segunda-feira, 20 de abril de 2015

O marido como fator de crescimento da esposa

Tema: O marido como fator de crescimento da esposa

Todos nós queremos esposas que nos apóiam. Queremos que elas sejam compreensivas, parceiras e leais. Eu me lembro dos votos que fiz à Andréa, pois, estão no nosso manual e está escrito assim: “Rodrigo, a Andréa será sua esposa. Da sua vida, do seu caráter, e da sua conduta depende a felicidade futura dela. Ela lhe dá uma das coisas mais sagradas debaixo dos céus: a vida e o amor de uma mulher. Você poderá trazer-lhe grande alegria e satisfação, ou causar-lhe mágoas, ou até tristeza trágica. Não é o que você vem trazendo para a Andréa materialmente que lhe causará a verdadeira felicidade, pois as riquezas sem o amor são nada; o presente sem o doador é vazio. A prática daquelas virtudes, como marido, que você já vem praticando como noivo manterá o coração da Andréa ganho para o seu.
Esse voto reforça o que venho pensando a meses em minha prática pastoral que tem se tornando um lema nos meus aconselhamentos: “Você faz a sua esposa.” Quando digo fazer a esposa, não falo no sentindo de manipulação ou de imposição, mas de influência! Nós influenciamos nossas esposas com nossas atitudes e podemos assim contribuir para o crescimento da esposa, para a estagnação ou até mesmo para o declínio.
Nós vamos ver como o homem faz a esposa à luz da Palavra de Deus como podemos ser maridos influentes.

  1. Modelo Abraão (Gênesis 12:10-20)
Quando Abraão recebe a promessa de Deus de que seria pai de muitas nações, desce para o Neguebe, mas ele não teve fé suficiente para permanecer ali onde deveria ficar. Então, ele decide ir para o Egito e ao chegar no Egito teme por sua vida pela beleza de sua esposa. A promessa de Deus era para Abraão e sua esposa, mas ele a entrega para o Faraó. Quais princípios aprendemos aqui?
a.Homens que não confiam em Deus e nas suas promessas deixam a esposa no Egito. O Egito representa o mundo, o materialismo, o consumismo, enfim, tudo aquilo que tem escravizado o homem pós-moderno. Tenho visto muitos homens reclamando que a esposa trabalha muito, mas eles sem perceber as entregaram ao Egito por não conduzi-las a viver no deserto dependendo de Deus. Nós homens devemos dar segurança para nossas esposas mediante a Palavra de Deus. Com isso não quero dizer que é errado a esposa trabalhar, mas o erro consiste em permitir que o materialismo, o consumismo e o anseio de ter as coisas, roubando a simplicidade da vida, obrigue você a deixar sua esposa no Egito sem ensiná-la a confiar em Deus. Cabe aos homens o sacerdócio e não às mulheres. Cabe ao homem dizer para a esposa: “Querida, não temos os recursos, mas vamos orar a Deus, vamos cortar os gastos desnecessários, e vamos confiar no Senhor. 
Minha esposa e eu estávamos sendo roubados nesse sentido. A Andréa tinha uma renda três vezes superior à minha. Ela é autônoma e tinha muitos clientes, porém, estava infeliz com o que fazia. Por diversas vezes ela dizia querer entregar os clientes, mas logo eu interpelava dizendo que diminuir os clientes significava diminuir o custo de vida, não que ela quisesse manter o padrão, mas eu me sentia inseguro por ser pastor e viver tempo integral para a obra. Até que um dia orei a Deus e mediante aconselhamentos que recebi percebi que eu estava deixando minha esposa no Egito e não confiando em Deus deixando-a infeliz. Tomamos um passo de fé e ela entregou boa parte de seus clientes. Hoje, vivemos com metade do que contávamos e estamos muito bem financeiramente. Antes não tínhamos controle, vivíamos com pendências e minha esposa desgostosa. Posso pregar o que vivo! Nossas finanças estão em dia e a Andréa se encontrou ministerialmente. Ela não deixou de trabalhar, mas eu a tirei do Egito.
Cabe a nós maridos a responsabilidade do lar! Quero reforçar que isso não significa que a esposa não possa ganhar mais do que o marido, pois, a Andréa continua ganhando mais do que eu, mas hoje prezamos por algo que chamamos de vida simples. Essa é a verdadeira prosperidade, o viver contente (com contentamento) que Paulo ensina em Filipenses 4. Assumi para mim a responsabilidade de administrar os gastos, algo que falarei no modelo a seguir.
Mas há como acertar! Gênesis 22:1-19 nos revela um Abraão que confiava em Deus acima de qualquer circunstância. Ele vai entregar Isaque a Deus por obediência, o único filho de Sara, mas ele honra a Deus. O marido que dá passos de fé inspira e influência as suas esposas. Homens de fé tem mulheres de fé.

  1. Modelo Ló (Gênesis 19:26)
Ló foi um homem inseguro (Gênesis 13:1-9), que vivia de aparências e tomando decisões pelas aparências (Gênesis 13:10-13), cujas suas ações refletiam negativamente em sua família (Gênesis 14:12-17) e totalmente sem credibilidade (Gênesis 19:14). Ele é o típico homem dos nossos dias, especialmente os da minha geração. Que tipo de esposa esse homem está fazendo? Que tipo de influência ele causa? Podemos observar alguns princípios em Ló:
a.O marido inseguro e que toma decisões por aparências gera uma esposa apegada à força do próprio braço e não a Deus. Veja você que ao saírem de Sodoma e Gomorra, a esposa de Ló vai olhar para trás. A esposa olha para trás porque o marido não lhe influencia a olhar para frente. Ele não lhe dá segurança em Deus e no que está por vir. Esse marido não inspira e perde a esposa para Sodoma e Gomorra. Quantos maridos já perderam suas esposas ainda estando com elas e vivendo com elas, mas elas presas ao passado ou naquilo que lhes dá segurança. Esse não é o projeto de Deus. Ló foi uma pessoa que sempre viveu na aba do tio Abraão e não assumiu sua família devidamente revelando sua insegurança, além de ser uma pessoa imatura que tomava decisões por aparências e não na direção de Deus. Quando teve a oportunidade dada pelo tio de escolher para onde ir na hora da separação, viu a campina verde, mas não se atentou em procurar saber o que lá havia e como as pessoas lá viviam. Há muitos maridos assim. Primeiramente, aqueles que não conseguem cortar o cordão umbilical com seus pais, talvez por própria culpa dos pais que muitas vezes foram protetores ao extremo ou rígidos demais. Esse marido procura na esposa uma segunda mãe. Na hora do desespero, na hora de fazer a coisa acontecer ele não tem pró-atividade, antes fica olhando para a esposa esperando o que fazer. A pobre coitada, por sua vez, fica olhando o "bebezão" que encontrou e arregaça as mangas e enfrenta a situação. Em segundo lugar, temos os maridos que são frustrados como Ló, que por escolhas erradas se decepcionaram e vivem no lema "deixa a vida me levar". Que tipo de esposa esses maridos gerarão? Mulheres inseguras, apegadas não a Deus, mas na força do próprio braço, afinal de contas, alguém precisa "pegar  o boi pelo chifre". 
b.O marido sem credibilidade gera uma esposa sem referência. No caso de Ló seus genros não o respeitavam. Certamente era uma relação familiar onde o homem não tinha autoridade e voz. Para a esposa de Ló não havia referencial de homem em sua casa. Essa esposa está totalmente desorientada e sem perspectiva. Ela não tem coragem para enfrentar o novo. Ela não consegue discernir a vontade de Deus e não tem expectativas boas para o novo de Deus, então ela olha para trás e o marido perde a esposa. Os anjos precisam tirá-los à força de Sodoma e Gomorra. 
Coloque-se no lugar da esposa de Ló. Entrando na mente feminina dela seria mais ou menos assim: "Porque vou sair de Sodoma e Gomorra? Esse homem não tem respeito de ninguém, toma decisões precipitadas, é inseguro e quer sair daqui para ficar o mais perto possível daqui mesmo, que diz ele, vai ser destruído? Vou sair nada!" Bom, o resultado você já sabe - ela vira uma estátua de sal. Muitas esposas estão virando estátuas de sal, pois, seus maridos não lhes dão perspectiva de olhar para frente. Muitas mulheres desgostosas, frustradas e verdadeiras zumbis no casamento, pois, seus maridos não são referenciais de homens com direção de Deus. Se Ló fosse um homem de Deus, sua esposa teria olhado para trás? É uma boa reflexão para nós maridos. Maridos homens de Deus tem visão e levam suas esposas a olharem para o que está adiante. Elas podem enfrentar novos desafios porque seus maridos lhes dão segurança que vem de Deus.

Nesse sentido de Ló, me vi sobrecarregando a Andréa com a administração das finanças. Ela ganha mais, ela é a contadora e, então, eu não me via seguro em administrar e sobrecarreguei minha esposa. Um belo dia fui saber que estava com muitas contas atrasadas. A primeira reação é explodir, culpar, praguejar etc, Mas, o Espírito Santo me fez entender que a culpa de toda aquela situação era minha. Eu deveria assumir a responsabilidade e ensinar a minha esposa a olhar para frente com segurança. Deus nos deu um escape e eu me posicionei. Hoje somos parceiros, mas o "BO" é todo meu. Quando ela ou eu acerto, todos ganhamos, mas se ela erra A CULPA É TODA MINHA, pois, não fui parceiro.
Os homens precisam ser homens! Precisam parar de culpar as suas esposas e lembrar onde se mostraram inseguros, sem crédito e frustrados e se arrependerem. Lembre-se que não foi a sua noiva que pediu sua mão em casamento e aos seus pais. Pelo que me lembro sempre foi o inverso para todos os homens. São os homens que fazem promessas, pedem a mão em casamento e aos pais da noiva. Você foi o responsável desde o começo e não pode se eximir da sua responsabilidade hoje. Não seja o marido Ló. 

  1. Modelo José (Mateus 1:18-25)
Um terceiro modelo bíblico é José. José não era Jesus, mas o homem escolhido por Deus para ser o pai de Jesus. Esse é um modelo que faz a diferença na vida da esposa. Maria achou-se grávida pelo Espírito Santo mesmo sendo virgem. José terá reações muito interessantes diante de uma situação adversa, mas que determinará o futuro de Maria. Algumas possibilidades que poderiam ter acontecido a Maria. 1. Pensando que José a denunciasse poderia ser morta; 2. Pensando que José a deixasse e sumisse do mapa, ela seria considerada viúva e, se o ser mulher naquela sociedade não significava nada, pior ainda viúva. Estou conjecturando algumas possibilidades apenas. Resumindo, qualquer que fosse a decisão de José em ficar sem Maria, esta se daria mal de qualquer jeito. Mas, porque José não age por impulso, cobrando Maria ou pesando sobre ela? Porque ele era um homem justo (v.19). Um homem justo é um homem temente a Deus. Vamos ver aqui a postura de José que influenciou e fez dela a mãe daquele que viria salvar a humanidade: 
a.Hombridade (v.19). Eu uso o termo hombridade porque define bem a atitude de José para com Maria, mesmo que por algumas horas ou dias ele a considerasse errada na história. Hombridade significa fidelidade e lealdade. Mesmo que aos olhos de José naqueles momentos Maria tenha sido infiel para com ele, manteve-se fiel a ela e à vida dela. O homem que tem hombridade procura de alguma forma assumir a responsabilidade para si. O fato de José não querer expor sua esposa, revelou a sua atitude de renúncia demonstrando hombridade para com ela. Eu tenho dito nos aconselhamentos de casais que nós homens devemos assumir a nossa culpa sempre, mesmo que aos nossos olhos estejamos certos. Mais uma vez afirmo, a culpa é sempre toda minha. A mulher quer um homem e não competidor. Ela não quer alguém que lhe pesa emocionalmente, psicologicamente, enfim, ela quer um homem que tome para si a responsabilidade dos erros da casa etc. Se a Andréa foi descontrolada financeiramente por algum tempo, a culpa é toda minha. Eu sou aquele que deve assumir as responsabilidades em todos os níveis. Eu sou o homem da casa e devo ser leal com a Andréa. Que tipo de esposa José poderá ter? O que um homem com hombridade produz numa mulher? Produz segurança, vida, proteção, coragem para enfrentar as situações difíceis e abre portas para que sua esposa viva os projetos de Deus para a vida dela. Hoje minha esposa e eu temos uma vida abençoada não porque somos perfeitos, mas porque aprendemos a lidar com nossos erros dentro dos parâmetros bíblicos. Eu ainda erro e ela também e certamente até "fazermos xixi no pé" quando velhinhos e rabugentos continuaremos a errar, mas como será o acerto? Eu sendo o sacerdote e ela a auxiliadora!
b.Ponderação (v.20). A Bíblia diz que José ponderou sobre toda aquela situação. José era um homem equilibrado emocionalmente. Ponderar é examinar, pensar com juízo, ter bom senso, cuidado, atenção, enfim, é ter a habilidade de pensar bem antes de agir. O homem de Deus é assim. Que tipo de esposa ele gera? Ele gerará uma esposa que deseja estar ao lado dele na hora de tomar decisões. Ela aprenderá a confiar em Deus e aprenderá a consultar o marido em todas as coisas. Lembre-se que isso é gerado e leva a esposa a crescer. Assuma a responsabilidade. Você não impõe, você dialoga, ora e traz Deus para a realidade da sua casa.
c.Ouve a Deus (v.24). Glória a Deus! O marido que ouve a Deus sabe o que fazer, sabe o que falar e sabe conduzir, enfim liderar segundo a visão que Deus lhe deu. Nós maridos precisamos ser visitados por Deus e recebermos uma visão que dirige nossos lares, nossas finanças, nosso trabalho, nosso ministério. O que tem faltado aos homens de Deus é uma visão. Qual é a visão de Deus para a sua vida e para o seu lar? Homem sem visão tem famílias desorientadas, mas homens com visão têm lares cumprindo o propósito de Deus. O propósito daquela família era nada mais, nada menos que educar o menino e o adolescente Jesus nos caminhos do Senhor. Se você quer influenciar sua esposa e ter um lar grandemente abençoado, busque uma visão de Deus junto com seu cônjuge e seja prospero! Deus tem um projeto para você. Passe a ouvi-lo.

Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor