TEMA: Igreja: Uma comunidade de discípulos que amam com
o amor de Cristo!
João 14:23
Amados irmãos e
irmãs, graça e paz!
Na semana passada o
CMC Ariano deu início à série de mensagens sobre IGREJA: UMA COMUNIDADE DE
DISCÍPULOS. Ele falou sobre a importância e as evidências de uma comunidade
unida e fortalecida no mesmo propósito assim testemunhando do amor de Deus.
Hoje quero falar com
vocês sobre um assunto que para muitos é utópico, pensando na sua aplicação na
vida em comunidade, isto é, na vida da igreja. O assunto é o amor. Muitas pessoas
foram feridas em nome de Deus, que é amor. Há outros que diante da necessidade
do mundo e da passividade de alguns que frequentam igreja, afirmam
categoricamente que não existe amor na comunidade. Quem vive a igreja institucionalmente
ou a viveu institucionalmente se frustrou e desconfia que esse amor seja
possível. O amor não é institucional. Vivemos um tempo de desconfiança das
instituições e pessimismo das pessoas, chamada era da pós-modernidade. A igreja
está inserida nessa era e não ficará ilesa, mas tem nessa era uma grande
oportunidade. Também não é nenhuma novidade para nós que, por vivermos os
últimos tempos, estamos a caminho do esfriamento do amor (Mateus 24:12). A igreja é chamada a viver um amor aquecido diante
de uma sociedade cujo amor está enfraquecido. Quero, a partir da vida e dos
ensinamentos de Jesus, compartilhar o que Deus espera de nós enquanto comunidade
orgânica de discípulos. Igreja é uma comunidade de discípulos que ama, pois,
ser discípulo de Cristo é amar.
1.O amor de Cristo é um amor por inimigos (Lucas 23:34)
Jesus é crucificado
por seus malfeitores. A Bíblia diz que Jesus ora por eles. Quando lemos o
evangelho de Mateus 5:43-48, vemos
que Jesus nos ensina esse princípio que é desafiador, pois, confronta o EGO de
qualquer pessoa. Recentemente um assunto tomou conta das redes sociais. A
transexual “crucificada”. Vi muitos comentários e muita revolta, entretanto, o
que Jesus faria em nosso lugar? Jesus fez irmãos e irmãs! De fato, foi muito
desrespeitoso e um caminho que talvez o diretor de marketing do evento,
procurando provocar uma reflexão, seu projeto deu errado. Faremos então como
Tiago e João quando Jesus é rejeitado pelos samaritanos quando eles estavam a
caminho de Jerusalém? Pediremos a Deus fogo do céu sobre eles? (Lucas 9:54-55) De maneira nenhuma!
Vamos amá-los. Pedro, quando quis defender Jesus cortando a orelha do Malco,
ouviu estas palavras: “Embainha a tua
espada; pois todos os que lançam mão da espada perecerão.” (Mateus 26:52).
A Bíblia é clara: “Não se deixe vencer
pelo mal, mas vença o mal com o bem.” (Romanos
12:21)
Mahatma Gandhi,
revolucionário da India protestou contra a Inglaterra e trouxe liberdade à sua
nação sem pegar em nenhuma arma sequer. Há uma frase memorável dele que diz: “Primeiro eles te ignoram, depois riem de
você, depois brigam, e então você vence”. Foi o que ele
fez. A igreja é uma comunidade de discípulos que amam. “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois
aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame
também a seu irmão.” (I João 4:20-21)
A igreja é comunidade de discípulos quando é aperfeiçoada no amor aos inimigos.
Vamos aquecer a lenha do amor. Acreditamos que uma igreja em células oferece um ambiente favorável para que as pessoas sejam fortalecidas e tratadas para amar a seus inimigos.
Pergunto: Quando manifestamos amor aos
inimigos? Você precisou perdoar a alguém? Como isso foi libertador para a sua
vida? Como isso poderia ter afetado negativamente a imagem da igreja para você?
2.O amor de Cristo é um amor encarnado (João 1:14;
João 3:16)
Encarnar significa viver
na carne. Quando falo sobre encarnar não me refiro a viver no pecado, mas viver
na pele o que o outro vive. Jesus encarnou, isto é, ele se tornou homem e veio
sentir o que sentimos. Ele foi 100% homem, isto é, ele teve fome, sede, sono,
ira, tentação, tristeza, angústia, solidão, enfim, Jesus encarnou e viveu
encarnado em todos os sentidos. Seu amor encarnado se manifestou de diversas
formas: I.Ele chorou a morte de Lázaro (João
11:33-35); II. Ele deu de comer à multidão (João 6:1-15); III. Restaurou a Pedro que o negou (João 21:15-19). Por isso, Ele pode se
compadecer das nossas fraquezas e interceder por nós (Hebreus 4:14-16). A igreja é chamada a manifestar o amor encarnado
de Cristo. No céu só entra o amor! O amor é manifesto em ações. Veja comigo Mateus 25:31-46. Para sermos
reconhecidamente uma comunidade de discípulos, nosso amor deve ser encarnado. Acreditamos que uma igreja em células oferece uma estrutura mais eficiente para estarmos sensíveis às necessidades das pessoas na igreja e fora dela.
Pergunto: Você já
teve oportunidade de manifestar esse amor encarnado a alguém? Como isso pode se
tornar algo natural na sua vida? E que maneira a igreja pode viver esse amor
sem ser apenas no domingo?
3.O amor de Cristo é um amor que confronta e
constrange (Marcos 10:21)
No contexto dessa
passagem (Marcos 10:17-22), Jesus é
indagado por um jovem rico que deseja segui-lo. Entretanto, em dado momento da
conversa Jesus o confronta a deixar tudo por Ele. Percebemos, portanto, que o
amor de Cristo não é passivo diante da zona de conforto das pessoas que desejam
servir a Deus segundo a sua maneira. O verdadeiro amor confronta a nossa zona
de conforto e nos chama a viver uma vida radical com Cristo. Jesus não está
irado forçando o rapaz a segui-lo, ou acusando-o por não querer segui-lo. Jesus
apenas fita bem aquele rapaz e o ama. Como igreja, como comunidade de
discípulos, somos chamados a ter a mesma atitude com aqueles que querem viver
uma vida sem renúncia e abnegação. Fita-las e amá-las, depois confrontá-las. Se
não houver um olhar intenso e muito amor, não há razões para confronto. Jesus
não desiste de ninguém, bem como não obriga ninguém a segui-lo, mas tudo isso é
operado no amor. A mulher adúltera (João
8:1-11) também foi confrontada por Jesus com uma atitude de amor. Sua
palavra a ela foi: “nem eu te condeno”. Vá e não peques mais. Paulo escreveu: “Pois
o amor de Cristo nos constrange...” (II
Coríntios 5:14). A palavra constrange tem a ideia de algo que está
pressionado. Somos pressionados pelo amor de Cristo a nos afastar daquilo que
nos afasta Dele. É o seu amor em ação nos curando e libertando. Lembra-se de
Zaqueu? Para ele Jesus não disse nada, apenas esteve com Ele. Aquela atitude de
um homem santo em estar na casa de um grande pecador o constrangeu ao
arrependimento (Lucas 19:1-10) e
pelo que vemos na passagem, Jesus não disse sequer uma só palavra. A igreja de
Cristo, a comunidade de discípulos é chamada a viver esse amor. Vamos aquecer a
lenha do amor. Esse amor perdoa, liberta
e restaura! Acreditamos que a igreja em células oferece um ambiente para as pessoas serem encorajadas ao perdão por meio do cuidado mútuo onde é manifestado esse amor.
Pergunto: Você já
ficou constrangido pela atitude de alguém que lhe fazia o bem? Como podemos
manifestar esse amor entre irmãos e no mundo que confronta e constrange?
Rodrigo
Rodrigues Lima
Pastor