IDENTIDADE,
PODER E MISSÃO (Parte 2)
Identidade
de Filho – Marcos 1:11; Lucas 15:25-32
Na semana passada observamos que o propósito de
Deus em enviar Cristo é a de nos tornar seus filhos e sermos instrumentos
para gerar filhos para Ele através do ministério da reconciliação. Para cumprir
sua missão Cristo ficou firmado em sua identidade de Filho, o que o levou a
romper com o lugar das improbabilidades, Nazaré e recebeu revestimento do alto para cumprir a sua missão. Vemos nisso o modelo para que vivamos a nossa nova
identidade, recebamos poder e cumpramos a missão recebida do Pai.
Hoje quero me focar no verso 11 de Marcos que diz: “Tu és meu filho amado; em Ti me comprazo”
e fazer um paralelo com o irmão do filho pródigo, o filho mais velho.
Uma vida cristã frutífera, marcada pelo poder de
Deus e engajada na missão acontece a partir de quem nós somos em Deus. Quero
lhe perguntar: Você vive como filho ou como escravo na casa de Deus? Existe um
perigo muito sério de estar na casa do Pai, dentro da igreja, e mesmo assim
estar perdido.
Façamos um paralelo entre viver como filho e viver como
servo/escravo. Que lições podemos aprender?
1.Quem é filho é
livre, mas quem é escravo não (v.29)
“Há tantos
anos que te sirvo”
O irmão mais velho do filho pródigo vivia como
escravo e não como filho e livre. O verbo aqui é douleo, que significa servir
como escravo. Ele nunca entendeu o que é ser filho. Ele obedece por medo ou
para receber elogios. Faz as coisas certas com motivação errada. Fazendo um
paralelo com o início do ministério de Jesus, observamos que o Pai lhe chama de
Filho amado e diz ter prazer Nele, entretanto, Jesus ainda não havia começado o
seu ministério. Como Deus pode ter prazer em alguém que não está fazendo nada
para Ele? O que agrada a Deus, portanto, não é o nosso serviço, mas a nossa relação
com Ele como filhos. Veja comigo Gálatas 4:6-7 “E, porque vós
sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: “Aba,
Pai”. De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também
herdeiro por Deus”.
2.O filho é
participante da herança, mas o escravo não (v.31)
Então, lhe
respondeu o pai: [...] tudo o que é meu é teu
Pastor Aloisio escreve algo muito interessante: “Esse tipo de pessoa é aquela que vive
dentro da igreja, mas não se sente participante da herança do Pai. O filho era
rico, mas estava vivendo na miséria. Muitos hoje estão vivendo um cristianismo
pobre. Vivem sem alegria, sem banquete, sem festa na alma, trabalhando e até
servindo, mas sem alegria.” O Pai tem vida abundante para você.
Não fique do
lado de fora. Deus preparou uma festa para você.
Podemos fazer um paralelo com o jovem rico! Ele não
se via participante da herança. Em Lucas 18:18-23, no relato do jovem rico
vemos um rapaz que dizia: “A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?” Jesus
manda ele vender tudo o que tem e entregar aos pobres. A questão aqui não é o
dinheiro, mas Jesus viu nele um homem escravo do perfeccionismo e da ilusão de
se justificar diante de Deus por seus esforços. Ele não se sentia participante
da herança. Tanto o jovem rico quanto nós somos incapazes de cumprir a lei para
sermos salvos. O que Jesus está fazendo nesse diálogo? Para você entender,
pense na seguinte ilustração: Para você ganhar músculos, o professor leva você
a usar pesos de 3 kg inicialmente, depois passa para 10 kg, e na medida que
você responde, ele aumenta até o seu limite que pode ser 80 kg. Agora, imagine
se você começasse com 80 kg. O que você me diria? IMPOSSÍVEL! Pois era isso que
Jesus queria ouvir do jovem rico! “Mestre, é impossível”. Jesus lhe
responderia: “Que bom”! Pare de merecer a graça de Deus. Pare de tentar ser
merecedor daquilo que você jamais poderá merecer”. PARE DE VIVER COMO ESCRAVO,
ou seja, como ALGUÉM QUE TEM A SENSAÇÃO DE QUE NUNCA FAZ O SUFICIENTE. Viva
como FILHO! Como isso?
3.O filho se
relaciona com o Pai baseado na confiança, mas o escravo se relaciona baseado na
justiça própria (v.29)
Há tantos
anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua [...]
O filho mais velho representa aqueles que
entenderam as regras, mas não entenderam o que significa ter um relacionamento
com o Pai. Eles pensam: “Eu me comporto, sou uma pessoa correta, então mereço”.
Ele vê o pecado do seu irmão com muita facilidade, mas não enxerga os seus
próprios pecados ou é brando demais com eles. É rápido para condenar e fazer
justiça porque vê a si como um padrão de obediência.
Quando Deus diz a respeito de Jesus: “Tu és meu
filho amado. Em ti me comprazo (me agrado). O que mais agrada a Deus? O que
agrada a Deus é A
CONFIANÇA. A confiança possui dois elementos básicos: a) Elemento básico 1 – Intimidade. Identificamos
aspectos da intimidade: I) O Pai lhe revela os propósitos – João 5:20; II) O Filho é amado do Pai – João 5:20;
III) O Pai e o Filho são um – João 17:21; b) Elemento básico 2 – Dependência. Identificamos aspectos
da dependência: I) O filho faz o que vê o Pai fazer – João 5:19; II)
O Filho se submete em obediência e dependência ao Pai – Mateus 26:42.
Toda batalha espiritual que você luta – na verdade,
qualquer batalha espiritual – tem como centro a confiança em Deus. O inimigo
trabalha para duas coisas desde o jardim do Eden: 1) Fazer os filhos de Deus
duvidarem da confiabilidade em Deus; 2) Fazer os filhos de Deus confiarem em
algo que não é Deus. O inimigo se dedica a nos convencer de que Deus está
retendo algo bom de nós ou que está falhando em prevenir que coisas ruins nos
aconteçam.
Entretanto, Deus quer que você hoje aprenda a viver
como Filho! Você não é empregado ou escravo.
Evidentemente, todo bom filho que se sente amado
tentará agradar seu pai. Nós também queremos agradar a Deus não para ser
amados, mas porque nos sentimos amados. Esta precisa ser a motivação para aa
nossa obra. Vamos trabalhar muito na obra, mas baseados numa relação de
confiança e não de méritos. Gálatas 4:6-7 “E, porque vós
sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: “Aba,
Pai”. De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também
herdeiro por Deus”. Você é
filho? O Pai vai lhe revelar seus propósitos; O pai te ama; Você e eu somos um
com o Pai (João 17:21); Fazemos com Ele; Dependemos Dele ainda que seja para
passar por testes de confiança como Jesus passou no Getsemani.
Rodrigo
Rodrigues Lima
Pastor
Extraio do livro “O
Líder que Brilha” escrito por David Kornfield a tabela abaixo para você
identificar se vive mais como servo ou como filho. Seja sincero com você e ore
para crescer na confiança:
1.Seu
valor: ( ) É
como servo/escravo? Baseia-se em seu serviço/ministério (no fazer). Tem
valor enquanto serve. Seu valor depende do que faz; ( ) É
como filho? Baseia-se na segurança de ser filho, valorizado pelo que é,
não apenas pelo que faz;
2. Base para sentir-se bem: ( ) É como servo/escravo? Ser útil;
agradar às pessoas; ( ) É como filho? Ser amado; sentir
o prazer do Pai em si;
3.Conhecimento: ( ) É como servo/escravo? Precisa
saber o que fazer; não precisa entender os propósitos por trás de suas ações;
( ) É como filho? O Pai revela seus propósitos; o filho entende
o coração do Pai;
4.Motivação: ( ) É
como servo/escravo? Obrigação, cumpre o que deveria fazer. Às vezes,
compulsão de produzir, oi de agradar às pessoas; ( ) É
como filho? Alegria, participa com o Pai em seu trabalho e seus
propósitos;
5.Propósito de sua existência: ( ) É como servo/escravo? Trabalhar,
ser produtivo, obter resultados; ( ) É como filho? Ser companheiro de
seu Pai e crescer para com Ele;
6.Tipo de relacionamento: ( ) É como servo/escravo?
Contratual: cumpre serviço em troca de benefícios; ( ) É como filho? Aliança, relação
de família: intimidade, carinho, afeto, amor, alegria e celebração;
7.Aproximação emocional: ( ) É como servo/escravo?
Emocionalmente distante do seu chefe. ( ) É como filho? Compartilha o
espírito, herança e sofrimentos do Pai;
8.Consequencias da
desobediência ou não de agradar:
( ) É como servo/escravo? Punido, rejeitado; afastado, mandado
embora (Mt 24:48-51); ( ) É como filho? Disciplinado para
ser restaurado (Hb 12:5-11);
9.Relação de seu trabalho com
o seu superior: ( ) É
como servo/escravo? Fazer o que o seu chefe lhe manda fazer, muitas
vezes fazendo aquilo que não gosta. Subordinado, sem voz, sem poder de decisão;
( ) É como filho? Fazer o que o Pai está fazendo; parceria; o
direito de expressar seus sentimentos e perspectivas;
10.Fonte
de energia, força ou poder: ( ) É
como servo/escravo? Esforço próprio, na espera de reconhecimento;
( ) É como filho? Graça, amor e aceitação como fonte para todo esforço
(I Co 15:10)
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