TEMA: Discípulos que vivem pelo Espírito
Gálatas 4:6
Somos uma comunidade
de discípulos buscando o aperfeiçoamento constante. Mais evidente agora com uma
agenda que nos remete ao objetivo inicial da igreja primitiva: viver verdadeiramente
como discípulos! Não apenas ouvintes distantes, mas parceiros de Deus e nos Seus
propósitos, focados no relacionamento verdadeiro com Ele e com nossos irmãos.
Estamos sob o mesmo pensamento e convicção de que todos nós, sem exceção, fomos
chamados a sermos discípulos e a frutificar. Essa unidade em Deus não poderia
gerar outros resultados senão o que temos visto: cultos edificantes, transformações,
alegria, fé, cuidado mútuo, propósito... Porém, também temos vivenciado lutas,
batalhas espirituais, confusões ministeriais, dificuldades financeiras, de
relacionamento... Seria uma grande ilusão pensar que o inimigo não se
incomodaria. Estamos cercados de más influências nos programas de televisão,
por pessoas no trabalho, faculdade, escola.. até alguns familiares e mensagens de
ditos “cristãos” que ouvimos por aí. O cansaço e a correria do dia a dia tendem
a nos acomodar em nossa vida com Deus e sem percebermos acabamos vivendo uma vida
cristã fria, de práticas desanimadas e que apenas aliviam nossa consciência.
Ficamos relaxados e distantes do que Deus projetou para nós, Seus filhos. A
consequência: passamos a viver um “outro” evangelho suficiente em suas práticas
dominicais e com orações que soam mais como palavras jogadas ao nada. Ficamos
perplexos com o que deveria ser normal e acostumamos a não sentir a presença de
Deus constantemente em nossas vidas. Olhamos os irmãos pelos seus defeitos e
nem sabemos como seria diferente disso.
Pergunta 1: Com base no que lemos até
aqui, na sua opinião, o inimigo tem mais
utilizado para influenciar as pessoas levando-as a ficarem mais distantes de
Deus e daquilo que foi projetado a elas?
Graças a Deus pelo
Seu cuidado e Sua palavra! Ela tem o poder suficiente para nos ajudar e nos
orientar para uma vida de satisfação plena e no Espírito. A carta de Paulo aos
gálatas nos mostra que aquela comunidade passou pelo mesmo problema de más
influências e se deixou levar por ensinamentos que a fizeram voltar às práticas
anteriores, de quando não tinham o Espírito. Anularam a suficiência da graça de
Deus, vivendo pelos seus próprios esforços e dando mais espaço à carne em
detrimento ao Espírito. O apóstolo Paulo, inspirado, transmitiu ensinamentos
valiosos e úteis até os dias de hoje e que certamente podem nos aperfeiçoar
enquanto igreja de Cristo.
Vale ressaltar que a
igreja tem sua composição feita por indivíduos como eu e você, com a mesma fé e
propósito diante de Deus. A influência negativa que aconteceu em Gálatas não
foi um mero discurso público, mas com certeza começou influenciando uma única
pessoa... e outra... e outra, até tomarem parte no todo. Por isso, os
ensinamentos dessa carta não são estritos às “comunidades”, mas também para mim
e para você, para PESSOAS, indivíduos que compõem o corpo de Cristo.
O que aconteceu com os Gálatas?
Aquele povo havia
recebido a mensagem do evangelho de maneira muito positiva (Gálatas 5:7). Era uma comunidade que tinha o Espírito Santo (Gálatas 3:2), tinha passado por
experiências de sofrimento (Gálatas 3:4),
havia experimentado milagres (Gálatas
3:5), era receptiva e alegre (Gálatas
4:14-15). Ou seja: uma comunidade de discípulos genuínos e maduros. Porém,
as pessoas deixaram-se levar por falsos ensinamentos e voltaram-se às práticas
passadas. Trocaram a Graça pela Lei, a liberdade pela escravidão. “Admiro-me de que vocês estejam abandonando
tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro
evangelho” (Gálatas 1:6); “Ó gálatas insensatos, quem os enfeitiçou?”
(Gálatas 3:1a); “Vocês corriam bem. Quem os impediu de continuar obedecendo à verdade?
Tal persuasão não provém daquele que os chama. Um pouco de fermento leveda toda
a massa.” (Gálatas 5: 7-9).
Como isso aconteceu?
A igreja da Galácia sofreu influência dos judaizantes (eram cristãos judeus
para quem, entre outras coisas, várias das práticas cerimoniais do judaísmo
eram ainda obrigatórias). Esses conseguiram persuadir a igreja. As pessoas daquela
comunidade DERAM OUVIDOS ao discurso de que os gentios convertidos deveriam ser
circuncidados e seguirem a Lei de Moisés para receberem a salvação e serem
aperfeiçoado por Deus (Gálatas 3:3).
Dessa forma estavam anulando a graça de Deus e a suficiência do sacrifício de
Cristo (Gálatas 2:21; 5:4).
A Lei tinha um
propósito muito claro: Apontar a transgressão, evidenciar o pecado (Gálatas 3:19). A Lei era para aqueles
que viviam pelas práticas da carne (Gálatas
5:17-18). Os galátas voltaram a uma batalha perdida: A MERITOCRACIA para
serem aceitos por Deus. Definiam seus relacionamentos com Deus pelos seus
próprios méritos. Inevitavelmente a auto avaliação ora os afastavam de Deus
(quando se achavam indignos), ora os “aproximavam” de Deus quando se achavam
suficientemente bons. Isso estava
errado! Não compreenderam que tudo é graça! Nossa reconciliação com Deus se deu
única e exclusivamente pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz! Esse é o
evangelho! (Gálatas 2:15-16).
Hoje somos
influenciados pelas mesmas ideias. Não podemos perder de vista que quem garante
nosso relacionamento com Deus é Cristo e não nossas ações. A Lei traz culpa, a
culpa nos afasta de Deus. Se você acha que faz as coisas certas para merecer a
presença de Deus, está a um passo da derrocada. Em uma comunidade de discípulos
maduros esse é um perigo muito grande, pois possuímos as motivações corretas e
a capacidade para andarmos em santidade, amor, paz, boa conduta e em plenitude
de vida.
Porém, se
vacilarmos no andar COM o Espírito, nosso entendimento é deturpado e a
conduta natural e sem interesse algum passa a ser um fim em si mesma, vazia, ao
invés de ser uma consequência. Passamos a andar pelas nossas próprias forças e a
vida com Deus passa a ser pesada, difícil. Começamos a nos achar equivocadamente
suficientes para a presença de Deus ou tendemos a nos afastar Dele, ficando desmotivados em ir para a igreja, não queremos nos
relacionar com os irmãos, perdemos o significado de orar...
Pergunta 2: Você já sentiu vontade de
desistir da vida cristã por sentir peso de culpa, ou de não estar agradando a
Deus, ou ainda, por tentar fazer coisas certas e não ter muito êxito? De acordo
com o que lemos, qual é a solução?
Assim como os gálatas
não deveriam dar ouvidos aos judaizantes, nós não podemos nos deixar levar por
essas VOZES INTERNAS ou externas que procuram nos distanciar de Deus e nos
levar às práticas passadas, à escravidão. Essas “vozes” hoje em dia (assim como
foram os judaizantes para os gálatas) são todas as coisas que nos afastam de
viver uma vida no Espírito. Podem ser suas tarefas excessivas que te afastam de
Deus; podem ser pessoas dizendo que não precisa “ir para a igreja hoje”, não
precisa ler a palavra nem orar hoje; Pode ser pecadinhos que você pensa que não
são problemas reais...
Só havia um jeito dos
gálatas se libertarem e saírem debaixo da escravidão da Lei: Vida no Espírito!
“Mas se vocês são guiados pelo Espírito, não estão
debaixo da Lei” (Gálatas 5:18)
“Mas o fruto do Espírito é... Contra essas coisas não
há lei.” (Gálatas 5: 22-23)
A mensagem geral de
Paulo no livro de Gálatas é mostrar que a justificação vem pela fé em Cristo e
não por mérito humano. Mediante essa fé somos feitos filhos de Deus (Gálatas 3:26) e porque somos filhos,
Deus enviou o Espírito de Seu Filho aos nossos corações! E graças a vida que
agora temos no Espírito nós somos livres! Nada poderíamos fazer para termos uma
vida plena, completa que só é encontrada em Deus. Eu e você não podíamos nos aproximar
verdadeiramente Dele antes de compreendermos que isso só é possível quando
entendemos o sacrifício de Cristo na cruz. Após esse entendimento e fé em
Cristo, nós temos o Seu Espírito em nosso coração! (Gálatas 4:6)
O cuidado
Os cristãos da
Galácia haviam experimentado essa vida no Espírito, como é exposto nas
entrelinhas da carta e vimos no início. Paulo escreve: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam
FIRMES e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão” (Gálatas 5:1).
Quem precisa ficar
“firme” para se manter livre? Por acaso queriam viver sob a escravidão? E nós?
Normalmente se algo
não é firme, se deixa levar por alguma força ou pressão. A força que balançava
a convicção e liberdade dos gálatas eram os próprios judaizantes com seus
discursos de prática da Lei. E por que os gálatas foram atraídos em deixar a
liberdade da graça de Cristo para voltarem a escravidão da lei? Vejo 2 sinais
que provavelmente influenciaram eles e certamente
nos influenciam até os dias de hoje:
1.A tentação de nos mantermos no controle da nossa
vida. “Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito,
querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?” (Gálatas. 3:
3) O quão difícil é abrir mão do controle de nossas vidas! No caso de uma
comunidade de discípulos maduros, os resultados positivos em nossas vidas
passam um certo “ar” de controle de que suas ações tem gerado efeitos
positivos. Tomamos o controle dos procedimentos de tal forma que se algo sai do
eixo, forçamos do nosso jeito para que voltem “ao normal”. Para os gálatas,
voltar à Lei significava manter o controle, a ordem, a tradição, o “normal” de
sempre. Inclusive Paulo foi acusado de “facilitar
e querer agradar os gentios” deixando a salvação mais fácil, pela graça (Gálatas 1: 10).
Pergunta 3: Você
conhece alguém que é feliz por depender de Deus? Por que você acha isso dela?
2.Medo da perseguição. “Os que desejam causar boa impressão
exteriormente, tentando obrigá-los a se circuncidarem, agem desse modo apenas
para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo” (Gálatas 6:
12); “Quando porém, eles (os judeus)
chegaram, (Pedro) afastou-se e separou-se dos gentios, TEMENDO os que eram da
circuncisão” (Gálatas 2:12). Muitos
de nós temos medo de sermos tratados diferentes na sociedade. Seja familiares
falando mal, amigos tirando sarro, muitas vezes tratados com diferença, não se
sentindo parte de algo que gostaria... A questão da aceitação é muito forte
para alguns de tal forma que preferem abrir mão de uma vida no Espírito e
inclusive adotam algumas práticas mundanas só pra não “ficarem de fora”. Os
judaizantes persuadiram os gálatas motivados pelo medo da perseguição que a
cruz de Cristo poderia trazer. Até Pedro se deixou levar por esse temor.
Pergunta 4: Você já foi tratado
diferente por ser cristão ou você já viu alguém ser tratado com diferença por
ser cristão? Qual foi sua sensação?
Você pode ter essas
dificuldades que tendem a te afastar de uma vida pelo Espírito. Ou pode estar
sendo influenciado por vozes e pensamentos que queiram te levar para longe de
Deus, por um caminho auto suficiente e que acabará sendo pesado e vazio. Mas
ouça a Palavra de Deus e seu Espírito: Deus enviou o Espírito de Seu filho ao
nosso coração! (Gálatas 4:6); “Quem semeia para o Espírito, do Espírito
colherá a vida eterna” (Gálatas 6:
8); “Porque em Cristo Jesus nem
circuncisão nem incircuncisão tem efeito algum, mas sim a fé que atua pelo
amor” (Gálatas 5: 6); “De nada vale ser circuncidado ou não. O que
importa é ser uma nova criação” (Gálatas
6: 15).
Sejamos firmes nessas
convicções e depositemos nossas forças para andarmos pelo Espírito, dessa forma
não cairemos na mesma cilada dos gálatas!
Miguel
Andress Andrade Bambach
Diretor de
Finanças – ImeL Vila Moraes