Tapando as brechas. Colocando-se na
brecha
Ezequiel 22:23-30
Ezequiel foi um profeta do Reino do Sul (Judá).
Ele havia se tornado um importante sacerdote em Jerusalém (Ezequiel 1:3) um
pouco antes de ser levado para o cativeiro da Babilônia. Ele foi levado cativo
para a Babilônia e estima-se que ele foi chamado pelo Senhor para ser profeta
durante o seu quinto ano no cativeiro (Ezequiel 1:2) e lá exerceu essa vocação
por pelo menos 22 anos (Ezequiel 29:17). Sua missão não era fácil, pois, deveria
denunciar as razões pelas quais o povo de Deus foi levado ao cativeiro. Ele
veio a denunciar as brechas que foram abertas e chamar o povo ao
arrependimento. Veja como Deus é tão gracioso! Deus não quer seu povo na
escravidão, antes, levanta profetas em meio ao cativeiro, na situação de
opróbrio e vergonha, destruição, apatia e indiferença para restaurar o seu
povo.
Neste tempo da graça, todos que caem em si
encontram o favor de Deus e são livres do cativeiro espiritual. Deus ainda tem
profetas falando em nosso meio.
A nação de Judá abriu brechas que os levou
para o cativeiro. Cativeiro é lugar de escravidão. Trabalhar muito e não
construir nada. É lugar de vergonha e desprezo. Príncipes e homens poderosos
perdem sua posição sendo humilhados, lançados em fornalhas e covas. É lugar de
perca de identidade. Eles perdem a sua terra, precisam aprender uma nova língua
e novas comidas. É uma tentativa de mudar a mentalidade.
As brechas que abriram portas para o cativeiro
babilônico revelam os mesmos princípios e resultados de uma vida no pecado. Quais
brechas foram abertas que se revelaram tão devastadoras para o povo de Deus? Por
que Deus não desistiu do seu povo? Como se colocar na brecha? Que lições
aprendemos com essa passagem? O que Deus deseja de nós? É o que veremos hoje.
1.A brecha da familiarização (v.26)
O grupo em destaque nessa passagem são os
sacerdotes. Os sacerdotes eram a elite espiritual do povo de Deus. A função dos
sacerdotes era ser uma ponte entre Deus e o povo. Eles tinham a função de
ensinar a Palavra de Deus para o povo - “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o
conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é
mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Malaquias 2:7-9. Eles eram
os mensageiros do Senhor para o povo de Deus. Eles ministravam ao povo e a
Deus. Entretanto, o que temos aqui é um cenário um pouco diferente relatado por
Ezequiel.
a.Transgridem a lei do Senhor. O primeiro passo para a
familiarização é a transgressão da Palavra de Deus. Observamos um padrão da
ação do diabo em como afastar as pessoas da vontade de Deus. Como ele faz isso?
Colocando a dúvida e a incredulidade no coração das pessoas. Quando uma pessoa
entra numa crise de qualquer natureza, a primeira coisa que o diabo abalou no
coração dela foi a confiança na Palavra de Deus. A Palavra de Deus diz: “Vocês
não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer” (Gênesis
2:16), mas a dúvida vem e diz: “Foi isso mesmo que Deus disse..”?[...]
“É certo que vocês não morrerão” (Gênesis 3:4). Observe um outro
padrão da ação de Satanás. Ele age quando Deus parece estar aparentemente
ausente. Mas, Deus nunca está ausente. Deus está confiando que a fidelidade à
Sua Palavra seja mantida quando Ele parece não estar presente. Esse é um
poderoso aspecto da fé dos verdadeiros fiéis. Você não precisa estar no monte
24 horas por dia para ser fiel a Deus. Você precisa simplesmente crer na
Palavra! Você não precisa estar 24 horas na presença da sua esposa ou marido
para não cair em adultério. Você simplesmente precisa ser fiel à aliança, à sua
palavra dada a ela ou a ele no altar no dia que disse sim. Porém, a
incredulidade e a desconfiança, fruto da familiarização leva à queda. Os
sacerdotes a transgredirem a lei do Senhor.
b.Profanam as coisas santas. Não fazem distinção (diferença)
entre o santo e o profano e não ensinam essa diferença. Esse é o coração da
familiarização. Quando o santo e o profano são a mesma coisa. Os sacerdotes perdem
a expectativa. Não havia mais nada de novo para eles. Era uma rotina de rituais
e agendas. Logo, a irreverência tomou conta do coração deles e já não viviam
de coração conforme à aliança. Deus já não era a paixão deles, por isso,
não ensinavam! Esse ensino consiste na vida! Havia azeite para as lâmpadas do
templo, mas não havia vida neles. Às vezes estamos tão cheios do “azeite”, mas
a vida não está acompanhando essa realidade. Sabe por quê? O azeite não vai
parar de fluir enquanto houver pessoas precisando ser ministradas. Mas, isso
não significa que há aprovação de Deus. Deus quer restaurar o altar do nosso
coração e fazer uma fusão entre unção e vida! Não haverá profanação, mas avivamento!
Tape hoje a brecha da familiarização e se coloque na brecha! Deus tem PRESENÇA
DELE para você.
2.A brecha dos relacionamentos quebrados (v.6-7; 9-12)
A desestruturação da nação de Judá se deu no núcleo familiar.
A estratégia do diabo não mudou. Ele tenta destruir a igreja desestruturando as
relações familiares e a própria igreja como a grande família de Deus.
O Espírito Santo usa o profeta Ezequiel e revela uma cadeia
de relacionamentos quebrados usando a expressão “derramar sangue” pelo
menos três vezes nesse trecho (v.6; 9; 12). A criminalidade e o índice de
mortos eram muito elevados e Deus estava observando isso na nação de Judá a
partir das relações na família. E hoje? Nos tempos da nova aliança Jesus disse:
“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará
sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se
irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a
seu irmão estará sujeito a julgamento no tribunal; e quem lhe chamar: Tolo,
estará sujeito ao inferno de fogo.” Mateus 5:22-23. O Espírito Santo
inspirou João escrevendo: “Toda pessoa que odeia seu irmão é homicida, e
sabeis que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo.” I João 3:15.
Nessa era em que vivemos, os relacionamentos são
descartáveis. É muito comum haver quebra de relacionamentos. O que desejo
destacar é que uma brecha se abre quando não resolvemos um pecado, um conflito
ou uma ferida emocional. David Kornfield explica na Bíblia de Estudo do
Discipulado alto interessante: “O que acontece quando não resolvemos logo um
problema destes? Consciente ou inconscientemente nos justificamos. Nós
argumentamos que não foi exatamente um pecado; nos explicamos e nos
justificamos. Se outra pessoa estiver envolvida, argumentamos que ela errou
(claro que é bem pior do que nós) e que essa dor justifica a nossa reação. Começamos
a construir um autoengano. Não percebemos o mal que criamos e nos escondemos em
nossas explicações e justificativas.” A nação de Judá se destruiu pela
falta de perdão! A falta de perdão adoece, torna a pessoa cativa de mágoas e
não trata as feridas. Essa brecha é devastadora! Tape a brecha dos
relacionamentos quebrados hoje! Deus cura todas as suas enfermidades e sara
todas as suas feridas emocionais. Deus quer restaurar seu coração hoje! Entre
na brecha do perdão!
3.A brecha da falta de oração (v.30)
Deus procurou entre os profetas, os sacerdotes, os príncipes
e o povo alguém que reconstruísse a muralha e se colocasse na brecha diante
dele, mas não encontrou nenhum! Isso é muito forte!
Esse muro era o muro da justiça e da
santidade. A pecaminosidade havia se tornado tão
grave que Deus buscou uma pessoa de oração que intercedesse pela cidade
pecadora, mas não achou ninguém. Mas, aqui encontramos a poderosa resposta para
reverter esse quadro. Oração! Quando Deus revelou a Abraão que destruiria
Sodoma e Gomorra, este se colocou na brecha da oração em favor de Ló. Deus age
em resposta à nossa oração! Nós somos ministros de Deus e temos autoridade no
nome de Jesus para expulsar demônios, curar enfermos e fazer sinais e
maravilhas. Por isso, o diabo tenta nos paralisar e temos tanta luta para orar!
“Se somos fracos na oração, somos fracos em toda parte”. Oração produz
avivamento! Oração produz intimidade! Deus quer você na brecha da oração e
assim, você romperá com a familiarização e terá relacionamentos saudáveis. Para
concluir, quero mais uma vez falar sobre os sintomas de que você possa
estar enfrentando uma batalha espiritual e o que a legalidade ao pecado produz.
1.
Falta de paixão espiritual. Perde a empolgação e perde a
disposição. A alegria de orar e ler a Bíblia. Você perde a leveza para
liderar. 2. Frustração extrema. Sente um negócio ruim por dentro. Quando
a angústia tem motivo de perdas significativas é normal. Agora quando persiste
é ataque espiritual para destruir você. 3. Confusão sobre o
propósito. Aumenta pressão. Acha que não é a pessoa certa no lugar
certo. Quer sair, fazer outras coisas. 4. Falta de paz. A tentação
tira a paz. Pensamentos veem na sua mente e não saem. Acusações. Imoralidade.
Pornografia. Erotismo. Inquietação toma conta de sua mente. Isto leva a
exaustão. As vezes está ligado às necessidades, como dinheiro. Facilmente irritado.
Podendo pregar de maneira irritada, é mais um desabafo. 5. Lentidão e
cansaço. As coisas não rendem. Não avançam. Perde a criatividade. Não
quer fazer nada. Principalmente quando se repete por dias e semanas, até
meses. 6. Forte desejo de desistir. Vontade de desistir. 7.
Ser tentado a voltar para antigas amarras. Pessoas e coisas antigas voltam
a lhe tentar. Práticas pecaminosas nos rondam querendo nos dominar. A mente
fica embotada. 8. Dúvida a respeito do chamado sobre o qual tinha plena convicção. Fica
pensando novamente se não foi coisa da minha cabeça. Se acha uma fraude.
Deus quer dar um basta nisso hoje! Vamos tapar as brechas e nos
colocarmos na brecha! Tem favor de Deus para a sua vida hoje.
No amor de Cristo,
Pastor Rodrigo