domingo, 10 de outubro de 2021

SOMENTE O EVANGELHO! - SÉRIE REDESCUBRA O SEU PROPÓSITO

SOMENTE O EVANGELHO - GÁLATAS 1:11-24

 

Somente o Evangelho

Gálatas 1:11-24

 

Há menos de quatro anos, Bashir Mohammad, de 25 anos, defendia a milícia islâmica Frente Al-Nusra na guerra civil da Síria. Hoje, ele se define como um "jihadista que se voltou para Jesus".

Mohammad cresceu em uma família muçulmana na região curda de Afrin, no norte da Síria. Na adolescência, ele foi encorajado por seu primo a se aprofundar um pouco mais nas mensagens proferidas por pregadores jihadistas e passou a seguir as interpretações radicais do Islã.

Mais tarde, ele se juntou às forças curdas que atuavam na guerra civil da Síria e ficou impressionado com as mortes que testemunhou. "Quando vi todos aqueles cadáveres, passei a acreditar em todas as coisas que eles me ensinaram nas palestras. Isso me fez buscar a grandeza da religião”, ele contou ao site The New York Times.

Mohammad foi convidado por um amigo para se juntar a Frente Al-Nusra, grupo extremista ligado à al-Qaeda. No extremismo islâmico, ele testemunhou torturas e viu prisioneiros sendo esmagados por seus colegas com uma escavadeira.

“Eles costumavam nos dizer que essas pessoas eram inimigas de Deus e, então, passei a olhar positivamente sobre essas execuções”, disse Mohammad.

Por um tempo, Mohammad foi doutrinado na filosofia do grupo e presenciou o genocídio em ambos os lados da guerra. “Fui a Nusra em busca do meu deus. Mas depois que vi muçulmanos matarem muçulmanos, percebi que havia algo errado”, confessa.

O primo que incentivou Mohammad a se aprofundar nos ensinamentos jihadistas se tornou um cristão convertido e voltou a influenciar o jovem sírio. Quando a esposa de Mohammad, Hevin Rashid, ficou gravemente doente em 2015, o casal recebeu ajuda de seu primo através de um grupo de oração Intrigado, Mohammad procurou um missionário evangélico chamado Eimad Brim, que o evangelizou e acompanhou seu processo de conversão. Ele e sua esposa se sentiram amados dentro da igreja e tiveram experiências profundas com Deus.

Sua saída do grupo jihadista tornou Mohammad um novo inimigo dos ex-colegas fundamentalistas. Ele teme não estar seguro, mas deposita sua confiança em Deus. "Há uma grande diferença entre o deus que eu costumava adorar e Aquele a quem eu adoro agora", disse Mohammad. "Antes eu adorava com medo. Agora tudo mudou”.

O fato que relato na introdução desta mensagem parece bem o que define um deja vu de outro fato bíblico. A história de Paulo, o apóstolo dos gentios. Pelo fato de se tornar um apóstolo a gentios, ele será acusado por judeus cristãos de que seu evangelho não é verdadeiro. Podemos deduzir pela resposta de Paulo que ele trata de possíveis questionamentos tais como: a) Qual é a origem do evangelho de Paulo para que ele possa julgar o que pregamos? b) Será que Paulo está pregando um evangelho que não tem aprovação dos apóstolos de Jerusalém? c) Será que sua mensagem é genuína? Com isso, eles diziam que Paulo não era um apóstolo e que sua mensagem não era genuína. Eles afirmavam que a mensagem pregada por Paulo era pirateada, aprendido de homens e não do próprio Deus.

Por isso, Paulo após denunciar o falso evangelho desses falsos mestres, em seguida afirmará: “Mas informo a vocês, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é mensagem humana porque eu não o recebi de ser humano algum, nem me foi ensinado, mas eu o recebi mediante revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:11-12). Paulo poderia dizer: “Eu o preguei”, mas “não o inventei”. Ele afirma com toda veemência que o evangelho questionado pelos judaizantes (falsos mestres) não era fruto de sua cabeça e que homem nenhum o ensinou, mas foi fruto da revelação do Senhor Jesus. Por que Paulo poderia afirmar que seu evangelho era verdade e falar com tanta convicção que o Evangelho por ele pregado não poderia ter aprendido de homens e não poderia ser fruto de sua imaginação?

1.Somente o evangelho é capaz de transformar fanáticos legalistas, descrentes e improváveis (v.13-14)

Muito mais do que descrever sua conversão, Paulo está fazendo uma defesa do evangelho que prega. Os judaizantes o acusavam de pregar um evangelho fácil, uma vez que não os obrigava a cumprir ritos judaicos para a salvação, por isso, diziam que a lei era necessária para tornar o evangelho mais sério e comprometido com uma conduta correta. Porém, ele mesmo era um fiel cumpridor de regras e ritos que não lhe foram suficientes. Portanto, para revelar o quanto o evangelho foi mais poderoso do que a lei e ritos judaicos, Paulo descreve como era antes de sua conversão. Veja comigo Atos 26:4-5; 9-11. Ele era um fanático dominado pelo que acreditava como esses radicais islâmicos que vemos hoje, completamente dedicado ao judaísmo de forma radical, perseguindo a Cristo e a igreja. Um homem nestas condições mental e emocional de maneira nenhuma mudaria de opinião, e muito menos se deixaria influenciar por qualquer pessoa que seja. Nenhuma técnica psicológica seria capaz de mudar a Paulo. Eis aqui uma evidência do poder da mensagem do Evangelho. Que lições e princípios podemos extrair? I) O Evangelho é tão poderoso que alcança os inalcançáveis aos olhos humanos. Não há ninguém que a mensagem do Evangelho não possa alcançar. Então você pode dizer: “Mas, foi o próprio Deus que alcançou Paulo”. Isso mesmo! É por essa razão que ele diz aos judaizantes que, sendo ele um zeloso cumpridor de regras, a mensagem do Evangelho foi muito mais poderosa, sendo o próprio Deus que o alcançou e que homem nenhum poderia ter feito isto. Por isso, a graça não pode ser tida como fácil! O Espírito Santo está trabalhando na vida das pessoas sem Cristo. Nossa missão é anunciar essa mensagem e deixar o restante por conta de Deus.  II) O Evangelho é tão poderoso que é capaz de fazer o que a lei não faz. A lei está sempre perguntando: “O que devo fazer?”, mas a graça está sempre perguntando: “O que Jesus fez por mim”? Há alguém que você conheça que seja improvável aos seus olhos, um legalista ou descrente aparentemente impossível de ser alcançado? Talvez você se sinta muito condenado pelo seu passado. Veja, a graça revela o que Jesus fez por mim e por você e isso é o suficiente. Paulo dirá: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...”, logo não é para aquele que merece, mas crê, por isso, ainda dirá: “Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá pela fé” (Romanos 1:16-17)! Jesus vai ao encontro do mais terrível pecador e do mais resistente.

2.Somente o evangelho pode mudar o curso de nossa vida para propósitos maiores (v.15-16)

Ainda na sua linha de argumentação em provar aos judaizantes e demais irmãos que sua mensagem não provinha de homem algum ou mesmo de sua cabeça, Paulo afirma a total e exclusiva ação de Deus através do Evangelho que o alcançou e mudou o curso de sua história por pura ação divina. Ele afirma que foi separado por Deus antes do seu nascimento, e que pela graça recebeu o chamamento quando teve revelação de Cristo, e tudo isso sem participação de homem nenhum, pois, conforme vimos anteriormente era praticamente impossível algum homem convencer a Paulo. Com isso, ele mostra que nenhuma explicação humana justificaria o grau de sua transformação. Quem era esse homem? Um trem desgovernado! John Stott, imagina Paulo dizendo o seguinte: “No meu fanatismo eu me inclinava a perseguir e destruir, mas Deus (que eu havia deixado fora das minhas cogitações) me prendeu e alterou meu impetuoso curso”. O que podemos extrair de princípios para as nossas vidas a respeito do poder do evangelho? I) Deus tem um propósito em Cristo antes da existência de qualquer ser humano que vier crer Nele. Não cremos que Deus escolhe as pessoas para a salvação, mas cremos que todas as pessoas que vierem a crer em Cristo, há um propósito bem definido por Deus para o curso de suas vidas a partir de sua conversão. Seu propósito consiste em que, todos aqueles que vierem a crer em Cristo, se tornem seus filhos! Os filhos desfrutam da herança! Os filhos recebem perdão! Os filhos têm seu passado perdoado! Isso não tem a ver com nossa capacidade e os nossos méritos! Antes de você nascer Deus já tinha um propósito. Por isso, todos aqueles que passam a crer em Cristo, podem desfrutar desse poder que muda o curso de nossa vida para propósitos maiores. II) Sempre será por graça que Ele chamará. Ele nos chamou por seu favor imerecido. Ele chamou Paulo, aquele que matou muita gente. Você quer viver um novo curso em sua vida para propósitos maiores? Se entregue à graça de Deus! III) Cristo será revelado através da sua vida. O que significa “revelar seu Filho em mim”? Significa experimentar a mente e o coração de Jesus dentro de você, ganhando a sua perspectiva e seus sentimentos refletindo isso ao seu redor. Ele está escrevendo uma linda história de amor em sua vida e outros estão lendo o que o favor de Deus pode fazer na vida de uma pessoa!

3.Somente o evangelho pode explicar a nossa transformação e nos fazer enfrentar o passado (v.17-24)

Paulo mais uma vez argumenta a favor de sua mensagem para provar aos gálatas que o que ele pregava tinha sido dado diretamente por Deus. Vejo um princípio poderoso aqui. Certamente a maioria de nós não teve essa experiência tão forte de Paulo, mas há lições preciosas quanto a tornar um cristão maduro na fé enquanto caminhamos com Cristo e crescemos na graça e no conhecimento Dele. Quando você começa a sua vida com Cristo, é necessário que você busque entender o que Ele está fazendo em sua vida e em sua história. Não é simplesmente mudar de religião, mas é deixar Jesus assumir o leme da sua vida e conduzir o navio ao porto seguro da salvação. Precisamos sim ter mentores e discipuladores, mas nada substituirá a tua íntima relação com Cristo. Paulo provará que ele não recebeu o evangelho de homem algum, agora descrevendo seus passos de crescimento no evangelho e amadurecimento na fé sob três circunstâncias: a) Três anos isolado na Arábia (v.17-18a). É muito provável que ele foi para a Arábia em busca de quietude e solidão. Cremos que foi justamente nesse período de isolamento que ele recebeu a revelação do Evangelho. Ele estudou aos pés de Gamaliel, matou em nome da fé judaica, era extremamente intelectual, haja vista sua capacidade de debater no Areópago com filósofos gregos em Atenas. Da noite para o dia, tudo o que ele acreditava não era verdade. Ele precisava desse isolamento. Ele fica três anos no deserto. Os discípulos de Jesus ficaram com Ele três anos. Esse deserto foi uma oportunidade para: rever conceitos; firmar sua nova identidade; ouvir a Deus antes de ouvir a homens; estar com Deus! b) Foi para Jerusalém (v.18-19). Aqui ele argumenta que só foi de passagem para conhecer Pedro pessoalmente, mas que a mensagem do Evangelho não havia aprendido com Pedro. Não seria tempo suficiente para ele aprender o evangelho que pregava com esses homens, por isso, seu evangelho não veio dos apóstolos em Jerusalém. Mas, há uma lição aqui. Ele precisa enfrentar o seu passado. Quando você entrega a sua vida a Jesus, você volta para o trabalho, se encontra com pessoas da vida velha e precisa lidar com isso. Nesse sentido, o deserto ou o tempo de reflexão é importante para que você confirme a sua experiência! c) Foi para Síria e Cilícia (v.21-23). Ele não volta para essa região porque quer, mas porque é perigoso ficar em Jerusalém. Nessa região fica a cidade natal de Paulo, Tarso. Ele precisa agora enfrentar a sua cidade natal! Ele vai enfrentar amigos de infância e juventude, mas todos verão e dirão a respeito de sua mudança, e sobretudo, glorificarão a Deus a seu respeito. Esse é o poder do Evangelho.

Em Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

 

domingo, 3 de outubro de 2021

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO! - SÉRIE REDESCU...

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO - Efésios 2:11-22

 

A MAIOR INIMIZADE, A MAIOR PAZ E A MAIOR UNIÃO DO MUNDO

Efésios 2:11-22

Talvez, um dos mais emblemáticos eventos do século XX, ainda rememorado por muitos foi a queda dos Muros de Berlim no final da década de 80. O muro era o símbolo da Guerra Fria que dividia a Alemanha e o mundo entre as duas maiores potências do mundo: Os Estados Unidos e a União Soviética. Com o enfraquecimento desse conflito político e ideológico, é que o Muro de Berlim veio a ruir.

Entretanto, hoje vivemos em um mundo que tem dado voz aos seus ressentimentos do passado histórico de preconceitos e exploração econômica. Vivemos o momento das polarizações ideológicas e políticas com muita inimizade. Ao passo que muitos movimentos buscam seus direitos, pontes têm sido destruídas e muros tem sido erguido. Diante de tanta inimizade no mundo, é possível viver em plena paz e harmonia, pelo menos entre aqueles que professam a fé em Jesus Cristo?

Não pretendo resolver os problemas da desunião no mundo com este sermão, mas pretendo trazer quais as expectativas que essa mensagem de Paulo traz a respeito de um povo que foi alcançado pela graça de Deus. Esse trecho da carta de Paulo aos Efésios deveria, pelo menos, centrar os cristãos. Jesus orou: “Não peço somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por meio da palavra que eles falarem, a fim que de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20-21. Nossa vocação é para sermos o povo da reconciliação e da paz.

Em Efésios 2:1-10 vimos o que Deus fez em nós por meio de Cristo. Estávamos mortos e separados de Cristo, mas por sua rica misericórdia e grande amor, ressuscitamos juntamente com Cristo e fomos salvos pela fé.

Aqui em Efésios 2:11-22 veremos que não apenas fomos reconciliados com Deus por meio de Cristo, mas fomos reconciliados uns com os outros por meio da paz que Cristo trouxe e nos tornamos um só povo, não havendo mais distinção entre gentios e judeus ou qualquer outra distinção diante de Deus. Somos uma mesma família! A maior inimizade foi vencida pela maior paz que trouxe a maior união do mundo. Vamos observar juntos e ouvirmos a Deus para nossas relações sociais na igreja e no mundo. Vamos derrubar os muros de separação e sermos construtores de pontes.

1.    A maior inimizade do mundo (v.11-12)

a)    Eram incircuncisos. Isto é, sem a marca da circuncisão. O povo judeu, o povo eleito, se esqueceram do propósito de sua eleição em Abraão. Deus disse a Abraão: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3). De fato, por ter a revelação de Deus, não era o povo da aliança. Eles não tinham a marca da aliança que é a circuncisão e o povo judeu tratava os gentios, até mesmo os conversos, com desprezo e separação. Um filho judeu que se casasse com uma gentia, tinha um sepultamento simbólico. Um judeu não deveria prestar ajuda a uma gentia grávida para que não incorresse em ajudar na vinda de mais um gentio ao mundo.

b)    Estavam separados de Cristo. Estar sem Cristo significa não ter acesso às bençãos espirituais que Paulo menciona em Efésios 1:3-14. Assim eram os gentios e são todos os que não estão em Cristo.

c)    Separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa. Literalmente alienados, isto é, separados do povo de Deus. Deus havia feito alianças com Noé, com Abraão, Isaque e Jacó, com Moisés e seu povo, mas como gentios e não judeus não participavam dessas alianças. Eram como estrangeiros, forasteiros e alienígenas.

d)    Sem esperança e sem Deus no mundo. As pessoas tinham e tem deuses em excesso, mesmo assim, estavam e continuam sem uma relação pessoal com o que Deus que veio a se revelar em Cristo Jesus.

 

Essa era a maior inimizade do mundo. Dois povos distintos, separados por não serem eleitos e não estarem debaixo da mesma aliança com Deus. Nós estávamos alienados de Deus e alienados do povo de Deus. Havia um muro de separação. Como isso se aplica hoje?

 

Em Efésios 2:1-3 as pessoas estão mortas espiritualmente porque estão separadas de Deus, portanto, essa amostra de Paulo quanto a separação de gentios e judeus, a inimizade cultivada, revela que a morte espiritual tem trazido morte nos relacionamentos. Vamos lembrar que o pecado trouxe 4 rompimentos na vida do ser humano no EDEN. Separação de Deus, do seu próximo, de si mesmo e da criação. Assim é o mundo sem Cristo. Os homens ainda edificam muros de separação e divisão, como o muro de Berlim, barreiras de raça, de cor, de castas, de tribos ou de classes, bem como atualmente os muros políticos e ideológicos. A discriminação é uma característica de um mundo de pessoas mortas sem Cristo.

2.    A maior paz do mundo (v.13-18)

Mas Cristo! Assim como o homem estava morto espiritualmente e condenado, mas Deus que é rico em misericórdia e com o grande amor que nos amou nos deu vida juntamente com Cristo, mas em Cristo Jesus, os gentios que eram inimigos do povo de Deus, foram aproximados pelo sangue de Cristo. Ele é a nossa paz! Ele derrubou muros e construiu pontes entre nós e Des e nós e o nosso próximo! Fomos aproximados pelo seu sangue em dois sentidos claros aqui: a) Fomos reconciliados com Deus. Pelo seu sangue, nossos pecados foram perdoados b) Fomos reconciliados uns com os outros. Ele se fez a nossa paz. Como ele promoveu essa paz?

a)    Aboliu a lei dos mandamentos (v.15). Podemos nos perguntar: Como Jesus aboliu a Lei se em Mateus 5:17-18 ele disse que não veio para revogar/abolir, mas cumprir? As leis do Antigo Testamento eram classificadas em 4 tipos? A) Lei moral; B) Lei Cerimonial (sistema religioso); C) Lei Civil; D) Lei sobre higiene e saúde. No contexto do sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7) fica claro que Jesus estava falando da Lei Moral e essa não foi abolida. Mas, os judeus queriam que os gentios cumprissem as leis civis e cerimoniais, como o que comer e o que não comer, seguir regulamentos sobre o sábado etc. Jesus foi o único capaz de cumprir toda a lei. Mas, quando Cristo morre, com Ele morre a velha aliança e é instituída uma nova aliança. Entretanto, até mesmo a Lei moral que ainda permanece como princípios para obedecermos, também está abolida em termos de ser o caminho para a salvação. A salvação é Cristo! Cristo é a nossa LEI!

Mas, o que aprendemos com isso? Aprendemos que o legalismo sempre separou as pessoas. Se você se lembra bem, os fariseus religiosos dos tempos de Jesus tratavam as pessoas com diferença. Eles se sentiam superiores. A religiosidade e o legalismo levantam muros! Paulo, como um fariseu, perseguia cristãos e consentia na morte deles. Sempre que a lei é vista como condição para a salvação, ela separa as pessoas, levanta muros não apenas entre as pessoas, mas também entre nós e Deus.

b)    Criou uma nova humanidade (v.15). Uma nova humanidade, um novo povo, uma nova raça humana! Aleluia! O que isso realmente significa? Ficará mais claro na medida em que avançarmos por Efésios, mas posso adiantar que ele cumpre o propósito de Deus em restaurar a Sua imagem no homem que se une a Ele. Paulo dirá em Colossenses 3:11 “Aqui não pode haver mais grego e judeu, circuncisão e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo e está em todos”. Em Gálatas 3:28-29 ele escreve: “Assim sendo, não pode haver judeu nem grego, nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.”

Portanto, em Cristo não deve haver mais desigualdade! No seu trato com o ser humano em geral. E a igreja deve ser a referência para o mundo de igualdade e justiça. Nossos lares devem ser regidos por esse princípio. Nossas relações de liderança devem ser regidas por esse princípio. A maneira como olhamos para as pessoas no pecado devem ser com a expectativa de que elas sejam resgatadas à essa nova humanidade, à essa nova raça. Uma raça que não tem diferenças!

 

Jesus, que é a nossa paz com Deus e com o próximo, reconciliou gentios e judeus e destruiu a inimizade. (v.16). A sua morte e ressurreição proclamam essa paz (v.17). Ele evangeliza a paz! Ele declarou paz aos discípulos depois de sua ressurreição! Ele orou pela unidade da igreja para que por meio dela levemos a paz!


3.    A maior unidade do mundo (v.19-22)

 

O que é ser um cristão? Qual é o objetivo de fazermos missões? Veja! Nós que éramos separados da comunidade de Israel, alheios à vida de Deus, estranhos Às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo, agora não somos mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos céus e membros da família de Deus.


a)    Família de Deus (v.19b). Fomos adotados (Efésios 1:5). Somos filhos desse Pai de amor. Mas, a maior ênfase que Paulo quer dar é que temos muitos irmãos. Somos os filhos d pai ultrapassando as barreiras raciais, sociais e econômicas para sermos da mesma família. Uma comunidade de pecadores lavados e redimidos pelo sangue do cordeiro.

Não somos unânimes. Não somos uniformes. Mas somos unidos!


b)    Templo de Deus (v.20-22). Eis uma aqui uma razão para não existir crentes desigrejados. Não somos unânimes. Não somos uniformes. Mas fomos chamados à unidade. Nesse edifício estamos sob o fundamento dos apóstolos e profetas, a sã doutrina! A igreja está edificada sobre as Escrituras e o Novo Testamento. Jesus, como a pedra angular, mantém o edifício firme e alinhado! E para que vivemos nesse mistério da unidade? Para sermos morada de Deus. Quero concluir como comecei nas palavras de Jesus: “Não peço somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por meio da palavra que eles falarem, a fim que de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20-21. É na sua unidade que a igreja revela Cristo e sua missão.

Vamos ser promotores da paz! Vamos ser o povo da unidade.

 

No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

domingo, 26 de setembro de 2021

O MAIOR DRAMA, O MAIOR AMOR E O MAIOR PRESENTE DO MUNDO - SÉRIE REDESCUB...

O MAIOR DRAMA, O MAIOR AMOR E O MAIOR PRESENTE DO MUNDO - Efésios 2:1-10

 

O MAIOR DRAMA, O MAIOR AMOR E O MAIOR PRESENTE DO MUNDO

Efésios 2:1-10

Vimos no contexto anterior que Paulo ora para que os olhos do nosso entendimento sejam iluminados para que saibamos qual a esperança da nossa vocação, a riqueza da nossa herança nos santos e a suprema grandeza do poder Deus que operou em Cristo. Cientes disso, podemos compreender melhor o que Ele operou em nós por meio desse poder que operou em Cristo. Vamos ver qual é o maior drama, o maior amor e o maior presente do mundo.

 

1.    O maior drama do mundo (v.1-3)

 

O maior drama do mundo é que o ser humano sem Cristo está morto. Por quê? Porque a origem dessa morte consiste nas transgressões e pecados, o salário do pecado (Romanos 6:23). Quando olhamos para os jornais, vemos a escalada dos problemas econômicos (o crescimento populacional, a má utilização dos recursos naturais, a inflação, o desemprego, a fome); os conflitos sociais (o racismo, o nacionalismo que rejeita o estrangeiro, a luta de classes, a desintegração da vida familiar); a ausência de orientação moral (o que leva à violência, à desonestidade, e à promiscuidade sexual). Buscamos um culpado. Mas, por que tudo isso? Porque o ser humano está morto! Esse é um diagnóstico do homem caído na sociedade caída em todos os lugares. Até mesmo em países desenvolvidos, por mais ética e moral, há outros tipos de pecados. Soberba intelectual. É a rejeição da verdade de Deus e confiança em si próprio. Não há nenhum justo! Nem um sequer.  Paulo diz em Efésios 4:18: "tendo o seu entendimento obscurecido, separados da vida que Deus concede, por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração." Essa morte é basicamente a perda da vida espiritual, da perda da comunhão com Deus e da incapacidade de atividade e desenvolvimentos espirituais. O ser humano vive com uma autoridade contrária à vontade de Deus.

Vemos isso nesse trecho. Paulo fala tanto de gentios como de judeus. Essa expressão "entre eles também nós" se refere aos judeus e "como também os demais" é toda a raça humana. Como vivem os mortos espirituais? Como é esse drama?

 

A) Vivem segundo o curso deste mundo

Vivem segundo o espírito dessa época. Padrões de comportamento contrários à Palavra de Deus. Inversão de valores, deturpando os valores da família, divórcios sem sentido, os princípios morais que refletem o caráter e a santidade de Deus em cheque. Ensinando o errado como certo. Uma sociedade que repudia Deus, repudia os absolutos e que glorifica o mercado consumidor. O profeta Isaías diz: "Ai dos que ao mal chama bem e ao bem chamam mal; que fazem das trevas luz e da luz fazem trevas; que mudam o amargo em doce e o doce em amargo" (Isaías 5:20). Esse é o espírito do mundo que vivemos. O maior drama da humanidade é viver segundo a moda de Satanás e achar normal.

 

B) Vivem segundo o príncipe da potestade do ar (escravos)

Sabe irmãos, está meio fora de moda hoje em dia na igreja crer num diabo pessoal ou na ação demoníaca, mas o texto é claro que ele existe e atua governando principados e potestades. Ele é o príncipe, isto é, a autoridade que está operando nas pessoas que não tem Cristo. Toda a maldade que você vê no mundo tem o dedo de Satanás por traz manipulando as intenções dos corações corrompidos pelo pecado, pois, lhe são escravos. Esse espírito atua nos filhos da desobediência. O diabo atua exatamente onde o ser humano precisa se render. No interior do coração humano. E como filhos da ira de Deus se manifesta contra o mal que opera no ser humano. O ser humano está condenado!

 

C) Vivem segundo as inclinações da carne

O drama do ser humano se aprofunda ainda mais. Ele pode não parecer estar quebrado externamente, mas internamente ele está destruído. Desejos da carne vão muito mais além de "pecados da carne". Em geral, não há nada de errado desejar comer, dormir ou ter relações sexuais. O problema é quando o apetite para comida se transforma em glutonaria, quando o sono se transforma em preguiça e o sexo é pervertido. Desejos da carne incluem a vontade dos pensamentos, ou seja: pecados como soberba intelectual, a falsa ambição, a rejeição da verdade conhecida e pensamentos maliciosos e vingativos. Pecados não tão percebidos e ignorados como pecados. Veja que o pecado atua em toda forma de justiça própria e autoconfiança, que pode inclusive, se aproveitar do ambiente religioso para se mascarar. Jesus foi muito claro ao dizer que o que contamina o ser humano não é o que entra, mas o que sai (Marcos 7:20-23). Esse é o maior drama do mundo!

 

2.    O maior amor do mundo (v.4-7)

 

Mas Deus! Aleluia! Numa dimensão histórica, diante de toda necessidade e pecaminosidade do ser humano, irrompeu no tempo e se manifestou entre nós para resgatar a sua criação. Numa dimensão pessoal, você que um dia estava morto em suas transgressões e pecados, diante de toda a necessidade e pecaminosidade do seu ser, irrompeu na sua história para desfazer as obras do diabo. Por que ele faz isso?

 

A) Porque ele é Deus

Como é Deus? Ele é rico em misericórdia! (v.4) Misericórdia é não dar a esse ser humano o que ele merece de fato, isto é, o inferno. Só essa misericórdia é capaz de alcançar os incapazes.  Salmista diz: "Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e bondoso, tardio em irar-se e grande em sua misericórdia e fidelidade." (Salmo 86:15) "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã." (Lamentações 3:23-24a)

Como é Deus? Ele é grande em amor e bondoso (v.4) Somente o amor de Deus é capaz de triunfar sobre a ira! "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecados" (Romanos 5:8) "Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados". (I João 4:10). Você foi muito amado por esse Deus. Esse é o maior amor do mundo!

 

B) Para operar o mesmo poder que operou em Cristo em nós também.

Esse Deus rico em misericórdia e grande em amor e bondade, operou em nós o mesmo poder que operou em Cristo Jesus. Esse poder venceu a morte em Cristo, o ressuscitou e o fez assentar nos lugares celestiais. Pois, esse poder operou em nós a mesma coisa. Por estarmos unidos com Cristo compartilhamos da sua ressureição, ascensão e exaltação!

I.Nos deu vida juntamente com Cristo (v.5). Nossa cidadania agora é o céu. Por estarmos unidos a Ele, fomos ressuscitados, pois estávamos mortos em transgressões e pecados, mas agora temos vida.

II.Nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo (v.6). Os lugares celestiais, em que os principados e as potestades operam, e em que Cristo reina supremo, é que Deus abençoou o seu povo (Efésios 1:3) e é onde que ele nos fez assentar. Estamos em tronos! Cristo nos deu uma nova vida, uma vida de vitória. Do cativeiro direto para o trono! Esse é o maior amor do mundo!

 

3.    O maior presente do mundo (v.8-10)

 

O maior presente do mundo é a salvação mediante a fé! Realmente é um presente, uma graça! Deus age com graça dando a nós um presente que não merecemos. Ele opera em nós a fé e a salvação.

I.A fé. (v.8) Que fé é essa? É a fé em Cristo. Uma plena confiança no sangue de Cristo. Uma confiança em sua vida, morte e ressureição. É uma segura confiança de que através dos méritos de Cristo, nossos pecados foram perdoados e, assim, fomos reconciliados com Deus.

II.A salvação. Que salvação é essa? A) Salvação da culpa dos pecados passados. Sabe os seus pecados passados? Jesus te lavou e te purificou. B) Salvação do medo de punição. Não há mais medo! Quem foi muito amado não tem mais medo. O amor lança fora todo medo de condenação. (I João 4:18) O amado pelo Pai não tem mais medo, antes ele clama "Aba Pai" (Gálatas 4:6). Ele é muito amado do Pai. C) Salvação do poder do pecado. "Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio: Para isto se manifestou o Filho de Deus: para desfazer as obras do diabo. Todo o que é nascido de Deus não vive na prática do pecado, porque nele permanece a semente divina: esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus." (I João 3:8-9). Tudo isso não tem nada a ver com nossos méritos e obras.

III.Um novo proceder (v.10). Ele nos fez para as boas obras. Uma vida inteira de bons frutos! Aleluia.

 

No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

 

domingo, 19 de setembro de 2021

O CONHECIMENTO MAIS PODEROSO DO MUNDO - PARTE 2 - SÉRIE REDESCUBRA O SEU...

O CONHECIMENTO MAIS PODEROSO DO MUNDO – PARTE 2 EFÉSIOS 1:15-23

 

O CONHECIMENTO MAIS PODEROSO DO MUNDO – PARTE 2

EFÉSIOS 1:15-23

Na semana passada concluímos que o conhecimento mais poderoso do mundo é o pleno conhecimento de Deus. Ter um pleno conhecimento de Deus significa ter um correto e preciso conhecimento de Deus, por meio de um profundo e íntimo relacionamento com Ele. Quem conhece a Deus não é mais o mesmo. Tem seus olhos iluminados e é capaz de compreender a esperança de sua vocação. Vivemos que essa vocação consiste em um chamado à comunhão com Cristo e para a santidade, um chamado para liberdade e para a paz e um chamado para o sofrimento e para a glória. Hoje seguiremos abordando o que mais esse conhecimento de Deus nos revela a respeito de nós mesmos.

1.    Riqueza da glória da sua herança nos santos (v.18)

“Riqueza da glória da sua herança” – Para que você possa entender qual é a abundância gloriosa das coisas espirituais às quais você tem direito, em consequência de ser feito filho de Deus. Todas as bençãos espirituais já mencionadas que desfrutamos aqui e agora. Mas, também, fala dessa herança futura. Paulo escreve que o Espírito Santo é a garantia de que receberemos essa herança. Creio que a grande pergunta é: No que consiste essa herança? Não gosto muito de jogar palavras ao vento sem dar um fundamento bíblico. O novo testamento nos apresenta no que consiste essa herança:

a.Como filhos herdeiros, seremos como Ele é (I João 3:1-2). “Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.. Essa visão será transformadora e fala dessa herança. Seremos plenamente como Jesus no corpo e no caráter!

b.Veremos a Deus e a Cristo e o adoraremos. (Apocalipse 22:3-4). “Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o adorarão, contemplarão a sua face, e na sua testa terão gravado o nome dele”. Estaremos livres de maldição. Estaremos diante do trono. Nós o adoraremos. Contemplaremos a sua face. Teremos o nome Dele gravado em nossa testa. Estar diante do trono fala de nossa intimidade. Ter o nome gravado na testa comunica que somos Sua propriedade!

c.A herança que Ele nos dá é de uma família de santos. (Apocalipse 7:9)Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestes brancas, com ramos de palmeira nas mãos”.

Por que devemos orar para que os nossos olhos sejam iluminados para sabermos qual a riqueza da nossa glória na herança dos santos? Para que tenhamos uma profunda relação com Deus que nos faça ansiar com expectativa pelo céu. Para nos fazer viver plena e intensamente na terra como cidadãos dos céus. Além disso, produzir em nós uma profunda gratidão. Os crentes de hoje são tão insatisfeitos e vivem tão carentes, como se eles não tivessem uma posse, uma herança que, como Pedro descreve, não murcha, não se corrompe, não envelhece porque é eterna.

2.    A suprema grandeza do seu poder sobre nós (v.19)

O poder de Deus é algo muito maior do que podemos imaginar ou que as palavras possam expressar. Paulo tenta colocar em um conjunto de palavras sinônimas o que é esse poder. 1) Poder = dunamis (dinamite); 2) Eficácia do grego que significa energia; 3) Força é força mesmo; 4) Poder aqui no final é vigor. Em mim e em você opera um poder que é como uma dinamite, uma energia, uma força e um vigor. Possivelmente se Paulo vivesse em nossos tempos, ele diria: “A suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a sua superior nuclear energia e o seu vigor superior à de uma bomba de hidrogênio.” Antes de compreendermos que poder é esse que opera em nós, Paulo nos dá uma amostra do que esse poder foi capaz de fazer:

a.Esse foi o poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos (v.20)

Irmãos, a morte é uma inimiga amarga e implacável. Sentimos isso mais de perto durante essa pandemia. Ela chegará a todos nós um dia. E depois da morte, o que temos é a decomposição. A Bíblia relata que no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra da entrada tinha sido removida. Enquanto Maria Madalena foi avisar sobre isso aos discípulos, a outra Maria permaneceu à entrada do túmulo chorando. Ela viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus tinha sido colocado. Então eles perguntaram: Mulher, por que você está chorando? Depois Jesus é quem pergunta, mas ela não o reconhece supondo ser o jardineiro. Jesus então disse: “Maria” e ela exclamou Raboni! Jesus ressuscitou para uma vida totalmente imortal, gloriosa e livre. Sabe por quê? Porque o poder que é como uma dinamite, o poder que é como uma energia nuclear, o poder que dá força, o poder que dá vigor ressuscitou Jesus dentre os mortos. E esse poder opera em nós. Em I Coríntios Paulo discorre mais sobre essa ressurreição e fala afirma: “Eis que vou lhes revelar um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “Tragada foi a morte pela vitória.” “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. 1 Coríntios 15:51-57

b.Esse foi o poder que entronizou Jesus Cristo sobre todo mal (20b-22)

Jesus sentou-se à direita nos lugares celestiais, isto é, ele foi promovido a um lugar de honra e de suprema autoridade executiva nos céus. O Salmo 110:1 diz: “Disse o Senhor ao meu senhor: “Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos por estrado dos seus pés.” Jesus está acima de todo principado e potestade, poder e domínio, isto é, acima de demônios, acima de governantes de todas as épocas e gerações. Sabe no que isso implica irmãos e irmãs? Implica em que nós enquanto igreja de Deus estamos na mesma posição. “E juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus”. Efésios 2:6

Nenhum mal tem poder sobre nós. Esse poder opera em nós. Ainda há crentes ainda temem maldições, mal olhados, mal agouro etc. quem está em Cristo não há inveja, força maligna, força espiritual, demônio ou qualquer poder dessa vida que possa contra ele. Esse poder que entronizou Jesus, a palavra de Deus diz: “esse poder é sobre nós”.

c.Esse foi o poder que instituiu Jesus como cabeça da igreja (v.22b-23)

Cristo como cabeça de todas as coisas, é uma clara afirmação de que Ele está acima de tudo o que é material e espiritual. Jesus é domina sobre o universo e sobre todos os seres do universo. Deus deu a Cristo como cabeça à Igreja, portanto, como soberano. O mesmo soberano sobre o universo é o soberano sobre a igreja. A igreja é a plenitude de Cristo, isto é, ela o completa porque a palavra plenitude vem de estar pleno, completo. Da mesma forma, Cristo é a plenitude da igreja, porque é Ele quem a completa.

O que a igreja deve temer? O que você e eu devemos temer? Se tivermos um pleno conhecimento de Deus. A igreja nada deve temer! Nós estamos em Cristo. Cristo está em nós. Esse poder opera em nós.

No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

domingo, 12 de setembro de 2021

O CONHECIMENTO MAIS PODEROSO DO MUNDO - SÉRIE REDESCUBRA O SEU PROPÓSITO...

O CONHECIMENTO MAIS PODEROSO DO MUNDO – PARTE 1 EFÉSIOS 1:15-23

 O CONHECIMENTO MAIS PODEROSO DO MUNDO – PARTE 1

EFÉSIOS 1:15-23

Vi uma frase que diz: O conhecimento transforma e dá sentido à vida. Aquele que não busca conhecer o mundo e se conhecer desperdiça o que há de mais nobre na existência. Se o conhecimento transforma e dá sentido à vida e quem não busca conhecer o mundo e se conhecer, desperdiça o que há de mais nobre na existência, por que, apesar dos grandes ganhos do conhecimento, ainda há filósofos e ateus que continuam se suicidando? Por que até mesmo pastores que dizem deter o conhecimento de Deus, exploram fiéis e esses mesmos fiéis se deixam explorar? Por que na França, berço da filosofia moderna, tem uma das maiores taxas de suicídio entre os jovens de 15 a 24 anos? A grande contradição é que em pleno século XXI, a era do conhecimento e da informação, o ser humano continua egoísta, o planeta está ficando cada vez mais quente, os países de primeiro mundo estão cada vez mais ricos e os países pobres ficam cada vez mais pobres.

Eu afirmo que o que falta a essas pessoas e ao nosso mundo é o conhecimento mais poderoso do mundo. O conhecimento genuinamente transformador e que pode mudar o nosso mundo.

Após uma expressão de louvor a Deus pelas bençãos espirituais concedidas por Deus, as bençãos do Pai, as bençãos do Filho e as bençãos do Espírito Santo, Paulo faz uma oração a Deus em favor dos crentes de Éfeso e regiões e faz alguns pedidos espetaculares. No final do verso 17 ele dirá: “Peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento Dele e no verso 18 ele pede que Deus “[...] ilumine os olhos do coração de vocês, para que saibam [...]. Paulo ora para que os efésios recebam o conhecimento mais poderoso do mundo e por algumas razões que veremos nessa mensagem.

Espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento Dele. O que isso significa? Um conhecimento que Paulo adjetiva como PLENO! É possível alcançar o pleno conhecimento de Deus? Quais os resultados de alcançar o pleno conhecimento de Deus, o conhecimento mais poderoso do mundo?

Pleno conhecimento é a junção de duas palavras no grego “epi gnosis”. Epi significa “perto de” e gnosis significa “conhecimento mais profundo, mais perfeito e mais amplo”. Juntando essas duas palavras, “epignosis” temos a expressão “Pleno conhecimento” que significa “um conhecimento preciso e correto, através de um relacionamento íntimo com a Fonte desse conhecimento”.

Quando a Andrea e eu começamos a nos relacionar, nosso relacionamento não era preciso e correto. O primeiro passo foi dado. Começamos a ficar mais perto um do outro. Mas, com o passar dos anos, o nosso relacionamento foi ficando cada vez mais íntimo até nos casarmos. Foi no casamento, nesses 15 anos de relacionamento, que ela tem me conhecido e eu a ela. A pergunta é: “Estou preparado para me conhecer através da Andrea, assim como estou preparado para conhece-la?” Quanto mais íntimo é o relacionamento, tanto conheço o outro, quanto também me conheço mais porque o outro não vai deixar passar os meus pontos cegos. Quando Isaías teve um encontro com quem Deus é, no templo, Ele viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, viu a majestade de Deus e o resultado foi: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios”. (Isaías 6:1; 5)

Quanto mais um conhecimento preciso e correto com Deus, através de um relacionamento íntimo, mais eu me conheço e reconheço que preciso de mudança. E esse é o grande segredo para eu começar a ter uma experiência de união e comunhão com Deus. Zaqueu, um cobrador de impostos, diante da santidade de Jesus, deixou de ser um explorador do povo e restituiu àqueles que fraudou.

C S Lewis escreveu: “Como conhecer a Deus? É como a luz do sol que, embora não tenha favoritos, não pode refletir-se num espelho coberto de pó com a mesma luminosidade com que se reflete num espelho limpo”. Eu só posso conhecer mais de Deus, na medida em que, ao me aproximar Dele, sou como um espelho que está sendo limpo todos os dias e passo a ver Deus em todas as pequenas coisas da vida, pois, vejo o sol brilhando em minha vida e reflito esse sol na vida dos outros. Quem se aproxima de Deus e tem um relacionamento preciso e correto com Deus, experimentando um relacionamento profundo e transformador com Ele, passa a enxergá-lo no simples, no dia a dia. Uma pessoa me disse: “Eu estava lavando tapete com minhas filhas e esposa e senti uma profunda alegria e gratidão. Eu me vi pleno Deus nisso.” Outra pessoa me disse: “Quando eu faço comida para servir às pessoas, eu sinto profundamente a Presença de Deus”. Perceba que um relacionamento preciso e correto com Deus afeta diretamente as nossas relações de maneira a servirmos. Paulo nos diz como se dá esse pleno conhecimento: Pedindo a Deus espírito de sabedoria e de revelação”, ou seja, esse conhecimento não vem da mesma forma que a mente humana apreende certas verdades, mas simplesmente pela doação da parte de Deus. Isso resulta em iluminação nos olhos do coração ou entendimento! O centro de toda a nossa personalidade, recebe luz que dissipa toda treva. Ele abre nossos olhos cegos espirituais e nos capacita a ver e a compreender! O conhecimento mais poderoso do mundo nos fará perceber 3 coisas: 1. A esperança da nossa vocação; 2. A riqueza da sua glória na herança dos santos e; 3. Suprema grandeza do Seu poder sobre nós.

1.    A esperança da nossa vocação (v.18)

Quem chama, chama a algo e para algo. Qual é a esperança do nosso chamamento? No que consiste essa vocação, esse chamado?

a.Nos chamou para Cristo e para santidade.

Chamados à comunhão com Cristo. “Fiel é Deus, pelo qual vocês foram chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (I Coríntios 1:9). Deus o Pai quer que você e eu tenhamos uma profunda comunhão com Jesus porque o resultado dessa comunhão é uma vida frutífera manifestando o caráter de Seu Filho (João 15). O pleno conhecimento de Deus resulta em comunhão com Cristo.

Chamados à santidade. Como resultado dessa comunhão com Jesus, a santidade é o resultado dessa relação e não somente o alvo da vida cristã. Muita gente faz da santidade algo inalcançável e impossível. “Assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem” (I Pedro 1:15). Se fosse impossível, Deus não nos daria essa ordem! A santidade é o reflexo inevitável daqueles que conheceram a Deus de maneira correta e profunda tal qual o profeta Isaías que recebe o toque purificador. O pleno conhecimento de Deus resulta em santidade, o conhecimento mais poderoso do mundo!

b.Nos chamou para liberdade e paz.

Chamados para a liberdade. “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Por isso, permaneçam firmes e não se submetam, de novo, a jugo de escravidão”. (Gálatas 5:1-2) Fomos livres do jugo da lei e do pecado. O pleno conhecimento de Deus resulta em liberdade!

Chamados para a paz. “Que a paz de Cristo seja o árbitro no coração de vocês, pois foi para essa paz que vocês foram chamados em um só corpo.” (Colossenses 3:15). Nessa era de tanta polarização política e discórdia até mesmo entre irmãos na fé e nas famílias, dificuldades de relacionamentos entre as pessoas por razões diversas, precisamos do pleno conhecimento de Deus para nos voltarmos a esse elemento de nossa vocação, a paz. O pleno conhecimento de Deus é p conhecimento mais poderoso do mundo.

c.Nos chamou para o sofrimento e para glória

Chamados para o sofrimento. “Porque para isto mesmo vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo para que vocês sigam seus passos”. (I Pedro 2:21). A pregação que temos ouvido nesses tempos tem suprimido a mensagem do sofrimento por causa de Cristo. Vejo esse movimento político das igrejas tentando evitar a perseguição a todo custo. Mas, se tivermos que sofrer por cauda de Cristo, saiba que o sofrer por Cristo faz parte da nossa vocação. Veja o que Paulo escreveu em Filipenses 1:27-30! Veja, não estou fazendo apologia ao sofrimento, mas deixando claro que quem tem o pleno conhecimento de Deus, tem seus olhos iluminados pela Palavra da Verdade, sabe que sofrer por causa de Cristo faz parte de sua vocação.

Chamados para a glória. Mas o sofrimento, antecede a glória!  “E o Deus de toda graça, que em Cristo os chamou à sua eterna glória, depois de vocês terem sofrido por um pouco, ele mesmo irá aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar vocês.” (II Pedro 5:10). Aleluia! Pergunto a você: Qual foi o caminho que Cristo trilhou antes de ser entronizado em Sua glória? Ele passou pelo caminho da cruz. A cruz antecede a glória! Veja que isso não tem a ver só com a eternidade, mas tem a ver com cumprir o propósito de Deus aqui e agora. Você disse sim para ser um servo de Deus e tem enfrentado sofrimentos? Vá para a cruz, abrace o seu processo e você será aperfeiçoado, firmado, fortificado, fundamentado e a glória e Deus será manifesta em você.

No amor de Cristo,

Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

domingo, 5 de setembro de 2021

O QUE ME DEFINE - SÉRIE REDESCOBRINDO SEU PROPÓSITO - 05.09.2021

05.09.2021 - O QUE ME DEFINE

O QUE ME DEFINE

Efésios 1:1-14

O seu comportamento é o resultado de todo conhecimento que você tem e acredita a respeito de si mesmo. Como você se vê? O que te define? A maneira como você se vê afeta diretamente a maneira como você toma decisões, se relaciona com as pessoas, faz a obra de Deus e lida com as pressões da vida.

Você pode sentar ao lado de uma pessoa e ela dizer que é professora. Isso é o trabalho dela, mas não quem ela é. Uma moça recém-divorciada disse a uma amiga: "Sou um fracasso". Embora tenha fracassado no casamento, o fracasso não a define. Tive uma infância pobre. Hoje, minha resposta padrão à pergunta "quem sou eu" é: "Sou casado com a Andrea, pai da Giovanna, do Miguel e pastor". Mas isso não é quem eu sou. A maioria das pessoas responde dizendo qual é sua profissão. Outros citam alguma informação ligada à infância ou a uma circunstância emocional.

No entanto, como cristãos, nossa identidade é definida por nosso relacionamento com Cristo e não por experiências de vida, sendo muitas delas negativas. E ter este conhecimento traz mudança de todo o nosso paradigma comportamental, seja no contexto da igreja local, seja no contexto das relações sociais em casa, no trabalho, na rua, na política, etc. Se queremos viver de modo digno do nosso relacionamento com Cristo não pode ser apenas um conjunto de informações bíblicas, mas deve ser uma experiência real e concreta em nossa maneira de crer dominando os nossos pensamentos, que afeta e muda o nosso modo de sentir e que reflete no nosso modo de agir.

Assim, o conhecimento de Deus que Paulo deseja que os irmãos tenham (Efésios 1:17) deve tocar todo o nosso ser; o conhecimento de Deus envolverá tudo o que pensamos a respeito de nós mesmos e da maneira como nos definimos. É uma compreensão de Deus e do ser humano fundamentada no fato de que, (1) ninguém pode conhecer corretamente a si próprio sem o conhecimento de Deus e (2) ninguém pode conhecer verdadeiramente a Deus e ao mesmo tempo ser um ignorante sobre si próprio. O conhecimento de Deus depende do autoconhecimento tanto quanto o autoconhecimento depende do conhecimento de Deus. A dependência é mútua. Então a pergunta que deve mudar toda nossa maneira de pensar, sentir e agir é: "Quem sou eu em Cristo?" O que estar "em Cristo" define a meu respeito?

A carta de Paulo aos Efésios responde a essa pergunta. O tema central desta carta é "o eterno propósito de Deus, o qual Ele está cumprindo por meio de Seu filho Jesus Cristo e vem executando na Igreja e através dela.” O GRANDE PROPÓSITO DE DEUS EM CRISTO PARA A SUA IGREJA. John Stott descreve essa carta como um esboço da nova sociedade de Deus.

Deus quer que não apenas entendamos, mas que experimentemos essa nova realidade. Assim, você compreende que o seu passado não te define. Você compreende que as lutas pelas quais passa e a criação que recebeu não te definem. Não cremos em um determinismo de que você nunca será além do que está diante dos seus olhos. Entender quem eu sou é importante para eu entender qual é o meu propósito. Se você não sabe quem você é, terá dificuldades de compreender qual é o seu propósito. O que me define?

A carta começa no versículo um estabelecendo muito claramente o que se seguirá. Ela se destina aos santos, isto é, os separados deste mundo para Deus. Você é um separado para Deus. Ela se destina aos fiéis. Ela se destina aos que estão em Cristo Jesus. Essa expressão estar em Cristo é uma união vital e pessoal. É o ramo enxertado na videira que, a partir deste relacionamento, tem uma vida frutífera manifestando o caráter de Cristo e agindo como Cristo. Esses cristãos estão em Cristo, mas também vivem em Éfeso. Essa é a nossa realidade. Já somos do céu por estarmos em Cristo, mas também somos dessa terra, como peregrinos e forasteiros. E muitos dos nossos problemas espirituais surgem do nosso esquecimento de que somos cidadãos de dois reinos. Stott diz que "nossa tendência é ou seguir a Cristo e retirar-nos do mundo, ou ficar preocupados com o mundo e esquecer de que também estamos em Cristo".

Aqueles que estão em Cristo e permanecem em Cristo, conquanto se relacionem diariamente com Ele, estão assentados nas regiões celestiais e desfrutam das bençãos espirituais que o definem.


  1. As bençãos do Pai me definem

     A) A benção de sermos escolhidos segundo a sua presciência, em Cristo. (v.4) Pedro concorda com Paulo quando diz: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai...” (I Pedro 1:2). Antes de criar o mundo, Deus já sabia aqueles que viriam a crer em Jesus, que responderiam com fé à sua graça em Cristo Jesus. Mesmo não sendo merecedores, Deus enviou Cristo para que aqueles que viessem a crer em Jesus fossem escolhidos Nele para viver uma nova vida. Você e eu fomos alvos do amor de Deus. Ao respondermos sim e não rejeitarmos essa graça que opera em nós, ele determinou de antemão que, em Cristo, fosse possível vivermos uma vida santa e irrepreensível diante Dele, ou seja, sermos santos e completos diante Dele. Não existe vida santa a completa sem estar em Cristo. Esse amor foi derramado em nossos corações. E não é possível estar em Cristo sem ser afetado pela santidade Dele por meio dessa graça atuando em você. Pedro também concorda quando diz: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo”. (I Pedro 1:2)   

    B) A benção de sermos adotados como filhos em sua família. (v.5) Na lei romana nos tempos de Paulo, os filhos adotivos desfrutavam dos mesmos diretos dos filhos legítimos. Os filhos legítimos têm o privilégio de acesso direto ao Pai. Você não precisa de intermediários. Em Cristo, você se tornou membro da família! Deus é o nosso Pai e temos livre acesso a Ele. Como filhos, temos direito à herança celestial. Como filhos, nos tornamos participantes de Sua disciplina que modela o nosso caráter. Mas, como filhos temos responsabilidades. O filho reflete o caráter do Pai. Não é uma opção, mas uma consequência dessa filiação. Somos santos como o Pai também é Santo. Jesus disse: “Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu.” (Mateus 5:48) Ser filho e não manifestar o caráter do Pai revela falta de relacionamento e pode levar a um endurecimento do coração e afastamento da família.

 

  1. As bençãos do Filho me definem

     A) A benção da redenção. (v.7) Há um filme chamado Redenção que conta a história verídica de um traficante, que após a prisão, que vai a Sudão para fazer trabalhos voluntários. Entretanto, esse trabalho vira o propósito de sua vida que consistia em resgatar, livrar crianças das mãos de líderes guerrilheiros. Redenção tem a ver com regaste. A palavra redenção significava “livramento mediante o pagamento de um preço” e era aplicada especialmente no resgate de escravos. Do que Cristo nos resgatou? Cristo nos resgatou da culpa de todos os nossos pecados passados. Temos a remissão dos nossos pecados, como o próprio Paulo escreve “Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz. E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz.” Colossenses 2:14,15. Cristo nos resgatou do poder do pecado. E vocês sabem que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. 1 João 3:5. Nele não existe pecado. Nós estamos Nele, portanto, não somos mais escravos do pecado e estamos livres, desde que permanecendo Nele, do justo julgamento de Deus contra os nossos pecados. Ele derramou o seu sangue no altar da cruz e podemos declarar hoje: “Somos um povo livre: estamos livres das punições decorrentes das nossas maldades. Somos totalmente livres” Aleluia!

B)    A benção de conhecermos e sermos parte de seu glorioso plano de restauração de todas as coisas (v.9-10). O pecado desordenou toda a harmonia que havia na criação. Deus quer restaurar todas as coisas. Todos esses conflitos que existem no mundo, esses conflitos que existem em nosso país decorrem da queda de Adão. A criação geme e aguarda a manifestação dos filhos de Deus. Apesar de algo a ser concretizado no futuro, esse processo de restauração começou quando Cristo ressuscitou e estabeleceu que a igreja manifestaria o Seu Reino na terra. Saiba que você tem um papel preponderante na restauração de todas as coisas. Veja comigo II Coríntios 5:18-20! Esse propósito consistia em salvar tanto os judeus como os não judeus. Conforme esta passagem, o que nos define? A agenda de Deus para a nós. Não fomos alcançados apenas para sermos salvos. Fomos alcançados para que essa salvação se manifeste de maneira restauradora na sociedade. Começando em nosso lar e avançando para as nossas relações, somos embaixadores de Cristo e contribuímos para que o Reino de Deus avance. Somos a nova sociedade de Deus! O mundo deve olhar para a igreja e ver o modelo de sociedade, renascida em Cristo que manifesta o seu caráter no lar, nas escolhas, no trabalho, enfim! Não apenas como modelo, mas como instrumento de manifestação do Reino de Deus atuando através da pregação do evangelho para a restauração de todas as coisas. Cristo atuando através de nós!

 C)    A benção de sermos feitos herança (v.11-12). Preste atenção nisto! Aqui fica mais claro ainda quem somos e por que vivemos. Somos feitos herança! Nós somos a nação santa de Deus. O povo de propriedade exclusiva de Deus. Você já parou para pensar nas implicações disso? O maligno não lhe toca. Se você está em Cristo, Ele está em você. O maligno não lhe toca. Você não é dono de si próprio. Você existe para o louvor da glória Dele (v.12). Também temos uma herança garantida na Canaã celestial.

 3.      As bençãos do Espírito Santo me definem 

A)    A benção de sermos selados com o Espírito Santo da promessa. (v.13) No mundo antigo, o selo representava o símbolo pessoal do proprietário. O Espírito Santo é o selo do cristão. O Espírito Santo testifica com o nosso próprio espírito de que somos filhos de Deus. O Espírito Santo é o sinal inegável da obra de Deus na vida do crente. Quando diz “promessa” é apenas para reafirmar que Ele é o Espírito prometido no Antigo Testamento, como por exemplo, em Joel 2:28.

B)    A benção de termos o penhor da nossa herança, o Espírito Santo. Penhor é como ocorre com o anel de noivado. Você faz uma aliança com o compromisso de casamento. A experiência que o cristão tem do Espírito e, no presente, uma antecipação e uma garantia daquilo que será seu quando entrar na posse plena da presença de Deus. Precisamos ser cheios do Espírito Santo!

O que te define? Para concluir, quero contar uma história.

Princípio

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia e o colocou no galinheiro junto às galinhas.

Cresceu como uma galinha.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.

Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

– Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

– De fato, disse o homem. É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.

– Não, retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

– Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova.

A primeira prova

O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:

– Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos e pulou para junto delas.

O camponês comentou: eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

– Não, tornou a insistir o naturalista.

– Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

A segunda prova

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa e sussurrou-lhe:

– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.

O camponês sorriu e voltou a carga: eu havia lhe dito, ela virou galinha!

– Não! respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

A terceira prova

No dia seguinte, o naturalista e o camponês se levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou.

Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.

Foi quando ela abriu suas potentes asas. Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.

Voou……. e nunca mais retornou.”

Quero aplicar essa ilustração dizendo que todos que nasceram em Cristo são como águia. Nascemos para o céu. Nascemos para as coisas do alto! Mas, muitos permitem que o inimigo os coloque entre as galinhas, ciscando com o pecado e não desfrutam de sua vida plena em Cristo. Nascer de novo é necessário para vivermos sob o poder do Espírito Santo em uma relacionamento com Cristo frutificando o caráter e a santidade Dele em nós. Os frutos do arrependimento são manifestos naqueles que tiveram um novo nascimento! Fé, amor e esperança! Viva como águia! 

No amor de Cristo,

Rodrigo Rodrigues Lima, Pastor