VOCÊ
É AQUILO QUE AMA
Como mudar as intenções do coração em termos práticos?
Após
a mensagem deste domingo, fiquei pensando sobre a dificuldade que muitos de nós
temos em dar o primeiro passo em direção a uma mudança concreta com resultados
efetivos.
Algumas pessoas compartilharam comigo a respeito dessa dificuldade. “Pastor, eu sei que preciso romper com o desânimo e orar mais, mas não consigo.” Você pode completar com a sua necessidade a seguinte frase: “Pastor, eu sei que preciso ....., mas não consigo”. Outros podem dizer: “Basta depender do Espírito Santo”. É claro que não existem mudanças concretas com resultados efetivos em aspectos espirituais sem a dependência do Espírito Santo. Entretanto, quais são os fatores essenciais orientados pelo próprio Espírito Santo que contribuirão para você alcançar mudanças internas e profundas em sua vida? Aqui estão:
1. Imitação
Alguns
podem dizer: “Imitação? Como assim?”. Sim! Imitação. Como é que nós aprendemos
a falar nosso idioma? Como é que nós aprendemos a falar novos idiomas? Como nós
aprendemos novas habilidades? São imitações constantes e regulares que
modelarão nossos hábitos. Eu decorei os aparelhos da academia e fiquei mais
confiante na medida em que observava o uso deles por outros companheiros. Eu os
imitava. Por incrível que pareça, o VALOR de fazer exercícios internalizou e
agora são mais do que exercícios. Ganhei o valor que rege as minhas intenções.
Eu quero! Eu desejo treinar.
Mas,
será que o princípio se aplica para a vida espiritual? Vamos lá:
O
apóstolo Paulo escreveu aos coríntios: “Sejam meus imitadores, como também
eu sou imitador de Cristo”. I Coríntios 11:1. Aconselhando a
Timóteo, ele escreveu: “Ninguém o despreze por você ser jovem; pelo
contrário, seja um exemplo (padrão) para os fiéis...” I Timóteo 4:12,
em outras palavras, “que as pessoas possam ter você como referência e imitá-lo,
Timóteo”. Atenção! A questão aqui não se trata de meramente imitar o outro, mas
imitar a Cristo que é refletido no caráter do outro, em suas ações e escolhas.
Nós precisamos estar perto de pessoas que sejam referências de Jesus,
especialmente naquilo que precisamos crescer.
Uma das intercessoras de nossa igreja, a irmã Doralice, certa vez me contou que queria aprender a orar. Então, ela passou a ouvir as orações das pessoas e a imitar o que elas oravam. O resultado é que em 50 anos de vida cristã, ela é uma grande intercessora porque ganhou o valor após imitar, isto é, ter referências boas daquilo que ela desejava se tornar. Peça a Deus que Ele te dê referências e comece a imitar e a internalizar. Você experimentará profundas mudanças. Aqui é o nascedouro da mudança dos hábitos.
2. Comunidade de aliança ou grupos de mentoria/discipulado
Desde
que o mundo é mundo, como seres humanos, nós nos identificamos com um
determinado grupo de pessoas que pensam como nós ou, que pelo menos, gostem ou
procurem os mesmos interesses que os nossos. Também é sabido que, se eu desejar
me tornar mais experiente em determinada habilidade, esporte ou ideia,
precisarei me juntar a pessoas que tenham a habilidade, praticam o esporte ou
vivem intensamente essa ideia que desejo ter. Assim, a mudança ocorrerá de
maneira prazerosa e satisfatória porque receberemos apoio e encorajamento desse
grupo de interesse comum. Lucas escreveu: “Todos os que criam estavam juntos
e tinham tudo em comum.” Atos 2:44. O texto não fala apenas de unidade,
mas dos efeitos da unidade. As pessoas experimentavam uma mudança interna
profunda que modelava seus hábitos e valores.
Assim
Jesus fez discípulos! Assim Deus planejou que nos tornássemos igreja
(ajuntamento). É assim que Deus modela o seu povo. Precisamos uns dos outros.
Por isso, o discipulado (um pequeno
grupo) é o melhor ambiente para experimentarmos de forma concreta uma
internalização dos valores que desejamos que se tornem nossos. James Smith, um
teólogo e filósofo americo-canadense escreve sobre o assunto e diz: “...mudanças
de hábito são empreitadas conjuntas, exatamente porque práticas verdadeiramente
(re)formadoras são comunitárias. Nos encorajarmos mutuamente, sermos parceiros
em novos ritmos e prestar contas um ao outro.” Em sua experiência de
reabituação alimentar, ele escreveu: “Íamos nos comprometer em conjunto com
novos rituais de alimentação e exercício, seríamos parceiros na hora de
cozinhar e limpar, e até suportaríamos juntos as longas noites com a barriga
roncando e o desejo de comer guloseimas. Nunca é demais enfatizar esse aspecto
comunitário da reabituação.”.
Quer experimentar mudanças profundas? Entre
em um grupo de discipulado ou mentoria, seja vulnerável e receba apoio e
encorajamento.
No amor de Cristo,
Rodrigo Rodrigues Lima
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