TITO - O pastor revitalizador
O nome de Tito é mencionado 13 vezes nas cartas de Paulo.
Em II Coríntios (2:13; 7:6; 7:13-14; 8:6; 8:16; 8:23; 12:18)
Em Galatas (2:1; 2:3)
Em II Timoteo (4:10)
Em Tito (1:4)
Observo que Tito foi alguém muito presente no ministério de Paulo. Ele o
acompanhou em Jerusalém, o serviu de consolo em um momento difícil e sempre
esteve a disposição para o apoiar segundo a necessidade das igrejas. A
convivência com Paulo e a intensa participação no dia a dia das igrejas em
crise contribuíram para a formação do perfil de Tito como um pastor
revitalizador. Certamente muito do que Tito aprendeu foi na “fogueira”, não sem
acompanhamento e orientação.
Observando Tito aprendo que:
1.O revitalizador precisa ter um mentor
(1:4)
Paulo o chama de verdadeiro filho. Conforme passagens mencionadas acima
vemos uma estreita relação de discipulado. A convivência forma Tito. Ao
observar como Paulo fazia e tendo a oportunidade de replicar, Tito aprende a plantar
e revitalizar igrejas. É benção ter um mentor experiente para auxiliar a fazer
gestão da revitalização. O mentor:
A) Auxilia o revitalizador a manter o foco (1:4-5)
Há um foco bem definido na missão de Tito como revitalizador da igreja
em Creta. Paulo o orienta sendo presente através de contato (1:4) lhe enviando
uma carta. O revitalizador precisa do apoio de seu mentor através de contato o
auxiliando a recalibrar o foco de sua missão (1:5).
B) Auxilia o revitalizador com palavras diretivas e encorajamento (1:13;
1:15)
O mentor de Tito o empodera e o encoraja. É muito importante no processo
de revitalização que o pastor revitalizador possa contar com pessoas que o
empoderem e o encorajem a seguir com sua missão.
Fica evidente que Paulo é o responsável pela igreja em Creta.
Entretanto, o princípio de mentoria numa revitalização permanece. É saudável
que o pastor revitalizador voluntariamente se submeta a um cuidado de mentoria
pessoal e ministerial. Todo pastor revitalizador deveria pensar em ter alguém que
invista tempo em sua vida lhe fazendo perguntas e o auxiliando a manter o foco.
2.O revitalizador é um capacitador e
formador de líderes (1:5-9; 2:7; 3:13)
Ao observarmos as atribuições de Tito fica evidente que em um processo
de revitalização, seu principal trabalho é formar liderança. Neste sentido o
revitalizador:
A) Identifica líderes e os constitui (1:5-9)
I. Ter intencionalidade em identificar líderes (1:5)
No processo de revitalização a principal atribuição do pastor
revitalizador é formar líderes. Uma igreja que cresce não se sustenta sem uma
boa base de líderes. Talvez seja esse o seu maior desafio em todo o processo.
II. Ter critérios claros para selecionar os líderes (1:6-9)
O revitalizador precisa ser uma pessoa com critérios claros para identificar
líderes. Observo que as igrejas que mais tem crescido e se revitalizado possuem
um clara trilha de formação de líderes. A falta de critérios compromete o
surgimento de líderes saudáveis. Esse tema abordaremos mais detalhadamente em
outro tópico.
B) É modelo de liderança (2:7-8)
O líder sempre é modelo, mas numa fase de revitalização o ensino e a
conduta do pastor revitalizador falará mais alto. Uma igreja que precisa de
revitalização necessita de um modelo vivo que evidencie que o que está sendo
proposto dá certo. Ele é o modelo de que a oração, o testemunho, a reverência,
enfim, tudo o que é e faz realmente é possível. O pastor revitalizador também
deve ser modelo dos critérios que estabelecerá na formação dos líderes. O líder
modela pelo que faz e pelo que não faz todo o tempo. Ninguém pode oferecer o
que não recebeu.
C) Forma equipes para enviar (3:13)
Esse aspecto é interessantíssimo. Penso que o destaque especial de Paulo
a Zenas e a Apolo revela que eles mereciam uma atenção especial e possivelmente
fossem os melhores líderes. Esses certamente foram trazidos por Tito para uma
proximidade maior, não para que ficassem com ele em Creta, mas para serem
preparados e enviados.
3.O revitalizador deve ser hábil em
relacionamentos interpessoais (1:13; 1:15; 3:8-11)
O Pr Ziel Machado sempre cita uma frase de sua mãe quando aborda
relacionamentos na igreja. “Viver com os irmãos no céu, oh que glória! Viver
com os irmãos na terra é outra história.” O pastor revitalizador certamente
enfrentará conflitos nos relacionamentos. Toda mudança ou ajustes geram
conflitos. Então o que fazer?
A) Ter convicção da sua vocação e da sua missão (1:5)
Saber exatamente o que deve ser feito e estar ciente de onde se quer
chegar ajuda muito o pastor revitalizador a lidar melhor com os relacionamentos
interpessoais e os conflitos. Um líder inseguro quanto a sua vocação e missão
certamente será engolido. Tito está em Creta por uma designação divina. O
melindre e a intimidação são frutos da falta de convicção e autoridade.
B) Ter convicção e amar o suficiente para confrontar (1:13)
A convicção deve ser na sã doutrina. A sã doutrina deve modelar tanto o
ensino quanto a conduta. Sendo o pastor revitalizador o modelo (2:7-8), ele
confrontará pela causa maior que é a verdade visando a saúde da igreja. A
igreja em fase de revitalização precisa de um líder hábil em resolver
conflitos.
C) Ter convicção a tal ponto de evitar os facciosos (3:10-11)
O coração genuinamente pastoral não quer perder pessoas. Entretanto, é
de suma importância saber lidar com pessoas assim, especialmente se elas têm
poder de influência. A transparência e o diálogo com ações bíblicas é o caminho
da saúde. Jesus nos orienta em Mateus 18:15-17 que o confronto deve ocorrer e
estabelece etapas. Relacionamento resolve relacionando-se.
Uma das grandes chaves do sucesso na revitalização é a habilidade de se
relacionar. É essencial para que possa haver mudanças necessárias.
4.O revitalizador deve conhecer a cultura
local (1:12-13)
Paulo descreve o modo de viver dos cretenses, logo, ele aponta para a
cultura na qual a igreja está inserida. Revitalizar a luz da Palavra de Deus
significa constituir uma igreja que não apenas vive uma contra-cultura, mais
esteja apta a transformar a cultura na qual está inserida.
5.O revitalizador deve ter profunda
convicção doutrinária (1:13; 2:1; 2:7; 2:11-15; 3:1; 3:4-8)
A base da revitalização está na mensagem. É na pregação e no ensino do
Evangelho que haverá a genuína transformação. Portanto, tanto a paixão com que
se prega e ensina, quanto o conteúdo da pregação e do ensino são elementos
essenciais no processo de revitalização. Não se trata de uma mensagem de
auto-ajuda. Também não se trata de anunciar somente o que se tem domínio. Tem
que ser pregado todo o desígnio de Deus.
Por isso, ele será capaz de repreender para que se tornem sadios na fé
(1:13). Poderá ensinar e exortar (2:1; 2:6; 2:15) com toda autoridade. Sua
autoridade está no conteúdo da mensagem e na vida (2:7). Ele deve conhecer tão
profundo a ponto de falar com ousadia (2:8).
Vale ressaltar que se observamos os grandes avivalistas, o conteúdo de
suas pregações e ensino giraram em torno da mensagem central do Evangelho.
Palavras chaves na recomendação de Paulo a Tito quanto ao que deveria ser
pregado com ousadia: GRAÇA; ESPERANÇA; IMPIEDADE; REGENERAÇÃO; CRISTO;
SALVADOR; BOAS OBRAS; PURIFICAÇÃO; VIDA ETERNA.
Pr. Rodrigo