domingo, 7 de fevereiro de 2021
Primeira dose: “Resiliência – Como ser feliz numa jornada dura e confusa”
Primeira dose: “Resiliência – Como ser feliz numa jornada dura e confusa”
Filipenses 4:11-13
Resiliência é a capacidade de voltar ao seu antigo estado após um forte golpe. É ser como um amortecedor de caminhão, que após receber pressão, o resultado é um resistente impulso para voltar ao estado original. Paulo foi capaz de ser resiliente em sua jornada. Como receber fortes golpes e não desabar? Que lições aprender? Como ressignificar os golpes para seguir cumprindo o seu propósito?
Leandro
Karnal, um historiador brasileiro escreveu um artigo para o Jornal O Estado de
São Paulo no dia 13 e janeiro de 2021 descrevendo três camadas de uma pessoa
resiliente ideal.
Na
primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem
descontrole, experiencia a dor e continua de pé. A primeira etapa da
resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a decepção. O tipo ideal
que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato)
mais forte do que as ondas das adversidades.
O segundo
estágio é a recuperação/aprendizagem.
Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda
recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo. Toda dor
contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente consegue aprender com o
golpe sentido.
O
terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da
consciência a partir do aprendizado. O
tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria
ou sofrimento para o mundo. A dor existe foi sentida, houve reação com
aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
Resiliência certamente é a marca de muitos de nós. Se você enfrentou golpes duros, se recuperou e tem avançado, você é uma pessoa resiliente. Mas, o que proponho nesta mensagem é que você seja feliz numa jornada dura e confusa. Nesses dias de pandemia, o que a Bíblia pode nos ensinar sobre a resiliência e ser feliz em uma jornada dura e confusa? Esta é a primeira dose da vacina para que você proteja e fortaleça a sua vida nesses dias. Na carta de Paulo aos Filipenses é onde ele mais revela a sua resiliência. Como o apóstolo Paulo conseguiu escrever uma carta sobre alegria, gratidão e com muito contentamento a partir de uma prisão? Como ele conseguiu ser feliz numa jornada dura e confusa? Quero que você venha comigo nessa jornada e veja que características podemos encontrar em Paulo para que aprendamos a ser resilientes.
1. Ter uma grande capacidade de adaptação e aprendizagem com a vida.
(Filipenses 4:11-13)
Pessoas
resilientes são flexíveis tanto mental quanto emocionalmente. Elas conseguem
receber o golpe da vida e conseguem se adaptar.
No
verso 11 Paulo diz que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação. A
palavra contente no grego traz dois significados muito interessantes: I)
Independente de circunstâncias externas; II) Contente com a sua sorte ou
fortuna, com os recursos que possui, ainda que limitadíssimos. Por quê? Porque
o contentamento nada mais é do que essa capacidade de adaptação. Entretanto,
qual é a origem do contentamento de Paulo? Está no verso 13: “Tudo posso
naquele que me fortalece”. A fé correta em Cristo Jesus te capacita a se
adaptar a qualquer situação.
2. Esperar que as coisas sempre terminem bem. (Filipenses 1:19-20)
Pessoas
resilientes são dotadas de profundo otimismo alicerçadas em fortes valores
internos. Têm grande tolerância às incertezas e ambiguidades. Conseguem trazer
estabilidade em situações críticas ou caóticas. Costumam perguntar: “O que
posso fazer para que as coisas terminem bem para todos nós?” Paulo tinha esse
espírito. Nos versos 19 e 20 do capítulo 1 encontramos um apóstolo preso, mas
convicto de que, seja liberto da prisão ou morto por causa do Evangelho, ele
terminará bem. Paulo não vê nada trágico em sua situação. E quais são as fontes
dessa convicção de Paulo?
I)Oração
intercessória. A primeira dica é esta. Quem é o seu intercessor? A fonte de
ânimo de Paulo que o faz crer que tudo terminará bem é a oração da igreja; II)
Ajuda (socorro) do Espírito Santo. Paulo experimentava um revestimento, um
fortalecimento que provinha do Espírito Santo que lhe dava coragem que não
falha. Uma coragem que vinha do própria Espírito, e que por isso, ele confiava
que terminaria bem; III) Deus quer glorificar a Cristo através das
circunstâncias que passamos. Paulo cria que até mesmo a sua morte traria glória
a Cristo. Confie e creia – tudo terminará bem!
3. Ter atitudes e emoções positivas em épocas de crise. (Filipenses 1:12-14; Filipenses 2:17-18;
Filipenses 3:1; Filipenses 4:4)
Paulo
tem a grande capacidade por meio do espírito de Cristo de transformar
infortúnios e desgraças em coisas boas e se fortalece com a adversidade. É
típico de pessoas que costumam perguntar: “Como posso modificar isso? Por que
foi bom que essa situação negativa acontecesse?” Paulo manifesta esse espírito
positivo pelo menos de 3 maneiras:
I)
Olhar positivo para a prisão. Nos
versos 12 a 14 do capítulo 1 ele fala de contribuição e progresso. Dois
elementos que a prisão dele tem proporcionado.
II)
Olhar positivo para o que virá após a prisão. Nos versos 17 e 18 do capítulo 2, Paulo diz se alegrar mesmo que morra
pelo evangelho e quer que os irmãos se alegrem com ele por isso. Isso não é
motivo de tristeza, mas de alegria porque o viver é Cristo e o morrer é lucro
(Filipenses 1:21).
III)
Olhar positivo para o Senhor. O
Senhor é a fonte da alegria de Paulo (Filipenses 4:4).
4. Não se vitimizar, mas saber reagir a críticas e ataques. (Filipenses 1:15,
17)
Paulo
estava sendo atacado. Pessoas invejosas estavam tentando causar algum tipo de
sofrimento em Paulo, mas ele não se vitimiza. Ele reage positivamente. Paulo, quando
confrontado com ataques e manobras mal-intencionadas não se deixa bloquear, mas
responde buscando também apoio, aliados e recursos adequados para lidar com
essas situações. Ele sabe quem o justifica! Ele sabe quem é o seu juiz e
advogado. Em I Coríntios 4:3 ele escreveu: “Mas a mim pouco importa ser julgado
por vocês ou por um tribunal humano; nem eu julgo a mim mesmo”. Qual é o
segredo de Paulo? No verso 4 encontramos o segredo: “Pois quem me julga é o
Senhor”. Essa consciência de que é a Deus que ele presta contas, lhe
garante ousadia e saúde emocional para enfrentar as críticas.
5. Ter uma autoestima saudável (Filipenses 1:1)
A
autoestima é como você enxerga a si mesmo e determina o quanto você aprende
quando algo deu errado. A autoestima faz com que você respeite a si mesmo e aos
outros, e saiba aceitar críticas sem ressentimentos, bem como elogios e
cumprimentos, sem se ensoberbecer ou tornar-se arrogante. Se você tem uma
autoestima muito elevada, poderá ser soberbo, arrogante e não saber lidar com
as críticas reagindo contra as pessoas. Se você tem uma autoestima muito baixa,
os outros poderão se sobrepor a você, as críticas por menores que sejam podem
te derrubar facilmente e você tem uma tendência a se menosprezar e se
inferiorizar.
Como
Paulo se vê? Um servo de Jesus Cristo. A palavra servo no verso 1 do capítulo na
linguagem judaica, significava ser alguém escolhido por Deus. Esse é um sinal da
autoridade apostólica de Paulo (II Coríntios 10:8). Essa expressão marca seu
senso de responsabilidade como alguém sob a direção de Deus. Essa é sua
autoridade. Ele sabe quem é em Cristo. Era em Cristo que estava muito bem
fundamentada a identidade de Paulo e sua autoestima partia de sua profunda
relação com Jesus.
6. Ter amigos e relacionamentos saudáveis (Filipenses 1:8; Filipenses
2:22; 25)
Existem
inúmeras pesquisas mostrando que o apoio social é essencial para a resiliência.
Falar com amigos, familiares ou mentores diminui o impacto das adversidades e
aumenta o sentimento de autoestima e autoconfiança. Vemos em Paulo 3
relacionamentos: I) Amigos na comunidade. A relação de afetuosa com a igreja de
Filipos (Fp 1:8). Ele tinha saudade e profundo afeto de Cristo, isto é, seu
pulso bate com o pulso de Cristo por eles. II) Discípulos. Timóteo. (Fp 2:22).
Ele tinha uma relação de paternidade com esse jovem pastor. III) Amigos de
jornada. Epafrodito (Fp 2:25). Esse é o mais marcante. Ele dá 3 atribuições a
Epafrodito nessa relação: I) Meu irmão; II) Cooperador; III) Companheiro de
lutas.
Para
ser feliz numa jornada dura e confusa, decida hoje abraçar com a graça de Jesus
Cristo essas características e você será resiliente à imagem de Jesus.
No
amor de Cristo,
Rodrigo
Rodrigues Lima