Neste mês foram realizadas as eleições tão esperadas pelo povo de
Mianmar, depois de 25 anos de espera. A Liga Nacional para a Democracia (LND),
o maior partido da oposição no país, liderado por Aung San Suu Kyi, foi o
vencedor nas eleições legislativas, com a conquista de mais de 70% dos
assentos, embora o caminho para a verdadeira democracia inclusiva e
participativa permaneça instável.
Um dos analistas de perseguição da
Portas Abertas, explica: "É encorajador o fato de que as eleições tenham
acontecido pacificamente, mas existem várias advertências importantes que
devemos ter em mente, e que afetam as minorias religiosas, incluindo os cristãos.
Os militares ainda detêm 25% dos assentos parlamentares reservados. Isso
significa que o exército ainda é o fator decisivo na direção política do país.
Os confrontos com as minorias étnicas continuam, e o exército vai permanecer no
Ministério do Interior, de Defesa e de Assuntos de Fronteira".
Ainda segundo o analista, centenas de
milhares de votos de minorias étnicas foram excluídos do processo eleitoral,
seus registros de eleitores foram negados, e no caso das minorias cristãs, há
aldeias inteiras excluídas. "Quer dizer que o país continua nas mãos dos
budistas radicais e quando eles agem, é sempre com muita violência".
Ainda é muito cedo para tirar
conclusões sobre o real resultado destas eleições, conforme a própria Suu Kyi
alertou: "Não devemos comemorar a vitória da LND, ainda é muito cedo para
isso, nós apenas demos mais um passo", finaliza a líder política que já
recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Fonte: Portas Abertas
25 de novembro de 2015
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