsêmani aprendemos a orar de verdade. Aprendemos a orar desejando as coisas que o Pai deseja, amar o que o Pai ama e a querer o que o Pai quer. O Getsêmani era o nome de um lugar ao pé do Monte das Oliveiras e seu significado é lagar de azeite. Lá havia uma ou duas pedras circulares enormes que giradas em círculos pressionavam o fruto da oliveira produzindo o azeite. Foi ali no lagar de azeite que Jesus escolheu fazer sua oração pessoal, espontânea e transformadora para cumprir o propósito do Pai. Foi ali que Ele escolheu se ver realizado no Pai. O que isso comunica a nós?

1.A verdadeira oração é autêntica e espontânea (v.37,38)
Jesus estava profundamente triste. Ficamos angustiados por problemas da vida e isso é algo absolutamente normal. Entretanto, nós cristãos que vivemos no século XXI onde existem muitas correntes teológicas, algumas delas que afirma que crente não sofre, criamos uma imagem de Deus como alguém que deveria nos poupar do sofrimento. O plano de Deus não é que você não sofra. Jesus mesmo disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33b) O sofrimento é algo inerente à nossa natureza pecaminosa. O plano de Deus é que você se pareça com o Seu Filho. Jesus que é Deus encarnado se identifica com a nossa humanidade! Qual outro Deus em todas as religiões do mundo topou se identificar com a nossa humanidade? Para Ele ser o Salvador, se fez necessário sentir o que sentimos. Ele veio para fazer a vontade do Pai. Ele disse: “[Pai] Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer.” (João 17:4) Jesus nos ensinou que devemos chegar ao lugar secreto em oração. É aqui que aprendemos o verdadeiro significado da oração. O Pai está em secreto. Secreto, entretanto, não se trata de um local, mas de um estado de consciência. Lá encontramos o verdadeiro Deus. Somente chega neste lugar aquele que confia no Pai de forma espontânea. Essa oração nasce da alma. Jesus chega no lugar secreto e espontaneamente apresenta ao Pai seu desejo de livrar-se da angústia. Que angústia é essa?
I.A angústia de não ser poupado do sofrimento – Jesus não fez nada de errado! Mesmo assim, Jesus sofre o dano. Muitas pessoas deixam de buscar a Deus porque quando fazem a vontade de Deus se deparam com o oposto do que esperavam. Sabe quando você decide obedecer a Deus e a amá-lo e o resultado não é o que você esperava? Jesus é autêntico em oração.
II.A angústia da solidão – No Getsêmani, no lagar de azeite, Jesus se vê só. Quando se está angustiado parece estar ilhado. E isso muitas vezes realmente acontece. Jesus se volta para Seus amigos. Eles estão dormindo (v.40) – como os nossos, ou como nós muitas vezes quando estamos ocupados, ou distantes, ou preocupados. Muitas vezes você para de orar por causa dessa solidão. Temos medo de estar sós. Deus quer ter um encontro com você.

Quero dizer que é aqui que muitos cristãos que tem a oportunidade de avançar para um grau maior de intimidade com Deus retrocedem. Eles voltam para trás e deixam de orar de verdade.
Você faz um pedido a Deus e Ele responde com um “não” ou “espera”, logo, vem a frustração. É aqui que, sem querer, aprendemos a usar máscaras na nossa vida cristã e começamos a orar com rodeios porque a incredulidade e a frustração de orações não respondidas te fazem um desviado ou um cristão que frequenta a igreja porque acredita em Deus, porém, vivendo como um agnóstico, ou seja, com a boca você diz que ama a Deus, mas lá no fundo do coração, por causa das decepções da vida, com pessoas, com a igreja e da sua tentativa de buscar uma resposta em Deus, o que encontra é silêncio e ou um “não”, e isso fere o seu coração tornando Deus um ser distante ainda que perto. Você muitas vezes não quer admitir, mas está decepcionado com Deus e ora porque sabe que deve orar, mas não acredita muito que Deus responda as suas orações. Lá no fundo dizemos: “Orar para quê?”
Jesus hoje quer restaurar o seu coração, a sua fé e intimidade com Ele a despeito do que tenha acontecido em sua vida.

Orar do jeito certo é aprender a amar a Deus e a confiar Nele mesmo quando estamos angustiados por fazer a Sua vontade ou quando a resposta de Deus é um “não” ou um “espera”.

2.A verdadeira oração é submissa e dependente (v.39)
A oliveira é plantada com o propósito de dar o azeite ao homem. Quando seus frutos são colhidos, para que o propósito seja cumprido, ela precisa se submeter à vontade do homem no lagar.
Tenho aprendido ao longo de minha caminhada cristã que Deus faz a onda e eu apenas devo surfar sobre ela. Se submeter a Deus é pegar a onda. É saber que você foi plantado para dar um fruto e você também é este fruto que precisa se submeter a Deus para o cumprimento do seu propósito.
O que é orar? Orar é submissão a Deus. A verdadeira oração não é aquela que você acredita que vai mudar a Deus, mas é aquela que você é honesto com Deus, mas se mantém aberto a qualquer resposta de Deus. Faça como Jesus:
I.Você expressa sua vontade a Deus em oração (v.39) – Jesus disse ao Pai: “Afasta de mim esse cálice”. Jesus esboçou sua vontade. Ele não queria passar por aquela situação. Isso é orar a Deus sem máscaras e sem rodeios. Abraão orou pelo seu sobrinho Ló, quando Deus disse que destruiria Sodoma e Gomorra. Habacuque orou a Deus indignado com a maldade que imperava sobre Judá e a aparente passividade de Deus quanto àquela situação. Qual é a situação que você está passando hoje? Você apresentou a Deus em oração de verdade?
II.Você se submete à vontade de Deus em oração (v.42) – Jesus orou três vezes para que o Pai afastasse Dele o cálice da sua ira (Isaías 51:17). Porém, o surpreendente é que mediante o silêncio do Pai Jesus responde: “faça-se a Tua vontade”.

Aprendemos o seguinte: Se submeter à vontade de Deus não significa que não devo orar e pedir que Ele mude as situações atendendo ao meu pedido. Se submeter à vontade de Deus significa aprender progressivamente a enxergar as coisas do ponto de vista Dele. Submeta-se à vontade de Deus! Confie nos seus propósitos. A nossa oração tem poder de mudar as circunstâncias. Orar é mudar! Podemos orar para Deus intervir nas situações sim, entretanto, orar também significa mudança em nós. Abraão orou para que Deus poupasse seu sobrinho. Moisés intercedeu em favor do povo. Mas, também Jesus orou para o Pai afastar o cálice. Paulo orou para que o Pai sacasse o espinho da carne. Todos, enxergaram as coisas do ponto de vista Dele, mas isso é construído em intimidade.

3.A verdadeira oração é transformadora (v.36)
A oração é transformadora. Esse diálogo, essa proximidade junto ao Pai não nos deixa onde estamos. Quero que saiba que Deus tem uma vida vitoriosa para você. Entretanto, é necessário que se saiba que antes de vestes de louvor, há espírito angustiado (Isaías 61:3). Não há júbilo e colheita, sem pranto enquanto semeia. (Salmo 126:5-6). Não há alegria pela manhã, sem o choro da noite. Jesus escolhe orar em um lugar de transformação.  Não há azeite sem prensa. O azeite é fruto de transformação da condição. Deus quer lhe dar unção! Ele quer extrair esse óleo de nossas vidas. Ele muda a nossa condição. Ele nos transforma. Esse é o poder da oração! Deus quer extrair o azeite de você.
I.O azeite comunica alimento. (I Reis 17:14 – viúva de Sarepta). O azeite era usado para fazer alimentos. Nos alimentamos de Deus!  
II.O azeite comunica milagre. Tanto Elias (I Reis 17:14 – Viúva de Sarepta) quanto Eliseu (II Reis 4:1-7 – Viúva do profeta) viram Deus multiplicar o azeite de viúvas. É quando nos vemos diante das situações mais difíceis que Deus faz o seu milagre. Através do seu Getsêmani Deus quer multiplicar o teu azeite meu irmão e irmã. É nessa situação que Deus quer se revelar o Deus provedor de todas as coisas.
III. O azeite comunica preparação. (Mateus 25:1-13) Na parábola as dez virgens o azeite comunica preparação expectante para a volta de Jesus. As situações da vida nos podem nos manter em expectativa para a volta de Cristo.
IV.O azeite comunica intimidade. Eu vejo que o azeite comunica intimidade em dois aspectos: a)De Deus conosco (João 16:7) – Jesus é exprimido na cruz e derrama sobre nós o Seu Espírito. Um dos símbolos para o Espírito Santo é o azeite. Aprender a se submeter a Deus em oração é ser tomado pelo Seu Espírito. Ser submisso a Deus é ser cheio do Espírito Santo. Ele habitando plenamente em nós e nos guiando. b)Com a missão da igreja – Nós somos a luz do mundo. O azeite alimentava o candelabro todas as manhãs para iluminar o Lugar Santo. As igrejas do Apocalipse são chamadas de candeeiros (candelabros) Apocalipse 1:20. Tudo o que passamos tem o intuito de refletir a GLÓRIA DE DEUS!

Concluímos que a verdadeira oração é autêntica e espontânea, é submissa e dependente, e é transformadora. Se hoje você se vê no Getsêmani, o que Deus está falando com você agora?
Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor