Tema: A fragilidade humana
II Coríntios 12:7-10
Amadas irmãs e
amados irmãos, esta semana foi muito difícil para muitas pessoas da nossa
comunidade e tem ainda tem sido muito difícil para muitos. Momentos de
enfermidade, desemprego, dor, tristeza e dificuldades diversas. Irmãos, essas
coisas revelam nossa fragilidade, ou seja, revelam do somos feitos, do pó da
terra. Fala tanto da fragilidade do corpo quanto da alma. Nos falta literalmente
força física e subjetivamente, nos falta força emocional. Falar dessa fraqueza
é falar da realidade do ser humano e de toda a criação. Desde a queda de Adão e
Eva assumimos essa condição. Essa fragilidade fala do nosso sofrimento. Alguns,
por não saber lidar com o sofrimento chegam a tirar a sua própria vida. Outros
se decepcionam com Deus e professam ateus diante do sofrimento. Há outro grupo
de pessoas, e essas, dentro das igrejas em profunda crise, pois, não deixam de
crer em Deus e frequentam a igreja, mas seus corações estão cheio de feridas,
cheio de marcas de tanto sofrimento e não querem admitir que no fundo, estão
mesmo é decepcionadas com Deus. Por isso, falar da fraqueza (fragilidade) e do
sofrimento não é algo muito simples. É pisar em um campo minado de muitos
corações. Por isso mesmo, falar de sofrimento é também falar de cura hoje. A
cruz é o caminho onde Jesus escolheu se identificar com o nosso sofrimento, mas
é também o lugar onde Ele escolheu curar nossas emoções e nos fazer enxergar os
nossos sofrimentos com os olhos de Dele. Está escrito na Carta aos Hebreus: “Porque não temos sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as
coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” Hebreus 4:15
Antes de mais nada,
é importante todos sabermos que temos um Deus amoroso e gracioso, que sabe que
somos pó (Salmo 103:14).
1.O reconhecimento de nossa fragilidade gera humildade
(v.7)
O apóstolo Paulo foi
um homem que recebeu revelações do Senhor (II
Coríntios 12:1; 6) e isso foi a sua glória. Ele teve o privilégio de ver a
grandeza das revelações de Deus. Se olharmos na história bíblica todos os
homens que tiveram profundas revelações de Deus enfrentaram algum tipo de
sofrimento. Como é gostoso crescer nos dons, ministérios, se achar na obra de
Deus e nas revelações de Deus. Entretanto, isso se configura em um perigo na
nossa caminhada, se não nos mantivermos humildes. Você se lembra de que nos
paradoxos de Deus, para crescer você tem que diminuir? O que se pode aprender
com o sofrimento de Paulo?
I.Ao reconhecer
sua fragilidade, Paulo se mantém imune à repulsão. Repulso é o contrário de empatia. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve
em Cristo Jesus”. Filipenses 2:5
Pessoas que passam pelo sofrimento e por momentos que se vê sem força se
identificam com o sofrimento e com a fragilidade dos outros se tornando mais
sensíveis e solidárias. Quem sofreu o luto compreende e sabe como consolar
alguém que sofre de luto. Quem sofreu com certa enfermidade compreende e sabe
como consolar alguém com a mesma enfermidade. Jesus se compadece de nós porque
Ele sofreu na carne o que nós sofremos hoje. Pessoas arrogantes não compreendem
as outras.
II.Ao reconhecer
sua fragilidade, Paulo se mantém imune ao orgulho. “Para que não me ensoberbecesse”. Tem um ditado que
diz: “Deus não dá asa à cobra”. Se você
nasceu de novo, Deus não lhe dará nada que o afaste Dele e lhe dará todo o
necessário para que você permaneça próximo a Ele. A soberba precede a queda
e a altivez de espírito a ruína. Provérbios. A maneira pela qual Deus nos
mantém em equilíbrio com a nossa natureza é o espinho. O espinho nos fala da
humanidade e da sua fragilidade. A cruz nos chama à RENDIÇÃO. A vida cristã
só pode ser vivida por pessoas RENDIDAS A DEUS que desistem de viver pelos seus
esforços, entretanto, o nosso EGO se torna inimiga. Quando estamos sofrendo
corremos para a cruz e daquele que se fez frágil nos rendemos e nos mantemos
humildes diante de Deus. Ficamos escandalizados com pessoas que crescem na vida
com Deus, mas enfrentam algum tipo de sofrimento. Entretanto, não quero dizer
qualquer tipo de sofrimento. Existem sofrimentos que nós causamos por nossas
más escolhas e decisões, mas existem sofrimentos que nos fogem ao controle e
desses quero lhe dizer que Deus tem um propósito. Ele está forjando Cristo em
você.
Você já pensou na
fragilidade de Jesus como homem indo à cruz? A lógica da cruz é que quanto mais
me ponho diante da cruz mais conheço a Deus e quanto mais conheço a Deus, mais
me pareço com Ele como Seu FILHO. A cruz é para o FILHO. Jesus é o filho de
Deus! Você é filho de Deus? Então a cruz é para você também. A cruz gera
humildade.
Pergunta 1: Como
o sofrimento ajudou você a ser solidário com as pessoas?
2.O reconhecimento de nossa fragilidade gera
intimidade com Deus (v.8-9)
A vida cristã só
pode ser vivida por pessoas RENDIDAS QUE NEGARAM A SI MESMAS e que desistiram
de viver pelos seus esforços. Como nos rendemos? Em oração! Quando Paulo se vê
em sofrimento, em seu momento de fragilidade e fraqueza com aquele espinho na
carne, Ele ora e pede que Deus afaste o mensageiro de Satanás. Ele pede três
vezes! Aprendemos aqui que a oração é uma arma poderosa enquanto Deus nos
aproxima Dele por meio de nossa própria fragilidade. O sofrimento nos ensina a
orar. O espinho nos ensina a orar. A oração gera em nós atitude de submissão
diante da fragilidade, pois, quando eu oro passo a discernir os propósitos de
Deus. Percebemos nossa fragilidade não
só na dor, mas diante de desafios ministeriais e na vida como um todo.
Paulo e Silas presos oravam e cantavam. Por que Paulo estava preso? Porque
estava fazendo a vontade de Deus. O que ele faz? Canta e ora porque ele estava
ciente que tudo aquilo estava conforme o propósito de Deus. A intimidade com
Deus cresce em meio ao sofrimento.
I.Algo está sendo
gerado enquanto reconhecemos nossas limitações – O que Deus começou na sua vida antes do sofrimento
e dos desafios gigantescos Ele vai cumprir. Devemos aguardar biblicamente a boa
obra que Deus começou.
II.Deus está
formando em nós – As portas que Deus
abre e fecha, as perdas e os ganhos que ocorrem na nossa caminhada cristã e
todo o mais tem a ver com o que Deus está formando em nós como um tapeceiro.
Enquanto se entrelaça os fios fica tudo feio. Temos que ver pelo lado certo.
III.Deus está
formando em nós – Deus está nos
preparando para esta vida e para a vida eterna.
IV. Deus quer nos
ensinar a visualizar o resultado do que está fazendo em nós – Há frutos para serem colhidos. O principal fruto a
ser colhido é intimidade com Deus. Paulo ouve a Deus: “A minha graça te basta”.
A intimidade nos leva a experimentar GRAÇA.
Deus está nos aperfeiçoando. Vejamos Hebreus
12:4-13 com ênfase para os versos 10 e 11. Deus nos disciplina para aproveitamento,
a fim de sermos participantes da sua santidade. Pergunto: Qual é o pai que não quer que seu filho se pareça com Ele?
Por isso corrigimos nossos filhos em amor, porque temos um padrão de moral e
conduta que queremos ver em nossos filhos. Quando você contraria seu filho para
o bem Dele, ele fica EXERCITADO PARA A VIDA. Deus está nos exercitando para a
vida eterna. Para sermos parecidos com Ele. Ele está nos forjando. Isso
aconteceu com Jesus! Vejamos Hebreus
5:7-9. Todos que passam pela prova saem fortalecidos. O povo de Israel
entrou no deserto com a mentalidade de medo e escravidão. Saiu como guerreiro
que sabia depender de Deus e fazia os povos em sua volta tremer. O chamado de
Deus para o seu povo não mudou, mas seu povo mudou. Deus nos muda através da
cruz para o estarmos preparados para o que temos de receber Dele. Até mesmo
quando enfrentamos gigantes na terra prometida somos fortalecidos. Nosso coração
se enche de confiança e fé em Deus.
Pergunta 2: Como
a serenidade de outros cristãos durante o sofrimento aprofundou o seu respeito
por essas pessoas?
3.O reconhecimento de nossa fragilidade humana produz
poder e força (v.10)
Irmãos e irmãs,
Paulo é louco ou há um mistério aqui! Paulo é masoquista? Ele gosta de sofrer?
Ser cristão é gostar de sofrer? Claro que não! Mas, Paulo descobriu algo
poderoso por meio do sofrimento, por meio desse reconhecimento de sua
fragilidade!
Lembremos que Paulo
é vaso de barro, limitado, impotente e fraco. Mas, ele entendeu a mensagem da
cruz. Ele entendeu que o segredo da vitória é a rendição. O segredo de uma vida
de poder e força estão na fraqueza, na impotência, no se submeter ao trabalhar
de Deus enquanto descobrimos nossa fragilidade no sofrimento e quando nos vemos
diante de desafios ministeriais e da vida como um todo! Para entendermos mais
isso, vamos pensar no povo de Israel no deserto. Quando o povo de Israel
atravessa o mar vermelho eles viverão quarenta anos no deserto. A passagem pelo
mar vermelho representa para nós o sangue de Jesus fazendo divisão entre o
Egito (que é a vida velha) rumo à terra prometida (a nova vida), mas tem
deserto no meio para preparar o povo para a terra prometida. É no deserto que o
povo conhece o poder de Deus mais de perto.
I.No deserto
houve maná – É no deserto que somos
alimentos pelo poder de Deus. O maná é o poder de Deus nos alimentando a alma,
a vida, e sobretudo a fé. O povo foi alimentado pela fé no deserto.
II.No deserto tem
nuvem durante o dia e coluna de fogo durante a noite – Nesse processo de libertação do Egito, daquilo que
é velho e no processo de dependência de Deus, nos dias quentes do deserto tem
nuvem de Deus protegendo e noites frias do deserto o povo foi guiado, protegido
e aquecido pela coluna de fogo. É no deserto que experimentamos a direção, a
proteção e o calor do Espírito de Deus sobre a nossa vida. É poder de Deus no
meio da fraqueza! É poder de Deus.
Deus quer nos
fazer carvalhos de justiça! (Isaías 61:1-3). O carvalho demora anos
para crescer. Quanto mais temporais e tempestades enfrenta, mais forte e adulto
se torna. Suas raízes se aprofundam de tal forma que os ventos e as tempestades
não podem derrubá-la. As tempestades não apresentam para ela ameaças apenas
desafio. Ela é uma árvore cheia de marcas, retorcida peças tempestades que
enfrentou, mas é referência para geólogos para medir as tempestades que a
floresta já enfrentou. Por isso igreja, Paulo tem prazer no sofrimento por amor
a Cristo. Quando ele é fraco, então Ele é forte por causa do poder de Deus
experimentado em sua vida.
Para concluir, abra a sua
bíblia no Salmo 103. Vejamos o quão amoroso e gracioso é o nosso Deus.Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor