sexta-feira, 9 de agosto de 2019

O Evangelho de Paulo - Gálatas 1:11-24


O Evangelho de Paulo
Gálatas 1:11-24

Graça e paz igreja! Hoje daremos sequência à série de exposições da carta de Paulo aos Gálatas. Após Paulo dizer aos cristãos que os falsos mestres estavam pregando outro evangelho, agora ele fará uma defesa a favor de seu apostolado contra os ataques que recebeu. Podemos deduzir pela resposta de Paulo que ele trata de possíveis questionamentos tais como: a) Qual é a origem do evangelho de Paulo para que ele possa julgar o que pregamos? b) Será que Paulo está pregando um evangelho que não tem aprovação dos apóstolos de Jerusalém? c) Será que sua mensagem é genuína? Com isso, eles diziam que Paulo não era um apóstolo e que sua mensagem não era genuína. Eles afirmavam que a mensagem pregada por Paulo era pirateada, aprendido de homens e não do próprio Deus.
Por isso, Paulo após denunciar o falso evangelho desses falsos mestres, em seguida afirmará: “Mas informo a vocês, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é mensagem humana porque eu não o recebi de ser humano algum, nem me foi ensinado, mas eu o recebi mediante revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:11-12). Paulo poderia dizer: “Eu o preguei”, mas “não o inventei”. Ele afirma com toda veemência que o evangelho questionado pelos judaizantes (falsos mestres) não era fruto de sua cabeça e que homem nenhum o ensinou, mas foi fruto da revelação do Senhor Jesus. Por que Paulo poderia afirmar que seu evangelho era verdade e falar com tanta convicção que o Evangelho por ele pregado não poderia ter aprendido de homens e não poderia ser fruto de sua imaginação?

1.Somente o evangelho é capaz de transformar fanáticos legalistas, descrentes e improváveis (v.13-14)
Muito mais do que descrever sua conversão, Paulo está fazendo uma defesa do evangelho que prega. Os judaizantes o acusavam de pregar um evangelho fácil, uma vez que não os obrigava a cumprir ritos judaicos para a salvação, por isso, diziam que a lei era necessária para tornar o evangelho mais sério e comprometido com uma conduta correta. Porém, ele mesmo era um fiel cumpridor de regras e ritos que não lhe foram suficientes. Portanto, para revelar o quanto o evangelho foi mais poderoso do que a lei e ritos judaicos, Paulo descreve como era antes de sua conversão. Veja comigo Atos 26:4-5; 9-11. Ele era um fanático dominado pelo que acreditava como esses radicais islâmicos que vemos hoje, completamente dedicado ao judaísmo de forma radical, perseguindo a Cristo e a igreja. Um homem nestas condições mental e emocional de maneira nenhuma mudaria de opinião, e muito menos se deixaria influenciar por qualquer pessoa que seja. Nenhuma técnica psicológica seria capaz de mudar a Paulo. Eis aqui uma evidência do poder da mensagem do Evangelho. Que lições e princípios podemos extrair? I) O Evangelho é tão poderoso que é capaz de alcançar alguém que aos olhos dos homens é um inalcançável. Não há ninguém que a mensagem do Evangelho não possa alcançar. Então você pode dizer: “Mas, foi o próprio Deus que alcançou Paulo”. Isso mesmo! É por essa razão que ele diz aos judaizantes que, sendo ele um zeloso cumpridor de regras, a mensagem do Evangelho foi muito mais poderosa, sendo o próprio Deus que o alcançou e que homem nenhum poderia ter feito isto. Por isso, a graça não pode ser tida como fácil! O Espírito Santo está trabalhando na vida das pessoas sem Cristo. Nossa missão é anunciar essa mensagem e deixar o restante por conta de Deus.  II) O Evangelho é tão poderoso que é capaz de fazer o que a lei não faz. A lei está sempre perguntando: “O que devo fazer?”, mas a graça está sempre perguntando: “O que Jesus fez por mim”? Há alguém que você conheça que seja improvável aos seus olhos, um legalista ou descrente aparentemente impossível de ser alcançado? Talvez você se sinta muito condenado pelo seu passado. Veja, a graça revela o que Jesus fez por mim e por você e isso é o suficiente. Paulo dirá: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...”, logo não é para aquele que merece, mas crê, por isso, ainda dirá: “Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá pela fé” (Romanos 1:16-17)! Jesus vai ao encontro do mais terrível pecador e do mais resistente.

2.Somente o evangelho pode mudar o curso de nossa vida para propósitos maiores (v.15-16)
Ainda na sua linha de argumentação em provar ao judaizantes e demais irmãos que sua mensagem não provinha de homem algum ou mesmo de sua cabeça, Paulo afirma a total e exclusiva ação de Deus através do Evangelho que o alcançou e mudou o curso de sua história por pura ação divina. Ele afirma que foi separado por Deus antes do seu nascimento, e que pela graça recebeu o chamamento quando teve revelação de Cristo, e tudo isso sem participação de homem nenhum, pois, conforme vimos anteriormente era praticamente impossível algum homem convencer a Paulo. Com isso, ele mostra que nenhuma explicação humana justificaria o grau de sua transformação. Quem era esse homem? Um trem desgovernado! John Stott, imagina Paulo dizendo o seguinte: “No meu fanatismo eu me inclinava a perseguir e destruir, mas Deus (que eu havia deixado fora das minhas cogitações) me prendeu e alterou meu impetuoso curso”. O que podemos extrair de princípios para as nossas vidas a respeito do poder do evangelho? I) Deus tem um propósito em Cristo antes da existência de qualquer ser humano que vier crer Nele. Não cremos que Deus escolhe as pessoas para a salvação, mas cremos que todas as pessoas que vierem a crer em Cristo, há um propósito bem definido por Deus para o curso de suas vidas a partir de sua conversão. Seu propósito consiste em que, todos aqueles que vierem a crer em Cristo, se tornem seus filhos! Os filhos desfrutam da herança! Os filhos recebem perdão! Os filhos tem seu passado perdoado! Isso não tem a ver com nossa capacidade e os nossos méritos! Antes de você nascer Deus já tinha um propósito. Por isso, todos aqueles que passam a crer em Cristo, podem desfrutar desse poder que muda o curso de nossa vida para propósitos maiores. II) Sempre será por graça que Ele nos chama. Ele nos chamou por seu favor imerecido. Ele chamou Paulo, aquele que matou muita gente. Você quer viver um novo curso em sua vida para propósitos maiores? Se entregue à graça de Deus! III) Cristo será revelado através da sua vida. O que significa “revelar seu Filho em mim”? Significa experimentar a mente e o coração de Jesus dentro de você, ganhando a sua perspectiva e seus sentimentos refletindo isso ao seu redor. Ele está escrevendo uma linda história de amor em sua vida e outros estão lendo o que o favor de Deus pode fazer na vida de uma pessoa!

3.Somente o evangelho pode explicar a nossa transformação e nos fazer enfrentar o passado (v.17-24)
Paulo mais uma vez argumenta a favor de sua mensagem para provar aos gálatas que o que ele pregava tinha sido dado diretamente por Deus. Vejo um princípio poderoso aqui. Certamente a maioria de nós não teve essa experiência tão forte de Paulo, mas há lições preciosas quanto a tornar um cristão maduro na fé enquanto caminhamos com Cristo e crescemos na graça e no conhecimento Dele. Quando você começa a sua vida com Cristo, é necessário que você busque entender o que Ele está fazendo em sua vida e em sua história. Não é simplesmente mudar de religião, mas é deixar Jesus assumir o leme da sua vida e conduzir o navio ao porto seguro da salvação. Precisamos sim ter mentores e discipuladores, mas nada substituirá a tua íntima relação com Cristo. Paulo provará que ele não recebeu o evangelho de homem algum, agora descrevendo seus passos de crescimento no evangelho e amadurecimento na fé sob três circunstâncias: a) Três anos isolado na Arábia (v.17-18a). É muito provável que ele foi para a Arábia em busca de quietude e solidão. Cremos que foi justamente nesse período de isolamento que ele recebeu a revelação do Evangelho. Ele estudou aos pés de Gamaliel, matou em nome da fé judaica, era extremamente intelectual, haja vista sua capacidade de debater no Areópago com filósofos gregos em Atenas. Da noite para o dia, tudo o que ele acreditava não era verdade. Ele precisava desse isolamento. Ele fica três anos no deserto. Os discípulos de Jesus ficaram com Ele três anos. Esse deserto foi uma oportunidade para: rever conceitos; firmar sua nova identidade; ouvir a Deus antes de ouvir a homens; estar com Deus! b) Foi para Jerusalém (v.18-19). Aqui ele argumenta que só foi de passagem para conhecer Pedro pessoalmente, mas que a mensagem do Evangelho não havia aprendido com Pedro. Não seria tempo suficiente para ele aprender o evangelho que pregava com esses homens, por isso, seu evangelho não veio dos apóstolos em Jerusalém. Mas, há uma lição aqui. Ele precisa enfrentar o seu passado. Quando você entrega a sua vida a Jesus, você volta para o trabalho, se encontra com pessoas da vida velha e precisa lidar com isso. Nesse sentido, o deserto ou o tempo de reflexão é importante para que você confirme a sua experiência! c) Foi para Síria e Cilícia (v.21-23). Ele não volta para essa região porque quer, mas porque é perigoso ficar em Jerusalém. Nessa região fica a cidade natal de Paulo, Tarso. Ele precisa agora enfrentar a sua cidade natal! Ele vai enfrentar amigos de infância e juventude, mas todos verão e dirão a respeito de sua mudança, e sobretudo, glorificarão a Deus a seu respeito. Esse é o poder do Evangelho.

Em Cristo,
Pastor Rodrigo Rodrigues Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário