Identidade, poder e missão! (PARTE 1)
Marcos 1:9-17
Há princípios valiosos a respeito da vida e do ministério de Jesus que
são norteadores para nós. Como discípulos do Mestre seguimos suas pegadas e
valores sendo reflexo Dele em nós. Ele é o nosso mentor-mor, nosso Senhor
absoluto e modelo. Jesus é o parâmetro para as nossas escolhas e ações.
A vinda de Jesus à terra inaugurou o Reino de Deus (Marcos 1:15). Ele
veio para buscar e salvar o perdido (Lucas 19:10). Ele é a Rocha sobre a qual
estabeleceu a Sua igreja (Mateus 16:18). Ele nos salvou e agora nos fez
ministros da reconciliação (II Coríntios 5:18). Edificamos a sua igreja, o
Corpo de Cristo (Efésios 4:12). Edificar é reconstruir. Edificar o corpo é, na
verdade, reconstruir pessoas. Reconstruir casamentos, reconstruir a identidade
e restabelecer a aliança com Deus. Edificação é transformação. Deus nos tornou
agentes desse Reino e dessa edificação. Mas, como isso se dá?
Quando olho para vida de Jesus, observo que o que Ele realizava tinha
muito mais a ver com quem o designou, o Pai. Na obra de Deus, a nossa missão
tem muito mais a ver com quem nos chama ou escolhe do que com o que fazemos. É
relacionamento com Deus e vocação de Deus. Deus nos escolheu para sermos
conforme a imagem de Jesus (Efésios 1:4), ou seja, Ele não disse para sermos,
mas nos escolheu para sermos. É completamente diferente! Se sou algo, sou
porque Ele me escolheu, me chamou, me separou para ser algo Nele. Ele não quer
que você seja um instrumento de benção, pois, se Ele escolheu você, logo, você
é um instrumento de benção!
A porção de Marcos 1:9-17 nos mostra a fonte de identidade, a fonte do
poder e a fonte da missão de Jesus baseado em quem Ele é e não no que Ele pode
fazer. Porque Ele foi enviado pelo Pai, sendo um com o Pai, pode cumprir sua
vocação, o seu chamado.
Se sou algo, sou porque Ele me
escolheu, me chamou, me separou para ser algo Nele. Ele não quer que você seja
um instrumento de benção, pois, se Ele escolheu você, logo, você é um
instrumento de benção! Assim sendo...
1.Jesus rompeu com o lugar das improbabilidades (v.9)
a.Jesus veio de um lugar improvável (v.9). Jesus era de Nazaré. Nazaré era um
vilarejo muito pequeno, portanto, um lugar desprezado. No evangelho de João
1:46 está registrado o diálogo entre Felipe e Natanael. Este, sem cerimônias
pergunta: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”
b.Jesus veio de um lugar de incrédulos quanto ao seu ministério (Marcos
6:1; 3; 5). Apesar
de pequena, Nazaré se escandalizou com Jesus. Eles não enxergavam em Jesus o
Filho de Deus, o escolhido e vocacionado, mas o filho de Maria e José. A
incredulidade, fruto da familiarização, impediu que Jesus realizasse milagres.
O incrédulo não vê a ação de Deus, mas as limitações do homem. O familiarizado
não acredita que Deus possa estar escolhendo o improvável, porque vê segundo a
perspectiva humana como ocorreu com Davi.
O que eu aprendo com essa situação? I) Uma vez escolhido por Deus, não existe lugar ou pessoa improvável e
muito menos limitações que impedirão a realização da obra de Deus; II) Uma vez
escolhido por Deus, você poderá suscitar inimigos e resistências, mas deverá
manter-se firme na sua vocação, afinal, você é um escolhido de Deus. É por
isso que você pode liderar uma casa de paz e uma célula! Não porque você seja
capaz, mas porque Deus escolheu você para fazer discípulos, para influenciar,
enfim, para liderar.
Agora, para aqueles que não acreditam que Deus possa usar fulano ou
beltrano, ou que não possa realizar maravilhas em nosso meio, os escolhidos não
ficarão limitados aqui. Deus os levará para outro lugar! Se quisermos ver
sinais de Deus em nosso meio, precisamos crer que Deus pode usar do mais
simples ao mais capaz em nosso meio. Deus não está limitado por nossa história
de vida, por nossos poucos recursos ou qualquer outra coisa, mas a nossa
incredulidade pode sim limitar a ação de Deus em nosso meio.
Se você não crê que Deus está agindo e falando na vida do seu pastor,
líder ou irmão, pouco você poderá experimentar da ação de Deus. Não compete a
nós julgar, mas compete a nós ajudar, potencializar e guiar porque
somos escolhidos de Deus e é isso que nos levará a avançar.
Amada igreja, Jesus não se deixou limitar. Ele partiu dali (Lucas 4:30).
Entretanto, também há aqueles que sofrem da “síndrome de Nazaré”. Ao invés de
se verem escolhidas e vocacionadas, como de fato são, elas preferem limitar a
si mesmas. Essas pessoas limitam a ação de Deus sobre si mesmas, pois, não
usufruem da sua real identidade (v.11). “Tu és meu filho amado”.
Se sou algo, sou porque Ele me
escolheu, me chamou, me separou para ser algo Nele. Ele não quer que você seja
um instrumento de benção, pois, se Ele escolheu você, logo, você é um
instrumento de benção! Assim sendo...
2.Jesus tinha visão espiritual
e recebeu poder para o seu ministério (v.10)
a.O poder vem do alto (v.10) É possível
termos um ministério poderoso e abençoado igual ao de Jesus. Para isso
precisamos de revestimento do alto. Jesus não faz nada sem antes receber o
revestimento e a capacitação. Ele enfrentaria desafios e dificuldades, por
isso, precisava de poder. Nós também enfrentaremos desafios e dificuldades, mas
temos conosco o poder! Qual foi a ordem de Jesus aos seus discípulos? “Fiquem
em Jerusalém até que sejam revestidos de poder do alto” (Lucas 24:49). O
que é o alto, senão de cima, do céu? De onde veio a pomba que pousou sobre
Jesus? O Espírito desceu do céu! Eu tenho que nascer do alto para pensar e agir
como alguém do alto e que recebe poder do alto! A igreja precisa de
revestimento para viver sua nova identidade e cumprir sua missão (Atos 1:8).
O que ocorre com alguém que vive segundo a sua
identidade de filho (Marcos 1:10) e assume sua missão (Marcos 1:15)?
I.Recebe poder para resistir às tentações e ao
pecado (1:13). Esse poder capacitou a Cristo. Quero dizer que não se busca poder para
vencer as tentações, porém, pelo fato de estarmos cheios de poder é que
venceremos as tentações. As tentações sempre existirão. Não apenas tentações
sexuais ou financeiras, mas tentações de orgulho, de
manipulação, de invejas, tentações fruto da vaidade e do uso do poder para
benefício próprio. Ser cheio do Espírito é ser cheio de Deus, logo, uma vez
cheios de Deus não haverá espaço para pecado. Isso significa dependência de Deus e direção, que é uma vida no Espírito, uma vida no poder (João 3:8); II.Recebe
poder para proclamar a mensagem de arrependimento (1:15). Esse é o processo
natural que descrevemos ao observar a igreja primitiva. “Pedro, cheio do
Espírito Santo, lhes disse...” (Atos 4:8); “Ao verem a ousadia de Pedro e
João...” (Atos 4:13); “...cheios do Espírito Santo...com ousadia, anunciavam”
(Atos 4:31). Isso significa dependência de Deus e direção, que é uma vida no
Espírito, uma vida no poder (João 3:8)
b.O poder é revestimento para o ministério
(v.10) Deus derramou o Seu Espírito sobre nós para cumprirmos a missão porque
somos escolhidos Dele! Jesus, ao receber esse revestimento, no dia em que foi
rejeitado em Nazaré, abre as Escrituras em Isaías 61:1-2 e nos mostra o que
significa ser o escolhido, o enviado e o que significa receber revestimento do
Espírito conforme registra Lucas 4:18:19 e essa palavra é para todo aquele que
é Filho de Deus. Abra comigo e leia comigo: “O
Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista
aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do
Senhor”. Igreja, isso não é um peso sobre nós como se
fosse uma obrigação ou dever, não! Essa não é a nossa identidade, não. Esse
texto é um empoderamento que recebemos, é poder! É autoridade! É vida de Deus
através de nós. O Espírito do Senhor está sobre nós e nos ungiu para sermos
agentes de transformação, de reconstrução de lares, de vidas, de pessoas
quebradas e destruídas. Elas estão por aí e nós somos o que somos com esse
poder sem igual. Satanás pode criar suas armas espirituais de última geração,
mas nós detemos a maior tecnologia e nessa história já sabemos o resultado
final. “As portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do Senhor.
Rodrigo Rodrigues Lima
Pastor